quarta-feira, 9 de julho de 2014

Gostei de ler....

"Quando dei os primeiros passos numa profissão que exerci durante 30 anos, os jornalistas eram poucos e os órgãos de informação eram muitos. Mesmo sem novas tecnologias e redes digitais.
Hoje os jornalistas são muitos e os órgãos de informação são cada vez menos. Mais insólito ainda: apesar de serem muitos, os jornalistas não chegam para as encomendas pois passam o dia agarrados às "plataformas multimédia", acorrentados a linhas de montagem. Como Chaplin em Tempos Modernos. Tão acorrentados que mal saem do local de trabalho. Como se não houvesse mundo fora das quatro paredes da redacção. O mundo real é substituído pelo mundo virtual. E a visão fica cada vez mais desfocada. E processa-se cada vez mais em sentido único. O que diz um, dizem todos. O que um mostra, todos mostram.
Todos diferentes, todos iguais. O pluralismo é cada vez mais estreito. Outro paradoxo do nosso tempo, aparentemente tão livre."


Pedro Correia

1 comentário:

  1. Obrigado pelo destaque, caro António Agostinho. Um abraço.

    PC

    ResponderEliminar

Neste blogue todos podem comentar...
Se possível, argumente e pense. Não se limite a mandar bocas.
O OUTRA MARGEM existe para o servir caro leitor.
No entanto, como há quem aqui venha apenas para tentar criar confusão, os comentários estão sujeitos a moderação, o que não significa estarem sujeitos à concordância do autor deste OUTRA MARGEM.
Obrigado pela sua colaboração.