Há
menos de um mês – precisamente a 24 de junho p.p. - estive no CAE
da Figueira da Foz, propositadamente, para assistir à entrega da
distinção que, em
agosto de 2012, por unanimidade, a Câmara da Figueira da Foz tinha
atribuído a título póstumo ao Comandante João Pereira Mano: a
Medalha de Mérito Cultural em Prata Dourada.
Contudo, ainda não perdi a esperança de que, um
dia, a Homenagem que ainda falta prestar ao Capitão João Pereira Mano
acabe por acontecer na Figueira.
Em
2005, a Junta de Freguesia de São Pedro decidiu homenagear
algumas personalidades locais, com a atribuição do
seu nome a ruas da nossa Terra. Uma dessas figuras, foi o Capitão
João Pereira Mano.
Hoje
de manhã, como acontece praticamente todos os dias, na minha
habitual caminhada matinal, cruzei-me com a placa que identifica a
Rua Comandante João Mano (nasceu
na Gala, então freguesia de Lavos, concelho da Figueira da
Foz, em 2 de Setembro de 1914 e
faleceu
em Lisboa em Agosto de 2012. Os
restos mortais repousam desde a tarde do dia 10 de agosto de 2012,
uma sexta feira, no cemitério de Lavos),
na minha opinião, até ao presente, o maior investigador
figueirense e o maior conhecedor da história marítima do concelho
da Figueira da Foz, autor
de livros fundamentais para o conhecimento das nossas raízes,
como “Lavos,
Nove Séculos de História” e “Terras
do Mar Salgado”,
tudo resultado de décadas de investigação aturada em fontes
directas.
A
minha eterna gratidão ao Capitão João Pereira Mano, por me
ter dado a conhecer e a entender muito melhor, a minha Terra e a minha Raiz.
Uma
das consequências da passagem dos
anos é passarmos a coexistir com pessoas que
apenas perduram na nossa memória.
Essa
realidade, para mim já longa, não tem sido fácil de gerir: já dura desde 6 junho de 1974, data em que morreu o meu Pai.
Foi
isso que senti, hoje de manhã, ao cruzar-me com a placa toponímica do
Comandante João Mano. Por vezes, ainda me custa acreditar que o Comandante João Mano morreu quase há dois anos...
O
tempo a passar por nós é, também, isto: a soma, sempre crescente, das
ausências.
Nos últimos anos de vida, o Comandante João
Mano já não tinha condições para se deslocar à sua Gala natal. Então, passou a ser-me uma voz familiar ao telefone, vinda lá de Lisboa, apesar do
sofrimento que, para mim, na fase final, era falar com ele, pois apercebia-me dos
problemas respiratórios que o atormentaram na fase final e quase o impediam de ter uma conversa prolongada.
Foi
uma voz que se calou há quase dois anos, mas que, enquanto respirar,
jamais se apagará da minha memória.
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