“Há dias, numa mesa próxima, discutia-se a momentosa questão política figueirense do número de fotografias de um edil local num periódico regional. Porque parece ser esta a momentosa questão política local, vou colocá-la a nível superior – quantas vezes deve um político local aparecer fotografado na imprensa local
e regional?
Os “grandes políticos locais” – como se por cá os houvera! – logo responderão pelo maior número de vezes.
Não sendo da área, nem tenho pretensão a sê-lo, arrisco porém dizer em primeiro lugar que não desvalorizo o peso da imagem na sociedade mediática de hoje para um aspirante político.
Em segundo lugar, arrisco defender a tese de que o político deve aparecer o número de vezes suficiente para ser
visto (quem não aparece esquece!) e adequado a que dele se não fartem, se não cansem e afastem e adequado ainda a que os que o não conhecem tenham curiosidade de ler o nome e fixar o rosto.
Em terceiro lugar, arrisco ainda lembrar “aos grandes políticos locais” – como se por cá os houvera! – de que uma
coisa é a visibilidade, a fotografia repetida nos periódicos, outra bem diferente e mais importante é a notoriedade,
é o granjear do respeito e consideração.”
Joaquim Gil, advogado, hoje no jornal AS BEIRAS.
Em tempo.
Ao longo da minha existência, que já vai longa, cruzei-me com gente que me parece o exacto oposto da sua imagem pública: por exemplo, intelectuais analfabetos, queques grosseiras, devotos venais, esquerdistas e direitistas impiedosos, optimistas deprimidos, voluntaristas débeis e sisudos de opereta...
Mas tinham um jeito inato para uma coisa: a propaganda!..
Muitos, porém, verificaram com amargura, que a aposta era elevada e o risco enorme, numa Terra com um mar tão sabedor, mas com tantos jornalistas de opereta...
Até apetece citar o O´Neill ...
“País dos gigantones que passeiama importância e o papelão,
inaugurando esguichos no engonçodo gesto e do chavão.
E ainda há quem os ouça, quem os leia,
lhes agradeça a fontanária ideia"
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