quinta-feira, 26 de junho de 2014

O trabalho no capitalismo moderno

“Tarefas realizadas anteriormente por efectivos das multinacionais são hoje em dia realizadas por empresas subcontratadas que pagam salários mais baixos, oferecem menor protecção social e geram uma instabilidade laboral que pode chegar ao extremo do contrato diário.
Por vezes são os próprios ex-trabalhadores da multinacional que são subcontratados realizando exactamente o mesmo trabalho que realizavam antes, mas trabalhando mais horas e ganhando consideravelmente menos que anteriormente.
Outra habilidade é a criação de “novas empresas” que fazem parte do grupo económico da empresa mãe cujo objectivo é colocar trabalhadores a realizar o mesmo trabalho que era realizado pelos efectivos da empresa, mas dado que esta é teoricamente “outra empresa”, o regime de contratação é diferente e, obviamente, os salários e as condições de trabalho são piores.
A consequência destas práticas é que a riqueza é transferida dos trabalhadores para os accionistas e do trabalho para o capital.
O salário dos trabalhadores diminui ou cresce abaixo da inflação, enquanto os salários e prémios de alguns gestores e accionistas do nosso concelho subiram 10, 20 ou 30% nos últimos anos.”

Rui Curado da Silva, investigador, hoje no jornal AS BEIRAS

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