Ontem, terça-feira, dia 27 de maio de 2014, às 20 horas, os trabalhadores da Soporcel, em Lavos (Figueira da Foz) iniciaram uma greve de quatro dias, contra a retirada de direitos que tem caracterizado a actuação da administração. Estão em causa, além de um caderno reivindicativo, a alteração do plano do Fundo de Pensões que prejudica gravemente os trabalhadores; a redução do pagamento do trabalho suplementar e eliminação do descanso compensatório após trabalho suplementar.
As empresas privadas estão a seguir o caminho do Governo no corte de pensões da administração pública.
«Afinal, não eram só os trabalhadores da administração pública que eram privilegiados, foram usados primeiro para cortar nas pensões da administração pública e, agora, também já os privados querem cortar nos fundos de pensões dos trabalhadores do sector privado», disse Arménio Carlos aos jornalistas à margem de um plenário, na Figueira da Foz, dos trabalhadores do grupo Portucel Soporcel.
Para o líder da central sindical, a situação impõe um «alerta geral»: «Ao fim e ao cabo, estamos todos a ser vítimas de uma política que tem, necessariamente, de terminar».
Sobre o facto de cerca de 300 funcionários da Soporcel se terem sindicalizado, a primeira vez desde que a empresa iniciou, há cerca de 30 anos, a laboração nas instalações de Lavos, Figueira da Foz, Arménio Carlos referiu que «nunca é tarde para começar».
«Está aqui o exemplo de que o sindicalismo de hoje continua a ser fundamental porque ele é indissociável do funcionamento da própria democracia».
Para a história fica que os trabalhadores da papeleira Soporcel, da Figueira da Foz, iniciaram ontem às 20h00 um período de greve, pela primeira vez na história da empresa, que pode durar oito dias. A unidade industrial da Soporcel em Lavos, que integra o grupo Portucel Soporcel, segundo maior exportador nacional em 2013, entrou em funcionamento em 1984 e desde essa data não havia registo da convocação de nenhuma greve dos trabalhadores.
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