sábado, 19 de abril de 2014

"QUEM É IGUAL A QUEM? ou A RESISTÊNCIA HERÓICA DAS MULHERES DA COVA / GALA", estreou ontem à noite com casa cheia

foto Olímpio Fernandes
O texto foi  escrito nos anos setenta do século passado pelo Adelino Tavares da Silva (foi meu Amigo e um grande jornalista deste País, tendo chegado a ser Director do extinto «O Século», a seguir ao 25 de Abril de 1974. Adelino Tavares da Silva tinha raízes familiares no nosso concelho, pois o seu Pai – o Comandante Rainho – era da Gala). A solução cénica encontrada para levar pela primeira vez ao palco este inédito, de que gostei sobremaneira,  foi do Francisco Sanchez.  A meu ver, houve  apenas dois pormenores que podem ser melhorados: a Tasca do Zé Gandarês, onde o narrador, o Tzé Maia, ao estar fora do palco, ao nível da sala, não fica visível para  grande parte dos espectadores; por outro lado, numa sala cheia como felizmente aconteceu ontem, a riqueza satírica e acutilante do texto provocou, por diversas vezes, reacções de agrado e boa disposição do público, o que foi positivo, mas prejudicou a compreensão da peça, pois tornou difícil a audição de certas passagens do magnífico texto do Adelino Tavares da Silva. De registar a boa prestação dos amadores em cena, o  que certamente terá muito a ver com a exigência e o rigor do director cénico. Sem desprimor para ninguém, gostei especialmente da interpretação que a Manuela Ramos deu a uma personagem forte e cheia de força, uma autêntica Mulher da Cova Gala, como é, indiscutivelmente,  a Ana Racha.
Muita gente pensa que o teatro é uma arte inacessível ao nosso depauperado bolso, ainda para mais neste difícil tempo de crise que atravessamos. Só que nem sempre é verdade. Para alegria de quem não possui bolso recheado e gosta de teatro, existem bons espectáculos, como o que foi levado à cena ontem à noite no Clube Mocidade Covense, que por dois ou três euros podem ser vistos.
"QUEM É IGUAL A QUEM? ou A RESISTÊNCIA HERÓICA DAS MULHERES DA COVA / GALA", é um espectáculo interessante e arrebatador, que fala de nós e dos nossos antepassados covagalenses,  que nos surpreende e  prende pela simplicidade de um texto escrito com a qualidade só ao alcance de um talento literário como o de Adelino Tavares da Silva, que consegue alcançar, como ontem aconteceu, os corações e a alma da plateia. Faz-nos pensar e reflectir, mas também nos faz rir e divertir. Numa palavra provoca-nos emoções. A não perder.
  
Ficha Técnica.
Actores:  Ana Margarida, Beatriz   Duarte, Dina Pimentel, Francisco Sanchez, João Pita, Lurdes Sardo,  Manuela Ramos, Maria Luísa, Rosa Estrela , Leonor,  Alexandra, Ana Sofia e Mariana.
Sonoplastia: José Vidal, João Pita e Adelaide Sofia.
Cenário: João Pita e Susana Brás.
Música: José Castro. Letra da Canção: João Pita.
Encenador: Francisco Sanchez.

1 comentário:

  1. Caro amigo sei que este não é o local ideal para comentar mas quem sabe isto nao lhe prporcionará um post .Nãoao posso deixar de lamentar que a naval 1º de maio organize um torneio da páscoa de infantis sub treze e não convide equipas do concelho mais uma falta de respeito principalmente por quem emprestou o campo enquanto nao havia sintetico.

    ResponderEliminar

Neste blogue todos podem comentar...
Se possível, argumente e pense. Não se limite a mandar bocas.
O OUTRA MARGEM existe para o servir caro leitor.
No entanto, como há quem aqui venha apenas para tentar criar confusão, os comentários estão sujeitos a moderação, o que não significa estarem sujeitos à concordância do autor deste OUTRA MARGEM.
Obrigado pela sua colaboração.