Escrever com autencidade sobre uma terra e os seus
habitantes, não é apenas dizer "coisas bonitas e agradáveis”.
É também revelar matéria desagradável e sombras. É também falar das
contradições das pessoas e das sociedades. É também focar atitudes e nomear gestos que podem estragar a
fotografia a alguém.
Quem só escreve o bonitinho - no romance, na poesia, no
ensaio, na crónica, no blogue, no facebook - está a desrespeitar a vida e
aquilo que merece consagrar: o caos de existir.
A capacidade que cada um tem de se superar num gesto e de se
despenhar no gesto seguinte. De gostar e de não cumprimentar o vizinho. Desde os
gregos que é assim. A maior armadilha da vida e da arte acontece quando quer
ser uma forma de dourar a pílula.
O escritor não é o turista. A literatura nunca foi mandar postais. Eça, por exemplo, nunca mandou as nódoas para
debaixo do tapete.
O artista inofensivo tem sempre votos de louvor da câmara
municipal ou da junta de freguesia. Esse, nunca foi o meu objetivo...
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