O documento dos gabinetes dos secretários de Estado Adjunto
e do Orçamento e do Ambiente alude à necessidade da empreitada para
reabilitação de esporões e outras estruturas das praias da Cova-Gala, Lavos e
Leirosa e cordão dunar entre a Leirosa e ribeira do Estremal.
"As obras em causa são vitais para as três povoações em
referência face ao alto grau de vulnerabilidade e elevado risco a que se
encontram expostas", lê-se na portaria.
No entanto, de acordo com documentos a que a agência Lusa
teve acesso, a empreitada em causa - reabilitação de sete esporões, três
estruturas longitudinais aderentes na Cova-Gala, Lavos e Leirosa e o cordão
dunar entre a Leirosa e a ribeira do Estremal numa extensão aproximada de 1.300
metros - chegou a ser alvo de um concurso público, em outubro de 2012, no valor
de 2,65 milhões de euros, sem IVA.
De acordo com os termos do concurso público, a empreitada,
que não chegou a concretizar-se, teria um prazo de execução de nove meses.
Os temporais das últimas semanas provocaram estragos nas
referidas praias devido ao avanço do mar. Na segunda-feira, na Leirosa, na zona
da foz da Ribeira do Estremal, o mar entrou pelo curso de água e ameaçou
quintais agrícolas e anexos com animais ali existentes.
Já em 2008, foram retirados daquela zona cerca de 8.500
metros cúbicos de areia, para utilização numa obra, a sul da Leirosa, de
protecção do emissário submarino da celulose Celbi. A duna artificial, então
construída com recurso a uma técnica que envolve telas de tecido, foi
praticamente toda destruída pelo mar, em janeiro.
Contudo, há quem tenha a opinião que "vai ficar tudo na mesma, as empresas de construção civil agradecem e os contribuintes pagam a factura do mau planeamento e de decisões erradas."
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