Sábado passado uma mulher tentou suicidar-se na Ponte 25 de Abril. Parou o carro, pôs os 4 piscas, deixou um papel a despedir-se dentro do carro e saiu para ir saltar da ponte abaixo. Depois de muitos, de muitos carros não pararem, alguém parou, e quase depois disso também um segundo carro, com um GNR lá dentro, que conseguiu impedir o salto enquanto uma pessoa do primeiro carro que parou pedia à mulher suicida que lhe desse um abraço.
Mas nas notícias nem pevas, nem desta história nem de todas as outras que têm vindo a acontecer diariamente – gente a perder o amor à vida, naquela que ficará para a memória recente da sociedade portuguesa como um dos períodos mais absurdamente difíceis de sempre. Mas nas notícias nada, jornalismo nenhum que mostre o que está verdadeiramente a acontecer, que diga que há corpos de pessoas que todos os dias dão à costa nas margens do Tejo, que diga que há muitas pessoas que se matam porque não conseguem viver sem trabalho, com dívidas, e sem esperança alguma de que algo mude no tempo útil das suas vidas breves – enquanto Pedro Passos Coelho e Paulo Portas constroem (pela destruição das vidas da maioria esmagadora dos vivos, incluída uma classe média patrimonial tão recente em Portugal) um país para pessoas que ainda não nasceram.
ResponderEliminarSerá que queria mesmo suicidar-se ?
Passaram tantos carros e para isso passam alguns minutos, o suficiente para se atirar ao rio, se deu tempo para tudo isso acontecer, deveria era estar a meditar e a apreciar a paisagem ou quem sabe a pedir a atenção que talvez não tenha ou ainda para chamar a atenção sobre a sua pessoa, só ela saberá mas que não devia estar com vontade de dar o salto isso é evidente.