“Faz agora seis anos, um deputado do PSD reuniu-se, a seu
pedido, com o presidente da Administração Regional de Saúde do Norte (ARSN).O
motivo do encontro não se prendia com as suas funções parlamentares, nem com o
funcionamento do Serviço Nacional de Saúde (SNS) na região. Antes pelo
contrário. Tratava-se de fazer o ponto de situação do processo de instalação de
um hospital privado.
Mas na verdade esse também não foi o tema central da
conversa. O deputado tratou, sobretudo, de denunciar um alegado caso de corrupção
que envolveria dois funcionários da ARSN. Com ele encontrava-se alguém que, em
reuniões anteriores, apresentara como seu amigo e que era o rosto da empresa
proprietária do hospital que esperava licença para abrir.
Surpreendentemente, esse amigo era um dos alegados
corruptores dos funcionários denunciados. E o deputado queixava-se de que ele
passara a ser prejudicado pelos corruptos, porque deixara de os corromper dois
anos antes.
A aparente incongruência da iniciativa podia, porém, ter uma
explicação e um objectivo estratégico: estreitar laços com a direcção da ARSN,
através da denúncia, e facilitar o licenciamento do hospital, que acabara de
ser formalmente requerido.Os nomes
O amigo do deputado chama-se Joaquim Ribeiro Teixeira e
era — e continua a ser — o administrador
único da empresa proprietária do Hospital de S. Martinho (HSM), em Valongo,
perto do Porto. Devido aos factos denunciados ao presidente da ARSN foi ele
próprio pronunciado por corrupção activa este Verão, por um juiz de instrução
criminal, aguardando a marcação do julgamento, conforme o PÚBLICO noticiou em
Agosto.
O deputado chama-se Agostinho Branquinho e é, desde Julho,
secretário de Estado da Segurança Social.
O HSM pertence a uma sociedade anónima — a PMV, cujos donos
são desconhecidos — e foi oficialmente inaugurado em Maio de 2008." (José António
Cerejo. AQUI.)
Aqui há um tempo, dizia alguém, que se vai ao site e que se vê uma série coisas mas que não se consegue perceber o que é que é...
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