O projecto do Engenheiro Hidrógrafo Com. Antonio Arthur
Baldaque da Silva para a construção do "Porto Oceânico-Comercial do Cabo
Mondego" (1913), o porto de águas profundas, no Centro de Portugal
(Buarcos - Figueira da Foz), destinado a servir todas as regiões do
Centro-Norte de Portugal e até mesmo Castilla-León, projecto esse aprovado no tempo da I República
Portuguesa, mas que, depois, nunca foi construído e que, com o tempo, veio a
ser substituído pelos projectos de outros portos principais (Leixões, e Sines)
e de outros portos regionais (Aveiro, Viana) que, ao longo do século XX, vieram
a ser construídos no litoral ocidental de Portugal, foi recordado no passado
dia 17 do corrente, no decorrer da Conferência “Apoio
Oceanográfico à Segurança Marítima na Figueira da Foz”, que se realizou no Centro de Artes e
Espectáculos da Figueira da Foz.
A propósito, recorde-se um texto do Capitão João PereiraMano, (autor de
"Terras do Mar Salgado: São Julião da Figueira da Foz…" [1997], Associado Honorário do CEMAR-Centro de Estudos do Mar [2008], e Medalha de Ouro de Mérito, a título póstumo [2012], da cidade da Figueira da Foz), acerca do Com. Antonio Arthur Baldaque da Silva e acerca do seu projecto de porto oceânico de águas profundas a construir no Cabo Mondego (Buarcos):
"Terras do Mar Salgado: São Julião da Figueira da Foz…" [1997], Associado Honorário do CEMAR-Centro de Estudos do Mar [2008], e Medalha de Ouro de Mérito, a título póstumo [2012], da cidade da Figueira da Foz), acerca do Com. Antonio Arthur Baldaque da Silva e acerca do seu projecto de porto oceânico de águas profundas a construir no Cabo Mondego (Buarcos):
(…) Autor de diversos projectos de portos portugueses, e
mesmo estrangeiros, o engenheiro Baldaque da Silva — filho do engenheiro Silva
que em 1859 conseguiu restabelecer a barra da Figueira ao Norte, depois de ter
construído o dique ou paredão do Cabedelo —
foi o autor do projecto do “Porto oceânico-comercial do Cabo Mondego”
que, além do molhe de abrigo — agora muito bem lembrado na imprensa pelo
figueirense Bruno de Sousa — delineava uma doca comercial de 52 hectares
de área, só aberta nos 150 metros da sua entrada, limitada a Oeste pela parte
do molhe que termina nos Formigais, e concluía por uma portentosa rede de
canais a
ligar o novo porto a Aveiro, Leiria e Coimbra — já não falando em estruturas diversas, como sejam diques, doca de pesca e o respectivo cais. Na altura, e ainda anos depois, os jornais da Figueira bateram-se pela execução deste, ou de parte deste projecto, tendo mesmo “A Voz da Justiça” começado a publicar o trabalho deste denodado engenheiro hidrógrafo, a partir do nº 1136, de 21 de Out. de 1913. Mas, como é óbvio, nada conseguiram. Porém, se a Figueira quiser ter um PORTO só ali o terá. Como a Cidade Invicta teve o seu em Leixões. E, no Cabo Mondego, há ou havia, para tal, condições muito mais propícias do que aquelas que a foz do rio Leça ofereceu. (…)
ligar o novo porto a Aveiro, Leiria e Coimbra — já não falando em estruturas diversas, como sejam diques, doca de pesca e o respectivo cais. Na altura, e ainda anos depois, os jornais da Figueira bateram-se pela execução deste, ou de parte deste projecto, tendo mesmo “A Voz da Justiça” começado a publicar o trabalho deste denodado engenheiro hidrógrafo, a partir do nº 1136, de 21 de Out. de 1913. Mas, como é óbvio, nada conseguiram. Porém, se a Figueira quiser ter um PORTO só ali o terá. Como a Cidade Invicta teve o seu em Leixões. E, no Cabo Mondego, há ou havia, para tal, condições muito mais propícias do que aquelas que a foz do rio Leça ofereceu. (…)
(in MANO, João Pereira, Terras do Mar Salgado: São Julião da
Figueira da Foz, São Pedro da Cova-Gala, Buarcos, Costa de Lavos e Leirosa,
Figueira da Foz: Centro de Estudos do Mar, 1997, pp. 321-322.
João Pereira Mano, nasceu na Gala, então freguesia de Lavos, concelho da Figueira da Foz, em 2 de Setembro de 1914. Faleceu em Lisboa, em 8 de Agosto de 2012.)
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