segunda-feira, 20 de maio de 2013

Assim vale a pena…

45 anos, 11 de deputado e tem direito a pensão vitalícia…
Reparem no ar exausto que o jovem apresenta:
foram 11 anos dedicados à causa pública!
Dos três parlamentares a quem foram atribuídas subvenções vitalícias, Melchior Moreira é o mais jovem: eleito deputado em 1991 pelo distrito de Viseu, o social-democrata, que esteve no Parlamento na VI, VIII, IX e X legislaturas, pediu a pensão vitalícia em 19 de Janeiro deste ano: tinha 45 ano. Foi nessa data que renunciou ao Parlamento para ser presidente da Entidade da Região de Turismo do Porto e Norte.
Melchior Moreira não está minimamente incomodado por ter pedido a subvenção vitalícia com apenas 45 anos. Ao CM, o antigo deputado do PSD, pelo círculo eleitoral de Viseu, foi categórico: “Não me incomoda de maneira nenhuma, é um direito que tenho e que me assiste em função do tempo que dediquei à causa pública”.

1 comentário:

  1. "Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta.



    Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira a falsificação, violência ao roubo, donde provem que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis.



    Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este,finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do País. [.] A justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas; Dois partidos [.] sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes, [.] vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se malgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar."





    Guerra Junqueiro, "Pátria", 1896.







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