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A Figueira, em 2013, tem muitos problemas.
Contudo, o primeiro e mais importante problema vem de trás, principalmente,
a partir de 1997, quando Santana Lopes ganhou as autárquicas desse ano.
Desde aí, “habituámo-nos
a viver acima das nossas capacidades”.
Uma autarquia é como
uma família: obtém dinheiro (receitas) e
com esse dinheiro compra coisas e presta serviços (despesas).
Se a autarquia gasta
mais do que o dinheiro que obtém, está a
“viver acima das suas possibilidades”.
Foi assim na Figueira entre 1993 e 2009. Daí, termos chegado
aos tais cerca de 100 milhões de euros de défice.
O actual executivo, desde que tomou posse, procurou inverter a tendência que vinha dos anteriores
3 mandatos autárquicos…
Diga-se, porém, que com alguns erros de percurso, a meu ver, principalmente,
em algumas opções na maneira como foi gasto o pouco dinheiro
disponível.
Quanto à dívida herdada, a Câmara da Figueira é como
qualquer empresa: quanto mais capital tiver disponível, mais aumenta a sua
capacidade competitiva. Todas as empresas dependem de capitais alheios no
montante máximo que as suas receitas suportam. Se não procederem assim, não
maximizam a sua capacidade competitiva e acabam “engolidas” pela concorrência.
O que torna a dívida pública “excessiva”, é a receita que a Câmara da Figueira consegue
(que corresponde à facturação de uma empresa) e a capacidade negocial para obter financiamento a juros mais ou menos favoráveis.
Como se verifica, pelo que actualmente se passa com a gestão
realizada pelo governo de Portugal, também na Figueira, gerir as finanças, com o único objetivo de redução da dívida, está a ser um erro.
Só existe
desenvolvimento com uma dívida pública baixa, onde há importantes recursos naturais. Reduzir
a dívida pública, custe o que custar, é
estrangular o desenvolvimento .
Aliás, acontece o mesmo, em qualquer empresa, no mundo competitivo em que estamos inseridos.
Claro que interessa
como foi aplicado o dinheiro que se pediu emprestado. Aliás, esse, a meu ver, de 1997 até 2009, é que foi o cerne da
questão na Figueira.
Mas, como sabemos, uma Câmara, tal como um País, uma empresa, ou uma família, podem ser bem ou mal geridos...
Homem da política, homem da vitória, Pedro Santana Lopes
assumiu em 1997 um novo desafio: gerir à sua maneira, durante 4 anos, o cargo de Presidente da Câmara da Figueira da
Foz.
Depois de 4 anos, quis deixar a ideia que tinha virado o nosso concelho do avesso. Vejamos a imagem que “passou” à posteriori, com bons
resultados, diga-se.
“O ensino ganhou mais qualidade. Novas escolas e salas de
aula construídas e recuperadas. O trânsito ganhou mais segurança. Estradas
asfaltadas, ruas pavimentadas, iluminadas e urbanizadas, novas avenidas,
ciclovias, sinalização e ordenamento. Mais opções de moradia. Novos fogos
construídos. Mais qualidade de vida. Sistemas de saneamento urbano, redes de
água. A cidade ficou mais bonita. Ruas e praças urbanizadas. Novos jardins. A
cidade ganha mais empregos. Infra-estrutura para a instalação de empresas. Um
concelho industrial moderno e equipado. Um turismo com novo encanto: a cidade
voltou a ficar na moda com a promoção de eventos desportivos e culturais,
espectáculos de música, dança, teatro, concursos artísticos e animação nas
praças, praias e jardins. O património público foi preservado e ampliado com
projectos de revitalização e valorização, além de novas aquisições. Com Pedro
Santana Lopes na Presidência da Câmara, o figueirense voltou a ter orgulho de
sua cidade, que se transformou num exemplo de administração para os municípios
vizinhos. Uma administração de fazer inveja.”
Enfim, a propaganda conseguiu fazer passar a ideia (que certos círculos políticos
figueirenses, nomeadamente os que apoiam e patrocinam a actual candidatura do
vereador e indefectível santanista Miguel
Almeida, ainda nos querem fazer acreditar sem discussão possível, para rentabilização a curto prazo…) de que
Santana Lopes, foi o melhor presidente de Câmara que a Figueira algum dia teve,
porque “fez uma administração invejável na nossa cidade”.
Para mim, essa nunca foi a realidade dos 4 anos de mandato de Santana Lopes na
Figueira, mas cada um é livre de acreditar no “pai natal” que quiser e decidir em conformidade…
Somos todos Figueira!
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