Resumindo. Passos Coelho não vai atirar a toalha ao chão. E quer
que os outros agentes políticos o acompanhem…
Não apenas os partidos do tradicional "arco da governação" (PSD, PS e
CDS), mas também o presidente da República, implicitamente convocado a
envolver-se no tal "compromisso
duradouro"…
Ora bem, isto tem um nome: chama-se fuga para a frente…
Sendo assim, dado que é uma situação de “emergência nacional”,
deve estar na hora de incluir na lista dos partidos do “arco do poder” o PPM…
Ou será que já está na hora de incluir, também, o PNR?
Em tempo.
Portugal, em princípio, parece ter-se visto livre
de Relvas.
Contudo, sobraram ainda
muitos...
Todos os que passaram pelas
jotas, concelhias e distritais do PS e do PSD nos últimos 30 anos.
No País, por exemplo Passos e Seguro…
Na Figueira, por exemplo o dr. Miguel e Portugal…
Se assim acontecesse, então, talvez, um dia, voltássemos a ter um país e uma cidade.
Gostei ontem do discurso de Passos Coelho. No entanto, teve vários problemas. Se no início do discurso esteve muito bem ao explicar como a acção do governo ficou limitada pela decisão do Tribunal Constitucional, ao fim de 2 ou 3 minutos, esperava-se que a lamúria acabasse. Foi lamúria sobre lamúria até ao fim. Tanta acrimónia foi excessiva. Quem passa a vida a dizer que os portugueses têm de enfrentar as dificuldades de frente, que não devem ser piegas, que devem ver o desemprego como uma oportunidade, bem que pode aplicar a mesma receita a si próprio, transformando o acórdão do TC numa oportunidade.
ResponderEliminarEm primeiro lugar, estando este governo a meio do mandato (e com maioria absoluta), começa a ser um pouco absurdo esta coisa de apenas conseguir reduzir a despesa (e aumentar a receita) à custa de medidas temporárias e extraordinárias. Este acórdão dá ao governo a oportunidade de dar um passo em frente.
Segundo, numa negociação entre devedor e credores, a única arma negocial do devedor é, precisamente, a possibilidade de não pagar. É triste, mas é assim mesmo. Uma decisão destas dá força negocial ao governo para exigir melhores condições. Se as consegue ou não, depende da sua habilidade. Ora o discurso de ontem foi a antítese disso. Transformou uma oportunidade num castigo. Pareceu quase um convite à tróica para que nos punisse por sermos tão pobre e mal-agradecidos. Já não estamos nos tempo de Egas Moniz, que foi com a corda ao pescoço oferecer a sua vida e a dos seus ao rei de Leão e Castela.
Fiquei sem perceber uma coisa. Muita gente estava à espera que fosse anunciado que o Estado estava sem liquidez e que, portanto, os subsídios de férias seriam parcial ou totalmente pagos em Obrigações do Tesouro, Certificados de Aforro ou algo do género. Adicionalmente esperava-se que aumentasse algum imposto — por exemplo a sobretaxa de IRS passar de 3,5 para 5 ou 6%. Ora, nada disto foi anunciado. Pelo contrário, o que foi dito é que o cheque da tróica dependia destas medidas agora chumbadas pelo que nos arriscávamos a nem esse cheque receber dentro de uma semana. Se nada disto é necessário para atingir as metas, para que é que andaram a cortar salários e pensões? Para se divertirem?