domingo, 10 de março de 2013

FAÇAM FORÇA


O grande problema chama-se PSD, um depósito de gente moralmente atrasada que confunde estratégia com motivação. Há naquele partido, como de resto na boa parte do país que o inchou, a convicção parola de que “se fizermos muita força”, “vamos conseguir”. Os equilíbrios complexos de que depende o futuro de Portugal são assim enfrentados como se o mal do país fosse uma prisão de ventre.

“Se fizermos muita força”, vamos “trabalhar mais”. “Se fizerem muita força”, os meninos “vencerão o facilitismo” e educar-se-ão sozinhos. Se os desempregados “fizerem muita força” irão encontrar “lá fora” o posto que “merecem”. “Se fizermos muita força” esqueceremos as canalhices do Relvas, a imbecilidade quase tocante do primeiro-ministro, os assessores de vinte e dois anos da “jota” pagos a quatro mil euros por cabeça, os sonsos que são contratados para vigiar e comentar na blogosfera tipos como eu, os impropérios das cilinhas da “caridade” e os redondismos dos doutores do Porto que pregam a “contenção” enquanto “apoiam” o Luís Filipe Menezes.

Se fizermos “muita força” pagaremos mais impostos com alacridade para que um bando de filhos da puta nos aponte o dedo no final do dia e “denuncie” os nossos hábitos de consumo, o nosso sarcasmo, as nossas viagens e os pequenos prazeres que ainda nos restam para tentarmos esquecer que esses filhos da puta existem.

Sim, façam força. Porque nunca uma gosma tão refinadamente nojenta, uma merda tão difícil de extrair mandou em Portugal.

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