sábado, 17 de novembro de 2012

Vivemos um tempo triste… Sobretudo, por estarem a pôr em causa um País que tanto prometia...


Houve um tempo, não foi há muito, em que a maioria dos portugueses nem sabia como se lavavam os dentes e só alguns o poderiam fazer com a torneira a correr. Os outros tinham que ir à fonte buscar água.
Nunca conheci ninguém que comesse bifes todos os dias. O que eu conheci, desde pequenino, foi gente de barriga cheia que se escandalizava se um pobre a queria encher. Mas isso, do mal o menos. Porém, se, além do bife, os pobres quiserem carro e casa, então há que fazer qualquer coisa e ainda bem que o governo não dorme.
Durante algum tempo, enquanto os ricos punham o dinheiro a salvo nos offshore, os pobres compravam casas e carros a crédito, e ainda dava para a picanha pois, ao contrário do que se diz na televisão, o bife nunca chegou a todos. Mesmo assim, dizia-se que a pobreza ia acabar. Felizmente  as pessoas de bom senso, (ricos, pois claro), conseguiram evitar tal tragédia e a tendência já se inverteu: agora há pobres em cada esquina - e são cada vez mais.
Mas dá um grande trabalho convencê-los de que não podem ter tudo, senão deixavam de ser pobres. E que seria dos ricos se não houvesse pobres? A quem dariam esmolas, e para quem fariam peditórios?
Um rico não é rico se não tiver a sua reserva de pobrezinhos a quem nunca falta nada para continuar a ser pobre. Se algum se queixa, há sempre uma palavra amiga: ai aguenta, aguenta…

Sem comentários:

Enviar um comentário

Neste blogue todos podem comentar...
Se possível, argumente e pense. Não se limite a mandar bocas.
O OUTRA MARGEM existe para o servir caro leitor.
No entanto, como há quem aqui venha apenas para tentar criar confusão, os comentários estão sujeitos a moderação, o que não significa estarem sujeitos à concordância do autor deste OUTRA MARGEM.
Obrigado pela sua colaboração.