domingo, 11 de novembro de 2012

Passo a passo, caminhamos para a fundação do Estado esmolar...

Quando entro num supermercado e me deparo com mais uma das promoções do Banco Alimentar Contra a Fome de Isabel Jonet – aproximamo-nos de mais uma – sou possuído por um duplo sentimento de revolta e desconforto porque há quem precise de mendigar para sobreviver.
Depois, à medida que vou fazendo as compras, começo a pensar nos milhões extra que o Belmiro e o Soares dos Santos irão acumular nesse dia, sem encargos suplementares nem promoções. E nos milhões que o IVA da caridade – porque ao contrário do que se pensa esta caridade paga imposto e não dá lugar a quaisquer deduções – irá deixar nos cofres do Estado. Esse mesmo Estado que corta os ordenados, aumenta os impostos e diminui ou retira os subsídios e as pensões. Os mesmos milhões que se multiplicam com as Popotas e as Leopoldinas e mais quejandos que na época do Natal, como a que atravessamos, nos inundam de gigantescas promoções instigando ao consumo supérfluo em nome da exploração sem limites do sentimento de solidariedade que domina a época natalícia. No fim, a troco de uns tostões de solidariedade, ficarão os cofres do Estado e dos Belmiros e Cia cheios de milhões.
Passo a Passo, Passos Coelho caminha para a fundação do seu Estado esmolar. Para já, vai semeando a fome. Depois, proclamará que é Natal todos os dias. (Via abrasivo).

Em tempo.
"Para quem tem uma boa posição social, falar de comida é coisa baixa. É compreensível: eles já comeram."
Bertolt Brecht, há 70 anos...

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