foto sacada daqui |
Está algo cinzenta, hermética e de braços caídos.
Descendo às ruas, verificamos que as pessoas estão cansadas. Sem fé. E sem esperança.
Já não acreditam em nada nem em ninguém.
Já vivemos dias mais felizes.
Não reivindicámos, talvez acreditando que o pouco é melhor que nada.
Se calhar, é verdade…
Resta, a alguns, a
vida e a integridade, que muitas vezes nos quiseram roubar.
A vida e a integridade,
a par da alma, são os únicos
valores verdadeiramente nossos.
Mas a Aldeia tem problemas colectivos. E muitos!..
Talvez o principal, o mais importante e, porventura, o decisivo, foi termos deixado transformar aquilo que poderia ser uma virtude privada - a fidelidade, num critério de organização social da vivência quotidiana da Aldeia. Nunca se pode confundir a lealdade - que é uma virtude pública, com a fidelidade - uma virtude privada que se transforma num vício quando aplicada no domínio público.
E, isso, tem vindo a acontecer na Aldeia desde 1994...
A lealdade admite a discordância e promove o mérito.
A fidelidade impõe a subserviência e promove a mediocridade.
Esse tem sido, a meu ver, o maior problema da Aldeia...
Por isso, chegámos onde estamos!..
Em tempo.
Mas, reparo agora...
O que importa é que é quase Verão, dias lindos e compridos, com tempo para ler, escrever, conversar, estar disponível para passeios ao ar livre...
Estar como estou, aqui, longe da Aldeia, a aproveitar umas horas de folga, numa esplanada, a apanhar sol, a olhar pessoas que não me conhecem de lado nenhum, que não fazem a menor ideia do que eu estou para aqui a pensar e a escrever!
É que nós vivemos muito para além daquilo que os outros pensam e dizem sobre nós...
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