É a medo que escrevo. A medo penso,
A medo sofro e empreendo e
calo.
A medo peso os termos quando
falo.
A medo me renego, me convenço.
A medo amo. A medo me pertenço.
A medo repouso no intervalo
De outros medos. A medo é que
resvalo
O corpo escrutador, inquieto,
tenso.
A medo durmo. A medo acordo. A
medo
Invento. A medo passo, a medo
fico.
A medo meço o pobre, meço o
rico.
A medo guardo confissão,
segredo,
Dúvida, fé. A medo. A medo
tudo.
Que já me querem cego, surdo e
mudo.
Este é um momento de ter medo.
Medo de perder o emprego, medo de não ter dinheiro para as despesas, medo do
presente e medo do futuro.
O medo, muitas vezes,
é apenas o obstáculo imaginário que nos impede de fazer o que tem de ser feito.
As ameaças são muitas.
Mas temos de continuar a resistir!
Este é um momento de ter medo.
Mas, este momento é, também, um momento de não ter medo de enfrentar o medo.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Neste blogue todos podem comentar...
Se possível, argumente e pense. Não se limite a mandar bocas.
O OUTRA MARGEM existe para o servir caro leitor.
No entanto, como há quem aqui venha apenas para tentar criar confusão, os comentários estão sujeitos a moderação, o que não significa estarem sujeitos à concordância do autor deste OUTRA MARGEM.
Obrigado pela sua colaboração.