Ao que parece o PSD terá reunido o seu congresso este fim-de-semana, como há meses deixei de perder tempo com estações de televisão de aldrabões dei pelo acontecimento através dos jornais online. Não reparei em que localidade ocorreu, deve ter sido nalgum território libertado do PSD, nem parece que terão sido discutidos grandes assuntos.
Deu para perceber que agora os congressos do PSD votam duas vezes a mesma coisa, votam uma vez sem saberem no que estão a votar e voltam a votar se o líder não gostou do resultado da votação e decidir explicar aos congressistas que votaram por engano. Isto significa um grande progresso na organização dos congressos partidários, o pessoal já não precisa de ler documentos, participar em debates e enquanto a proposta está a ser apresentada podem muito bem ir beber uma bica e aproveitar a presença do ministro para meter a cunha, em caso de engano colectivo votam outra vez onde o líder mandar.
Também percebi que o foi o primeiro congresso a contar com animação, parece que Passos Coelho percebeu que ter um Álvaro sem nada que fazer é um perigo para o país, como o homem deixou de ter pastas governamentais parece que está a fazer de bobo da corte, cabendo-lhe o papel de animar as hostes do PSD atacando a oposição. Confesso que o ministro despastado não me anima, tem o ar de idiota que faria dele um humorista bem-sucedido, mas falta-lhe algo necessário ao sucesso de um humorista, a inteligência. O homem é um paquiderme. Esperemos que no próximo congresso em vez de uma alvarice arranjem umas cheerleaders jeitosas para agitarem pompons cor de laranja sempre que o líder faz uma pausa no discurso.
Fiquei um pouco preocupado quando ouvi o líder do PSD dizer que se ia atirar aos interesses instalados, sugerindo que ia capar o Mexia. Há uns tempos justificou a privatização da EDP com a necessidade de democratizar a economia e o resultado foi entregar a gestão da empesa a um quarto secretário do Partido Comunista da República Popular da China. Depois de um secretário de Estado demitido e de um ministro da Economia promovido a cheerleader dos congressos do PSD se o Passos Coelho decide atacar os interesses instalados da EDP ainda a administração da empresa é alargada para integrar o Marques Mendes e o corajoso Álvaro arrisca-se a ter vindo do Canadá para acabar como porteiro do Palácio Nacional da Ajuda.
Este congresso do PSD, à semelhança dos últimos congressos do PS, PCP e BE, foi mais um importante contributo para o debate dos problemas nacionais, um sinal de vitalidade dos nossos partidos e de qualidade dos seus dirigentes.
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