foto Pedro Agostinho Cruz |
De acordo com o investigador, o ritmo de crescimento do areal da Figueira da Foz é, actualmente, superior ao verificado aquando da construção original do molhe norte, nos anos 60 do século passado. A praia, explicou, cresceu cerca de 440 metros até à década de 1980 e, a partir daí, nos últimos 30 anos, a acumulação de sedimentos reduziu de intensidade e praticamente estabilizou. No entanto, com a obra de prolongamento do molhe - concluída no verão de 2010 -, o areal voltou a crescer e, actualmente, apresenta 580 metros de largura máxima entre a marginal e a orla marítima, segundo as medições feitas por José André.
Este geógrafo recordou que, por ocasião da obra, o período estimado de crescimento do areal foi estabelecido em 12 anos. Segundo os dados de que dispõe, e a manterem-se os valores observados, o prolongamento da praia vai ocorrer "apenas em seis, sete anos, até que as areias contornem o molhe", disse.
O crescimento da praia em largura representa ainda, segundo o geógrafo, uma acumulação anual de 290 mil metros cúbicos de areia na faixa estudada, o equivalente a 290 mil toneladas.
Se a norte do Mondego a areia acumula, a erosão cresce nas praias a sul.
Na Leirosa, no extremo do concelho da Figueira da Foz, as autoridades construíram, no final de 2011, uma duna artificial para proteger um bairro habitacional do avanço do mar, com areia retirada a norte de um pequeno esporão ali existente, procedimento que merece críticas do investigador. "Interrompeu-se a alimentação a sul. Nunca era de tirarem a areia a norte do esporão, porque ela estava já a passar naturalmente para sul, tinham era de se ir buscá-la onde ela se acumula e não faz falta, na praia a norte do rio Mondego", argumentou.
Embora admita que os efeitos da obra do molhe norte se verifiquem até à praia da Osso da Baleia (Pombal), a erosão também afecta as praias de Vieira de Leiria e São Pedro de Muel.
"Em São Pedro, este verão, as pessoas ficavam sentadas em cima das rochas porque não havia areia. E a praia da Vieira também está numa situação de perigo. Formou-se um degrau erosivo por défice de areia com três, quatro metros [de altura] no final do verão", indicou.
Sacado daqui
Em tempo.
Mais uma vez, deixo a pergunta que ando há anos a fazer publicamente neste blog: será que alguém sabe, porque estudou, as REPERCUSSÕES QUE MAIS 400 METROS NO MOLHE NORTE terão na zona costeira na margem a sul do Mondego?
Pergunto: Foi realizado o estudo do impacto ambiental da obra de prolongamento do molhe? Se foi, os dados inerentes à formulação de tal projeto eram atuais no contexto de uma obra deste vulto? Levaram em conta o arrasto de sedimentos e a teoria ondulatória(a propagação de perturbações nos meios contínuos)no projeto? Teve participação da sociedade civil com audiências públicas para se apresentar a melhor solução encontrada e se foram postuladas medidas mitigadoras para a magnitude dos impactos da obra? Pergunto isso, pois aquém-mar casas se vão por falta de um estudo técnico na fase de projeto.
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