Ontem,
“milhares de pessoas juntaram-se aos pescadores sobreviventes, aos familiares e ao Arcebispo primaz de Braga, numa procissão e missa celebrada na Igreja de Caxinas.”
Para mim
que sou bisneto, neto e filho de pescadores, ainda bem que existe Deus para acudir aos homens do mar.
Na comunicação social, que eu tivesse visto, nem uma palavra sobre os cortes governamentais que permitiram que, em pleno séc. XXI, seis homens andassem quase três dias à deriva no mar, a poucas milhas da costa, por não terem à disposição da sua sobrevivência um sistema que os localizasse, nem sobre a feliz coincidência que os salvou - um helicóptero que os sobrevoou por acaso...
Felizmente que o destino foi contrariado, pois o final feliz com que todos nos regozijamos, tinha quase tudo a favor para assim não ter acontecido.
E no rescaldo deste caso feliz o que vericamos?..
Os órgãos de informação continuam a focar o entretenimento à informação.
O que sobrou de tanto aparato mediático, foi que seis pescadores que andaram 57 horas à deriva, foram salvos por uma mais do que evidente benevolência divina.
Neste Portugal europeu, no ano da graça de 2011, Deus continua a ter de asumir as funções e as responsabilidades que deveriam ser do Estado.
Ainda bem que para os pescadores, Homens de Fé, existe Deus, pois o Estado, ao que parece, existe, mas pouco…
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