António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
José António Gaspar: “somos cidadãos de segunda”….
Não estranho, pois, que José António Gaspar, presidente da Junta de Borda do Campo, Figueira da Foz, tenha tido, ontem, o seguinte desabafo, publicado hoje nas BEIRAS: “somos cidadãos de segunda”.
Ao que presumo, José António Gaspar, foi eleito em 2009 pelo PS, depois de durante vários anos - creio que de 1997 a 2009 - ter sido presidente de junta, concorrendo em listas do PSD.
Como este desabafo deve ter sido feito depois de descobrir, por fim, quem somos, fica a pergunta...
Afinal, senhor presidente da Junta de Borda do Campo, dado o seu percurso politico, permita-me: contra quem somos? Contra quem nos queixamos? Contra quê, em concreto?..
Há uma dúvida que há-de morrer comigo: porque razão, durante o dia, todos se apresentam tão empenhados e seguros nas suas próprias vidas e, à noite, as oferecem aos braços da primeira pessoa que os possa salvar?..
Será porque, uns mais, outros menos, todos acabamos por ter medo do escuro?..
1 comentário:
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Obrigado pela sua colaboração.
Pode ser que sim que grande parte de nós tenha realmente medo do escuro mas depois de trinta e sete anos em democracia só mesmo os mais oportunistas e os mais cobardes continuarão a ter medo do escuro!
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