"A vida é repleta de perplexidades.
Estão todos inocentes. Godinhos, Varas e Penedos. Até o Contradanças (quem é este pentelho?).
O sr. Godinho das sucatas está inocente. Sempre foi uma pessoa honesta e cumpridora. A sua política era o trabalho. Ele nunca prejudicou ninguém. Nem roubou. Nem matou. Nem mandou. Tudo o que ele fez foi praticar oferendas. Atençõezinhas. Para olear a engrenagem. Sim, porque o mundo dos negócios é uma engrenagem. Precisa de ser oleada. Com fumeiro transmontano, robalos e pão de ló. De Ovar.
Neste meio é indispensável um relacionamento cordial entre as pessoas. Mas a probidade do dr. Vara é uma rocha. Aliás, um penedo. Ou dois. “O dr. Armando Vara é uma pessoa que se eu chegasse à beira dele com dinheiro, num envelope, naquele momento perdia o amigo. Para mim, é uma pessoa séria. Quando ia para à terra dele, a mãe fazia uns enchidos que eu gostava imenso e oferecia-me. Eu leva-lhe um pão-de-ló de Ovar quando ia a Lisboa. Só baseado nisso. Ele zelava os interesses da CGD e eu os meus, das minhas empresas”.
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E depois acontece-lhe isto. Aos cinquenta e cinco anos. Um tal de inspector Santiago e um juiz qualquer coisa Alexandre. Areia na engrenagem.
Mas as coisas vão resolver-se e tudo ficará em pratos limpos.
Mas é por estas e por outras que os grandes empresários acham que a justiça é um entrave ao empreendorismo. Enfim, a um bom clima de negócios.
É por isso que este país não avança."
Nota de rodapé -
"A justiça da sucata", um post superiormente esgalhado pelo Fernando Campos, que não resisti a sacar daqui.
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