“Inverno trágico traz à tona falta de segurança dos pescadores”
foto de
Pedro Cruz“Sete naufrágios, 13 mortos, entre corpos encontrados e desaparecidos. Desde 2006 que os pescadores portugueses não davam de caras com um Inverno tão mortífero. Explicações procuram-se. E se alguma culpa pode ser assacada ao rigor da estação, com muitos dias de vento que, no mar, pode transformar uma ondulação buliçosa em vagas traiçoeiras, as vozes escutadas pelo PÚBLICO tendem a explicar também as consequências trágicas destes afundamentos com o tradicional descuido com que a classe lida com as questões da segurança a bordo dos barcos. Uma questão que, contudo, parece ter arribado à consciência de muitos pescadores portugueses.
O mau tempo encosta barcos ao cais e afunda as carteiras de mestres e tripulantes na crise, mas apenas explica, para os responsáveis ouvidos pelo PÚBLICO, a urgência com que muitos se atiram ao trabalho "à primeira aberta", empurrados pela necessidade genuína ou pela ambição de seguir uma lei que sempre lhes disse que, se a oferta de peixe é escassa, quem o procura há-de pagar mais pelo pouco que aparecer na lota. E depois, como o próprio Governo acabou por admitir esta semana, ao anunciar uma simplificação das regras, aos pescadores pareceu-lhes sempre mais fácil chegar a um pesqueiro, mesmo no meio de uma borrasca, do que conseguir ter acesso ao fundo de compensação salarial que foi criado para compensar os dias em que, fechadas as barras, estão impedidos de sair para a faina.”
Um destes ouvi alguém dizer que só havia duas espécies de homens...
ResponderEliminar"os do mar e os outros..."
Abraço
Ana