O fim de ano e o despesismo municipal

(foto do foguetório da passagem de ano 2009/2010, da autoria de Pedro Cruz)

Via O Ambiente na Figueira da Foz, cheguei a um blogue acabado de nascer: RUA da LIBERDADE, de Rui Beja da Silva.

Nas três postagens que por lá encontrei, deu para ver as suas simpatias políticas. O Rui não engana ninguém. Tudo certo, portanto.

Gostei de ler, em especial, o post FIM DE ANO, do qual, com a devida vénia, transcrevo o seguinte trecho, que aliás vem ao encontro daquilo que, eu próprio, penso há muitos anos :

“Julgo que o mais importante é reflectir sobre o modelo de festa de passagem de ano. Será que se justifica gastar 120 mil euros - apesar de tudo, metade do que custou o ano passado - na animação dos 3 primeiros dias do ano?

Dizem-me que estas festanças atraem milhares de turistas à cidade, mas o seu efeito reprodutivo na economia local é significativo? Não estamos perante um turismo de massas onde poucos consomem e muito poucos pernoitam na cidade? Infelizmente, todas estas interrogações partem de palpites, pois, apesar dos milhões de euros gastos nestes anos todos pela autarquia em turismo, não existe um único estudo que fundamente esta dispendiosa política de turismo de massas.

O gasto destas verbas avultadas em animação representa, ainda, um problema bem mais grave: a questão do exemplo. Num momento em que este executivo, após 12 anos de gestão irresponsável e despesismo, inicia um trabalho sério de redução de despesa - em 30 dias de mandato realizaram um orçamento que representa uma poupança de 12 milhões de euros -continuar a gastar 120 mil euros em foguetório, Sardet e José Cid, representa um enorme problema: com tais gastos, como se explicam, depois as restrições e cortes?

Mas, em política, todas as questões têm vários ângulos de análise: se nunca mais houver festa de passagem de ano com vedeta nacional contratada a peso de ouro, os figueirenses aceitarão? Estarão dispostos a aceitar estes cortes? É isto que João Ataíde vai ter que explicar às pessoas e fazê-las compreender que para pôr a casa em ordem há que apertar o cinto; mas em todas as direcções.”

P.S. -

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