Dele, dizem, que percorre o mundo com a mochila às costas e conta o que vive através de livros e crónicas.
Dele, dizem, que quando os jovens viajantes portugueses partirem à conquista do mundo, já ele levará uma vantagem considerável.
Dele, dizem, que vai continuar a coleccionar quilómetros pelo globo.
Dele, dizem, que apesar da imensidão do planeta e das longas ausências do país, continua a manter a sua relação afectiva à Figueira da Foz, que é tudo menos superficial.
Dele, dizem, que olha há 30 anos para a Figueira da Foz com olhos de ver.
Dele, dizem, que o que tem visto ao longo das últimas três décadas, não é, de todo, agradável: “desde que começou a ser observada pelo seu olhar, a Figueira não tem evoluído, a nível urbanístico”. Pelo contrário, do seu ponto de vista, “tem vindo a degradar-se”.
Ontem, li num jornal, que na opinião de Gonçalo Cadilhe, a Praia da Claridade “perdeu uma boa oportunidade de ser a Biarritz ibérica, falando em termos turísticos”.
Contudo, a zona ribeirinha continua a encher o seu olhar, como uma paisagem que gosta de ver. Mas o resto do conjunto, faz da Figueira “uma cidade tão feia como qualquer outra cidade feia do mundo”.
Foi, pois, com espanto que, na altura da campanha eleitoral, tomei conhecimento do "total apoio" de Gonçalo Cadilhe a Duarte Silva.
Não sou invejoso, mas também gostaria de poder ter a liberdade de conhecer o mundo, sem os constrangimentos de ter de trabalhar, todos os dias, para sobreviver...
Para Gonçalo Cadilhe, talvez a Figueira possa esperar…
Contudo, para mim, e para tantos outros como eu, o "mundo" é demasiado distante, pelo que tivemos de olhar para a Figueira, que é o nosso “mundo”…
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