domingo, 13 de setembro de 2009

As legislativas

Temos andado um bocado distraídos com as chamadas eleições de proximidade – as autárquicas – que se realizam a 11 de Outubro.
Contudo, convém não esquecer, que no dia 27 de Setembro vamos eleger os deputados da nação. São eles quem legisla, uma tarefa importantíssima.
No entanto, aparentemente, essa eleição está em segundo plano, o que pode ser um erro grave.
O parlamento português, 35 anos depois do 25 de Abril de 1974, para a grande maioria dos portugueses, é isto: os deputados, salvo raríssimas excepções que confirmam a regra, são autómatos que levantem o braço quando o partido quer.
No entanto, nem sempre foi assim. Logo a seguir ao 25 de Abril de 1974, passaram pelo parlamento políticos doutra cepa, em todos os partidos. Lucas Pires, Adelino Amaro da Costa, Sá Carneiro, Magalhães Mota, Jorge Miranda, Raul Rego, Mário Soares, Salgado Zenha, Álvaro Cunhal, Carlos Brito, Vital Moreira, o figueirense Luís Melo Biscaia, entre muitos outros, são nomes e caras que provam isso.
Agora, são os tempos de Miguel Almeida, Rosário Águas, João Portugal, José Sócrates, Manuela Ferreira Leite, Paulo Portas…
O facto de, aparentemente, não darmos importância às caras dos deputados, não nos pode fazer esquecer que, regra geral, são pessoas incompetentes e dependentes dos partidos em que militam.
Isso, conduz a que em vez de ter um papel fiscalizador e verdadeiro representante do povo, o parlamento não passa de correia de transmissão dos interesses dos partidos.
Naturalmente, um parlamento de incompetentes, ao legislar produz leis que são lixo, que só servem para atrapalhar o funcionamento da justiça.
E, um País, onde a justiça funciona de forma deficiente, é um país como Portugal no ano da graça de 2009.

2 comentários:

  1. Tudo bem.
    O grande problema é que não há garantias de que se forem para lá outros partidos, como alternativa ao actual governo, não façam precisamente o mesmo, isto é: levantarem o braço quando o partido mandar. Concedo, no entanto que é tempo de mudar as coisas. Isto leva-nos a outra questão:
    -levantar o braço inibe e é intimidatório, logo surge, inevitavelmente, a seguite pergunta:-porque é que não se utiliza sempre o voto secreto na AR para decidir as questões fundamentais do País? Sublinho, do País, não dos partidos.

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  2. Observação pertinente, essa do voto secreto na votação dos deputados.
    Mas, isso interessa aos partidos?

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