António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
Dr. Luís de Melo Biscaia
Como sempre, um Senhor. A sua conduta corajosa, compostura moral e lisura cívica devia servir de exemplo a todas as gerações de políticos e advogados que se lhe seguiram. Dentro do seu partido, o PS, nos outros e no seio da sociedade portuguesa e figueirense.
Infelizmente, assim não acontece. Por serem oportunas e adequadas ao momento que o concelho da Figueira da Foz está a viver, recordo estas palavras publicadas no seu blog Lugar para Todos no dia 5 de Julho de 2009. Aproveito para cumprimentar o dr. Luís de Melo Biscaia.
“Infelizmente, são já muitos que pouco ou nada se importam em valorizar a democracia, observando os seus princípios éticos e programáticos. Preferem viver sem essa preocupação, porque não sabem nem procuram saber o que é verdadeiramente esse regime político. Aproveitam, sim, a liberdade, que é própria de tal regime, para se comportarem muitas vezes da pior maneira, julgando que tudo é permitido! Vão sendo frequentes as situações de desrespeito pelo diálogo social e político, pela aceitação do pluralismo, pela solidariedade e pela justiça, pela convivência pacífica e democrática, e até pela boa educação. Assim a nossa democracia vai empobrecendo, parecendo mais uma imitação de muito mau gosto do que deveria ser. A arrogância, a prepotência, o incumprimento das leis, o desejo de enriquecer depressa mesmo por meios ilícitos, o favoritismo de amigos ou de quem tem a mesma opção política, a desonestidade, etc, imperam cada vez mais. No entanto, os que apregoam, a todo o momento, que são democratas, na prática do dia-a-dia negam constantemente essa qualidade. Já o dissemos e repetimos: à Revolução, que nos trouxe a Liberdade e a Democracia, não se seguiu uma revolução das mentalidades, que, durante os muitos anos da ditadura, estiveram anquilosadas e impedidas de fazer opções. Era preciso que se tivesse feito uma campanha de formação, com competência e dedicação. E bom teria sido que essa formação começasse logo nas escolas e também nos Partidos. Estes pouco ou mesmo alguns nada têm feito de válido nesse sentido. Estamos sempre a tempo de dar à nossa democracia o que ela merece, nunca esquecendo que se conquistou com muitos sacrifícios de toda a ordem. Tal depende essencialmente da vontade firme de cada um.”
3 comentários:
Neste blogue todos podem comentar...
Se possível, argumente e pense. Não se limite a mandar bocas.
O OUTRA MARGEM existe para o servir caro leitor.
No entanto, como há quem aqui venha apenas para tentar criar confusão, os comentários estão sujeitos a moderação, o que não significa estarem sujeitos à concordância do autor deste OUTRA MARGEM.
Obrigado pela sua colaboração.
Muito oportuno o seu artigo sobre o Dr. Luís de Melo Biscaia, parabéns! A Figueira e os figueirenses deviam orgulhar-se e reverenciar a figura estimada de tão distinto figueirense!
ResponderEliminarA minha profunda admiração e respeito para uma das figuras mais ilustres da Figueira da Foz.
Comparem o percurso deste SENHOR, com o de alguns que agora temos, e encontrarão a resposta para muito do FSque de passa nesta Cidade.
ResponderEliminardiscurso muito oportuno. Parabens, é pena que não sigam o exemplo deste senhor
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