"Os palheiros da Cova, disseminados por vezes em arruamentos, foram sempre de forma rectangular e chegaram a totalizar as cinco centenas de habitações."
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
terça-feira, 30 de setembro de 2008
PALHEIRO DA COVA
"Os palheiros da Cova, disseminados por vezes em arruamentos, foram sempre de forma rectangular e chegaram a totalizar as cinco centenas de habitações."
3 comentários:
Neste blogue todos podem comentar...
Se possível, argumente e pense. Não se limite a mandar bocas.
O OUTRA MARGEM existe para o servir caro leitor.
No entanto, como há quem aqui venha apenas para tentar criar confusão, os comentários estão sujeitos a moderação, o que não significa estarem sujeitos à concordância do autor deste OUTRA MARGEM.
Obrigado pela sua colaboração.
Simplesmente fabulosa esta fotografia!
ResponderEliminarPara qualquer indígina da nossa terra,que se preze de o ser e que tenha estima pelo passado,já distante dos nossos ascendentes.
Confesso que fiquei bastante emocionado...
Obrigado.
Tal como o catavento, também me comovi – e muito.
ResponderEliminarNão é verdade o que dizem a respeito do passado - que podemos enterrá-lo.
Ninguém o consegue fazer. Quando muito, podemos arrumá-lo numa gaveta e fechá-la – mas, ficamos com a chave.
De uma maneira ou de outra, quando menos esperamos, aí está ele a surpreender-nos!..
Há gente que não gosta de olhar para o passado. É lá com eles...
Não merecem, mas tenho pena deles.
O passado é ternura...e um aceno doce de melancolia a fazer-nos sinais por sobre tudo.
Tanta hora tenho gasto na simples evocação.
Todo o presente espera pelo passado para nos comover.
Tanto ou mais que as pessoas, os lugares vivem e morrem. A Cova e Gala não morreram, foram assassinadas.
ResponderEliminarMas, entre as pessoas e os lugares há, pelo menos, uma diferença: mesmo se já mortos, os lugares retêm a vida que os animou.
No silêncio, sentimo-lhes os ouvidos vigilantes ou o rumor infatigável dos ecos ensurdecidos.