segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

O País, a Democracia e o PS



Creio que não deve ser fácil, caro barbeiro.....

Um “Socialista do Partido Socialista”, dentro deste Partido Socialista?!...

2 comentários:

  1. Pedra Rija 0 - 1 COVA GALA

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  2. Eis um comentário que mechegou de uma suposta militante do PS
    ----------
    É cada vez mais importante ouvir estas vozes dissidentes. Lentamente, muito
    > lentamente... começam a aparecer. Finalmente, o PS está a acordar da
    > letargia.
    >
    >
    >
    > Ana Benavente
    >
    > Professora universitária, militante do PS
    >
    >
    >
    > 1.Não sou certamente a única socialista descontente com os tempos que
    > vivemos e com o actual governo. Não pertenço a qualquer estrutura nacional
    > e, na secção em que estou inscrita, não reconheço competência à sua
    > presidência para aí debater, discutir, reflectir, apresentar propostas.
    > Seria um mero ritual.
    >
    > Em política não há divórcios. Há afastamentos. Não me revejo neste partido
    > calado e reverente que não tem, segundo os jornais, uma única pergunta a
    > fazer ao secretário-geral na última comissão política. Uma parte dos seus
    > actuais dirigentes são tão socialistas como qualquer neoliberal; outra parte
    > outrora ocupada com o debate político e com a acção, ficou esmagada por mais
    > de um milhão de votos nas últimas presidenciais e, sem saber que fazer com
    > tal abundância, continuou na sua individualidade privilegiada. Outra parte,
    > enfim, recebendo mais ou menos migalhas do poder, sente que ganhou uma
    > maioria absoluta e considera, portanto, que só tem que ouvir os cidadãos
    > (perdão, os eleitores ou os consumidores, como queiram) no final do mandato.
    >
    > Umas raríssimas vozes (raras, mesmo) vão ocasionando críticas ocasionais.
    > 2. Para resolver o défice das contas públicas teria sido necessário adoptar
    > as políticas económicas e sociais e a atitude governativa fechada e
    > arrogante que temos vivido?
    > Teria sido necessário pôr os professores de joelhos num pelourinho? Impor um
    > estatuto baseado apenas nos últimos sete anos de carreira? Foi o que
    > aconteceu com os "titulares" e "não titulares", uma nova casta que ainda não
    > tinha sido inventada até hoje. E premiar "o melhor" professor ou professora?
    > Não é verdade que "ninguém é professor sozinho" e que são necessárias
    > equipas de docentes coesas e competentes, com metas claras, com estratégias
    > bem definidas para alcançar o sucesso (a saber, a aprendizagem efectiva dos
    > alunos)?
    >
    >
    > Teria sido necessário aumentar as diferenças entre ricos e pobres? Criar
    > mais desemprego? Enviar a GNR contra grevistas no seu direito
    > constitucional? Penalizar as pequenas reformas com impostos? Criar tanto
    > desacerto na justiça? Confirmar aqueles velhos mitos de que "quem paga é
    > sempre o mais pequeno"? Continuar a ser preciso "apanhar" uma consulta e,
    > não, "marcar" uma consulta? Ouvir o senhor ministro das Finanças (os
    > exemplos são tantos que é difícil escolher um, de um homem reservado, aliás)
    > afirmar que "nós não entramos nesses jogos", sendo os tais "jogos" as
    > negociações salariais e de condições de trabalho entre Governo e sindicatos.
    >
    > Um "jogo"? Pensava eu que era um mecanismo de regulação que fazia parte dos
    > regimes democráticos.
    > 3. Na sua presidência europeia (são seis meses, não se esqueça), o senhor
    > primeiro-ministro mostra-se eufórico e diz que somos um país feliz. Será?
    > Será que vivemos a Europa como um assunto para especialistas europeus ou
    > como uma questão que nos diz respeito a todos? Que sabemos nós desta
    > presidência? Que se fazem muitas reuniões, conferências e declarações, cujos
    > vagos conteúdos escapam ao comum dos mortais. O que é afinal o Tratado de
    > Lisboa? Como se estrutura o poder na Europa? Quais os centros de decisão?
    > Que novas cidadanias? Porque nos continuamos a afastar dos recém-chegados e
    > dos antigos membros da Europa? Porque ocupamos sempre (nas estatísticas de
    > salários, de poder de compra, na qualidade das prestações dos serviços
    > públicos, no pessimismo quanto ao futuro, etc., etc.) os piores lugares?
    >
    > Porque temos tantos milhares de portugueses a viver no limiar da pobreza?
    > Que bom seria se o senhor primeiro-ministro pudesse explicar, com palavras
    > simples, a importância do Tratado de Lisboa para o bem-estar individual e
    > colectivo dos cidadãos portugueses, económica, social e civicamente.
    >
    > 4. Quando os debates da Assembleia da República são traduzidos em termos
    > futebolísticos, fico muito preocupada. A propósito do Orçamento do Estado
    > para 2008, ouviu-se: "Quem ganha? Quem perde? que espectáculo!". "No
    > primeiro debate perdi", dizia o actual líder do grupo parlamentar do PSD
    > "mas no segundo ganhei" (mais ou menos assim). "Devolvam os bilhetes...",
    > acrescentava outro líder, este de esquerda. E o país, onde fica? Que
    > informação asseguram os deputados aos seus eleitores? De todos os partidos,
    > aliás. Obrigada à TV Parlamento; só é pena ser tão maçadora.
    >
    > Órgão cujo presidente é eleito na Assembleia, o Conselho Nacional de
    > Educação festeja 20 anos de existência. Criado como um órgão de participação
    > crítica quanto às políticas educativas, os seus pareceres têm-se tornado
    > cada vez mais raros. Para mim, que trabalho em educação, parece-me cada vez
    > mais o palácio da bela adormecida (a bela é a participação democrática,
    > claro). E que dizer do orçamento para a cultura, que se torna ainda menos
    > relevante? É assim que se investe "nas pessoas" ou o PS já não considera que
    > "as pessoas estão primeiro"?
    >
    > 5. Sinto-me num país tristonho e cabisbaixo, com o PS a substituir as
    > políticas eventuais do PSD (que não sabe, por isso, para que lado se virar).
    > Quanto mais circo, menos pão. Diante dos espectáculos oficiais bem
    > orquestrados que a TV mostra, dos anúncios de um bem-estar sem fim que um
    > dia virá (quanto sebastianismo!), apetece-me muitas vezes dizer: "Aqui há
    > palhaços". E os palhaços somos nós. As únicas críticas sistemáticas às
    > agressões quotidianas à liberdade de expressão são as do Gato Fedorento. Já
    > agora, ficava tão bem a um governo do PS acabar com os abusos da EDP,
    > empresa pública, que manda o "homem do alicate" cortar a luz se o cidadão se
    > atrasa uns dias no seu pagamento, consumidor regular e cumpridor... Quando
    > há avarias, nós cortamos-lhes o quê? Somos cidadãos castigados!
    >
    > O país cansa!
    > Os partidos são necessários à democracia mas temos que ser mais exigentes.
    > Movimentos cívicos...procuram-se (já há alguns, são precisos mais). As
    > anedotas e brincadeiras com o "olhe que agora é perigoso criticar o
    > primeiro-ministro" não me fazem rir. Pela liberdade muitos deram a vida.
    > Pela liberdade muitos demos o nosso trabalho, a nossa vontade, o nosso
    > entusiasmo. Com certeza somos muitos os que não gostamos de brincar com
    > coisas tão sérias, sobretudo com um governo do Partido Socialista!
    >
    >
    >
    >

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