O mundo que temos é este em que vivemos. Portanto: «não importa para onde tentamos fugir, as injustiças existem em todo o lado, o melhor é encarar essa realidade de frente e tentar mudar alguma coisa.» Por pouco que seja, sempre há-de contribuir para aliviar...
O golpe fatal na velha instituição - Junta Autónoma do Porto e Barra da Figueira da Foz - um dos principais motores do seu desenvolvimento enquanto cidade, já há muito foi dado. Mas a morte anunciada vem se impondo cada vez mais célere nos últimos tempos. Desde o momento em que começou a mudar de nomenclatura como qualquer bom burguês limpo e asseado muda de camisa. Para isso ambos os partidos de governo contribuíram. O golpe fatal foi dado pela actual governação confirmando essa necessidade de recentrar interesses estratégicos nacionais no sector dos Portos agregando o porto figueirense à Administração do Porto de Aveiro. A Autoridade Marítima - dividida e acompanhada desde sempre pela Capitania do Porto- foi começando a ser esvaziada dos seus múltiplos poderes e terrenos, alguns ainda de tipologia quase feudal, porque deles se foi desinteressando. O que na realidade até seria correcto se outros o soubessem fazer melhor. Observe-se para isso a questão do "Salgado" e das suas marinhas. A falta de uma entidade que zele e desenvolva de forma capaz tornou uma zona que devia ser desfrutada pela população local e outras num couto de alguns. Num outro tipo de relações medievais. É que um Museu do Sal não basta, a área é vasta e nela existem zonas que devem ser preservadas com uma urgência. Mas voltando ao porto figueirense, pese embora a inépcia de alguns dos seus dirigentes ao longo do século XX, excluindo destes Almeida e Brito e não falando de mais alguns, poucos, exemplos recentes para me não alongar no texto. Do nome deste seu primeiro dirigente restava no memorial da urbe ainda há pouco tempo um rebocador baptizado com o seu nome, que entretanto, dado o aparente e consumado estado de má conservação foi vendido para a sucata pelos dirigentes da agora Delegação Centro do I. P. T. M. (sediado em Lisboa). Coisas de somenos, dirão. Ora a questão dos limites das autoridade maritíma portuária sempre foi visto como uma afronta aos poderes camarários, esses arrogando-se de serem eleitos, contrariando o facto dos dirigentes do organismo, com poderes imensos nas áreas ribeirinhas serem nomeados pelo Poder central. A questão começou a empolar-se com a chegada de um célebre e conhecido Presidente da Câmara Municipal em finais do século XX e o fecho da Avenida de Espanha à circulação de pesados que se dirigiam para a exploração de inertes situada junto ao molhe da norte cidade, continuado com as instalações da "Goltz" no denominado Terminal Fluvial Norte, que nunca para tal fim foram utilizadas, basta olhar para a zona a sul do mesmo terminal. Uma cidade e um rio, que embora possua uma bela ponte, não tem nenhuma ligação marítima entre as suas margens é estranho. Muito estranho. Mas... Poderia continuar mas não vale a pena. Ao ver questionado os tais mil e quinhentos metros a montante da ponte Edgar Cardoso, é preciso não esquecer que um porto se situa sempre junto das margens ribeirinhas, sejam estas de cáracter fluvial ou marítimo, a sua expansão não pode ser condicionada. Embora eu pense, como muitos outros figueirenses, que a margem sul, em frente do actual Cais Comercial da Figueira da Foz, deveria, num futuro não muito longínquo-espero- servir para expandir a zona portuária, com outras infra-estruturas que não discotecas éfémeras! Dai que os intervenientes nesta questão estejam apenas a pensar na questão Lisboeta e nos belos restaurantes que ocuparam uma zona degradada do porto lisboeta, pensando e transpondo para a Figueira a idéia. Possívelmente enquadrados numa tipologia semelhante áquela que escolhem para as festas Joaninas na Praça Europa. Espaço pelo qual e pelos vistos, pagam uma avultada soma -uma pequena fortuna- pela sua ocupação ao lisboeta IPTM! Verdade é que a entidade em causa abusou em alguns aspectos, um deles, aquando da cosntrução da sua actual sede e dos serviços de pilotagem num local paisagístico de inegável valor, carreando para esse espaço dois edifícios que se construídos no mesmo local mas a cotas diferentes, acompanhando o desnível do terreno, teriam ficado arquitectónicamente integrados na paisagem. Hoje são dois monos nas margens. É pena. Um deles até deveria ter sido erguido no interior das instalações do porto Comercial e não ali, mas um gesto megalómano, não faz a Primavera. A zona ribeirinha de uma cidade não deve estar á venda, deve ser pensada a longo prazo e o que actualmente se pretende é fazer com que esta mude de mãos. Esperemos que para bem da cidade!
Neste blogue todos podem comentar... Se possível, argumente e pense. Não se limite a mandar bocas. O OUTRA MARGEM existe para o servir caro leitor. No entanto, como há quem aqui venha apenas para tentar criar confusão, os comentários estão sujeitos a moderação, o que não significa estarem sujeitos à concordância do autor deste OUTRA MARGEM. Obrigado pela sua colaboração.
O golpe fatal na velha instituição - Junta Autónoma do Porto e Barra da Figueira da Foz - um dos principais motores do seu desenvolvimento enquanto cidade, já há muito foi dado. Mas a morte anunciada vem se impondo cada vez mais célere nos últimos tempos. Desde o momento em que começou a mudar de nomenclatura como qualquer bom burguês limpo e asseado muda de camisa. Para isso ambos os partidos de governo contribuíram. O golpe fatal foi dado pela actual governação confirmando essa necessidade de recentrar interesses estratégicos nacionais no sector dos Portos agregando o porto figueirense à Administração do Porto de Aveiro. A Autoridade Marítima - dividida e acompanhada desde sempre pela Capitania do Porto- foi começando a ser esvaziada dos seus múltiplos poderes e terrenos, alguns ainda de tipologia quase feudal, porque deles se foi desinteressando. O que na realidade até seria correcto se outros o soubessem fazer melhor. Observe-se para isso a questão do "Salgado" e das suas marinhas. A falta de uma entidade que zele e desenvolva de forma capaz tornou uma zona que devia ser desfrutada pela população local e outras num couto de alguns. Num outro tipo de relações medievais. É que um Museu do Sal não basta, a área é vasta e nela existem zonas que devem ser preservadas com uma urgência. Mas voltando ao porto figueirense, pese embora a inépcia de alguns dos seus dirigentes ao longo do século XX, excluindo destes Almeida e Brito e não falando de mais alguns, poucos, exemplos recentes para me não alongar no texto. Do nome deste seu primeiro dirigente restava no memorial da urbe ainda há pouco tempo um rebocador baptizado com o seu nome, que entretanto, dado o aparente e consumado estado de má conservação foi vendido para a sucata pelos dirigentes da agora Delegação Centro do I. P. T. M. (sediado em Lisboa). Coisas de somenos, dirão.
ResponderEliminarOra a questão dos limites das autoridade maritíma portuária sempre foi visto como uma afronta aos poderes camarários, esses arrogando-se de serem eleitos, contrariando o facto dos dirigentes do organismo, com poderes imensos nas áreas ribeirinhas serem nomeados pelo Poder central. A questão começou a empolar-se com a chegada de um célebre e conhecido Presidente da Câmara Municipal em finais do século XX e o fecho da Avenida de Espanha à circulação de pesados que se dirigiam para a exploração de inertes situada junto ao molhe da norte cidade, continuado com as instalações da "Goltz" no denominado Terminal Fluvial Norte, que nunca para tal fim foram utilizadas, basta olhar para a zona a sul do mesmo terminal. Uma cidade e um rio, que embora possua uma bela ponte, não tem nenhuma ligação marítima entre as suas margens é estranho. Muito estranho. Mas... Poderia continuar mas não vale a pena. Ao ver questionado os tais mil e quinhentos metros a montante da ponte Edgar Cardoso, é preciso não esquecer que um porto se situa sempre junto das margens ribeirinhas, sejam estas de cáracter fluvial ou marítimo, a sua expansão não pode ser condicionada. Embora eu pense, como muitos outros figueirenses, que a margem sul, em frente do actual Cais Comercial da Figueira da Foz, deveria, num futuro não muito longínquo-espero- servir para expandir a zona portuária, com outras infra-estruturas que não discotecas éfémeras! Dai que os intervenientes nesta questão estejam apenas a pensar na questão Lisboeta e nos belos restaurantes que ocuparam uma zona degradada do porto lisboeta, pensando e transpondo para a Figueira a idéia. Possívelmente enquadrados numa tipologia semelhante áquela que escolhem para as festas Joaninas na Praça Europa. Espaço pelo qual e pelos vistos, pagam uma avultada soma -uma pequena fortuna- pela sua ocupação ao lisboeta IPTM! Verdade é que a entidade em causa abusou em alguns aspectos, um deles, aquando da cosntrução da sua actual sede e dos serviços de pilotagem num local paisagístico de inegável valor, carreando para esse espaço dois edifícios que se construídos no mesmo local mas a cotas diferentes, acompanhando o desnível do terreno, teriam ficado arquitectónicamente integrados na paisagem. Hoje são dois monos nas margens. É pena. Um deles até deveria ter sido erguido no interior das instalações do porto Comercial e não ali, mas um gesto megalómano, não faz a Primavera. A zona ribeirinha de uma cidade não deve estar á venda, deve ser pensada a longo prazo e o que actualmente se pretende é fazer com que esta mude de mãos. Esperemos que para bem da cidade!