segunda-feira, 1 de outubro de 2007

A paisagem como identidade

A Convenção Europeia da paisagem, documento assinado por todos os estados membros do Conselho da Europa (2000), foi aprovado pelo governo português em 2005.
Tem como objectivo promover a protecção e gestão e o ordenamento da paisagem.


As “ideias –chave”, a ter em conta neste importante documento, são:
“o respeito pela diversidade da paisagem europeia;
a identidade, o valor cultural, natural e social, os direitos e os deveres das populações para com a paisagem”.

É esta dimensão da paisagem, como um valor social e cultural, que tantas vezes fica esquecida.
É isso, do nosso ponto de vista, que poderá estar verdadeiramente em causa, na putativa urbanização dos terrenos Alberto Gaspar & Cª., Ldª.
A paisagem – esta nossa paisagem – tem de ser valorizada e reconhecida como identitária. Ela só aconteceu aqui, porque resultou das relações que se estabeleceram, ao longo do tempo, entre os nosso antepassados e as condições naturais.
É isso que os órgãos de decisão – Câmara Municipal da Figueira da Foz e Junta de Freguesia de São Pedro – não devam esquecer.

Importar modelos de outras latitudes, ou de outras longitudes, ou de outras culturas, pode não ser o melhor para nós.
O turismo, também por aqui, ao surgir como a “panaceia” económica, quase sempre também serve para impor e desculpar a crescente descaracterização e homogeneização da paisagem portuguesa e, consequentemente, a desvalorização paisagística da nossa Terra.
Isso, a acontecer, é um ónus que alguém vai ter de assumir.

Por isso, pergunta-se:
“quando é que aquilo que está previsto para os terrenos do Alberto Gaspar & Cª., Ldª, e a Junta de Freguesia de São Pedro concorda e considera bom para a Terra", passa do domínio dos “figurões de cá e de lá”, para o conhecimento da população?
Será que estão à espera que, primeiro, se “adapte” o PDM e o PU, de harmonia com os interesses do consórcio espanhol?

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