domingo, 12 de agosto de 2007

Ponto de ordem no caso Madeleine McCann

"Talvez seja tempo de repor a normalidade nesta investigação e dizer aos ingleses que antes de criticarem e condicionarem a actuação da polícia portuguesa se preocupem com os muitos casos de desaparecimento de crianças britânicas que estão por resolver."
Ver mais

3 comentários:

  1. Sobre este assunto recomendo a leitura da crónica abaixo, hoje publicada pelo jornal Correio da Manhã, assinada por Moita Flores:

    “Desde a primeira hora que a tese do rapto de Madeleine só encaixa para quem reage com emoção a estas coisas
    A imprensa britânica encetou uma nova campanha a propósito do caso Madeleine. Agora, surge na linha da frente o ataque contra a imprensa portuguesa. E não se diga que se tratam de tablóides. Todos, incluindo a BBC, a Sky News, distorcem e manipulam notícias com um objectivo: salvar a face. Apostaram o Mundo inteiro de que Madeleine fora raptada. Agora, não há recuo. A questão deles é muito simples: todas as notícias que apontam para o rapto são boas. Desde que o raptor não seja inglês. Todas as notícias que apontam para outras soluções são más. São especulações. Procuram atacar a inditosa família.

    A verdade, que nenhum assessor de imagem, nenhum jornalista pode ocultar, é que esta família recebeu o que de melhor Portugal tem nas horas de aflição. Chorámos com eles, rezámos, quisemos acreditar que toda a operação de imagem tinha a ver com a aflição na procura da filha. Até a Justiça foi tolerante. Se pais portugueses tivessem abandonado três crianças à sua sorte para se irem divertir com amigos e uma das crianças desaparecesse, caía-lhes em cima a imprensa, a polícia, a tutela de menores. Com os McCann fechámos os olhos a tão grande negligência. São ingleses, e tal e coisa, gostam de se embebedar no Algarve e tal, e claro!, são culturalmente diferentes de nós. Eles, os donos do progresso, que dão toda a liberdade às suas crianças, nós, os labregos, que não lhes tiramos os olhos de cima. Mas há outra verdade. Desde a primeira hora que a tese do rapto só encaixa para quem reage com emoção a estas coisas. Os polícias portugueses e ingleses que estão a investigar o caso não podiam cometer esse erro. Os mistérios para serem resolvidos precisam do exercício da razão e não das lágrimas. E a razão, por vezes, empurra- -nos para lugares de horror. As entrevistas dos McCann dizem aquilo que a massa de afectos quer ouvir. São preparadas ao pormenor por assessores, integram-se na campanha britânica contra outras hipóteses de solução do mistério, induzem quem os ouve a acreditar que só a verdade do rapto existe. Verdade que eles próprios não sabem explicar.

    Ainda há outra verdade. Só quem ignora o que é investigação criminal pode falar em novas linhas de investigação. Porque têm todas a mesma idade. Apenas algumas hipóteses mostraram que não eram sustentáveis e outras tinham pernas para andar. A chegada dos cães especialistas em odores de sangue e cadáveres não é uma especulação. É uma evidência. Relevam a suspeita de que a criança pode ter sido morta dentro daquela casa. Foi o tal raptor? A que propósito? Queria raptar um cadáver? Então quem foi? A resposta amedronta a imprensa inglesa e daí o foguetório xenófobo contra os jornalistas e a polícia portuguesa. Só pode ter sido alguém que frequentava aquela casa e a conhecia. Ao ponto de saber onde estavam os produtos de limpeza com que se podem apagar manchas de sangue. E, caso se confirme esta pesquisa policial, nem se pode falar em morte por acidente. Quem, sozinho ou acompanhado, esconde indícios quer ocultar um crime. Não existe mais simples exercício de dedução. O instrumento dos detectives. Quanto aos outros caminhos estão no território da fé. Os padres celebram missas e os detectives descobrem crimes.”

    ResponderEliminar
  2. Estes ingleses também barregam que se fartam!!! Gregório traz o balde!

    ResponderEliminar
  3. Agora a sério: Onde está a Joana?
    Não entendo porque é que não foi criada uma conta para ajudar o Estado a resolver o caso. A utilizar o "Tube" para colocar mensagens de apoio e de busca das crianças portuguesas desaparecidas e de apoio ás organizações que por esse mundo fora lutam e desenvolvem o seu trabalho em prol das crianças desaparecidas? Estou me "barimbando" para a imprensa inglesa, conhecendo a imprensa portuguesa, é o mínimo que posso fazer!
    Agora que as crianças portuguesas desaparecidas deviam ser a nossa grande preocupação, DEVIAM.
    A criança inglesa é mais uma entre milhares, preocupa-me o desparecimento de crianças, não apenas de crianças inglesas. Por outro lado não vivo de joelhos perante a estupidez inglesa. Tenho dito.

    ResponderEliminar

Neste blogue todos podem comentar...
Se possível, argumente e pense. Não se limite a mandar bocas.
O OUTRA MARGEM existe para o servir caro leitor.
No entanto, como há quem aqui venha apenas para tentar criar confusão, os comentários estão sujeitos a moderação, o que não significa estarem sujeitos à concordância do autor deste OUTRA MARGEM.
Obrigado pela sua colaboração.