terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

No domingo lá estarei


«HÁ DIAS ASSIM».
O próximo domingo, dia 11, é dia para estar acordado bem cedo.
É dia de ir votar o referendo.
Os políticos do bloco central não tiveram coragem e empurraram a decisão para nós.
Por mim, vou responder ao desafio.
No domingo lá estarei para votar “SIM”.

Do meu ponto de vista, o desafio a que teremos de responder é o seguinte: “se queremos punir ou despenalizar o aborto que for realizado em determinadas condições – por vontade da mulher e realizado durante as primeiras dez semanas de gravidez, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado.”
Do “SIM” do próximo domingo vai depender a redução (espero que drástica, o ideal seria a sua erradicação...) de um flagelo social que é o mercado do aborto clandestino.
O “SIM” do próximo domingo é o único voto que, a meu ver, vai ao encontro da liberdade e responsabilidade da mulher que enfrenta a gravidez indesejada.

A realidade actual, é que as mulheres pobres não têm dinheiro para ir até Londres ou Badajoz. Com a lei em vigor, as mulheres pobres fazem o aborto em Portugal, na clandestinidade, de forma degradante e rudimentar – umas vezes pelas suas próprias mãos, outras por mãos impreparadas e gananciosas.
No domingo lá estarei para votar “SIM”.

Neste referendo, a meu ver, não está em causa a discussão da opção sobre o aborto. Ninguém quer o aborto como método de planeamento familiar.
Neste referendo, a meu ver, o que está em causa é, apenas, a sua despenalização até às dez semanas, num estabelecimento de saúde.
Independentemente de se ter ou não dinheiro.

A consciência tem espaço para a LIBERDADE e a RESPONSABILIADE.
Por isso, no domingo lá estarei para votar - “SIM”.

10 comentários:

  1. Perfeitamente de acordo. Um filho tem de ser desejado, bem-vindo, amado. Não entendo que se deva ter filhos por outras razões, legais, sociais ou morais.
    Domingo também VOTO SIM

    ResponderEliminar
  2. Hoje ao ler o "Velho Testamento", deparei-me com o facto descrito de que uma das pragas lançadas sobre o povo opressor egipcío sobre o povo oprimido israelita, foi a morte dos inocentes primógénitos egipcíos! Achei iníqua e estranha a praga utilizada para obrigar os egipcíos a libertarem o povo de Israel. Muito estranha mesmo, tendo mesmo em conta as razões históricas de um povo oprimido se tentar livrar do seu cativeiro. Agora uma Praga destas! Será por isso que hoje os ultramontanos católicos defendem o não sobre a despenalização? Para remirem os pecados praticados por tão hediondo acto? Ou andarão a ler só os capítulos que mais lhe interessam no momento presente. Aconselho-os a meditarem mais sobre o que está escrito no livro que veneram. E, comprendam que quando alguém se sente ameaçado na sua liberdade, todos os actos para se livrar dessa ameaça são possíveis. E não misturem religião com liberdade, são duas questões distintas, a liberdade permite que se possa ser religioso e de não ter religião. Ora o respeito pela liberdade é importante até na definição do acto de ter fé. Dai que o referendo agora proposto não atente contra a vida porque apenas tem como propósito defende-la. E respeito a vossa posição contrária, só não admito que me queiram enganar com argumentos falaciosos e gincana politíca. Quando nos tornamos ser pensantes deixamos de pensar pela cabeça dos outros, utilizamos a nossa própria. Este referendo só apela á despenalização não apela à prática intensiva do aborto. O Aborto tem simplesmenyte de deixar de ser uma prática clandestina, pecaminosa, como alguns querem fazer entender. O aborto é apenas uma consequência de alguns desequilíbrios sociais que a sociedade portuguesa ainda regista, e não entendo +porque é que agora muito à pressa estão tentar resolver através de propostas sem nexo e completamente mirabolantes (veja-se a última proposta de Marques Mendes). Não sou pró-abortista, só Pró-DESPENALIZAÇÃO. E isso é outra coisa. Entendamo-nos. Dia 11, a minha consciência, como cidadão e ser humano só me permite ter uma atitude: VOTAR. O meu Voto já está expresso pelas minhas convicções pessoais construídas nos ultimos trinta anos.

    ResponderEliminar
  3. Eu votarei SIM, como todos aqueles que não são hipocritas.
    Mas também há a outra razão e o teu sobrinho concorda de certeza.

    É que mais vale votar SIM do que nascer mais um sportinguista.
    :):):):):);)
    O PILANTE

    ResponderEliminar
  4. Para mim é indeferente votar sim ou votar não..
    E porque?Porque eu só gosto de homens, e por isso não me faz diferença votar porque eu sei que não vou ter filhos..

    ResponderEliminar
  5. Caro Agostinho, concordo com quase tudo excepto com : "Os políticos do bloco central não tiveram coragem e empurraram a decisão para nós.". Que diabo queremos a democracia e a participação activa, mas, quando somos chamados à acção dizemos que eles não tem coragem pa decidir
    ? Eu por mim gostava de ter voto em todas as acções, mas isso e impraticavel. E se eles decidem-se sem o referendo? iriamos dizer q deviamos ser consultados? Um Abraco

    ResponderEliminar
  6. O anormal do clone, continua à solta.
    Se a intenção de tal besta é lançar a confusão, está mal intencionado já que a diferença é inequíoca. O clone afirma-se diferente em tudo, até na maneira como pega e prescinde de moto próprio.
    O homenzito devia tratar-se e só depois vomitar, mas tem um problema de canalização e não consegue saber onde estão as extremidades e desaguos.
    Trate-se, anormal invertido.

    ResponderEliminar
  7. Eu gostava de chegar aqui, cá deste lado, nesta margem e ver o que se passa aí, desse lado.
    Mas aqui, deste lado, é tudo bem diferente.
    As antecedentes sublimes manifestações de cultura, avassalam-me e confirmam o que há muito já sabia; aqui, do meu recanto é tudo tão mais pequeno...

    No entanto, no domingo lá estarei.
    E votarei visceralmente contra o aborto.
    Votarei contra a hipocrisia.
    Votarei contra o faz de conta.
    Votarei contra a ganância, tão "portuguesadamente" pimba.
    Votarei contra o viscoso corporativismo da igreja que tão afastada anda do ideal do seu Criador.
    Votarei contra um país retrógrado e cinzento.
    Votarei contra a aleivosia e a mentira.
    Por tudo isto e por tudo o resto, no domingo, lembrando-me que sou viscelamente contra o ABORTO, vou responder SIM à pergunta que, em boa hora, fizeram o favor de me formular.
    E se todos eles "decidissem" fazer o mesmo (não é senhor doutor?)- e sempre - este país era o país de Pessoa, de Agostinho e de tantos outros.

    ResponderEliminar
  8. E Pelos vistos, tambem acontece a quem corrige:): "E votarei visceralmente contra o aborto." e mais a frente "lembrando-me que sou viscelamente contra o". Descubram as diferencas:).Caro tó (da lota?)um abraco.:)

    ResponderEliminar
  9. O invertido voltou. Desta vez para dizer que já tem direito a voto. Cresceu na idade, não no intelecto. Enfim, mais um aborto.

    ResponderEliminar
  10. Eu mudei de opinião quanto à pertinência da realização do referendo. Acho, agora, que deveria ter sido resolvido na Assembleia da República, órgão legislativo do sistema democrático.
    Mas, obviamente colocarei a cruz no SIM, sem hesitar. Porque acho que é favorável à diminuição do aborto a sua realização em estabelecimento do Serviço Nacional de Saúde. Porque, tendo mesmo que ser feito, é-o em segurança e sem cambalachos de negócio. Porque considero demagógico e manipulador os slogans dos defensores do Não, num Estado laico e de livre consciência.Porque, enfim, segue o caminho da História e da legislação comparada.

    ResponderEliminar

Neste blogue todos podem comentar...
Se possível, argumente e pense. Não se limite a mandar bocas.
O OUTRA MARGEM existe para o servir caro leitor.
No entanto, como há quem aqui venha apenas para tentar criar confusão, os comentários estão sujeitos a moderação, o que não significa estarem sujeitos à concordância do autor deste OUTRA MARGEM.
Obrigado pela sua colaboração.