«Mas eu já comi uma sardinha!..» – dizia para o pide um dos inscritos na sardinhada.
«Pois então ... VOMITE-A!...» – Retorquiu-lhe, acto contínuo, outro democrata.
O pide embatucou. Deve por isso ter sido o momento mais alto da comemoração do 1º. de Maio, na Figueira, no ano de 1973. Em plena ditadura do terrorismo fascista.
Em 1973, último ano do regime salazar-caetanista, o secretariado da Figueira do Movimento Democrático Português decidiu promover a comemoração da data histórica do 1ª. de Maio.
Ponderados os condicionalismos que à data se impunham aos democratas portugueses, a melhor solução encontrada foi a de organizar uma jantarada nos arredores, durante a qual se comeriam umas sardinhas e seriam trocadas impressões sobre a situação política. Tratar-se-iam assim, a um tempo, de uma Jornada de convívio e de resistência à ditadura.
O que ninguém previu foi que, à hora aprazada, a PIDE estivesse à porta do estabelecimento para impedir a “perigosa” reunião e identificar os que chegavam...
Apurar-se-ia, depois do 25 de Abril , que a denúncia tivera origem na A.N.P., a quem chegara a notícia de uma monumental sardinhada na tasca do GRAZINA, nos Armazéns de Lavos....
(estória respigada, com a devida vénia, do nº. 25 do extinto jornal figueirense “barca nova”, edição essa publicada em 28 de Abril de 1978).
Grande "Barca Nova".
ResponderEliminarLutas, resistências, solidariedades, amizades que ainda hoje perduram.
E que não se perderão.
Só a saudade do zézé...
Um abraço, Agostinho.
"Barca Nova "mas que saudade...
ResponderEliminarContinução de um bom tabalho.
Um abraço para voces.
Lutar para mudar esta é a força de nós trabalhadores
ResponderEliminarViva o 1º de Maio...
Parabéns pelo blog