sexta-feira, 26 de maio de 2006
Luandino Vieira, escritor singular e há muito “silencioso” ...
Por razões “pessoais e íntimas”, Luandino Vieira, nascido em Vila Nova de Ourém, perto de Fátima, mas angolano de adopção, recusou o mais importante prémio literário da língua portuguesa.
Ao dizer não ao Prémio Camões, o escritor deixou de receber 100 mil € (vinte mil contos em moeda antiga).
A decisão do escritor apanhou todos de surpresa, excepção feita ao escultor José Rodrigues, que o acolhe no seu Convento S. Paio, em Vila Nova de Cerveira.“Almocei com o Luandino numa tasquinha de Caminha e, durante o almoço, ele esteve irónico e fazia parábolas acerca do dinheiro do prémio”, disse o escultor.“Não sei as razões pelas quais Luandino recusou o galardão, mas ele vive como um franciscano”, referiu José Rodrigues, acrescentando que o escritor “se retirou fisicamente do mundo mas continua atento a tudo o que acontece. Apesar de se ter isolado, Luandino está atento a tudo”.Segundo o escultor, Luandino passa os seus dias a passear pelos montes, a falar com os passarinhos e os animais e a escrever cartas.“Luandino continua a escrever, muito à noite e até de madrugada. E não apenas cartas”, declarou José Rodrigues, numa alusão à obra ‘O Livro dos Rios’, primeiro volume da trilogia ‘De Rios Velhos e Guerrilheiros’, que Luandino Vieira lança em Novembro.
Luandino, tem 71 anos de idade e um percurso de vida intenso.
“Escritor lento”, escreveu 11 livros, o último dos quais Lourentinho, Dona Antónia de Sousa Neto & Eu, no decorrer da sua estadia de 8 anos no Tarrafal, de 1964 a 1972, por defender a independência de Angola.
Luandino Vieira é um escritor muito exigente consigo próprio, duma qualidade e criatividade narrativa, estética e linguistica altíssima, para quem a escrita exige tempo de laboração mental e um intenso trabalho sobre a linguagem..
Luanda, um livro que enriqueceu a língua portuguesa, dá disso testemunho.
Luandino Vieira, um autor que dá prazer ler.
Luandino Vieira, um escritor singular e há muito “silencioso”, mas não “morto”.
Luandino Vieira, o Homem que disse não ao mais importante prémio literário da língua portuguesa.
8 comentários:
Neste blogue todos podem comentar...
Se possível, argumente e pense. Não se limite a mandar bocas.
O OUTRA MARGEM existe para o servir caro leitor.
No entanto, como há quem aqui venha apenas para tentar criar confusão, os comentários estão sujeitos a moderação, o que não significa estarem sujeitos à concordância do autor deste OUTRA MARGEM.
Obrigado pela sua colaboração.
A obra de Luandino a que te referes chama-se "Luuanda" e não é a melhor obra do escritor, apesar de ser muito boa e ter ganho o prémio da SPE em 1965, cujo facto ditou o encerramento da Sociedade.
ResponderEliminar"Nós, os do Makulusu" será, quanto a mim, a melhor obra de Luandino, na minha modesta opinião,
Voltarei ao tema, agora não tenho tempo.
É cada vez mais raro uma pestura de seriedade como a deste escritor.
ResponderEliminarA seriedade e a não curvatura perante quem nos governa, é sempre de ralçar, num país cada vez mais propicio ao compradio e ao clientismo da esquerda á direita.
È de LOUVAR e respeitar toda a sua seriedade.
ZÉ TAMBORIL
A rejeição do prémio por parte de Luandino Vieira é, na verdade, uma atitude que tem de se respeitar, se atendermos ao que tem de ser atendido, isto é, toda a sua conduta durante toda a vida, um revolucionário, um homem que deu a sua vida pela libertação e liberdade de um povo, o seu, e que, no fim, o vê amarrado, e sem grandes saídas.
ResponderEliminarPara um homem puro, que sofreu nas cadeias do Estado Novo (Tarrafal, entre outras)as agruras de uma luta desigual, é muito natural o desencanto, prova maior da sua superioridade moral, o não querer receber o prémio.
Mas numa coisa Luandino terá de concordar comigo: só pelo nome do prémio, ficava-lhe bem recebê-lo.
Aceito e respeito a sua atitude, mas termino dizendo que é um escritor a quem o Prémio Nobel ficava muito bem,pois recriou excelentemente uma língua das mais importantes do planeta: a de Camões.
Ó Tamboril, não é pestura, é postura. E é realçar, não ralçar, e é à, não á.
ResponderEliminarAprende a escrever e depois aparece, meu.
uma lição para certos homens!!!!
ResponderEliminarainda há PESSOAS
Grande atitude
ResponderEliminarAo sr.Jorge W Said, vou ter de lhe dizer uma coisa.
ResponderEliminarNão se chatei com os erros ortugráficos das pessoas que entram neste blog, porque elas não são inteligentes como a pessoa que escreve o Blog.
Neste blog escreve já tanta gente que é pena os seus proprietários, camafulados com os mais diversos nomes, EX: BAKUNINES,JORGES W SAID,ANÓNIMOS E.T.C.não quererem que se tenha uma opinião, mesmo que ela tenha o seu erro.
Mas quem manda pode e se essa é a forma mais fácil de mandar as pessoas embora, então que fiquem só os inteligentes, porque neste blog o que à mais é pessoas que não dão erros.
ZÉ TAMBORIL deixa blog para as pessoas inteligentes.
Ah, campeão!
ResponderEliminarUm abraço Zé Tamboril. e peço-te que continues, porque os teus bitaites me divertem.
Já agora, eu assino jorge w e não jorge w said.
Reparaste? Eu só quero é ter piada.