domingo, 4 de agosto de 2019

QUANDO É QUE SE COMEÇA A PENSAR O MODELO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTADO DO CONCELHO?

Recordo o que disse Joaquim Barros de Sousa, precisamente há um ano - no início de Agosto de 2018 - no lançamento do seu livro «Figueira da Foz. Memória de um mandato e os anos perdidos»: “fazer reabilitação urbana nesta altura do ano é óptimo, é a melhor altura”. E deixa uma dúvida: “quais são os estudos de trânsito que deram origem a esta reabilitação urbana traçada na prancheta?”. Na sua opinião, “tudo isto é um rematado disparate só porque há fundos comunitários, quando há muito mais a fazer”.
Defendeu que “as autarquias hoje são agências de espectáculos para divertir, é tudo um circo e o tecido urbano está na mesma. Esta situação pode ser corrigida, acredito nisso, mas só a médio/longo prazos. Um dos problemas é que a Figueira não tem «quadros», estão todos fora por falta de emprego, mas vai aparecer uma geração que diga «basta».

Caos: esta é a imagem do trânsito, depois da requalificação de Buarcos

Nada mais actual passado um ano...
Na altura, em Agosto de 2018, já perto do final da sua intervenção, Joaquim Barros de Sousa deixou uma reflexão: “acredito que vamos ainda ter um presidente de Câmara que motive a cidade e as forças vivas”.
Coincidência, ou talvez não, desde que existe poder autárquico democrático que o concelho da Figueira da Foz tem vindo a definhar. Virados para a obtenção do voto fácil, a tendência de alguns autarcas foi gerar dívida para mostrar obra. Depois de 2009, foi necessário arrepiar caminho. Todavia, continuou a política de gastar os recursos na satisfação de necessidades imediatas, em prejuízo de projectos que tivessem em vista o futuro sustentado do concelho. Este modelo assenta em receitas fáceis, sobretudo em impostos sobre o imobiliário.
Nos últimos dois anos, com uma gestão autárquica totalmente centrada na obtenção de votos, sem olhar a meios, este modelo económico tornou-se miserável. Promove-se a miséria para depois se ganharem votos comprando quem precisa de um emprego, de uma casa ou simplesmente de comer. Nos últimos anos o concelho foi embebedado com projectos grandiosos, Buarcos, Baixa da cidade e o Cabedelo. Agora, vem aí o Jardim. Pouco mais aconteceu: tirando os supermercados que estão a substituir corredores verdes por “retail parks”, o que é que mais se fez?
Criou-se um exército minoritário de pobres de espírito e subsídio-dependentes que, na hora das eleições, são arregimentados para jantares de campanha, arruadas e, por fim, ir votar. 


É preciso quebrar com este ciclo miserável que foi sendo instalado a partir de Aguiar de Carvalho, continuado por Santana Lopes, Duarte Silva, João Ataíde e, já deu para perceber, vai de vento em popa com Carlos Monteiro.

O que há a fazer é voltar a pensar nas pessoas e na economia do concelho, reflectir sobre como pode um médio concelho voltar a apanhar o comboio do progresso, acabando com um ciclo de pobreza e subdesenvolvimento, que tem promovido investimentos e empreendedorismo duvidosos.
As próximas gerações de jovens em vez de terem de ir procurar oportunidades fora do concelho - a alternativa é andarem em programas ocupacionais, ou estarem ligados ao poder e conseguirem um “tachito” - têm de ter a oportunidade de mostrar capacidade de gerar mais riqueza e, assim, contribuir para o desenvolvimento sustentável. Para isso, têm de lhes ser criadas oportunidades na cidade e no concelho.
Como disse Fernando Cardoso, há um ano, no lançamento da obra «Figueira da Foz. Memória de um mandato e os anos perdidos»: "se este livro não der polémica é porque a cidade morreu". Já passou um ano, mudámos de presidente de câmara inesperadamente e ainda nada de novo aconteceu: o repto de Fernando Cardoso continua ignorado.
Será que a Figueira já morreu e, sem dar por ela, os músicos do poder autárquico concelhio continuam a tocar, tal como aconteceu com o Titanic?



Publicado inicialmente aqui.

Música que é a menos comprada porque é a que menos "se vende"... (II)

Rodrigo Serrão: um músico que conheci recentemente lá no escritório, no Cabedelo...




Erosão costeira: Costa de Lavos em agosto...

Excesso de tolerância, tem sido o cancro da Figueira?

Isabel Maria Coimbra, via facebook:

"Há que travar a estupidez da alteração ao trânsito que estão a fazer nesta rua. 
Rua 5 de Outubro da Figueira transformada em parque de estacionamento, sem se entenderem os acessos. 
Os comerciantes têm que ser ouvidos, sob pena de perderem ainda mais clientes.
É o que dá uma maioria no poder. 
Ouçam as pessoas da terra. 
São elas que pagam aqui os impostos."


Ouvido por aí, numa rua da cidade... 

(Desculpem a linguagem, mas é uma citação...)
"A mansidão dos figueirenses, às merdas que os políticos fizeram no decorrer de dezenas de anos, é que fodeu a Figueira"...
E o que é eu posso dizer mais?
Oferecer dinheiro, para que gritem comigo, é coisa de rico.  E, eu, sou um teso do caraças...

sábado, 3 de agosto de 2019

Música que é a menos comprada porque é a que menos "se vende"...

Rodrigo Serrão: um músico que conheci recentemente lá no escritório, no Cabedelo...



Músico, compositor e produtor, Rodrigo Serrão participou em concertos por todo o mundo e gravou em mais de uma centena de discos.Trabalhando com os mais influentes artistas portugueses do Jazz ao Fado e da Pop à World Music, é um músico numa constante busca de desafios onde possa expressar por inteiro a sua criatividade.
Recentemente esteve na Figueira para acompanhar Adelaide Sofia no espectáculo que esta artista deu no Mercado Municipal.

O mágico figueirense...

"A rotunda desapareceu e os plátanos mantêm-se." 

Nada que OUTRA MARGEM não tenha previsto: Carlos Monteiro: presidente de câmara ou o Luís de Matos figueirense?
De um momento para o outro, assim como sem dar por ela, que o mesmo é escrever, por artes mágicas, a Câmara da Figueira da Foz desistiu de construir uma rotunda na zona do jardim municipal. E, ao mesmo tempo,  evitar o abate de dois plátanos. No entanto, as obras implicarão o corte de cinco árvores saudáveis e outras que estão “mortas”
Carlos Monteiro, qual ilusionista e mágico de top, ainda vai mostrar o que vale como Figueirense nestes dois anos que lhe restam de mandato. Continuando a acreditar: querem ver que a magia vai ser de tal gabarito que ainda vai conseguir convencer mesmo os mais cépticos!
Pela amostra que presenciei ontem, ao vivo e a cores, "vai poder fazer tudo, menos cortar árvores." 

sexta-feira, 2 de agosto de 2019

Zeca, Sempre: nasceu em Aveiro, faz hoje 90 anos...

Presidente de junta ou promotor imobiliário?..

Dispensa título esta postagem

Bode expiatório, eu?.. Escolhe outro, pá...


Para mais tarde recordar...

Imagem sacada daqui

E, na Figueira, ter boa imprensa é tão importante como ter quantos vereadores?..

Obras de Buarcos: só para o arquitecto - 75 mil dele... E, agora, a câmara quer que "os contribuintes paguem mais 10 mil euros, ao mesmo arquitecto, para tentar corrigir os erros e consequentes alterações ao projecto inicial!..

"A Câmara Socialista personificada no Presidente Carlos Monteiro, de forma arrogante e eleitoral, esbanjando dinheiros públicos adjudicou ao #arquitetoVieira de Melo por mais de 75 mil euros o projecto de requalificação da frente mar em #Buarcos.
Não satisfeito faz com que os contribuintes paguem mais 10 mil euros, ao mesmo arquiteto, para tentar corrigir os erros e consequentes alterações ao projeto inicial...
Mas as alterações não vão ficar por aqui, demonstrando o que o PSD Figueira da Foz tem vindo a dizer que tal obra para além de desnecessária está mal planeada.
Estamos pois perante irresponsabilidade na gestão dos recursos públicos.
Figueira da Foz e os #Figueirenses merecem mais."



Carlos Monteiro: presidente de câmara ou o Luís de Matos figueirense?

A câmara da Figueira da Foz vai fazer um corredor verde, em mais um retail park em fase de construção?.. As obras, ao que dizem, "visam fazer a ligação entre a frente ribeirinha e o parque das Abadias"!..

Imagem via Diário as Beiras

A câmara da Figueira, mesmo sem dar por ela, especializou-se em corte de árvores. Mas será que vai destruir as casas?

Ou isto é, apenas, mais uma demonstração de ilusionismo político? 
Já agora: será que o corredor verde é para quem está no rio poder ver o ALDI, esse monumento à preservação das árvores e do verde, a última novidade em termos de mercearia?..

Governo aumenta quota de pesca da sardinha em 1.800 toneladas

quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Em 1996, falava antes na necessidade de acabar com a “situação de suspeição, que deve ser, de todo em todo, eliminada da vida política portuguesa, sobre a isenção de um titular de cargo político relativamente à possibilidade de intervir em processos em que sejam interessadas empresas em que ele ou os seus próximos tenham participação relevante ou em que sejam titulares de órgãos sociais”....

O PS é uma família perigosa

Muito bem José Augusto Marques...

A remodelação do Jardim municipal.

"Para que não fiquem dúvidas sobre o meu posicionamento, especialmente no seio do movimento associativo concelhio, aqui fica o registo:
Com tanta carência no concelho, e não é demagogia, elas existem mesmo, é difícil perceber o que leva o município a fazer a segunda intervenção de fundo no mesmo espaço num período de dez anos. É verdade que a intervenção feita em 2005, embora com alguns aspectos positivos, não deu a resposta necessária, apesar de ter sido aprovada por unanimidade em reunião de câmara. Fazer intervenções pontuais e corrigir alguns aspectos menos conseguidos na intervenção anterior, não me parecendo uma prioridade, podia servir de justificação para cumprir algumas promessas eleitorais. Só que, não se trata de pôr ali um ou outro dos prometidos equipamentos. Trata-se de gastar mais uns milhares de euros para deixar tudo na mesma, ou pior.
Não sou, só porque me apetece, contra nada. Nem contra o abate de árvores quando tal se afigurar necessário. Repito, para que não fiquem dúvidas: quando tal se afigurar necessário. Ora, no caso vertente, abater várias árvores daquele porte para instalar um coreto(?) e mais duas, para supostamente resolver um problema de trânsito, que é ínfimo se comparado com tantas dezenas de problemas idênticos ou maiores que existem na cidade, para além de absurdo, se tivermos em conta os episódios recentes de abate de árvores no concelho, parece-me uma provocação ignóbil que os bons e ordeiros figueirenses não merecem. Fica a sensação que estamos perante uma demonstração de “poder” que, dando normalmente maus resultados, pode pôr a nu a impreparação e as fragilidades de quem o exerce. Não estamos a falar de construir algo que se possa corrigir no futuro ou de retirar uma estrutura que, uma vez verificado o erro, voltamos a pôr no mesmo lugar. Estamos a falar do abate de árvores de forma gratuita, que não podemos recolocar no mesmo sitio um ou dois anos depois.
Sobre o tão badalado coreto, cujo projecto é datado de março de 2014 e alguns afirmavam publicamente, em janeiro de 2017, que não existia, fiz chegar à Câmara, nessa altura(2017), um apontamento com 16 páginas onde deixei clara a minha opinião. (não critico nem comento em perfis falsos. Assumo as minhas opiniões com os custos daí decorrentes) Por ser longo, o tal apontamento, não o vou expor aqui. Não tenho no entanto qualquer problema em o exibir a quem e quando necessário. Fica expressa a minha opinião de forma sucinta: o equipamento (coreto) que agora ali querem instalar, não corresponde às actuais exigências culturais, especialmente das filarmónicas, porque não tem forma, orientação, localização e dimensão(?) adequadas. 
Daqui a uns tempos, perante o óbvio, utilizem palavras modernaças e digam que a culpa foi da “mudança de paradigma”

Sempre gostei do inesperado: é necessário haver desconhecido para haver conhecido...

Via Diário as Beiras
Sempre tive respeito pelo jornalismo feito por profissionais íntegros. Só entendo a  imprensa como um espaço de liberdade e descomprometida com o poder.
Continuo a ter  gosto em ler um jornal bem escrito e  bem feito, de preferência em formato papel.
Oxalá que o esforço em curso para a melhoria do  projecto e a nova dinâmica a implementar no espaço dedicado à Figueira da Foz, surta o efeito desejado pelo Director do Diário as Beiras. Por isso, desejo as maiores felicidades. A Figueira, precisa de um jornal sério e credível. Nós cá estaremos para ler.
Bom trabalho. 

Adelaide Sofia encheu o Mercado Municipal de talento artístico e profissionalismo

Ontem à noite, a artista figueirense de dimensão nacional Adelaide Sofia, excelentemente acompanhada pelos músicos Bruno Mira - Guitarra Portuguesa, Pedro Pinhal - Viola de Fado e Rodrigo Serrão - Viola Baixo, realizou um espectáculo memorável que levou ao velhinho Mercado Municipal da Figueira da Foz muitas centenas de pessoas.
Adelaide Sofia  é uma intérprete excelente e emocionante. Conhecendo-a pessoalmente há anos, posso afirmar que o ser humano que dá corpo à artista, também o é.
Há cantoras que quando deixam a zona de conforto do estilo de música que costumam cantar ficam perdidas. O que não aconteceu ontem à noite. Adelaide Sofia mostrou aquilo que é e o que vale: "um animal de palco" e uma flor agradável à vista que, com a sua voz e o seu talento, pode brilhar em  qualquer lugar, em qualquer palco e em qualquer estilo musical.
Adelaide Sofia, sente-se à vontade em palco, tem presença e é uma verdadeira artista possuidora de uma voz extraordinária. Ao escutar ontem Adelaide Sofia, extraordinariamente bem acompanhada por três músicos de excepção, sentimos estar em presença de artistas que fazem da música um combate ao fatalismo e ao saudosismo retrógrado, que costuma ser associado ao fado... 
A partir daqui, qualquer coisa que escrevesse seria inútil, para além de um estorvo para quem quer começar já a ouvir.
Por exemplo aqui, aqui, aqui...

Apresentação do Projecto de Remodelação e Beneficiação do Jardim Municipal e Áreas Envolventes: dia 2 de agosto, sexta-feira, pelas 18 horas