quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Ano novo?..

A felicidade e a dignidade não passam por um estatuto conferido por um cargo político, um emprego ou o dinheiro do euromilhões... 
Muito menos, a felicidade e a dignidade passam por um carrão ou por cartões de crédito.
O ano prestes a finar-se, 2014, foi duro para a generalidade de todos nós. Ficámos mais pequenos, mais pobres, mais desesperados e mais à deriva.
O ano que hoje acaba, mostrou-me, mais uma vez, que a felicidade e a dignidade passam por outras coisas mais ao nosso alcance, mas não menos difíceis e importantes de alcançar. 
Nomeadamente, por andar de cabeça erguida e a coluna vertebral direita. 
Passam também por, em qualquer circunstância, tentarmos dar o nosso melhor.
O que sabemos que é difícil, pois vivemos numa sociedade - e numa cidade - em que o medo se transformou num instrumento ideológico ao dispor da classe dominante. 
Resta resistir.
Quem tem experiência de vida e memória sabe que já passámos por pior. 
Entretanto, fica o desejo do possível 2015 para todos.

Muito bem...


No último dia do ano o líder do PS foi a Évora para visitar José Sócrates no estabelecimento prisional de Évora, onde o ex-primeiro-ministro está em prisão preventiva. 
À saída, António Costa defendeu a existência de meios para a investigação poder executar o seu trabalho e a garantia dos direitos de defesa, tendo apelado a que se deixe a «justiça funcionar em todos os seus valores».

Uma história figueirense e portuguesa...

"Recentemente, o surfista Garrett McNamara pronunciou-se sobre as excelentes condições que a costa portuguesa oferece para a prática do surf. O recordista mundial opinou que há muitos talentos em Portugal, muitos surfistas que são muito bons, pelo que o país poderá em breve ter um campeão do mundo… “em ondas pequenas e em ondas gigantes”. Também afirmou que o vento aqui é complicado e que, em lado nenhum do mundo, chegam ondas tão grandes e com tanta frequência. Ouvi as suas declarações na televisão e logo me ocorreu a comparação com a actual situação do país e, em particular, da Figueira. Vieram-me à mente os nossos campeões, dispersos por esse mundo fora, na área do desporto, da ciência, da literatura, das empresas, no mundo do trabalho. Ultrapassando “ondas gigantes”. Como também a Figueira e as suas potencialidades, em particular na área que ele tão bem domina: o mar. Nas suas diversas vertentes. Também metaforicamente, senti os ventos adversos que sopram por estas paragens e as sucessivas ondas de austeridade que vêm afectando a generalidade dos portugueses. No final do ano e início do seguinte, faço votos que a reflexão de McNamara seja premonitória e que se dê início a um processo de reversão que vença as ondas gigantes e os ventos adversos. A solução está nas mãos de todos e de cada um de nós. Os problemas só se resolvem se os enfrentarmos, tal como o surfista enfrenta as ondas."

O texto é do Eng. Daniel Santos e foi publicado hoje no jornal AS BEIRAS. 
O título é da responsabilidade do autor do Outra Margem.

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

O Paulo Portas tem as costas largas...



Enzo no Valência. 
Explicação do Benfica: 
"uma proposta irrevogável"...

Só nós dois é que sabemos...



Assim a vida passa vagarosa: /O presente, a aspirar sempre ao futuro: /O futuro, uma sombra mentirosa.*

"No início do próximo ano iniciar-se-ão as obras de requalificação do museu dr. Santos Rocha, de manutenção do CAE e do forte de Santa Catarina. Em suma, a passos sustentados, vencida a falência técnica de há cinco anos, a câmara reinicia uma nova vida."

Em tempo.
Citação do Dr. António Tavares, vereador PS, hoje, na sua habitual crónica das terças no jornal AS BEIRAS. 
* Título da responsabilidade do autor do Outra MargemUma citação de Antero de Quental, “Sonetos” (1860-62).

“Tudo existe. O que se Inventa é a descrição”

Joaquim Namorado e Guilhermina Namorado no dia do seu casamento.
Coimbra, 1942.
Para assinalar o Centenário do Nascimento de Joaquim Namorado, Vila Franca de Xira, através do Museu do Neo-Realismo, está a prestar a devida homenagem ao Poeta, contista e ensaísta.
A vida e o percurso de Joaquim Namorado decorreram num contexto e num tempo difícil: o Portugal fascista do século XX, tempo em que se agravaram as condições de vida do povo português.
As migrações rurais, na maioria no sentido de Lisboa, têm um peso enorme na vida do país. A instabilidade política e a guerra civil de baixa intensidade que se arrasta agravam a situação. A crise financeira, o advento do Estado Novo, a concentração capitalista têm consequências pesadas, fazendo com que os anos 30 e 40 do século XX em Portugal sejam de grande crise e pobreza para o povo português.
A situação das classes mais desfavorecidas, dos estratos mais vulneráveis da população era de tal maneira complicada e difícil que não podia deixar de chamar a atenção dos intelectuais daquele tempo em Portugal. Mais do que uma corrente intelectual, do que uma resposta a este ou aquele movimento artístico, mais do que a expressão de uma força política, o movimento neo-realismo foi a expressão de uma solidariedade, de uma tomada de posição perante o sofrimento agravado do povo português. Mário Dionísio disse que apareceu espontaneamente, não por encomenda deste ou daquele. Impôs-se o sentimento de dar conteúdo à arte, como demonstram as polémicas sobre o primado do conteúdo ou da forma na arte, bastante acesas e de inegável interesse.
Um observador atento, sem ideias pré-concebidas, confirma com facilidade que o âmbito do neo-realismo é bastante mais vasto do que muitas vezes se apresenta. Figuras como Ferreira de Castro, Aquilino Ribeiro e José Rodrigues Miguéis produziram obras que devem ser consideradas como fazendo parte da literatura neo-realista, sem qualquer espécie de dúvida. No cinema, por exemplo na fase inicial da obra de Manuel de Oliveira, denotam-se preocupações afins ao movimento.
E, ao contrário do que alguns tentam fazer crer, o neo-realismo não se pode reduzir a uma literatura regional, do Alentejo ou do Ribatejo. Não se pode esquecer a importância da revista Sol Nascente, fundada por estudantes do Porto e editada naquela cidade de 1937 a 1940, ou da Vértice, que aparece em Coimbra em 1942, entre outras publicações. E que o Novo Cancioneiro, também editado em Coimbra pela mesma altura, incluiu poetas de todo o país. Ainda em Coimbra são numerosas as publicações próximas do neo-realismo, a maioria, é verdade, de vida efémera: Altitude, Cadernos de Juventude, Síntese. Em Lisboa destaca-se O Diabo.
O neo-realismo cumpriu o papel de denúncia do sofrimento do povo português. Mostrou o papel que podem ter a arte e a cultura em geral na luta social e política. Não foi propriedade de ninguém, nem mesmo exclusivo de Portugal. Foi o contributo da cultura para apoiar o povo a que seus agentes pertenciam.
É neste contexto que a obra de Joaquim Namorado tem de ser vista: “um organizador colectivo, mais do que original; um poeta e um crítico de obra exígua; um militante que rebatia arte sobre a política e, em política, queria ser reconhecido pela sua ortodoxia”.

Conheci pessoalmente Joaquim Namorado, creio que no ano de 1978, devido ao projecto barca nova.
Em 1982, aparece em 3º. Lugar na lista APU concorrente à Assembleia Municipal da Figueira da Foz - e é eleito.
Em 1983, por iniciativa do semanário barca nova é lançada a ideia de uma “homenagem a Joaquim Namorado”.
Realiza-se a homenagem projectada pelo barca nova. Dela faz parte uma exposição sobre “O neo-realismo e as suas margens”, que depois será apresentada em Coimbra, Guimarães e Fafe, em versão simplificada.
O executivo da Câmara Municipal da Figueira da Foz cria o “Prémio Joaquim Namorado”, para ser atribuído a contos inéditos, invocando a acção cultural exercida por Joaquim Namorado no nosso concelho.
Em 29 de Janeiro é conferida a Joaquim Namoarado a Ordem da Liberdade – Diário da República nº. 62, 2ª. Série de 16/3/1983.
Seguiram-se outras homenagens. Recordo que a Assembleia Municipal de Alter do Chão, sua terra natal, em reunião de 4 de Fevereiro, por unanimidade, resolve associar-se à “Homenagem nacional prestada a Joaquim Namorado".
A Junta de Freguesia de S. Julião, delibera na sua reunião de 14 do mesmo mês no mesmo sentido.
A Assembleia Municipal e a Câmara de Coimbra atraibuem-lhe, por unanimidade, a Medalha de Ouro da cidade.
Por esse tempo, Joaquim Namorado era um Homem feliz. Por esse tempo, eu, como elemento de um colectivo que se chamava barca nova, também era um homem feliz.
Joaqui Namorado, o Joaquim Namorado com quem convivi e tive a felicidade de receber a sua amizade, ao contrário do que dizem não era um durão: era um ser humano do melhor que passou pela minha vida – e a quem estarei eternamente grato pelo muito que me ensinou.
A carta reproduzida, dirigida à sua esposa D. Guilhermina Namorado (Amor da Minha Alma/Joaquim Namorado - 1938. Carta escrita a prever  sua prisão: "esta carta, se te chegar às mão, significa que fui preso")  fala por si.
para ler melhor clicar na imagem 

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

O que faz a malta não ler... Mas, os amigos são para as ocasiões...

Ainda se lêem livros em Portugal?
Tenho sérias dúvidas.
Sei que existem profissionais da leitura, como o Marcelo Rebelo de Sousa, mas muito pouca gente já lê por ócio ou prazer.
Por isso, pelo menos para mim, é inexplicável que continuem a aparecer editoras, que as feiras do livro sejam um sucesso, que haja novos autores, que tantos livros sejam comprados.
O problema, se chegar a haver, será o facto disto ter rebentado, como rebentou a bolha do imobiliário...

Ponto da situação no Sporting resumido e abreviado...


"Após dez dias de absurda turbulência no Sporting, na sequência imediata da nossa vitória frente ao Nacional, apenas José Eduardo defende o despedimento de Marco Silva. Valeu a pena tanto barulho?"

Pedro Correia

A...

"As portas que a Revolução abriu têm 40 anos! E o povo saiu às ruas, para celebrar, para abrir a boca num país em que os homens passaram a comer as palavras. Somos livres, mas estamos tontos. Atordoados, pelo menos. Abril fez 40 anos, no verão quente derreteram-se os Espírito Santo e o inverno chegou com um ex-primeiro-ministro na cadeia. Nas quatro estações do ano, o regime ainda aprende a soletrar a palavra de-mo-cra-cia. Não falta liberdade, apenas não se respira a lucidez mordaz, a irreverência necessária, as provocações, simultaneamente irónicas e violentas, que nos obrigam a pensar, a olhar para além do óbvio. Nas portas que Abril abriu, a elite desapareceu e os intelectuais calaram-se. Estão calados, que é outra forma de morrer. Liberdade, mas condicionada: na primeira metade do ano a discutir como nos livraríamos da troika, na outra metade a assistir com perplexidade à derrocada."

Sopa de letras: 2014 de A a Z (parte I)

domingo, 28 de dezembro de 2014

O maior desejo de Passos e Portas para 2015...

afirmou um dia Salazar. Portanto, em 2015 bebam muito vinho.
Depois de 3 anos no poder, algo ainda falta para chegarmos ao Portugal de Passos e Portas: alterar a Constituição do nosso país.
Tanto assim é, que passaram praticamente 3 anos a dizer que a Constituição obstaculizou o crescimento da economia
Sendo assim - e assim foi... - estarão certamente tão certos quanto Salazar esteve, a partir do momento em que se apoiou na Constituição de 1933 para reestruturar uma economia que encontrou enfraquecida pela instabilidade dos governos republicanos. Claro que deixámos de ter a liberdade que nos permitia reclamar melhores condições de trabalho e de vida, mas isso foi apenas um pormenor...
Na verdade, como alguns sabem e recordam, o que foi isso comparado com o progresso económico de um país e com o enriquecimento daqueles poucos de cuja força empresarial sempre nos querem fazer crer que necessitamos, como se verificava antes de Abril de 1974 e temos vindo a recuperar, como se viu, agora, com o BES!
Em 2015, isso só vai depender dos portugueses e, sendo assim, tudo é possível...
Estar desempregado é sempre uma oportunidade.

Caminhadas matinais


Todas as manhãs ele vai andar, para perder peso e tristezas. 
Em relação ao primeiro objectivo tem boas hipóteses de averbar uma vitória.
Manhã cedo, vai ao Cabedelo pela beira mar e volta para trás. 
É quando a Aldeia, ainda um pouco langorosa, começa a receber os primeiros raios de sol. 
E assim começa ele o dia, todos os dias: entre o mar e a luz do mar.

Passagem de ano na Figueira


sábado, 27 de dezembro de 2014

PS, Somos Figueira e CDU concordam em mudar nome à freguesia de Buarcos

A proposta do grupo de trabalho para a mudança de nome da freguesia de Buarcos vai ser votada na próxima segunda-feira, na assembleia de freguesia. 
As três forças políticas com assento neste órgão (PS, coligação Somos Figueira e CDU) concordaram que deve passar a chamar-se Buarcos e São Julião. Os símbolos heráldicos também sofrem alterações, mas respeitam a identidade das duas freguesias, incluindo a bandeira, com duas faces. 
Recorde-se que a proposta de alteração do nome e dos símbolos heráldicos partiu da CDU, na sequência da agregação de São Julião por Buarcos, aquando da reforma administrativa, que reduziu de 18 para 14 o número de freguesias do concelho da Figueira da Foz. “Sinto satisfação [pela proposta conjunta], mas a título provisório, porque não abdicamos da reposição das antigas freguesias”, declarou Carlos Baptista, da CDU, ao DIÁRIO AS BEIRAS. 
Do lado dos socialistas também se respira regozijo. “O PS concorda com esta decisão. De resto, sempre defendeu, desde a campanha autárquica, uma solução que permita salvaguardar a identidade das duas comunidades”, disse Luís Ribeiro. 
Por seu lado, Carlos Tenreiro, da coligação Somos Figueira, defendeu que a proposta vem “pôr as coisas no seu devido local, fazendo uma reposição justa da situação, porque não fazia sentido o nome de São Julião desaparecer”.
A proposta, depois de aprovada pela Assembleia de Freguesia de Buarcos, tem de passar pela Assembleia Municipal da Figueira da Foz e pela Assembleia da República para também ser aprovada.

Via AS BEIRAS

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

E que tal dançar neste Natal?..

Espero que continuem a acreditar na bondade, na generosidade e na tolerância.
Espero que continuem a venerar a beleza das coisas, e que continuem a acreditar no respeito, acima de tudo, pelas pessoas. 
Espero que continuem, tal como eu, a acreditar que é para contribuirmos para que a vida de todos seja melhor que vale a pena viver. 
Espero que continuem a amar, a preservar e a respeitar a natureza. 
Espero que Portugal e o mundo caminhe no sentido do desenvolvimento. 
Espero que se perceba, finalmente, que sem a arte as nossas vidas perdem grande parte do seu encanto e sentido. 
Espero que, neste Natal, sobretudo, dancem, dancem muito... 
No próximo ano, quer queiramos, quer não, vamos dançar muito...
Entretanto, desejo o Natal possível a todos.

Docapesca

foto António Agostinho