sábado, 27 de maio de 2006

Ficção



Fé ...

“Ao colo da mãe, uma criança de meses quase sufoca, tanto é o calor que sobre ambas derrama o sol a pino.
A mulher arrasta-se
penosamente.
Os pés e as pernas estão envoltos em trapos brancos, que a poeira da estrada escureceu.
Prometera – diz ela – se o filho se salvasse, levá-lo a Fátima numa romagem a pé.

À passagem na Gala, já com 2 dias e 2 noites de jornada, tinham cump
rido um terço da promessa.
Ainda não há notícia se a criança sobreviveu.”


Qualquer semelhança, entre esta estória e a selecção sub-21, que joga amanhã contra a Alemanha, é pura coincidência.

sexta-feira, 26 de maio de 2006

Luandino Vieira, escritor singular e há muito “silencioso” ...



Por razões “pessoais e íntimas”, Luandino Vieira, nascido em Vila Nova de Ourém, perto de Fátima, mas angolano de adopção, recusou o mais importante prémio literário da língua portuguesa.
Ao dizer não ao Prémio Camões, o escritor deixou de receber 100 mil € (vinte mil contos em moeda antiga).
A decisão do escritor apanhou todos de surpresa, excepção feita ao escultor José Rodrigues, que o acolhe no seu Convento S. Paio, em Vila Nova de Cerveira.“Almocei com o Luandino numa tasquinha de Caminha e, durante o almoço, ele esteve irónico e fazia parábolas acerca do dinheiro do prémio”, disse o escultor.“Não sei as razões pelas quais Luandino recusou o galardão, mas ele vive como um franciscano”, referiu José Rodrigues, acrescentando que o escritor “se retirou fisicamente do mundo mas continua atento a tudo o que acontece. Apesar de se ter isolado, Luandino está atento a tudo”.Segundo o escultor, Luandino passa os seus dias a passear pelos montes, a falar com os passarinhos e os animais e a escrever cartas.“Luandino continua a escrever, muito à noite e até de madrugada. E não apenas cartas”, declarou José Rodrigues, numa alusão à obra ‘O Livro dos Rios’, primeiro volume da trilogia ‘De Rios Velhos e Guerrilheiros’, que Luandino Vieira lança em Novembro.
Luandino, tem 71 anos de idade e um percurso de vida intenso.
“Escritor lento”, escreveu 11 livros, o último dos quais Lourentinho, Dona Antónia de Sousa Neto & Eu, no decorrer da sua estadia de 8 anos no Tarrafal, de 1964 a 1972, por defender a independência de Angola.
Luandino Vieira é um escritor muito exigente consigo próprio, duma qualidade e criatividade narrativa, estética e linguistica altíssima, para quem a escrita exige tempo de laboração mental e um intenso trabalho sobre a linguagem..
Luanda, um livro que enriqueceu a língua portuguesa, dá disso testemunho.
Luandino Vieira, um autor que dá prazer ler.
Luandino Vieira, um escritor singular e há muito “silencioso”, mas não “morto”.
Luandino Vieira, o Homem que disse não ao mais importante prémio literário da língua portuguesa.

quarta-feira, 24 de maio de 2006

Uma iniciativa da autarquia de S.Pedro






Nota à margem:

- Numa Terra em que raramente acontecem coisas, não deixa de ser, no mínimo, curioso, que no mesmo dia e em horas que claramente colidem, vão acontecer duas iniciativas importantes para a Fregueisa de S. Pedro.
A Assembleia Geral do Grupo Desportivo Cova- Gala já estava publicitada desde meados de Maio.
A iniciativa da Junta da Junta de Freguesia de S. Pedro, que tem inegável interesse, surgiu depois.
Será exigir muito, solicitar a quem de direito, cuidado na programação das iniciativas?

Viemos para ficar ...


Nascemos a 25 de Abril de 2006.
Um mês depois, fomos alvo de largas dezenas de comentários e tivemos milhares de visitantes! ...
O impacto público que causámos ultrapassou as nossas mais optimistas expectativas.
Questionámos e, ao que parece, fomos incómodos.
Cumprimos o nosso dever.
Pusemos muita gente a pensar e a mexer.
Sem falsas modéstias, sentimos que nestes 30 dias mais recentes algo começou a mudar ...
Talvez para inquietação de alguns, viemos para ficar.

António Agostinho/Pedro Cruz

terça-feira, 23 de maio de 2006

A época! ...




A nova época balnear aí está a despontar! ...
Com mais ou menos calor, com vento ou sem ele, S. Pedro vai, mais uma vez, transformar-se em Junho, Julho e Agosto.
Milhares de pessoas, gente das mais variadas origens, aqui virão a banhos.
À sua espera, para além dos benefícios do iodo, terão a natural hospitalidade dos cova-galenses.
E a animação de Verão.
Ah ... e, este ano, teremos de novo bandeira azul! ...
Com crise, ou sem crise, os banhistas cá estarão.
Até pode acontecer que a crise ajude.
Há lá bolsa que resista aos preços do Algarve? ...
As praias de S. Pedro, ontem como hoje, são praias de eleição.
Pena os apoios da praia da Cova! ...
Quer dizer, o que deixaram fazer às estruturas ... Mas, isso fica para outra ocasião ...
Entretanto, a hora é de esperança.
A época alta está à porta.
Época de lazer para muitos
Para outros, porém, época de trabalho e sacrifício para o corpo...

Fiquei inquieto


Ouvi na rádio, com a atenção possível, o debate realizado sobre o encerramento da Maternidade da Figueira da Foz.
Penso que o debate não alterou a posição de ninguém: quem estava contra o encerramento manteve a posição. E o contrário também é verdade.
Não conheço João Portugal, figueirense e deputado do PS pelo distrito de Coimbra, a única voz que no debate assumiu ser a favor do encerramento do bloco de partos da nossa maternidade.
Para que não restem dúvidas, declaro desde já: sou contra o encerramento.
Pelo menos na matéria em questão, penso diferente de João Portugal.
No entanto, apesar de discordar, passei a respeitar mais este deputado da Nação.
A partir de ontem, fiquei a saber que a Figueira tem uma figura pública frontal.
Assumiu, numa causa importante para os figueirenses, uma posição política clara e transparente. E, o que não é coisa pouca, num debate escutado certamente por milhares de possíveis futuros eleitores
Claro que não deixo de admitir que, eventualmente, neste momento, esta também pode ser uma posição particularmente correcta ...
Mas, não é que ao ouvir o outro lado da barricada - e a panóplia de opiniões da maioria pontual contra o encerramento da maternidade - senti alguns arrepios.
Não sei exactamente porquê, lembrei-me de Miguel Torga.
“É uma tristeza verificar que a política se faz na praça pública com demagogia e nos bastidores com maquinações. E mais triste ainda concluir que não pode ser doutra maneira, dada a natureza da condição humana, que nunca soube distinguir o seu egoísmo do bem comum e vende a alma ao diabo pela vara do mando. A ambição do poder não olha a meios, pois todos lhe parecem legítimos, se eficazes.”
E fiquei inquieto.

segunda-feira, 22 de maio de 2006

Maternidade da Figueira em debate na Rádio Clube Foz do Mondego





A Rádio Clube Foz do Mondego http://www.rcfm.nafigueira.com/ realiza, hoje, 22 de Maio, às 21:00, no Restaurante “Oladodelá”, um debate sobre o tema “O Encerramento da Maternidade”, que deverá contar com a presença de representantes do Governo Civil de Coimbra, da Câmara e Assembleia Municipal, Conselho de Administração do Hospital, Médicos, Bombeiros, INEM, Movimento Cívico da Maternidade, entre outros.

domingo, 21 de maio de 2006

Anjinhos Papudos


Tarde de domingo, duma primavera que mais parece outono.
O Conselheiro Acácio a pensar nos cabrões dos Anjinhos Papudos:
“Que estranhos animais, estes, que vivem no meu território ...
Só têm duas patas e não espetam a cauda quando me vêm! ..”
Os Anjinhos Papudos a pensarem no Conselheiro Acácio:

É PRECISO QUE SAIBAS!

Se espetas
Certeiro
Ao coração do Povo
É a ti que feres.

Se cercas
De grades
A vida do Povo
É a ti que prendes.

Se julgas
Sem justiça
O direito do Povo
É a ti que condenas.

Se negas
A verdade
À palavra do Povo
É a ti que mentes.

Se lavras
No duro chão dos dias
O tempo futuro
É nele que vives.


(Joaquim Namorado)

Depois das bandeiras as pinturas ...




Já estamos de novo a embandeirar ... Mas agora, o Scolari, quer mais: quer as aldeias, vilas e cidades de Portugal pintadas com os nomes dos jogadores que vão estar no mundial da Alemanha...
Estou curioso para saber algumas coisas ...
Entre elas, que acharão os autarcas locais da ideia ...

1. Incentivam?

2. Ignoram?

3. Proíbem?

sábado, 20 de maio de 2006

Cova Gala 2 Esperança 1





Fase Final do Campeonato Distrital de Infantis

A esperança de vitória concretizou-se depois do intervalo

Equipas:

Cova Gala:
1-Pedro Duarte ; 2-André; 3-Bruno ; 4-Pedro(cap.) ; 6- Paulito ; 7- Carlos Daniel ; 8-Zé Pedro ; 9-Frederico ; 10-Carlitos ; 16- João Pedro ; 17- Zé Miguel ; 18- João Carlos.

Esperança:
12- Miguel Meneses ; 2- João Ricardo ; 3- Carnoto ; 4- André Santos ; 5- Alexandre ; 6- Nuno Baptista ; 7- Luís Melo ; 9- Mário ; 10- Miguel (cap.) ; 11- André Pereira ; 16- Antéro ; 46- Miguel Santos.

Alinharam de inicio:

Cova Gala : 1-Pedro Duarte ; 4-Pedro(cap.) ; 6- Paulito ; 7- Carlos Daniel ; 8-Zé Pedro ; 9-Frederico ; 10-Carlitos.
Treinador: João Camarão/João Cravo

Esperança: 12- Miguel Meneses ; 4- André Santos ; 6- Nuno Baptista ; 7- Luís Melo ;9- Mário ; 11- André Pereira ; 46- Miguel Santos.
Treinador: Gregório Freixo / António Pereira .

Árbitro
: Pereira

Resultado ao intervalo: 0-1

Marcadores: Carnoto, pelo Esperança
Paulito e Carlos Danie,l pelo Cova-Gala

Em desvantagem no marcador, no final da primeira parte, os miúdos do Cova-Gala deram a volta ao resultado no período complementar.
Marcaram os golos, Paulito e Carlos Daniel.
Foi uma vitória importante, pois moralizou os jovens da Cova e Gala para a disputa da última jornada, que tem lugar no próximo sábado, na Adémia, onde vai defrontar a equipa daquela localidade próxima de Coimbra.
De registar, o apoio dado aos putos no decorrer da prova, pela presença em número apreciável do público.

Lembranças ...


Há pequenos pormenores, que por serem tão óbvios, passam despercebidos...
Ao ver os Infantis do Cova- Gala a competir na fase final do distrital, lembrei-me da minha meninice.
Lembrei-me dos terríveis jogos da Gala contra a Cova (que raramente chegavam ao fim, pois pelo meio aconteciam, não raras vezes, cenas de pancadaria feia, com pedrada e tudo...), disputados nos quintais, ou no campo de solão que a Terpex destruiu.
Lembrei-me da água fresca, cristalina e pura do poço do T´Zé Maia, meu bisavô, que bebíamos pelo balde a seguir às terríveis pugnas futebolísticas.
Lembrei-me de alguns dos parceiros das “futeboladas de pé descalço”.
Alguns, que por terem trilhado os difíceis caminhos da emigração, vejo de quando em vez, outros porque já partiram para outra dimensão, recordo com saudade.
Recordo os putos que nós então éramos!...
O Xixão, o Luís Rodesiano (o parte traves), o Luis da Tininha Rata, o Quinito, o Tó Tainha, o Alfredo da Ló, o Miquelique, o Manel Vidal, o Zebras, o Marinel, o Bolacha, o Zé Luís Pata, o Capela, o Tó Luís São Marreca, o Laranja, o Zé da Cabaça, o Calhau, o Zé Minas, os Ratos, os Bicos, o Zé Elisio, o Luisito Pata, os Sapateiros, o Rogério Bicho, o Zé Virgilio, o Guilherme, o Zé Adelino (o Mike), o Zé Cravo, O Zé Pedro Bio, o Steel, o Lebre, os Pocinhas, o Tó da Maia... e tantos , tantos outros!...
Para nós, na altura, o resultado, ainda que o jogo não contasse para nada, era mais que importante: era fundamental. Era uma questão de honra! ...
A rivalidade era terrível! ...
O que estava em causa era a Gala! ... O que estava em causa era a Cova! ....
Hoje, os putos da Cova e da Gala jogam juntos.
Têm um Clube comum – o Grupo Desportivo Cova-Gala .
Têm uma bandeira para dignificar, promover e divulgar – a Freguesia de S. Pedro.
Trinta e muitos anos depois, os putos da minha Terra do século XXI, têm outros horizontes.
Aprenderam que o desporto pode ser uma lição de vida.
Ensina a vencer.
Mas também pode ensinar a perder.
Mais ainda: pode cimentar uma fraterna união.
Daí, ser muito importante a obra que, desde 1977, os carolas que têm passado pelas Direcções do Grupo Desportivo Cova-Gala têm realizado.
Eventualmente, sem se aperceberem da verdadeira dimensão do seu trabalho, realizaram uma obra exemplar.
Promoveram o desenvolvimento físico, saudável e harmonioso, de crianças que não tinham outras alternativas para praticar desporto.
Mas, talvez mais importante do que isso, que já não era nada pouco, ajudaram a preparar largas dezenas de putos para as agruras vida.
Formaram Homens.

sexta-feira, 19 de maio de 2006

O que é uma Freguesia?





Freguesia é o nome que têm, em Portugal, as mais pequenas divisões administrativas. Trata-se de subdivisões dos concelhos e são obrigatórias, no sentido de que todos os concelhos têm pelo menos uma freguesia (cujo território, nesse caso, coincide com o do concelho), excepto o de Vila do Corvo onde, por força do artigo 86.º do Estatuto Político-Administrativo da Região Autónoma dos Açores, essa divisão territorial não existe.
A Assembleia de Freguesia é um órgão eleito directamente pelos cidadãos recenseados no território da freguesia, através de listas que tradicionalmente são partidárias mas que se abriram há poucos anos a listas de independentes.
Em Portugal existem cerca de 4 200 freguesias, com territórios que podem ultrapassar os 100 km2, ou ser de apenas alguns hectares, e populações que vão das dezenas às dezenas de milhares de habitantes.
É aos municípios que cabe propor a criação de novas freguesias no seu território, que devem obedecer a um conjunto de critérios fixados em lei.
As autoridades portuguesas estabelecem três tipos diferentes de freguesias, para efeitos de ordenamento do território:
freguesias urbanas - freguesias que possuem
densidade populacional superior a 500 h/km² ou que integrem um lugar com população residente superior ou igual a 5 000 habitantes.(É o caso da Junta de Freguesia de S. Pedro).
freguesias semi-urbanas - freguesias não urbanas que possuem
densidade populacional superior a 100 h/km² e inferior ou igual a 500 h/km², ou que integrem um lugar com população residente superior ou igual a 2 000 habitantes e inferior a 5 000 habitantes
freguesias rurais - as restantes.
As freguesias estão representadas nos órgãos municipais pelo presidente da Junta, que tem lugar, por inerência de cargo, na
assembleia municipal.
As freguesias portuguesas são a representação civil das antigas
paróquias católicas; surgiram muitas das vezes decalcadas das antigas unidades eclesiásticas medievais. Daí que, em tempos mais recuados, o termo «freguês» servisse para designar também os paroquianos, os quais eram «fregueses», por assim dizer, do pároco.
Nas freguesias, nos tempos que correm, os “fregueses” não acabaram.
Só que agora não são do pároco.

quinta-feira, 18 de maio de 2006

O Mestre



(“o mundo está fora dos eixos. Oh! ... Maldita sorte! ... Porque nasci para colocá-lo em ordem! ...” - Hamlet

“ ... é o meu ofício e exercício andar pelo mundo endireitando tortos, desfazendo agravos” - D. Quixote)

Morreu em 28 de Abril de 2000.
Tinha nascido a 17 de Fevereiro de 1941.
Nome completo: José Alberto de Castro Fernandes Martins.
Para os Amigos, simplesmente o .
Purista do verbo e do enredo no dissertar da pena, concebia o jornalismo como uma arte e uma missão nobre.
Também a lança pode ser uma pena/também a pena pode ser chicote!”
Andarilho e contador de histórias vividas, passou em palavras escritas pelo Notícias da Figueira, Diário de Coimbra, Diário Popular, Jornal de Notícias, Diário de Lisboa, República, Opinião, Vértice, Mar Alto (de que foi co-fundador), Barca Nova (de que foi fundador e Director) e Linha do Oeste.
No associativismo passou pelo Ginásio Clube Figueirense e Sociedade Boa União Alhadense.
Lutador contra o regime deposto pelo 25 de Abril de 1974, teve ficha na PIDE.
Foi membro da Comissão Nacional do 3º. Congresso da Oposição Democrática que se realizou em 1969 em Aveiro.
Chegou a ser preso pela polícia política.
Com a sua morte, a Figueira perdeu uma parte do seu rosto.
Não a visível, mas a essencial.
Era crítico e exigente. Mas, ao mesmo tempo, bom, tolerante e solidário.
Seis anos depois da sua morte, quem manda na Figueira, a cidade que amou toda a vida, continua a ignorá-lo.

Segundo o Diário as Beiras: lá para o fim do ano abastecimento de água vai melhorar em São Pedro



”O sul do concelho vai, dentro de um ano, passar a ser abastecido através da margem norte. A obra prevê o atravessamento do leito do rio por duas condutas.A adjudicação da obra de reformulação do abastecimento de água ao sul do concelho da Figueira da Foz, através da travessia do Rio Mondego, foi aprovada pela câmara municipal – com quatro votos contra, do PS. Os vereadores da oposição opuseram-se à empresa proposta pela Águas da Figueira por considerarem que “o ajuste directo não está fundamentado” e porque “a empresa escolhida para fazer a obra participou na elaboração do projecto”.De acordo com uma técnica camarária, a opção pelo ajuste directo fica a dever-se à particularidade desta intervenção e ao equipamento muito específico que será necessário utilizar para a sua concretização.Por seu lado, o presidente da câmara defendeu que a abertura de um concurso internacional, como o PS propôs, iria “atrasar esta obra entre 3 a 5 meses”.
Condutas a 12 metros de profundidade
Em declarações ao DIÁRIO AS BEIRAS, Rodrigues da Silva, da Águas da Figueira, adiantou que esta é uma obra orçada em cerca de 800 mil euros, estando prevista a colocação, não de uma, mas de “duas condutas, por questões de segurança”. Ainda de acordo com a administração da empresa concessionária, “as condutas, com 400 milímetros cada uma, atravessarão o leito do Rio Mondego e ficarão colocadas a cerca de 12 metros de profundidade”.As condutas serão colocadas no rio, junto à Estação dos Caminhos de Ferro, e irão sair na margem Sul, perto do barracão que o executivo de Santana Lopes adquiriu para instalar uma discoteca.Rodrigues da Silva adiantou que o objectivo é que esta obra esteja concluída “em Outubro ou Novembro deste ano”, de modo a que o sul do concelho seja abastecido de água no início do próximo ano. Para aquele responsável, “esta é a obra mais importante” realizada pela empresa concessionária dado o seu “grau de dificuldade”.Refira-se que, para dar seguimento a esta adjudicação, será ainda necessário aguardar pela autorização do Instituto Portuário de Transportes Marítimos (IPTM).”

quarta-feira, 17 de maio de 2006

Intuição canina


Em que estará a pensar um cão, cerca das 3 da tarde, sentado paulatinamente na beira dum passeio da Rua dos Emigrantes, a olhar para dentro duma papelaria-livraria?
Ainda se fosse a olhar para um talho, poderia estar a pensar numa coisa prática!...
Por exemplo, num osso, ou num naco de carne...
Mas para uma casa de cultura?!...
Benza-o Deus!
Terá intuição o canídeo?
A intuição, para o homem, é fundamental, para não dizer decisiva...
Todavia, é o conhecimento que ajuda a fundamentar essa intuição.
É bom saber, portanto.
Mas, nos dias que correm por esta outra margem do Mondego, para estar de bem com os deuses, parece ser mais importante não pensar demais, quando se pensa a Terra.
Na Cova e Gala, o ideal é o homem não pensar além, quando se questiona sobre o que o rodeia.
Convenhamos: um homem a pensar à rédea solta é perigoso...
O ideal, é ser como o cão da fotografia: mesmo a olhar para a papelaria-livraria tem o pensamento limitado.
E, mais importante ainda, domesticado.

Novidades do G. D. Cova-Gala


terça-feira, 16 de maio de 2006

Mais que demolir e construir, restaurar é estudar e ponderar...


Nos anos de 2000 e 2001, foram realizadas importantes obras na Capela de S. Pedro, para reabilitar o monumento.
O restauro era inadiável e a necessidade de aumentar o espaço para receber todos aqueles que participam activamente na vida cristã era também uma necessidade.
As obras consistiram, basicamente, em deitar abaixo a nave da antiga capela. Aí, foi construída uma nova nave, crescendo esta para os lados e para trás.
Mas...
A Capela de S. Pedro é o monumento mais valioso e emblemático da Cova e Gala e é património colectivo das populações das duas povoações, pois, segundo documentos que o investigador Cova-Galense João Pereira Mano estudou, a Capela de S. Pedro original tinha sido edificada em 1820.
A Cova, em 1820, tinha já cerca de 30 anos de vida. A Gala, como povoado, ainda nem sequer existia, isso só aconteceu 30 anos mais tarde, por volta de 1850.
Claro que a remodelação está concluída há quase 5 anos e a Capela de S. Pedro tem, neste momento, o aspecto que a fotografia mostra.
Para quê, então, falar do tema?
Se hoje trazemos à colação este assunto é, apenas, para lembrar uma coisa que nem sempre é clara: mais que demolir e reconstruir, restaurar deve também ser estudar e ponderar.
Restaurar deve ser valorizar e não, somente, ampliar e modernizar.
Numa Terra jovem como a nossa, onde o Património artístico e monumental é praticamente inexistente, terá de cuidar-se da preservação dos raros vestígios do passado.
Estou a referir-me concretamente às Alminhas, uma pequena edificação de 1917.
Não pretendemos ser a voz dos “velhos do restelo”, saudosistas e caducos.
Todavia, a modernização a todo o custo, obedecendo apenas à lei do camartelo, não nos convence.
A Cova e a Gala têm Alma. Têm Pessoas.
Progresso urbanístico não é, do meu ponto de vista, dotar a Cova e a Gala de caixotes de betão, aqui e ali rasgados por janelas, iguais a tantos por esse País fora.
Progresso urbanístico é, do meu ponto de vista, a procura da harmonia arquitetónica e do bem estar da população e a adaptação das novas estruturas à calma e ao equilíbrio do passado.
Como, por exemplo, aconteceu no final dos anos 80 do século passado, com a construção do edifício sede da Junta de Freguesia de S. Pedro.

segunda-feira, 15 de maio de 2006

O exercício de estar vivo é a nossa resposta


Hoje, apresentamos a nossa nova cara.
Tentar melhorar, cada vez mais, um espaço de debate livre e responsável, que surgiu na “bloguesfera” figueirense no passado dia 25 de Abril, será sempre o nosso lema.
Daí, esta remodelação que, espero, seja do vosso agrado.
Há décadas que me habituei a ter opinião própria.
Portugal, ainda hoje, 32 anos depois do 25 de Abril de 1974, é um País em luta pela sua emancipação.
Porque entendo o exercício da cidadania, um direito pessoal e intransmissível, quando resolvi editar o OUTRA MARGEM, em parceria com o Pedro Cruz, resolvi fazê-lo de forma assumida e responsável, isto é, dando a cara.
Poderia, perfeitamente, refugiar-me no anonimato.
Isso, porém, iria em sentido contrário a todo o meu anterior percurso de vida.
Sei que a aprendizagem da independência mental é uma tarefa árdua e mesmo impossível para alguns.
Mas, não há nada como ser feliz.
Este Blog, que está a ter um acolhimento que ultrapassou as minhas mais optimistas expectativas, tem-me permitido ser feliz:

1. Por me ter proporcionado comunicar, no meu tempo e para a minha gente, usando palavras e imagens incisivas e transparentes;
2. Por me ter respondido a uma questão fulcral: quando o escriba se interrogou acerca da utilidade da escrita, não ficou sem resposta, o que permitiu reforçar a consciência que o pensamento pode transformar, que a escrita também pode gerar mudança.

A escrita pode ser sentinela, calcorreando os caminhos da verdade, da intervenção e do combate. Todavia, a escrita só se complementa se percorrer, igualmente, os caminhos da ternura e do amor.
Eu gosto de ser feliz.
Gostaria que este Blog contribuísse para tornar as pessoas tão felizes quanto eu.
O nosso objectivo é sermos felizes.
Algo vai mal, quando alguém pensa que tem o mundo todo contra si.

domingo, 14 de maio de 2006

“Coroa da burra”, uma riqueza natural



Nos últimos anos tem chovido pouco, o que tem sido bom para a reprodução do berbigão na “coroa da burra”.
A “coroa da burra”, para quem não saiba, é a porção de terra que a baixa mar deixa a seco, no meio do braço sul do Mondego, mesmo em frente à Gala, a montante da Ponte dos Arcos.
Os entendidos é que o afirmam: “a água doce é que mata os berbigões”.
Como ultimamente a seca é que tem ditado leis, com maior incidência aos fins–de–semana, durante a baixa–mar, chega a rondar as centenas, o número de pessoas que invadem o pesqueiro da "coroa da burra" na demanda do berbigão.
Depois de apanhados, os berbigões têm de ser lavados em muitas águas.
Aconselham as regras básicas, que devem ficar, de um dia para o outro, submersos em água com sal.
No dia seguinte, voltam a lavar–se e ficam em nova água com sal até à noite.
Só assim estão em ordem para a cozedura.
Por exemplo, pode fazer-se um refogado com alho, louro salsa, azeite e vinho branco.
Depois de entrarem na panela, assim que abrem (o que acontece em três ou quatro minutos) estão prontos.
Com um bom tinto, branco ou umas cervejolas é cá um pitéu...
E uma boa sugestão para acompanhar esta tarde da final da Taça de Portugal na televisão.
Bom apetite.

sábado, 13 de maio de 2006

Desagradável surpresa




Sábado, dia 13 de Maio de 2006, cerca das 16 horas.
A viatura circulava na parte do troço da Rua 9 de Outubro, no sentido sul/norte, entre a Rua das Indústrias e a Avenida 5 Janeiro.
Esta parte da via foi aberta recentemente.
Eis, senão quando, o dono da viatura tem uma desagradável surpresa: o chão parece que sobe!
Nada disso: é uma das tampas do saneamento salientes que bate no carter do carro.
A parte inferior do veículo fica no estado que o registo fotográfico mostra.
No interior da viatura até o airbeg abriu.
Segue-se a imobilização da viatura.
A época alta está à porta.
Sem comentários.