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quinta-feira, 21 de maio de 2015

Quem se agarra à puridade?..

De vez em quando apetece relembrar isto…
Desde Outubro de 2013, pela primeira vez, depois do 25 de Abril de 1974, um executivo camarário PS, com maioria absoluta, tendo como presidente de Câmara o Dr. João Ataíde, votou, para passar a vigorar daí para a frente, que os jornalistas e o público só podem estar presentes na segunda reunião de câmara do mês. 
Em Fevereiro passado, foi  votada uma proposta dos vereadores do PSD que defendia o fim das reuniões de câmara à porta fechada... 
Mais uma vez, a maioria absoluta PS, votou pela manutenção de uma reunião mensal realizada à porta fechada. 
Como defendemos desde que tal acontece – Outubro de 2013 - foi um erro, que o PS vai acabar por pagar… 
Sabem quem se agarra à puridade
Os camaleões, quando lhes interessa. 
Pode-se gostar do que não se entende. Porém, nunca se gosta do que não se conhece… 

terça-feira, 7 de maio de 2019

Voltei à rotina do trabalho, essa canga que encontra sempre pescoço...

ONTEM, realizou-se uma reunião de câmaraAlguém deu por isso? Foi à porta fechada...

Para ver melhor clicar nas imagens

Por exemplo, ontem foi focada a "Contratação de Aquisição Serviços para banco horas de design gráfico".
Passo a citar o vereador Ricardo Silva.
"O Dr. Carlos Monteiro e os vereadores Socialistas, têm afirmado que o Município da Figueira da Foz, está em restrição orçamental, relativamente às despesas excecionais para fazer face aos efeitos da Tempestade Leslie.
Exemplo disso, temos o ofício enviado a todas as coletividades, com a informação de que em 2019, só seriam atribuídos apoios para atividade regular.
Assim como, o adiamento do tão proclamado plano de arborização no, valor de 70 mil euros.
Ao consultar o Portal dos Ajustes Diretos, dá para ter uma noção como é feito o
esbanjamento dos recursos públicos.
Vejamos só como mero exemplo:
1 - 15 dias após a tempestade Leslie, foi realizado a “Aquisição de serviços para banco de horas de design gráfico, pelo período de 1 mês” à empresa Comcreation, Lda no Valor de 5.000 euros.
2 – A 6 de Dezembro 2018, foi realizada nova “Aquisição de serviços para banco de horas de design gráfico, pelo período de 12 meses “ à empresa Comcreation, Lda no Valor de 61 mil euros.
3- A 12 de Março de 2019 a Câmara Municipal contrata um avençado para “Serviços em regime de Avença na área do Design Gráfico, pelo período de 22 meses “, pelo valor 900 Euros mês. Valor bem mais baixo....
Trata-se de um esbanjamento de recursos públicos, com a agravante de Duplicação de contratação de Serviços !!!
Para o PS, é mais importante o Design gráfico, do que as eventos realizados pelas coletividades, ou mesmo arborizar as Cidade..."
Vereador
Ricardo Silva
Figueira da Foz, 6 de Maio de 2019

O problema dos figueirenses é verem a Câmara Municipal como uma coisa afastada, distante, que não é deles, e da qual apenas devem sacar o que puderem. 
A Câmara Municipal deveria antes ser vista como uma sociedade comercial, na qual participam como accionistas todos os figueirenses pagadores de impostos, que com esforço tiveram de realizar o capital social necessário ao desempenho da máquina. Essa sociedade deveria ser bem gerida, proporcionando aos figueirenses os benefícios (dividendos) dessa boa gestão.
Se assim imaginassem o concelho, os figueirenses-accionistas estariam mais atentos à eventualidade de um ou outro gestor estar a delapidar a sociedade.
Os figueirenses-acconistas deveriam estar atentos à administração que escolheram para dirigir a sociedade que é a Câmara Municipal. Se assim fosse, uma vez chegado o momento da administração prestar contas e ser avaliada, o que aconteceria? 
Os accionistas seriam confrontados com a  realidade.
Se os figueirenses  vissem a Câmara Municipal por este prisma, começavam por exigir reuniões do conselho de admnistração à porta aberta.
A nossa cidade estaria  muito melhor. Teria ainda alguma hipótese de ser herdada pelos filhos de todos os actuais figueirenes-accionistas, sem que estes tivessem de se envergonhar da herença que vão deixar.

domingo, 29 de novembro de 2015

A Figueira intelectual deixou de pensar?

foto sacada daqui
O silêncio dos intelectuais figueirenses, face ao que se passa na nossa cidade desde 4 de novembro de 2013, diz quase tudo da cidade que somos. 
Não me lembro só (mas também...) de colunistas com tribuna fixa na imprensa ou com acesso aos canais intelectuais locais bem-pensantes. 
Lembro-me da elite intelectual local em geral, gente com obra feita na literatura, no jornalismo, nas artes plásticas, no ensino, responsáveis por grandes empresas, gente do teatro e do cinema, etc. Com raríssimas excepções, ressalvando os casos do engº. Daniel Santos e Rui Curado da Silva, o silêncio tem sido praticamente total. 
Nenhum órgão de comunicação local se lembrou de organizar um debate onde pusesse a discutir o tema, nomes “fortes” como Gonçalo Cadilhe, Nuno Camarneiro, Mário Silva, Domingos Silva, Joaquim de Sousa, Fernando Cardoso, Luis Albuquerque, Silvina Queirós, António Jorge Pedrosa, António Augusto Menano, por exemplo, para lhes perguntar o que pensam  de na Figueira se realizarem reuniões de Câmara à porta fechada, há mais de dois anos, num País que conseguiu a democracia desde o 25 de Abril de 1974.
Seria interessante saber o que pensa a intelectualidade local, sobre este assunto. 
O silêncio, na cidade do respeitinho, sobre este assunto, continua ensurdecedor.
Será, assim, com a manutenção de decisões destas, que se vai conseguir reforçar a participação dos figueirenses na vida colectiva da sua cidade? 
As pessoas, como sabemos, cada vez comparecem em menor número aos actos eleitorais. 
Cabe também aos políticos pensarem nisso - principalmente, fora da época das campanhas eleitorais!..
A Figueira é o berço do Patriarca da Liberdade e uma Terra aberta e disponível para a democracia. 244 anos depois do seu nascimento, ainda na sexta-feira passada, no discurso que fez no decorrer da cerimónia de homenagem a Álvaro Cunhal, João Ataíde - e bem - lembrou este grande vulto da Liberdade em Portugal. 
Como entender, perceber e aceitar que tivesse sido imposto por um executivo camarário PS, com maioria absoluta, tendo como presidente de Câmara o Dr. João Ataíde, reuniões camarárias realizadas à porta fechada?..

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Porquê tanta preocupação com a “coisa” - manter alguns dossiês fora do conhecimento público?..

Tal como exprimi,  logo que de tal tomei conhecimento, “assim, a frio, a coisa pareceu-me desagradável...”
E a “coisa” é a seguinte: o presidente da Câmara da Figueira da Foz, Dr. João Ataíde, um independente eleito numa lista do PS anunciou, ontem, que os jornalistas e o público só podem estar presentes na segunda reunião de câmara do mês.
Para justificar tal tomada de posição, o dr. João Ataíde recorreu à lei e à necessidade de reserva que alguns assuntos merecem para interromper uma prática que vigorava nesta autarquia desde Abril de 1974.
Acresce ainda que as reuniões sem público e sem jornalistas,  também não podem ser transmitidas pela internet, como acontecia até aqui -  e desde 2013.
Aliás, ontem, embora pelo menos estivessem jornalistas presentes, a reunião não foi transmitida pela internet.
O presidente da câmara frisou que a medida é aplicada, por enquanto, a título provisório e  garantiu que serão enviadas notas de imprensa sobre os assuntos deliberados nas reuniões sem a presença de jornalistas.
Miguel Almeida, líder da oposição (PSD), manifestou discordância: “vai exigir da parte dos vereadores algum cuidado, para não transformarmos o que se passou na reunião, através de fugas de informação, no que não se passou. Parece-me que vamos ter muitas reuniões de câmara nos jornais…”.
A proposta foi aprovada com os votos do PS.
No PSD houve duas abstenções (Azenha Gomes e João Armando Gonçalves. Anabela Tabaçó não participou nesta sessão) e um voto contra, o de Miguel Almeida.
Esta é a “coisa”.  Sobram as minhas inquietações.
Ao tomar esta atitude, a maioria absoluta que passou a gerir os destinos da Figueira desde 29 de setembro último, a meu ver, prepara-se para  não trazer para as reuniões públicas de câmara os assuntos mais importantes para os figueirenses.
Só pode ser por isso. Como diz o povo, “o segredo passa a ser a alma do negócio”, pois a regra geral, passará a ser que  as matérias importantes passem a ser aprovadas nas reuniões de câmara à porta fechada.
Se não fosse para manter alguns dossiês longe dos holofotes e do conhecimento público porquê tanta preocupação com o  secretismo por parte do Presidente João Ataíde?

quarta-feira, 26 de março de 2014

Deixemos as flores e voltemos às demolições (II)

Ontem, por causa da publicação desta postagem,  recebi na caixa de comentários do Outra Margem o seguinte comentário:

“António disse...
Acabe-se com esta demagogia verborreica de uma vez por todas! O meu caro Agostinho conhece o plano de pormenor do Bairro Novo? já ouviu falar? sabe o que são direitos adquiridos? sabe em que situações, de acordo com a lei, é possível dar ordem de demolição de um imóvel? Sabe quanto é que a Câmara teria que indemnizar o privado se quisesse demolir o prédio? Sabe qual o valor do prédio no imobilizado da empresa? Conhece os pareceres jurídicos sobre o assunto? sabe que a Açoreana apresentou um projecto de requalificação do imóvel que foi aprovado e a que não deu seguimento? Sabe que a Açoreana por duas vezes teve que intervencionar o prédio por ordem da Cãmara fazendo aquilo que era possível à edilidade obrigar. Sabe que, de acordo com os juristas, um processo judicial arrastar-se-ia anos e anos e a situação ainda era pior, porque a Câmara perderia de certeza? Sabe de todas as démarches e as entidades contatadas para resolver este problema? Sabe os técnicos e horas que foram investidas na busca de uma solução? Pois é, o problema é falar sem saber. E a sua ignorância nesta matéria é que compara duas situações que, simplesmente, não são comparáveis. Caro Agostinho: escreve do que sabes e o que não souberes pergunta (estou disponível se souber responder) e estuda. Cumprimentos. António Tavares
25 Março, 2014 15:09”

De imediato, teve a seguinte resposta do autor deste blogue:

“Antonio Agostinho disse...
Então, aproveitando a sua boa vontade, ficam algumas perguntas, creio que do interesse de quase todos os figueirenses:
Quanto é que a Câmara, neste caso concreto, teria que indemnizar o privado se quisesse demolir o prédio?
Qual é o impedimento pra o cumprimento da lei, do valor do prédio no imobilizado da empresa?
O que dizem os pareceres jurídicos sobre o assunto?
Porque é que a Açoreana apresentou um projecto de requalificação do imóvel que foi aprovado e não deu seguimento?
Não era obrigação da Câmara zelar pelo cumprimento dos seguimento do projecto?
Porque é as situações não são comparáveis?
A Câmara do Porto tem mais poderes legislativos ou mais competências legais que a Câmara da Figueira?
Porque é que a Câmara perderia de certeza um processo judicial?
Seguindo o seu raciocínio estamos num país sem lei - os tribunais não funcionam?

Sobre a minha ignorância - que é real.
A culpa não será da Câmara que não disponibiliza a informação aos habitantes do concelho?
Será com reuniões à porta fechada - para os munícipes e para os jornalistas - que se incentiva à participação na vida colectiva do nosso concelho?
Cumprimentos
25 Março, 2014 16:50”

Como não obtive resposta, não vou perder mais tempo com a pseudo-exegese do António   Tavares.
Não vou, por uma razão muito simples - por muito que tenha escrito, faltou-lhe a humildade de se reconhecer também, a ele, como parte do problema.
O cerne da questão, como António Tavares muito bem sabe, é outro, bem mais complicado.
É o medo.
Na Figueira  não há a Câmara e os privados.
Na Figueira,  há apenas e só quem tenha relacionamento com e com a Câmara - omnisciente e omnipresente - isto é, de uma forma ou de outra toda a gente depende da Câmara, ponto.
No fundo, no fundo os “democratas”, como se intitulam, não querem o debate, preferem como a pseudo-exegese  demonstra,  atirar-se  às pernas.
Por outras palavras, preferem tentar  matar o mensageiro a discutir a mensagem...
Tivesse António Tavares,  que não é arguido ou suspeito no seu percurso camarário do cometimento de qualquer ilegalidade ou irregularidade, uma réstia de dignidade, uma réstia de moralidade, e seria o primeiro a condenar este tipo de comportamento, que também conheceu e foi vítima, quando estava do outro lado.
Mas não. António Tavares acha-se uma vítima, a única vítima.
E no PS, neste PS,  de que se tornou militante nas circunstâncias e no período temporal conhecido, as vítimas reagem sempre da única forma que conhecem - à canelada.

Os meus melhores cumprimentos senhor vereador.

segunda-feira, 20 de maio de 2019

Meia bola e força...

Impressiona a proximidade e a ligeireza existente entre o futebol e a política.
Estou a acompanhar a sessão camarária que está a decorrer na Câmara Municipal da Figueira da Foz e, ao mesmo tempo, a dar uma espreitadela à televisão. Neste momento, SIC/N, RTP3, TVI24, CMTV, A BOLATV e SPORTMAIS, estão a dar imagens do autocarro do Benfica pelas ruas da capital a caminho da câmara municipal de Lisboa.
Neste momento acabei de, mais uma vez, ver a resolução da questão das reuniões à porta fechada ser adiada. A 2 de fevereiro de 2015, a maioria absoluta PS manteve a primeira reunião do mês interdita ao povo e aos jornalistas. António Tavares, que na altura, fora das reuniões de câmara, defendia que todas as sessões deviam ser abertas, impediu isso com o seu voto!
Há momentos, Carlos Monteiro, Ana Carvalho, Nuno Gonçalves, Mafalda Azenha, Miguel Pereira e Diana Rodrigues voltaram a desperdiçar  uma oportunidade de virar uma página que em nada dignifica a Democracia Figueirense.
Continua a ser  estranho que bastou ter uma maioria absoluta, para os mesmos protagonistas interditarem aquilo que em maioria relativa nunca ousaram propor em 4 anos (de 2009 a 2013). Este, é um sinal de que a República e a Democracia, em Lisboa e na Figueira,  atravessam um momento especialmente perigoso. O que está a passar neste momento, são sinais da existência de uma frágil fronteira entre a estrutura cívica dos representantes  do Estado e o mundo do futebol.

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Porque é que eu não estou assim tão confiante?...

A Figueira tem tido azar com as escolhas que os partidos têm feito para presidente de câmara.
Quando o PSD escolheu "um peso pesado", escolheu um profissional da política.
Quando o PSD e o PS escolheram "independentes", ficámos onde nos encontramos: no limbo, que é uma excelente e interessante maneira de não ser "nem carne, nem peixe".
Gere-se à vista, faz-se qualquer coisa, vai-se andando...
Tivemos a actual maioria absoluta da vereação camarária de um partido de Esquerda, o PS, a tomar decisões liberais que nenhum outro, PSD e anteriores vereações PS, ousou tomar.
Refiro-me, muito concretamente, às reuniões à porta fechada. 
Imaginem o que seria uma gestão PSD a implementar uma medida destas na Figueira?
Seria combatida e criticada como uma tomada de decisão de direita.
Como foi o PS, foi considerada e aceite pela maioria dos figueirenses, como uma medida de oportunidade, qualificada mais de centro, ou mais de esquerda.
Depende dos "oportunistas"...
Ontem, ficámos a conhecer o frágil governo de Cavaco Silva, de Passos Coelho e de Paulo Portas, no fundo o governo que interessava a António Costa.
Espero que esta venha a ser a situação que venha a interessar à maioria de nós...

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Somos complicados mas giros... A rebelião inconsciente e anárquica que transportamos dentro de nós, agrada-me. Mas, quando é que começamos a dirigir o espírito contestatário, adequadamente e no momento próprio, contra o Poder?

Conheço quem gostaria de ter vivido noutra época e noutra latitude. 
Não sou desses. Desde logo, porque  valorizo acima de quase tudo o prazer de ser livre.
Daí, hoje, sentir-me feliz por em 25 de Abril de 1974, ter vinte anos, idade que já me permitiu ver a libertação do meu país.
Deste modo, os meus 62 anos de idade são uma riqueza pessoal e o tesouro mais valioso do meu sentir o que é ser português e figueirense: ter vivido 42 deles em Liberdade. 

Antes de Abril de 1974, isto era um filme a preto e branco.
Depois, vivi a Festa. As pessoas manifestavam-se, falavam, participavam e riam. As ruas encheram-se de gente,  gente que arrastava mais mais gente cheia de esperança na Democracia.
Havia alegria no ar. Música que cantava a recém-nascida liberdade deste meu país e desta minha cidade. O sussurro deu lugar ao grito. Pelo ar ecoavam gritos de Liberdade de palavras agitadas e imensas bandeiras coloridas. 
E vieram à luz do dia mais palavras, palavras não novas, mas existentes até então escondidas no segredo da clandestinidade e que se passaram a pronunciar alto. 
Palavras simples, lindas e belas como Liberdade e Igualdade. Palavras horríveis e feias como fascismo e repressão. 
Todas elas, finalmente,  permitidas de gritar à luz do sol. 
No meu país e na minha cidade já não havia palavras proibidas.

Quarenta e dois anos depois do 25 de Abril, alguns ainda vivemos Liberdade. Outros, apenas, em liberdade. Mas, todos com medo.
O tempo que vivemos, de austeridade imposta, é a própria antecâmara do medo. Medo de não ter trabalho. Medo de falar e perder o lugar do sustento (há mais quinhentos na fila, dispostos a trabalharem cada vez por menor salário). Medo de não ter acesso à saúde e à farmácia. Medo de se ter que trabalhar (os que puderem) até morrer. Medo da usurpação das reformas. Medo da ausência de esperança para os nossos. Medo da opinião opressiva e única. Medo da ausência de alternativa política. Medo de uma Europa que deixou de privilegiar o social e de ser integradora. Medo de um futuro similar a um passado que se pensou ter ficado definitivamente para trás. Medo de uma liberdade que é cada vez mais formal. Medo desta liberdade do medinho e do respeitinho, que não é a Liberdade.
Em outubro de 2016, também na Figueira, Abril murchou. Até já temos reuniões de câmara realizadas à porta fechada!
Mas, se este é um já um Abril distante, no tempo, daquele Abril de 74, Abril, aquele Abril de 1974, continua sempre perto do meu sentir e do meu viver.

Uma pequena nota: sem aquele de Abril de 1974,  por exemplo, seria impensável ler no jornal que "ao que se sabe, a Figueira possui uma alta taxa de desemprego, sobretudo quando comparada com os outros concelhos do distrito", ou ter acesso à praga de um blogue como este!..
É um pequeno detalhe para sublinhar que, de tudo aquilo que aquele Abril de 1974 nos trouxe, o mais importante foi a Liberdade.
Ter a noção disto, é importante para se compreender muita coisa que se passa, no tempo que passa, na Figueira da Foz.
Que falta que faz Eça, que criticou, há mais de cem anos, a sociedade elitista, hipócrita, injusta e medíocre em que viveu...

sexta-feira, 26 de abril de 2019

A intervenção da deputada Silvina Queiroz na sessão solene comemorativa dos 45 anos do 25 de Abril de 1974, realizada ontem no CAE

Chegámos a mais uma data “redonda”, como sói dizer-se. Cumprem-se hoje 45 anos sobre a Revolução que libertou o Povo da opressão feroz, da pobreza extrema, dos baixíssimos índices de escolarização, das perseguições políticas e da tortura física e psicológica de muitos. Aquela manhã linda abriu as portas dos cárceres e sossegou os opositores do regime maldito, que a qualquer hora, sempre preferindo a cumplicidade da noite, enviava os seus algozes a arrebatar das suas casas e das suas famílias aqueles que ousavam não concordar com o estado deste pobre País e com o esmagamento de todas as liberdades cívicas e individuais.
Vai sendo costume dar a esta comemoração um aspecto “delicodoce”, em que todos os cidadãos haveriam de partilhar de iguais sentimentos de júbilo e genuína alegria, considerando-o  no mesmo patamar de apreciação desta data maior da história nacional e do seu patriótico significado. Lamento se a alguns de vós soar a “desmancha-prazeres”, a chamada “galinha preta”. Mas mesmo esta não enfia a cabeça na areia como a avestruz e tal não pretendemos também fazer. Lamento, repito, mas a verdade assim o exige. É óbvio para todos que não sentimos de igual modo a celebração deste dia glorioso “inteiro e limpo” de que de modo tão inspirado e sensível falou Sophia. É também claro que os que já viviam à época, não estiveram todos do mesmo lado da barricada contra o fascismo, que, meia volta, tentam maquilhar, havendo até quem bem recentemente - um dirigente político com ambições de liderança do País -  tenha resolvido achar que ele, o fascismo, não existiu! Espantosa tamanha falta de seriedade política! Não temos, pois, pejo em afirmar que, se não tivesse raiado Abril, muitos teriam seguido comodamente com as suas vidas, porque a situação não bulia com eles. Afinal colaborando na barbárie, através do seu silêncio e dos seus  preciosos antolhos. Ressalvo que não me dirijo neste momento a ninguém em particular, apenas partilho uma impressão forte, que me vem dos meus verdes anos, e que cada vez sinto como mais verdadeira. Perguntaria como o saudoso Baptista Bastos: “Onde estava você no 25 de Abril?” Eu, na U. C. Onde, desde o mês anterior, havia novamente escaramuças, com os cavalos da GNR  a passear por entre as filas de estudantes que aguardavam a sua vez para almoçar nas cantinas. E onde estava o PCP? Na luta contra o regime desde 1926, na luta por melhores condições de vida e de trabalho, na luta por um País de todos para todos, em que toda a população tivesse acesso à educação, ao respeito, à sua opinião sobre qualquer que fosse o assunto. Esta tem sido a nossa acção ao longo dos 98 anos que levamos de vida, embora alguns muito tenham “torcido” para que nos “esfumássemos”…Na Figueira da Foz, como no resto do País defendemos a liberdade e a democracia, em todas as suas vertentes, não sendo despiciendo o aspecto económico.  A Figueira da Foz possui algumas unidades industriais que muito frequentemente têm faltado ao rigoroso respeito pelos direitos dos seus trabalhadores, facto absolutamente abusivo e lamentável. Ficou por cumprir um compromisso do sr. ex-Presidente da Câmara, de acurada investigação  das condições de acolhimento e de trabalho numa dessas unidades. Esperámos uma acção concertada com a ACT mas tal não aconteceu, que o saibamos.
Lamentamos a insistência em manter reuniões de Câmara à porta fechada, assim como a “exigência” de antecedência na entrega de documentos apresentados pela oposição para debate, apreciação e eventual votação nas sessões de Assembleia Municipal, estendendo-se agora esta antidemocrática prática às Assembleias de Freguesia!
Lamentamos a oportunidade perdida de renegociação do contrato de concessão das águas, tendo-se o Executivo vergado à plenipotenciária vontade da concessionária,  continuando os munícipes a ser mal servidos e a pagar demais!
Lamentamos que, sem reflexão alargada e profunda, se tenha resolvido aceitar a transferência de competências, fazendo a vontadinha aos que desejam “menos Estado”, ou seja, a desresponsabilização do Poder Central sobre as mais candentes matérias, facilmente se prevendo, num futuro não muito distante, tentativas de privatização de sectores estratégicos e imprescindíveis.
Estamos tristes com este concelho, nomeadamente também do ponto de vista ambiental – a cidade está “despida”, feia, não atractiva para turistas e residentes. Não podemos omitir o lamentável desaparecimento indiscriminado de árvores e a mais que excessiva impermeabilização de várias áreas, através da aplicação de lajes. Este “tique” do abate de árvores saiu do espaço urbano e instalou-se noutros locais, designadamente junto ao Mosteiro de Sta Maria de Seiça, tendo transformado o terreiro em frente numa desolação dorida. Alegraram-nos notícias recentemente conhecidas sobre a intervenção no emblemático Mosteiro, ligado à fundação da nacionalidade. Mas o tempo urge e não se compadece com a lentidão das burocracias. Esperemos que se vá a horas de fazer algo por aquele espaço tão significativo que, mesmo em ruínas, continua a ser um ex-libris do concelho.
A nível nacional, prezamos as conquistas que se conseguiram, os avanços que sempre tiveram a marca do PCP: a gratuitidade dos manuais escolares, o abaixamento do IVA na restauração, as pequenas melhorias em alguns salários e pensões, o passe único, a ser estendido a todo o território. Aqui chegámos pela persistência do PCP, e em relação a esta última matéria já havíamos apresentado proposta em 2016! Proposta que não vingou na altura porque o BE se absteve e votaram contra as restantes bancadas! Apenas o PCP e o PEV a votaram favoravelmente.
De facto, sabe-nos a pouco o que foi conseguido e incomodam-nos algumas “pedras de tropeço” que foram surgindo no caminho: a título de exemplo apenas, o desrespeito pelo acordado aquando da discussão do OE 2018  a propósito do tempo de serviço não contado aos professores, apesar do assunto ter ficado consagrado na Lei 114/18 de 29.12. Esperamos que não se repita este tipo de atitudes nada dignificantes, nomeadamente na execução dos Programas que vão ser sufragados a 26 de Maio e 6 de Outubro. E por falarmos de Eleições, desafio a que comparem o trabalho desenvolvido pelos 3 deputados do PCP no Parlamento Europeu, com o trabalho desenvolvido por outros. Os dados são públicos, irrefutáveis e esclarecedores.
Neste dia jubiloso homenageamos todos os obreiros de Abril, os que deram a sua vida e o seu esforço à causa da Liberdade, comunistas e outros democratas. Igualmente rendemos sentida homenagem e gratidão aos militares que fizeram a Revolução com o risco das suas próprias vidas. Ontem tivemos a oportunidade neste espaço do CAE, de assistir ao programa comemorativo do 25 de Abril de 74, programa para o qual muito trabalharam nossos concidadãos, militares na altura aquartelados na Figueira da Foz e que daqui saíram para Lisboa, de madrugada, obedecendo à senha combinada e radiodifundida, levando nos seus jovens corações uma firme determinação e uma enorme esperança. Obrigada, amigos.

Vivam a Liberdade e a Independência Nacional!
Viva o nosso concelho!
Viva Portugal!
25 de Abril, Sempre! Fascismo nunca mais!

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Sou do contra, porque sim...

Rui Curado Silva, investigador, no jornal AS BEIRAS.
“Recentemente em Pequim, durante uma visita a um laboratório cruzei-me com uma fotocopiadora ao lado da qual se empilhavam várias caixas de papel Navigator.
No país onde supostamente se inventou o papel, não resisti e confirmei aquilo que já sabia no cantinho de uma das faces: “Made in Portugal by Soporcel Portucel”.
No outro lado do mundo, naquela metrópole de mais de 20 milhões de habitantes fui transportado para a distante e pequenina Figueira da Foz.
Quando se fala entre a elite figueirense em “colocar a Figueira no mapa” é este tipo de colocação no mapa que me interessa.
Interessa-me menos aquela festa cara organizada na década anterior que endividou fortemente a Figueira, durante a qual comensais embriagados nos juravam que tinham colocado a Figueira no mapa.”

Tal como ao Rui Curado da Silva “interessa-me menos aquela festa cara organizada na década anterior que endividou fortemente a Figueira, durante a qual comensais embriagados nos juravam que tinham colocado a Figueira no mapa.”
Sempre me interessou. Tenho textos no Linha do Oeste e neste blogue que atestam isso.
Porém,  eu não acho que a Figueira tenha mudado assim tanto - muito menos para melhor.
Mais:  à sua maneira,  as alegadas mudanças  dão-nos um excelente retrato do que está mal na Figueira em 2014.
O quer era bom,  continua cá. O quer era mau, agravou-se.
Não ganhámos liderança, não mudou o espírito, não mudou a filosofia - mudou a casca,  pela força das circunstâncias - na Figueira e no País.

As “mudanças”, na Figueira,  não são diferentes das “reformas”  do Passos no País – mais um retrato da indigência nacional.
Vejamos o IMI e o preço da água pago pelos figueirenses...
Para quê?..
Dou só um exemplo: o estado das estradas do concelho em locais fundamentais para a promoção do turismo figueirense. 
Duvidam?.. Circulem, por exemplo, pela  Serra da Boa Viagem ou pelas Lagoas de Quaios...
E depois é o que sabemos com os dinheiros gastos nos carnavais e noutros festivais...
Como não há a mínima ideia do que é administrar uma autarquia, faz-se mais do mesmo. Gasta-se menos, porque não há dinheiro...
A mim, como figueirense, interessava-me  que tivesse mudado a filosofia e o espírito.  No fundo, é uma questão de visão, de disciplina - enfim, de um somatório de coisas, que não se “vendo”, se sentissem no dia a dia.
Pergunto: “vendo-se”  muita coisa, sente-se o quê?
Modernidade? Originalidade ? Aumento de qualidade/profundidade? 
Qual é o valor acrescentado?
O que é que a Câmara e os figueirenses lucraram com as reuniões à porta fechada?.. Ou com a intromissão da Câmara, via Figueira Parques, na gestão do parque de estacionamento do Hospital Distrital da Figueira da Foz?
Ser teimoso, às vezes, não é mesmo uma virtude, mas agora já não estou só a falar da Figueira...

Dito isto, a Figueira mudou?
Se assim foi, viva a Figueira. 
Afinal ter razão antes do tempo, é tão mau como estar errado...
Eu, é que sou do contra, porque sim.
Termino como comecei...Volto a Rui Curado da Silva...
“Nos tempos que correm as exportações da Soporcel são importantíssimas tanto para o município como para o país. Este caudal exportador significa empregos e significa riqueza criada por produtos transacionáveis, com existência real, não são swaps nem festas cor de rosa.
Quando uma empresa atinge este patamar de grandeza deve manter essa grandeza na relação com os trabalhadores. Não existe nenhuma razão para que o litígio entre os trabalhadores e a actual direcção da Soporcel em torno da questão das pensões não seja ultrapassado com dignidade, sem  pressões ou represálias sobre os operários mais reivindicativos. Ao sucesso exportador exige-se o sucesso na concertação com os trabalhadores.”

segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Porque já houve um tempo em que tudo era muito secreto, registe-se esta nova postura da Câmara da Figueira presidida pelo Dr. Carlos Monteiro

Não há nada mais agradável, para quem gosta da Figueira da Foz, do que ter motivos para elogiar.
Todos sabíamos que as reuniões à porta fechada não serviam a ninguém.
A última coisa que devemos recear é a liberdade. Isso, está mais que provado.
Só com  liberdade encontraremos o caminho do equilíbrio.

Carlos Monteiro, actual presidente da câmara, como político experiente e experimentado percebeu o óbvio.
Uma Câmara Municipal é um órgão democrático do Poder Local...
A normalidade é mesmo isto: via página do Município da Figueira da Foz, no dia 2 já sabemos as datas e as horas das reuniões de câmara que se realizam durante o mês. Espero que a atitude seja para continuar: o Natal não tem, necessariamente, de acontecer apenas em Dezembro... 

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

A propósito das reuniões à porta fechada na Câmara da Figueira... (II)

Ontem nesta postagem, demos conta do seguinte comentário do jornalista José Luís de Sousa no facebook: "ninguém - fora os jornalistas - se queixa...".
Como dissemos ontem não é bem assim. 
Como a verdade é para ser reposta, cliquem - além de aqui  - 
também aqui, que foi de onde saquei a crónica que podem ler...
Já somos, pelo menos, dois que se queixaram...
Já agora, os senhores jornalistas figueirenses já se interrogaram sobre o seguinte: no tempo em que podiam fazer a cobertura de todas as reuniões camarárias na Figueira, faziam o seu trabalho com objectividade e competência, sobre o que de realmente importante para os munícipes ocorria nas  sessões camarárias, ou limitavam-se a fazer crítica cinematográfica a protagonismos de actores experientes e traquejados em filmes de ficção?..
Em política nem só os factos contam. O contexto em que eles se desenvolvem, empresta-lhes muitas vezes significados diversos. 
Eu não previ, em devido tempo, que a “coisa” ainda daria muito que falar e escrever?.. 
Para ler melhor a crónica da imagem do lado direito, basta clicar na imagem.

terça-feira, 20 de março de 2018

Político António Tavares, foi medalhado pela Câmara com um voto contra...


«Nem grande escritor, nem filósofo, nem cientista, mas um desses homens que, embora sem génio criador, souberam perceber qual a orientação dos ventos.» 
Augusto Abelaira, O Bosque Harmonioso (1982)
 
Assiti, ontem, via internet, à reunião de câmara. 
Dei conta, que englobada numa proposta de atribuição de uma catrefa de medalhas, foi atribuída ao senhor Dr. António Tavares, a medalha de mérito cultural.

Já muita coisa foi dita sobre António Tavares, o político mais cínico que conheci.
Muito, certamente, estará por contar.
Não faltarão alguns elogios. E também críticas... 

A história figueirinhas vai-se escrevendo assim. Como todas, esta também não é uma ciência imediata, contrariamente ao imediatismo que as sociedades modernas exigem.
Nem imediata, nem mediata. 

Na política figueirense, Tavares foi o homem errado num tempo que, para ele foi certo.
Na oposição, Tavares nunca se escondeu e afirmou-se como político.
Lutou e defendeu opções. Fez escolhas difíceis e assumiu-as. Escolheu lutar contra o centrão.
Quando chegou ao poder foi igual aos que criticou. 

Foi subserviente, hipócrita, oportunista e beneficiou por ter passado pela política.
Não serviu. Serviu-se.


Foram as escolhas dos políticos locais que definiram o concelho pouco democrático  que somos hoje.
As pessoas têm medo.
Tavares, nem sequer foi intransigente no mínimo: na defesa da democracia

Nos jornais, criticava quem defendia as reuniões à porta fechada. Mas, quando podia decidir com o seu voto, decidiu a favor do dono disto tudo.
Na Câmara da Figueira, depois do seu abandono, continua o circo...  Mas, agora não existem "feras"!.. 

Lembram-se do livro “Figueira da Foz - erros do passado, soluções para o futuro", da autoria dos antigos Vereadores do PS António Tavares e João Vaz?
Nas 177 páginas, os leitores deparam-se com muita informação e dados indicadores pertinentes, relativamente ao então estado do concelho.
Assim, António Tavares e João Vaz, abordaram temas como as Finanças Municipais, alertaram para o agravamento da situação financeira, Desenvolvimento Económico, Ordenamento do Território e Urbanismo, Funções Sociais, Obras e Acessibilidades, Ambiente e Qualidade de Vida, Sector Empresarial Municipal, sem esquecer a Ética, Transparência e Democraticidade.
Para quem se interessa pela politica autárquica, encontrou neste livro abundante informação, que lhe permitiu pensar e reflectir sobre o estado do concelho da Figueira da Foz. 

Lembro, ainda, que durante a sua cruzada de 4 anos na oposição, foi um crítico feroz da gestão do presidente Duarte Silva/PSD. 
Portanto, quem é que se pode admirar com o voto contra do vereador Ricardo Silva?

O que virá a seguir? 
Político António Tavares? 
Não: adeus. Até nunca mais.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

A praga das obras mal feitas... (II)

Há poucos meses, decorria o mês de agosto, véspera de eleições autárquicas, e João Ataíde era um autarca orgulhoso com a inauguração das obras da zona envolvente do Forte de Santa Catarina.
Ontem, passados pouco mais de 5 meses, o presidente da Câmara da Figueira da Foz incumbiu os serviços das Obras Municipais da elaboração de um relatório sobre o lago do Forte de Santana Catarina.
O documento, explicou João Ataíde, pretende indagar sobre as “fugas de água, se há erro de projecto ou se há que imputar responsabilidades ao construtor”.
Esta obra, recorde-se, vai ser intervencionada em breve.
Miguel Almeida, na reunião camarária realizada ontem, interrogou o  executivo socialista sobre o assunto.
O vereador da coligação Somos Figueira mostrou-se, tal como a maioria dos figueirenses que sabem do problema,  preocupado por ser a autarquia a suportar as obras.
Disse:  “não quero acreditar que seja por causa da ondulação. O que existe ali é uma rotura, que foi detectada e o empreiteiro não assume a responsabilidade porque cumpriu o projeto”.
Miguel Almeida mostrou um vídeo com as rotações (aceleradas) do contador e perguntou quanto é que já se gastou em água desde a inauguração do lago.
Como era previsível,  ficou sem resposta.
Por  ordem  do presidente, veio à liça  o director da divisão de Obras Municipais, António Albuquerque, para informar que não foi prevista a impermeabilização do lago, mas  que as fugas de água detectadas foram vedadas.
António Albuquerque disse ainda que “a fuga da água foi colocada ao empreiteiro e ao projetista”.
João Armando Gonçalves, vereador da Somos Figueira, por seu turno, questionou por que razão o lago não foi impermeabilizado, ao que o técnico respondeu que não foi projectado com o conceito de piscina.
João Ataíde disse o óbvio: “convém ver os gastos. Também, manifestei alguma preocupação, na altura”.
Para reduzir a factura da água, a autarquia deverá reactivar um furo que se encontro na zona do lago.
A evaporação, também  é uma das razões apontadas pela edilidade para o elevado consumo de água que se  regista no lago!..
Pelos vistos, sair do ciclo em que temos vivido, no País e na Figueira,  de anos e anos de leviandade política, falsidade política, loucura e desnorte políticos é um trabalho, duro, que nos cabe a todos continuar...
Isto da democracia tem muito que se lhe diga.
Ele há males que vêm por bem e bens que vêm por mal. Um destes, é a possibilidade da escolha. A possibilidade de escolha devia levar a que as pessoas se tornam-se  cada vez mais informadas,  esquisitas, picuinhas e exigentes... Devia ser assim. Contudo, assim continua a não ser... 
E as reuniões à porta fechada dão tanto jeito para assim continuar a acontecer...

segunda-feira, 31 de julho de 2017

Na Figueira, quase 246 anos depois do seu nascimento, continua a ser oportuno recordar Manuel Fernandes Tomás, "O Patriarca da Liberdade" e da consciência cívica...

Hoje, na sua habitual crónica das segundas-feiras no jornal AS BEIRAS, Teotónio Cavaco, deputado municipal do PSD, fala de Manuel Fernandes Tomaz.


"A morte de Manuel Fernandes Tomaz, a 19 de novembro de 1822, impediu-o de continuar a sua luta em prol de um Portugal mais justo, mais livre, mais elevado, mas também o preservou de assistir à incapacidade dos seus contemporâneos em aplicar as bases da Declaração dos Direitos do Homem, fundamento principal da “sua” Constituição de 1822. Manuel Fernandes Tomaz é reconhecido como o honrado e austero liberal que libertou o nosso País do jugo estrangeiro, liderando uma revolução “que se fez por aclamação, porque ninguém a ela naquele tempo se opôs e foi universalmente recebida e festejada como a restauradora da pública felicidade”, de acordo com José Liberato Freire de Carvalho, e iniciando, com a Constituição de 1822, “a organização jurídica da democracia”, segundo Joaquim de Carvalho. Quase 195 anos após a sua morte, será desapropriado ou demagógico chamar-lhe “o mais ilustre de todos os fi gueirenses”? Nós, como sociedade democrática - a qual está, assim, por imperativo ideológico, baseada em valores (como o da tolerância, da cooperação, do compromisso, por exemplo, conforme nos mostrou Fernandes Tomaz) -, todos juntos, não conseguiremos trabalhar com o intuito de, em 2020, por ocasião do duplo centenário da Revolução-mãe, centrarmos na Figueira da Foz, terra natal de Manuel Fernandes Tomaz, as comemorações nacionais desta épica efeméride?"

"Conseguiremos?", é a pergunta de Teotónio Cavaco.
Pois, eu não sei e tenho muitas dúvidas.
Entretanto, há muita trabalho pela frente.
A Figueira é o berço do Patriarca da Liberdade e uma Terra aberta e disponível para a democracia. 
Contudo, isto,  da democracia,  tem muito que se lhe diga.
Quase 246 anos depois do seu nascimento, como entender e aceitar que tivessem sido impostas e realizadas, por um executivo camarário PS, com maioria absoluta, tendo como presidente de Câmara o Dr. João Ataíde, reuniões camarárias à porta fechada?..
Ele há males que vêm por bem e bens que vêm por mal. 
Um destes é a maioria absoluta...Tenham juízo, portanto, no próximo dia 1 de outubro...

Por obra e graça do senhor que ocupa o cargo de presidente da câmara de uma cidade com tradições democráticas e aos vereadores que aprovaram a novidade, pós 25 de Abril de 1974, recordo que na Figueira a primeira reunião de Câmara, em cada mês, ficou vedada à presença de público e imprensa.
Lembro ao eleitorado figueirenses que quem se deixa chicotear, merece-o...
Noto, com preocupação,  que na Figueira a Liberdade foi ameaçada e a cidade de Manuel Fernandes Tomaz, PATRIARCA DA LIBERDADE,o mais ilustre de todos os figueirenses, não soube  lutar por Ela. Na minha opinião, a começar pela maioria dos eleitos nas últimas eleições. O que não me admira, pois “A QUALIDADE DOS NOSSOS POLÍTICOS É O REFLEXO DO PADRÃO ÉTICO DOS ELEITORES”.
Recordar Manuel Fernandes Thomaz, um figueirense que «fez à Pátria mui relevantes serviços, e morreu pobre» é uma obrigação de todos nós.
Porém, a meu ver, não deve ser apenas no dia 24 de agosto de cada ano: hoje e sempre, "...vale a pena celebrar a liberdade, relembrar a biografia deste figueirense ímpar da História, a dimensão do corajoso e impoluto lutador pela liberdade, um homem livre, honrado e de bons costumes. O seu exemplo persiste e serve de referência ..." [palavras proferidas por José Guedes Correia. Jornal O Figueirense, 27/08/2010, p. 14]

A Figueira é uma terra cruel.
Foi preciso morrer na miséria e na amargura para, postumamente, reconhecerem o devido valor a Manuel Fernandes Tomaz...

quarta-feira, 17 de abril de 2019

Tudo como dantes?...

Na edição de hoje do Diário as Beiras pode ler-se.


"O novo presidente da Câmara da Figueira da Foz, Carlos Monteiro, adiantou ao DIÁRIO AS BEIRAS, em entrevista (será publicada na sexta-feira), que as duas reuniões mensais ordinárias da vereação vão continuar como estão. Ou seja, uma é fechada ao público (a primeira) e a outra é aberta... 
A decisão de fechar uma das reuniões ao público é política. Carlos Monteiro afiançou que se percecionasse que a democracia fosse lesada com aquela medida retomaria as duas sessões ordinárias abertas ao público."


Nota de rodapé.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

O presidente só consegue impor a sua vontade se tiver o apoio ou a conivência da maioria dos vereadores... 
A Figueira é o berço do Patriarca da Liberdade e uma Terra aberta e disponível para a democracia.
243 anos depois do seu nascimento, como entender que tivesse sido imposto por um executivo camarário PS, com maioria absoluta, tendo como presidente de Câmara o Dr. João Ataíde, reuniões camarárias realizadas à porta fechada?.. 



Tal como previ, em devido tempo,  a “coisa” continua a dar muito que falar e escrever!.. 

segunda-feira, 25 de abril de 2016

Não é assim que se comemora e dignifica o 25 de Abril - o verdadeiro, o de 1974.

Todos temos o direito à burrice...
O problema é que alguns abusam...
Esclareço, desde já, que gosto de burros - naturalmente, dos animais de quatro patas. 
Aliás, adoro todos os bichos com quem consigo criar empatia. 
Nos burros, aprecio o  egocentrismo que gostam de exibir,  que passa por alguma indiferença, sublinhe-se, quase que astuta, que nos leva a nós, burros, a chamar-lhes burros! 

Ainda hoje de manhã tive de me confrontar com a burrice humana.
A sessão da Assembleia Municipal que se realizou para comemorar o 25 de Abril, foi marcada para o pequeno Auditório do CAE.
Com lugares marcados para os convidados, vereadores camarários, membros da Assembleia Municipal, jornalistas, banda, coro, sobraram para aí uma dúzia de lugares para o Povo.
Resultado, o Povo velho, novo, doente, resistente, possante, débil, frágil, só teve duas alternativas: ou aguentou estoicamente em pé toda a sessão, virou costas e ou suportou parte...
O caricato da questão é que, como a minha foto, apesar da sua péssima qualidade demonstra, é que havia vários lugares reservados por ocupar, pois alguns dos convidados com direito a tratamento vip primaram pela ausência!..

Mesmo assim, ainda aguentei Joaquim de Sousa, o orador oficial, e os representantes do BE, PCP e PSD. Quando começou a usar da palavra o representante do PS, como não podia tomar xanax - estava de pé há mais de uma hora -, com muita pena minha, bati em retirada. Perdi, certamente, "um grande discurso", repito, "um grande discurso!", do presidente da Câmara da Figueira da Foz sobre a data gloriosa do 25 de Abril.

Entendamos: na Figueira, o 25 de Abril não está em causa. 
O que está em causa, com este executivo,  é o retrocesso dos valores de Abril. Em nome de um economicismo balofo, que, nos mínimos pormenores, se sobrepõe às pessoas,  está-se a descaracterizar tudo o que de positivo foi sendo feito - e muito foi -  ao longo destes anos.
Marcar, por exemplo, uma sessão comemorativa do DIA DA LIBERDADE e não contar com o Povo, simples e sem privilégios, não dignifica a data nem os valores que ditaram a necessidade da sua ocorrência.

O 25 de Abril aconteceu para isto mesmo: para se dizer o que se  entende e não sofrer nada com isso
Antes do 25 de Abril, não era assim. Quem diz o contrário, nunca teve nada para dizer, ou então disse o que o poder gosta de ouvir. Tipo: "a política é para os políticos" ou "deixem-nos governar". 
Os ditadores não proíbem apenas o que se diz, ou escreve, tentam proibir o direito que o Povo tem à informação e ao conhecimento...
Os ditadores proíbem tudo o que podem. Sobretudo, aquilo que se chegar ao conhecimento do Povo, pode colocar em risco os privilégios dos que proíbem

O que os políticos actualmente no poder na Figueira defendem é excessivamente mau.
Daí, o controle sobre os órgãos de informação e as reuniões de Câmara à porta fechada.
Muito próximo do que defendiam os fascistas depostos em 25 de Abril de 1974... 

domingo, 20 de dezembro de 2015

Bom domingo, bom natal e um próspero ano novo...

Há 9 anos e muitos meses, que andamos por aqui a dar notícias da Aldeia.
Tanto tempo depois, para desgosto de alguns, ainda por cá andamos...
Olhando para trás, modestamente, penso que este espaço, contribuiu para trazer à colação muitos problemas desta Aldeia, esquecida de gentes e poderes, da qual, não se costumava  dizer muito...

Para preocupação de alguns, Outra Margem adquiriu estatuto intervencionista, ao denunciar questões importantes para a Aldeia, para a cidade e até para o concelho, como, por exemplo, o "caso da erosão costeira a sul do Mondego", o "caso da falta de segurança da nossa barra", o "caso Alberto Gaspar", o "caso do Hospital que foi colocado dentro de um parque de estacionamento", o "caso de uma câmara de maioria absoluta socialista, que decidiu fazer reuniões de câmaras à porta fechada", etc.

Este espaço, protestou e lutou em nome do autor e, certamente, veiculando e dando voz ao protesto de muitos que não sabem como o fazer, contra o descalabro e a má governação a que estamos sujeitos.
Sem falsa modéstia, este espaço acabou a contribuir por integrar a Aldeia  na propalada globalização, sendo, desde há anos, um elo de ligação e uma fonte diária de notícias para muitos daqueles que, para conseguir sobreviver, tiveram de emigrar e estão espalhados por vários cantos do mundo...

Enquanto português, pagador de impostos e eleitor, há muito que desacreditei dos  políticos que tenho conhecido. 
A esses, a meu ver, resta apelar a algum bom senso que ainda possam ter...
Nos últimos anos, reduziram o emprego, a instrução, a saúde, a competência, a capacidade de criar, a riqueza, a iniciativa privada, a vontade de viver e  investir num país falido, enquanto fomos vendo  aumentar impostos, reduzir apoios sociais, salários e pensões.

Dos políticos locais, apenas espero que na próxima campanha política, os candidatos nos falem de forma clara dos projectos que têm para o Concelho e  para cada uma das freguesias que o compõem. É, apenas, isto que espero. 
Por mim, estão dispensados de passar cá pela Aldeia, com discursos políticos e promessas que se vão repetindo, campanha eleitoral após campanha eleitoral.
É o que menos me interessa. Quero compromissos claros e exequíveis. Quero gente que esteja ao nosso lado e na primeira linha a dar a cara pelos interesses da Aldeia e que lute connosco pela defesa da nossa terra sem calculismos políticos. 
Uma sugestão aos presidentes da junta: podem começar por lutar para mudar a realidade que são os orçamentos ridículos atribuídos anualmente para as freguesias.

A minha visão da sociedade e a minha maneira de estar na vida, não concebe ou admite, que para enganar terceiros e colher benefícios eleitorais, se gastem milhares de euros em equipamentos culturais e, passados anos, por falta de planeamento sustentado, funcionem como "tascas".
É por isso, sem querer impor a ninguém esta minha visão e esta minha maneira de estar na vida,  que não me calarei e não deixarei de protestar contra hipocrisias e oportunismos políticos.
É a democracia que me permite ter opinião. Exactamente, a mesma democracia que, por ironia do destino,  permite ao Cavaco ser presidente da República, ao dr. Costa ser primeiro-ministro, ao dr. Ataíde ser presidente da CM, ao António Salgueiro ser presidente da junta, curiosamente num país, num concelho e numa Aldeia, onde essa mesma democracia possibilita aos cidadãos eleger quem melhor lhes poderia responder aos seus anseios e aspirações...

Quanto ao que faço da minha vida, se escrevo em blogues, como em tempos escrevi em jornais, como em tempos fiz parte dos corpos directivos das Colectividades, fui membro de um executivo da junta de S. Pedro, andei a dar banho à minhoca, isso, os críticos deveriam saber que são assuntos da esfera da minha vida privada. 
Ninguém obriga ninguém a candidatar-se ao exercício de cargos políticos.

O que faço do meu tempo é comigo. 
Assim como é comigo viver onde quero viver, pelo que dispenso imposições, sugestões ou conselhos para me mudar, se me não sentir bem na Aldeia.
Fruto do trabalho, dos meus progenitores e meu, consegui garantir, há muito, os meios para que tal fosse possível nos quase 62 anos da minha vida. Quando a Aldeia que é a minha terra natal, não reunir condições para que aqui habite, com a qualidade de vida mínima que qualquer cidadão deve exigir, saberei mudar-me, sem que seja empurrado. 

O problema de fundo, para alguns, é que cada vez mais cidadãos da Aldeia, aspiram igualmente a uma Aldeia mais digna, mais desenvolvida, mais capaz de garantir habitabilidade, qualidade de vida e emprego aos seus filhos, coisa que até ao presente, não foi conseguida. 
As reminiscências de um caciquismo serôdio, velho de quase 30 anos, não afugentam ninguém.
Bom domingo, bom natal e um próspero ano novo.
Amanhã, a luta continua...