Estive a ouvir até há poucos minutos, em directo, um debate sobre "os cenários da governação em Portugal", na TVI24, com Isabel Moreira, PS, Joana Mortágua, BE, João Oliveira, PCP, Adolfo Mesquita Nunes, CDS, e Carlos Carreiras, PSD.
Adorei o nervosismo do Adolfo Mesquita Nunes, que fala e depois não deixa falar ninguém. Até já pediu desculpa, pois até ele já acha que está a falar um pouco mais que os outros!..
Mas não se consegue calar...
Os nervos não deixam.
Em tempo.
Acabado o debate liguei o computador e encontrei este texto no Jumento.
"A direita tenta passar a ideia de que há extremismo à esquerda e que António Costa optou por uma rotura unindo-se ao extremismo de esquerda e abandonando a sua família natural. A tese do arco da governação assenta no pressuposto de que não há direita e esquerda, há apenas os que governam e os que não podem governar.
Não importa saber quantos portugueses estão representados e muito menos que 20% dos portugueses sejam considerados de segunda, sem direito a sentirem-se representados no governo. Para a direita a democracia deve estar limitada aos votos dos eleitores de direita e dos eleitores de esquerda que votem no PS e na condição deste partido estar disponível ara aceitar um partido de direita, mesmo minoritário e sem apoio parlamentar.
Dizem que o PCP e o BE não aceitam os compromissos eleitorais, mas esquecem que o CDS foi contra a Constituição, dizem ser fieis intérpretes da vontade dos eleitores do PS mas não perguntam aos eleitores do PSD se não se sentem ludibriados por terem eleito deputados de um CDS quase em extinção.
Parece que vamos ter um governo radical que defende o caminho da Grécia. E qual é o caminho da Grécia? É mais ou menos o programa e as promessas eleitorais com que Passos Coelho e Paulo Portas apresentaram aos eleitores em 2011. Nesse programa não constavam uma boa parte das medidas adoptadas por Passos Coelho, designadamente, os cortes feitos ao abrigo do famoso desvio colossal. E no que toca a Paulo Portas que agora chora baba e ranho por deixar de estar ao abrigo da protecção do poder, já se esqueceu da sua grande promessa eleitoral de 2011, já está esquecido de quando pedia aos eleitores que votassem nele para poder travar o extremismo de Passos Coelho. Agora os extremistas são os outros.
Extremistas são os que perseguiram grupos sociais e profissionais por mero ódio ideológico, concentrando nalguns a maior fatia da austeridade. Extremistas foram os que procuraram dividir o país entre portugueses que produzem e portugueses que são despesa, entre portugueses jovens que trabalham e portugueses velhos que vivem à custa dos primeiros.
Perante a consciência pesada em relação ao argumento do extremismo os defensores do arco da governação” tentam reduzir as eleições a uma escolha de programas, pouco importam as maiorias no parlamento pois os eleitores escolheram programas. É um argumento ridículo quando se tornou evidente que a direita usou desde as sondagens à comunicação social numa estratégia de desviar votos do PS ara o PCP e BE.
Mas o argumento da escolha dos programas eleitorais tem um outro problema que é o facto de este governo ter esquecido os programas eleitorais e as promessas eleitorais no dia em que tomou posse. Este argumento não tem legitimidade da parte de quem usa os programas eleitorais para ludibriar os eleitores. O PS poderia muito bem responder que o seu programa é o mais abrangente pois não só respeita os seus eleitores, como tem o apoio dos eleitores do PCP e do BE e, mais ainda, corresponde em grande medida ao programa com que a direita ganhou as eleições."
quarta-feira, 21 de outubro de 2015
E se pega?..
Com o título “Em Portugal, a união da esquerda faz a força”, o autor do texto, Jean-Yves Camus, saúda a decisão de António Costa de negociar com comunistas e bloquistas.
O artigo sobre Portugal é um texto de análise política que poderia ser publicado na íntegra em qualquer outro jornal francês da área da chamada “imprensa séria”. Sem a sátira habitual que o caracteriza, o jornal “Charlie Hebdo” desta quarta-feira é muito entusiástico sobre a possível aliança PS/BE/PCP em Portugal e diz que socialistas e toda a esquerda espanhola e francesa deveriam seguir o exemplo do PS português de António Costa.
Na ilustração que acompanha o texto - um cartoon da autoria do desenhador Juin - vê-se o líder do PS francês, Jean-Christophe Cambadélis, a dizer que está satisfeito com a realização de um referendo interno sobre a unidade da esquerda no seu país. Com este desenho e o texto, o semanário chama a atenção para o facto de o PS português estar a avançar concretamente para a união da esquerda, ao contrário do partido homólogo francês.
Via Expresso
Passos Coelho deve mesmo ser indigitado primeiro-ministro...
Para abreviar, por duas razões, que li aqui:
- Para sofrer na Assembleia da República, casa da democracia, a humilhação suprema de ver o Governo por si chefiado chumbado pelos deputados eleitos pelos cidadãos por ter aceitado ir até ao fim com uma farsa cujo desfecho final já era conhecido.
- Para que a opinião pública, depois de doses massivas de agit-prop da direita em tudo o que é canal de televisão e rádio, perceber de uma vez por todas como funciona o sistema parlamentar-constitucional português e afastar de vez a ideia, da mentira tantas vezes repetida que já é verdade, do golpe de estado por parte da esquerda.
Em tempo.
A imagem, onde se nota a falta Miguel Relvas, dá conta, na perfeição, do estado de alma dos responsáveis pelo retrocesso de décadas do país e foi retirada da primeira página do Público de 21 de Outubro de 2015.
- Para sofrer na Assembleia da República, casa da democracia, a humilhação suprema de ver o Governo por si chefiado chumbado pelos deputados eleitos pelos cidadãos por ter aceitado ir até ao fim com uma farsa cujo desfecho final já era conhecido.
- Para que a opinião pública, depois de doses massivas de agit-prop da direita em tudo o que é canal de televisão e rádio, perceber de uma vez por todas como funciona o sistema parlamentar-constitucional português e afastar de vez a ideia, da mentira tantas vezes repetida que já é verdade, do golpe de estado por parte da esquerda.
Em tempo.
A imagem, onde se nota a falta Miguel Relvas, dá conta, na perfeição, do estado de alma dos responsáveis pelo retrocesso de décadas do país e foi retirada da primeira página do Público de 21 de Outubro de 2015.
Isto de escrever em jornais não devia ser para todos... (II)
Fiquem lá com este naco de prosa teclado por este desesperado "senhor jornalista".
"O golpista António Costa tem de ir a julgamento em Maio. Cavaco Silva não pode ser cúmplice de uma fraude (…). Se o governo da coligação for chumbado pelos golpistas de esquerda (…). Os golpistas de esquerda andam todos contentes (…) na esperança de formarem um governo que seria a maior fraude, o maior golpe, a maior mentira (…) revelam bem o que pensam da democracia (…) neste sítio cada vez mais mal frequentado. O chefe da trupe, o inenarrável António Costa, não olha a meios (…). A fantochada em curso, com Jerónimo Sousa e Catarina Martins a desempenharam na perfeição o papel de coveiros (…) Mentira, mais uma a juntar a todas as outras mentiras e ilusões que estes vendedores de banha da cobra andam a espalhar por este pobre sítio cada vez mais mal frequentado. (…) Os golpistas Costa, Jerónimo e Catarina devem, (…) ser julgados pelo povo. Julgados pelo golpe, pela fraude, pela mentira e pelo maior atentado alguma vez cometido contra a democracia portuguesa. É verdade que o golpista Costa, (…) pode ser imediatamente corrido a pontapé da liderança do PS."
Se querem fruir, em todo o seu esplendor, este texto assinado por António Ribeiro Ferreira, publicado no jornal i, cliquem aqui.
O que está em causa...
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Da entrevista de Pedro Nuno Santos a José Alberto Carvalho, no programa 21ª Hora, na TVI24. Para ver na íntegra clicar aqui. |
terça-feira, 20 de outubro de 2015
Momento novo: em democracia governa a maioria...
Costa: "Há condições para que seja formado um governo com suporte maioritário na AR".
Sou filho, neto e bisneto de pescadores...
É com um imenso orgulho que recordo o meu avô paterno Manuel Agostinho da Barbeira, "um dos muitos e Grandes Homens que dedicaram a vida à pesca do bacalhau", pessoa de quem, tal qual a minha prima Odília Agostinho, "me orgulho muito", Pai do meu Pai José Pereira Agostinho.
Estas são as minhas raízes.
Todos os meus antepassados, tanto do lado paterno como do lado materno, eram todos gente de trabalho, modesta, mas honrada, que nunca obteve um cêntimo que não fosse fruto do suor do seu rosto. Ainda hoje, na minha família, assim continua a ser.
Na minha família, os verdadeiros valores tiveram sempre valor.
Esse, é o meu imenso orgulho.
Estas são as minhas raízes.
Todos os meus antepassados, tanto do lado paterno como do lado materno, eram todos gente de trabalho, modesta, mas honrada, que nunca obteve um cêntimo que não fosse fruto do suor do seu rosto. Ainda hoje, na minha família, assim continua a ser.
Na minha família, os verdadeiros valores tiveram sempre valor.
Esse, é o meu imenso orgulho.
É bom não esquecer...
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Para ler, clicar na imagem |
Antes de a Figueira ser a capital portuguesa do tédio, tivemos a memorável gestão de Pedro Santana Lopes...
Ainda pode contribuir...
A Naval vai entregar o dinheiro recolhido com as bilheteiras do jogo da Taça de Portugal, frente ao Paços de Ferreira, às famílias das vítimas do naufrágio do arrastão "Olívia Ribau" no próximo domingo, durante o encontro com o Benfica CB.
Até esta altura, foram recolhidos “cerca de cinco mil euros”, afirmou Vera Azul, administradora da Naval, ao DIÁRIO AS BEIRAS. Um valor que “não satisfez”. “Esperávamos muito mais. Independentemente de as pessoas irem ou não ao estádio, a causa merecia outra atenção”, continuou a responsável.
Para corrigir a fraca adesão, o clube tem ainda “cerca de mil bilhetes para venda simbólica”, que vão estar disponíveis até esta quinta-feira, a fim de se apurar o maior valor possível.
Pode adquirir os ingressos dirigindo-se à secretaria do clube ou através dos contactos telefónicos 233 422 809 (sede) ou 964 137 575 (Vera Azul).
Até esta altura, foram recolhidos “cerca de cinco mil euros”, afirmou Vera Azul, administradora da Naval, ao DIÁRIO AS BEIRAS. Um valor que “não satisfez”. “Esperávamos muito mais. Independentemente de as pessoas irem ou não ao estádio, a causa merecia outra atenção”, continuou a responsável.
Para corrigir a fraca adesão, o clube tem ainda “cerca de mil bilhetes para venda simbólica”, que vão estar disponíveis até esta quinta-feira, a fim de se apurar o maior valor possível.
Pode adquirir os ingressos dirigindo-se à secretaria do clube ou através dos contactos telefónicos 233 422 809 (sede) ou 964 137 575 (Vera Azul).
segunda-feira, 19 de outubro de 2015
Ainda o naufrágio do "Olívia Ribau", o "silêncio" de João Portugal e a reunião convocada pela Câmara...
Citado do Figueira na Hora.
“Sou Presidente da Concelhia do Partido Socialista da Figueira da Foz e tenho bem clara a noção do que isso representa, o sentido de responsabilidade e a notoriedade que qualquer intervenção minha tem na comunidade local, até pela sua divulgação nos órgãos de comunicação social local e regional.
Tenho também o privilégio de só ter comigo na equipa de liderança do Partido Socialista da Figueira da Foz pessoas de elevada educação, respeito e valores.
No passado dia 6 do corrente mês de Outubro a Figueira da Foz ficou de Luto. Ao final daquele dia negro para a nossa comunidade piscatória, mas também para todo o concelho e Portugal, o arrastão Olívia Ribau levava consigo cinco vidas.
Perante esta tragédia estive sempre em contacto com as entidades no terreno e sempre estive a par da evolução dos acontecimentos.
Tanto eu como elementos da minha equipa acompanhámos com dor esta tragédia.
Enquanto eu conduzir os destinos do Partido Socialista na Figueira da Foz, nunca este utilizará uma tragédia, e esta com perda de vidas, para fazer política ou como oportunidade para o meu nome aparecer nos jornais.
Assim, entendeu o Partido Socialista que a forma de demonstrar aos familiares enlutados a sua verdadeira consternação era o silêncio. Felizmente somos assim, gente com princípios e respeitadora, que entendemos até onde pode ir a política.
Outros entenderam fazer política, não respeitando o luto e a memória dos que nos deixaram mas que permanecerão para sempre presentes e recordados como Homens de Luta pela vida, pelos seus.
Deixo aqui uma profunda admiração pelo Agente da Policia Marítima Carlos Santos que, com a sua coragem e determinação, resgatou dois sobreviventes desta tragédia.
Igualmente Aos Bombeiros Municipais e Voluntários, às Equipas do INEM e a todos os demais envolvidos nas operações neste triste acidente, a minha gratidão.
Sei que para os familiares das vitimas não há palavras suficientes, não há palavras que os confortem mas expresso as minhas Muito Sentidas Condolências.
João Portugal
Presidente da Concelhia do PS – Figueira da Foz”
O silêncio pode ser bom. Contudo, o silêncio pode ser mau.
A última fronteira da liberdade é o silêncio
Mas, as palavras, mesmo quando as palavras se tornam leves, são importantes.
Sei que há a fúria dos silêncios e a doçura das ausências.
No momento em que estou a escrever, estou a ver o mar.
Toldado por nuvens ameaçadoras de chuva.
O que apetece, quando morrem pessoas, é o silêncio.
Mas, Eugénio de Andrade libertou as palavras das grilhetas que as prendiam, deixou que elas dissessem tudo o que entendessem, disse-nos, pacientemente, que as palavras não se querem aprisionadas pelo silêncio.
Foi o que fez agora João Portugal: quebrou o silêncio.
A morte de pessoas, nas circunstâncias em que tal aconteceu no passado dia 6 de Outubro na Figueira da Foz, é um assunto de Estado. Haja decência.
Deixe que lhe diga a minha opinião: o Senhor Presidente da Concelhia do PS não deveria ter ficado a assistir "em silêncio" ao que foi acontecendo - e que teve uma gravidade extrema - durante 13 dias.
O assunto é demasiado sério. Muito mais sério do que o levou a quebrar, agora, o silêncio.
Por maioria de razão todos devemos seguir, com muita atenção, o que vai acontecer nos próximos dias sobre este naufrágio da embarcação «Olívia Ribau», à entrada da barra da Figueira da Foz.
Sabemos já que, no seguimento e tendo presente as críticas sobre o modelo de socorro às vítimas, o presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, João Ataíde, convocou uma reunião de trabalho para o próximo dia 21 (quarta-feira) pelas 17h00 nos Paços do Município, com as seguintes entidades:
1. Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Administrações Portuárias;
2. Associação Sócio Profissional da Polícia Marítima;
3. Associação Pró-Maior Segurança dos Homens do Mar;
4. Cooperativa de Produtores de Pesca - Centro Litoral OP;
5. Anopcerco;
6. OP Centro.
"O objectivo desta reunião é ouvir os representantes dos pescadores, dos armadores, do pessoal do ISN e da Polícia Marítima tendo em vista o apuramento da situação nacional relativa ao salvamento marítimo”, explicou fonte camarária, segundo pode ser lido também no Figueira na Hora.
É ainda pelo mesmo site, O Figueira na Hora, que fiquei a saber por um comentário assinado por Carlos Silva, que "faz precisamente dois anos que a FIGPESCA - ASSOCIAÇÃO DE PESCADORES E ARMADORES DO CENTRO LITORAL, convocou para uma reunião de trabalho, todas as instituições com responsabilidade diretas ou indiretas na gestão da barra da Figueira da Foz. Para que não restem dúvidas transcrevo a missiva que foi enviada a 6/11/2013. EXMOS SENHORES, A FIGPESCA - Associação de Pescadores e Armadores do Centro Litoral, representa cerca de 50 embarcações a operar, 30 das quais no porto da Figueira da Foz. Na sequência dos últimos acontecimentos, o naufrágio da embarcação "Jesus dos Navegantes", os nossos associados reportaram um conjunto de preocupações e reclamações sobre o estado da barra da Figueira da Foz após as obras de melhoramento, mas também em relação à própria operacionalização da mesma e dos meios de socorro. Assim sendo, gostaria de convidar V/. Ex. para uma reunião de trabalho a ser realizada no dia 20 de Novembro de 2013, Pelas 9.00h da manha nas instalações da DOCAPESCA da Figueira da Foz, com a seguinte ordem de trabalhos: 1. Meios de socorro na barra da Figueira da Foz; 2. Condições de navegabilidade da barra da Figueira da Foz; 3. Meios de salvamento a bordo das embarcações - Formação e Sensibilização; Solicitamos a vossa presença e confirmação da mesma, sendo que, aproveitamos para informar que esta missiva foi enviada para as seguintes entidades: 1. Administração do Porto da Figueira da Foz; 2. Organização de Produtores Centro Litoral; 3. Associação pro Maior Segurança dos Homens do Mar; 4. For-Mar; 5. Câmara Municipal da Figueira da Foz; 6. Capitania do Porto da Figueira da Foz; 7. Docapesca Portos e lotas Contamos com a vossa presença e desde já agradecemos o tempo despendido. Com os melhores cumprimentos, Em, 06/11/2013 Igor Branco (Presidente da FIGPESCA)".
Como se comprovou tristemente no passado dia 6, "passaram-se dois anos e nada foi feito".
E mais não comento, pois quem não anda a fazer política com a desgraça dos outros seguramente sou eu.
“Sou Presidente da Concelhia do Partido Socialista da Figueira da Foz e tenho bem clara a noção do que isso representa, o sentido de responsabilidade e a notoriedade que qualquer intervenção minha tem na comunidade local, até pela sua divulgação nos órgãos de comunicação social local e regional.
Tenho também o privilégio de só ter comigo na equipa de liderança do Partido Socialista da Figueira da Foz pessoas de elevada educação, respeito e valores.
No passado dia 6 do corrente mês de Outubro a Figueira da Foz ficou de Luto. Ao final daquele dia negro para a nossa comunidade piscatória, mas também para todo o concelho e Portugal, o arrastão Olívia Ribau levava consigo cinco vidas.
Perante esta tragédia estive sempre em contacto com as entidades no terreno e sempre estive a par da evolução dos acontecimentos.
Tanto eu como elementos da minha equipa acompanhámos com dor esta tragédia.
Enquanto eu conduzir os destinos do Partido Socialista na Figueira da Foz, nunca este utilizará uma tragédia, e esta com perda de vidas, para fazer política ou como oportunidade para o meu nome aparecer nos jornais.
Assim, entendeu o Partido Socialista que a forma de demonstrar aos familiares enlutados a sua verdadeira consternação era o silêncio. Felizmente somos assim, gente com princípios e respeitadora, que entendemos até onde pode ir a política.
Outros entenderam fazer política, não respeitando o luto e a memória dos que nos deixaram mas que permanecerão para sempre presentes e recordados como Homens de Luta pela vida, pelos seus.
Deixo aqui uma profunda admiração pelo Agente da Policia Marítima Carlos Santos que, com a sua coragem e determinação, resgatou dois sobreviventes desta tragédia.
Igualmente Aos Bombeiros Municipais e Voluntários, às Equipas do INEM e a todos os demais envolvidos nas operações neste triste acidente, a minha gratidão.
Sei que para os familiares das vitimas não há palavras suficientes, não há palavras que os confortem mas expresso as minhas Muito Sentidas Condolências.
João Portugal
Presidente da Concelhia do PS – Figueira da Foz”
O silêncio pode ser bom. Contudo, o silêncio pode ser mau.
A última fronteira da liberdade é o silêncio
Mas, as palavras, mesmo quando as palavras se tornam leves, são importantes.
Sei que há a fúria dos silêncios e a doçura das ausências.
No momento em que estou a escrever, estou a ver o mar.
Toldado por nuvens ameaçadoras de chuva.
O que apetece, quando morrem pessoas, é o silêncio.
Mas, Eugénio de Andrade libertou as palavras das grilhetas que as prendiam, deixou que elas dissessem tudo o que entendessem, disse-nos, pacientemente, que as palavras não se querem aprisionadas pelo silêncio.
Foi o que fez agora João Portugal: quebrou o silêncio.
A morte de pessoas, nas circunstâncias em que tal aconteceu no passado dia 6 de Outubro na Figueira da Foz, é um assunto de Estado. Haja decência.
Deixe que lhe diga a minha opinião: o Senhor Presidente da Concelhia do PS não deveria ter ficado a assistir "em silêncio" ao que foi acontecendo - e que teve uma gravidade extrema - durante 13 dias.
O assunto é demasiado sério. Muito mais sério do que o levou a quebrar, agora, o silêncio.
Por maioria de razão todos devemos seguir, com muita atenção, o que vai acontecer nos próximos dias sobre este naufrágio da embarcação «Olívia Ribau», à entrada da barra da Figueira da Foz.
Sabemos já que, no seguimento e tendo presente as críticas sobre o modelo de socorro às vítimas, o presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, João Ataíde, convocou uma reunião de trabalho para o próximo dia 21 (quarta-feira) pelas 17h00 nos Paços do Município, com as seguintes entidades:
1. Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Administrações Portuárias;
2. Associação Sócio Profissional da Polícia Marítima;
3. Associação Pró-Maior Segurança dos Homens do Mar;
4. Cooperativa de Produtores de Pesca - Centro Litoral OP;
5. Anopcerco;
6. OP Centro.
"O objectivo desta reunião é ouvir os representantes dos pescadores, dos armadores, do pessoal do ISN e da Polícia Marítima tendo em vista o apuramento da situação nacional relativa ao salvamento marítimo”, explicou fonte camarária, segundo pode ser lido também no Figueira na Hora.
É ainda pelo mesmo site, O Figueira na Hora, que fiquei a saber por um comentário assinado por Carlos Silva, que "faz precisamente dois anos que a FIGPESCA - ASSOCIAÇÃO DE PESCADORES E ARMADORES DO CENTRO LITORAL, convocou para uma reunião de trabalho, todas as instituições com responsabilidade diretas ou indiretas na gestão da barra da Figueira da Foz. Para que não restem dúvidas transcrevo a missiva que foi enviada a 6/11/2013. EXMOS SENHORES, A FIGPESCA - Associação de Pescadores e Armadores do Centro Litoral, representa cerca de 50 embarcações a operar, 30 das quais no porto da Figueira da Foz. Na sequência dos últimos acontecimentos, o naufrágio da embarcação "Jesus dos Navegantes", os nossos associados reportaram um conjunto de preocupações e reclamações sobre o estado da barra da Figueira da Foz após as obras de melhoramento, mas também em relação à própria operacionalização da mesma e dos meios de socorro. Assim sendo, gostaria de convidar V/. Ex. para uma reunião de trabalho a ser realizada no dia 20 de Novembro de 2013, Pelas 9.00h da manha nas instalações da DOCAPESCA da Figueira da Foz, com a seguinte ordem de trabalhos: 1. Meios de socorro na barra da Figueira da Foz; 2. Condições de navegabilidade da barra da Figueira da Foz; 3. Meios de salvamento a bordo das embarcações - Formação e Sensibilização; Solicitamos a vossa presença e confirmação da mesma, sendo que, aproveitamos para informar que esta missiva foi enviada para as seguintes entidades: 1. Administração do Porto da Figueira da Foz; 2. Organização de Produtores Centro Litoral; 3. Associação pro Maior Segurança dos Homens do Mar; 4. For-Mar; 5. Câmara Municipal da Figueira da Foz; 6. Capitania do Porto da Figueira da Foz; 7. Docapesca Portos e lotas Contamos com a vossa presença e desde já agradecemos o tempo despendido. Com os melhores cumprimentos, Em, 06/11/2013 Igor Branco (Presidente da FIGPESCA)".
Como se comprovou tristemente no passado dia 6, "passaram-se dois anos e nada foi feito".
E mais não comento, pois quem não anda a fazer política com a desgraça dos outros seguramente sou eu.
O mal menor
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Foto do jogo Naval - Benfica em memória das vítimas da traineira "Nova Leirosa" que naufragou junto à barra. Na foto pode ver-se o internacional José Águas a presentear o filho de uma das vítimas. |
"Segundo números fornecidos pela Direcção da Naval a receita entre os que estiveram no Estádio e aqueles que lá não foram mas adquiriram o seu ingresso rondou os cinco mil euros, num concelho onde existem unidades industriais das maiores da Europa onde existem unidades que facturam milhões por ano, para esses a minha desilusão."
Há muito que não assistia a um jogo de futebol ao vivo. Ontem, porém, fui ver o Naval-Paços de Ferreira a contar para a Taça de Portugal.
A meio da semana passada, quando fui à sede da Naval adquirir o bilhete, tive em atenção o que estava em redor desta partida e não o futebol.
Com o futebol da Naval ando zangado, muito zangado mesmo. Mas, ontem, fui ao desprezado e degradado fui Bento Pessoa.
Pensava que esta jornada de solidariedade faria deslocar muita gente ao futebol.
Desgraçadamente, enganei-me. Na Figueira, nem a solidariedade já é o que foi.
A foto acima, recorda a homenagem aos náufragos da "Nova Leirosa", com a realização de um Naval - Benfica em memória das vítimas desta traineira que, há quase 60 anos, naufragou junto à nossa barra.
Nessa altura, o Bento Pessoa esgotou a lotação e, ontem, foi a desolação que eu senti e o Rogério Neves regista no Marcha do Vapor.
Cerca de seis décadas decorridas, após o fatídico naufrágio da traineira "Nova Leirosa", acidente que marcou gerações de figueirenses para o resto da vida, a tragédia repetiu-se, mais uma vez, roubando a vida a mais cinco homens que procuravam no mar o sustento das suas famílias.
Decorreram cerca de 60 anos. Entretanto, corrigiram-se e revestiram-se de betão as margens do Mondego, fizeram-se e prolongaram-se os molhes, fizeram-se correcções hidráulicas e dragagens várias na barra, destruíu-se a Praia da Figueira, afectou-se as praias a sul do concelho, do Cabedelo à Leirosa. E, no entanto, toda esta destruição de nada valeu aos pescadores que continuam a morrer nesta nossa barra...
A morte de pessoas devia, ao menos, servir para sensibilizar "os poderes locais" para mudar o que tem estado mal na Figueira.
Devia ser tão simples quanto isso. A situação das mortes à entrada desta nossa barra, não se deveria limitar ao registo dos números da morte.
Abomino as pessoas que dizem coisas tão bárbaras e pouco humanistas como as que disse o comandante Nuno Leitão. Questionado sobre o porquê da moto de água apenas ter saído da marina quase uma hora após o naufrágio, já de noite, quando à hora do acidente havia visibilidade, Nuno Leitão respondeu que "foi o tempo necessário para aferir as condições" de actuação dos meios de socorro.
Não aguento tanta mentira e falta de humanismo.
É chocante como as pessoas que ocupam os cargos dizem tanto e fazem o mínimo possível pelos outros.
Comparado com isto, a ausência dos figueirenses ontem do Bento Pessoa, apesar de lamentável, ainda acabou por ser o mal menor em toda esta tragédia, que um dia destes se pode repetir...
Dedicado aos meus amigos que andam em pulgas para saber o que vai acontecer...
"Bem-vindos sejam à semana em que se decidirá o nosso futuro mais próximo. Cavaco Silva terá a sua oportunidade de se despedir em grande indigitando Pedro Passos Coelho para Primeiro-Ministro. A seguir, o PS terá a sua de se definir de uma vez por todas, ou viabilizando o Governo do senhor Presidente, e note-se que apenas é necessário o voto de 9 deputados para que tal aconteça, ou assumindo a responsabilidade de governar à esquerda com a maioria que detém no Parlamento em conjunto com Bloco e CDU. Porventura o sinal mais importante de como tudo isto irá terminar tê-lo-emos lá para Quarta ou Quinta-feira no momento da eleição do Presidente da Assembleia da República, que tanto Poderá ser uma figura do PS com os votos de PSD e CDS como ser uma figura da esquerda com os votos de PS, Bloco e CDU. O que acontecer depois com toda a certeza será uma réplica desta escolha. E será o PS que irá fazê-la. Com o passar dos dias, haverá cada vez mais máscaras caídas pelo chão."
O baile, mais 2 ou 3 dias, vai terminar.
O baile, mais 2 ou 3 dias, vai terminar.
Miguel: o mais extraordinário, é que se o mar continuar a subir, ainda teremos a possibilidade de ver chineses na apanha do arroz de marisco no Baixo Mondego...
A sociedade portuguesa está cheia de mitos urbanos, preconceitos e ignorância.
Esta crónica de Miguel Almeida, hoje publicada no jornal AS BEIRAS, vem no sentido de alimentar essa situação.
Portugal não estava habituado a discutir cenários eleitorais com a possibilidade de coligações à esquerda.
O que se passou depois das eleições de 4 de outubro, a meu ver, contribuiu para abrir espaço a uma mudança importante, salutar e enriquecedora para a democracia.
Caiu por terra a desculpa dos que não votam por que dizem que o seu voto não conta.
“Um governo PSD+CDS e PS não te[ria] nenhumas condições para funcionar”, quem o afirmou foi Pedro Passos Coelho, antes da eleições, em entrevista ao jornal SOL.
Segundo o Expresso, depois das eleições, porém, "Passos perguntou a Costa se quer entrar num Governo com a coligação".
Afinal quem é que anda trair o seu eleitorado?..
Já sei: ainda vão por acabar de dizer que é "pelo superior interesse nacional"...
O discurso do “não há alternativa” é, por definição, uma forma de negar a possibilidade de existir uma sociedade livre e democrática.
Como escreveu no jornal Público JOÃO MARIA DE FREITAS-BRANCO, "a esperançosa unidade de esquerda pode acabar por não se concretizar; mas a tentativa de a edificar teve já este grande mérito: fazer cair as máscaras. Um belo contributo para o premente combate ao kitsch político."
A realidade, porém, é esta.
"Estamos a viver um tempo politicamente interessante, mobilizador, cheio de atractivos, mas também muito perigoso, porque se adensam os riscos de total definhamento da democracia. Como pano de fundo temos uma séria crise da democracia que se tem vindo a intensificar com assustadora celeridade. A estruturação de uma ditadura financeira na Europa tornou-se evidente com o caso Grécia. Já não é necessária grande perspicácia política para compreender que a perda de soberania desagua na extinção da democracia efectiva no interior de cada pátria europeia."
O Miguel e os da sua área política têm de se habituar à democracia. Por mim, se a PàF ganhou como o Miguel e os da sua área política afirmam, que forme e apresente um governo no Parlamento. Qual é o problema Miguel?
Esta crónica de Miguel Almeida, hoje publicada no jornal AS BEIRAS, vem no sentido de alimentar essa situação.
Portugal não estava habituado a discutir cenários eleitorais com a possibilidade de coligações à esquerda.
O que se passou depois das eleições de 4 de outubro, a meu ver, contribuiu para abrir espaço a uma mudança importante, salutar e enriquecedora para a democracia.
Caiu por terra a desculpa dos que não votam por que dizem que o seu voto não conta.
“Um governo PSD+CDS e PS não te[ria] nenhumas condições para funcionar”, quem o afirmou foi Pedro Passos Coelho, antes da eleições, em entrevista ao jornal SOL.
Segundo o Expresso, depois das eleições, porém, "Passos perguntou a Costa se quer entrar num Governo com a coligação".
Afinal quem é que anda trair o seu eleitorado?..
Já sei: ainda vão por acabar de dizer que é "pelo superior interesse nacional"...
O discurso do “não há alternativa” é, por definição, uma forma de negar a possibilidade de existir uma sociedade livre e democrática.
Como escreveu no jornal Público JOÃO MARIA DE FREITAS-BRANCO, "a esperançosa unidade de esquerda pode acabar por não se concretizar; mas a tentativa de a edificar teve já este grande mérito: fazer cair as máscaras. Um belo contributo para o premente combate ao kitsch político."
A realidade, porém, é esta.
"Estamos a viver um tempo politicamente interessante, mobilizador, cheio de atractivos, mas também muito perigoso, porque se adensam os riscos de total definhamento da democracia. Como pano de fundo temos uma séria crise da democracia que se tem vindo a intensificar com assustadora celeridade. A estruturação de uma ditadura financeira na Europa tornou-se evidente com o caso Grécia. Já não é necessária grande perspicácia política para compreender que a perda de soberania desagua na extinção da democracia efectiva no interior de cada pátria europeia."
O Miguel e os da sua área política têm de se habituar à democracia. Por mim, se a PàF ganhou como o Miguel e os da sua área política afirmam, que forme e apresente um governo no Parlamento. Qual é o problema Miguel?
Solidariedade e futebol
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foto sacada daqui |
A sociedade organizada, dos indivíduos às famílias, das empresas, dos clubes de futebol e organizações sociais ao Estado, não pode desistir de tecer, e manter activos, os laços de cooperação e solidariedade que, no seu conjunto, dão pelo nome de estado social.
domingo, 18 de outubro de 2015
A barra da Figueira está assim por vontade dos homens
O meu Amigo Manuel Luís Pata, farta-se de dizer o seguinte: "há muita gente que fala e escreve sobre o mar, sem nunca ter pisado o convés de um navio".
Em 2003, lembro-me bem da sua indignação por um deputado figueirense - no caso o Dr. Pereira da Costa - haver defendido o que não tinha conhecimentos para defender: "uma obra aberrante, o prolongamento do molhe norte".
Na altura, Manuel Luís Pata escreveu e publicou em jornais, que o Dr. Pereira da Costa prestaria um bom serviço à Figueira se na Assembleia da República tivesse dito apenas: "é urgente que seja feito um estudo de fundo sobre o Porto da Figueira da Foz".
Como se optou por defender o acrescento do molhe norte, passados 12 anos, estamos precisamente como o meu velho Amigo Manuel Luís Pata previu: "as areias depositam-se na enseada de Buarcos, o que reduz a profundidade naquela zona, o que origina que o mar se enrole a partir do Cabo Mondego, tornando mais difícil a navegação na abordagem à nossa barra".
Por outro lado, o aumento do molhe levou, como Manuel Luís Pata também previu, "ao aumento do areal da praia, o que está a levar ao afastamento do mar da vida da Figueira". Porém, e espero que isso seja tido em conta no disparate que é a projectada obra a levar a cabo pela Câmara Municipal da nossa cidade, "essa área de areia será sempre propriedade do mar, que este quando assim o entender, virá buscar o que lhe pertence".
O projecto do Engº. Baldaque da Silva
Existe um estudo sobre como melhorar o Porto da Figueira. Quem estiver interessado pode consultá-lo na Biblioteca Municipal, num dos jornais locais de 1914.
Esse precioso e importante trabalho, refere a construção de um "paredão a partir do Cabo Mondego em direcção ao quadrante sul".
Esse projecto, da autoria do Eng. Baldaque da Silva, para a construção da obra de um "Porto Oceânico", foi aprovado na Assembleia de Deputados para ser posto a concurso, o que nunca aconteceu, pois foi colocado numa gaveta.
Neste momento, como as coisas estão na enseada de Buarcos, já não deverá ser possível colocar ali o "Porto Oceânico", uma vez que as construções ocuparam os terrenos necessários ao acesso àquilo que seria um porto daquela envergadura.
Porém, o estudo do Eng. Baldaque da Silva poderia servir de base para a construção de um paredão com cerca de 1 800 metros, que serviria para obstruir o acesso das areias à enseada de Buarcos, traria benefícios consideráveis: acabaria o depósito de areias na enseada, barra, rio e praia; ficaria protegida a zona do Cabo Mondego e Buarcos, evitando a erosão das praias da zona e os constantes prejuízos na Avenida Marginal; serviria de abrigo à própria barra, quando a ondulação predominasse de Oeste ou O/N.
A sustentabilidade do porto da Figueira da Foz
Um dia destes, tive acesso a uns sub- capítulos duma tese do arquitecto figueirense Manuel Traveira, sobre a questão dos molhes.
Em 2011, na cerimónia de inauguração das obras do prolongamento do molhe norte, o Engenheiro José Luís Cacho, então Presidente da Administração do Porto da Figueira da Foz, sublinhou que “o porto da Figueira da Foz, que os pessimistas de serviço já viam com certidão de óbito passada, estava, afinal, pujante, de boa saúde e, agora, com estes avultados investimentos, mais preparado para enfrentar os desafios que se avizinham”.
No entanto, em 2013, o mesmo Engenheiro José Luís Cacho já demonstrava uma grande preocupação com a futura sustentabilidade do porto comercial.
"A quebra de receitas da administração do porto, devido à redução das taxas portuárias, é um facto preocupante", considerou, referindo ainda que tal situação é agravada por um "aumento futuro da despesa com as dragagens".
Por sua vez, o Dr. Hermano Sousa, Presidente da Comunidade Portuária da Figueira da Foz, referia que “a capacidade instalada, de 3 milhões de toneladas/ano, está longe de ser atingida. Apesar da admirável evolução, não podemos dormir à sombra destes resultados..." Do seu ponto de vista, para maximizar a utilização do porto, "era preciso consolidar o estado da barra, fixando o calado, ao longo de todo o ano, primeiro nos 6,5 metros e, posterior e idealmente, nos 7,5 metros, já a pensar nos navios de nova geração, que estão agora a sair dos estaleiros e chegarão em breve ao mercado".
Estudar e entender a dinâmica que cria o assoreamento de inverno é um dos requisitos para que o calado do porto figueirense possa receber embarcações de grande porte. A solução apontada, porém, tem sempre passado por dragagens, que custam muito dinheiro.
Bypass
O bypass proposto pelo movimento SOS Cabedelo, poderia ajudar a atenuar as sucessivas dragagens que o porto tem vindo a efectuar e, ao mesmo tempo, atenuar os efeitos da erosão a sul.
Manuel Traveira na elaboração da sua tese consultou os relatórios que acompanharam as obras do porto da Figueira da Foz desde 1953 até 1972, elaborados pelo LNEC. Solicitou, também, os estudos mais recentes na Biblioteca do LNEC, mas o acesso público está vedado por lei pelo período de 20 anos a contar da data da sua realização. Apesar destes condicionalismos, a análise dos relatórios do “Estudo em Modelo Reduzido do Porto da Figueira da Foz”, demonstraram-se bastante esclarecedores para a compreensão das dinâmicas de assoreamento a que o porto está sujeito.
1º Fase de estudos, 1953-1961
Segundo Manuel Traveira, até à construção dos molhes exteriores do porto comercial (1960-1966), os estudos do LNEC incidiram a sua atenção na análise do regime fisiográfico desta zona da costa portuguesa, ensaiando em modelo reduzido o esquema de obras inicialmente proposto na procura do esquema ideal para as obras exteriores do porto.
Quanto ao estudo fisiográfico desta zona, concluiu-se que:
1- A direcção da ondulação mais frequente e mais forte, é proveniente de oeste e noroeste.
“O Laboratório realizou o traçado dos planos de ondulação […] mostraram que […] o seu rumo é para norte do W (oeste) e apenas raramente, para o sul daquela direcção. Do mesmo modo se verificou que as amplitudes mais fortes correspondem a rumos entre o W (oeste) e o NW (noroeste).”
2- As areias que causam os problemas de assoreamento da foz do Mondego são provenientes maioritariamente do mar.
O aumento da praia da Figueira
Já em 1958, antes do início das obras dos molhes, o LNEC antevia o que posteriormente se veio a comprovar: o enorme aumento da praia da Figueira da Foz devido à construção do molhe norte, uma vez que funciona como uma barreira ao forte transporte de areias que se faz sentir ao longo da costa de norte para sul.
O excessivo crescimento da praia de banhos da Figueira, em todas as soluções ensaiadas, tornou-se altamente prejudicial à manutenção de boas profundidades no canal da barra, referindo-se que “no caso da Figueira da Foz, qualquer canal que venha a ser dragado, e de que resulte uma secção molhada muito superior à que actualmente existe, não se manterá logo que as areias comecem a contornar o molhe norte".
Este fenómeno de assoreamento do estuário é facilmente compreendido através da análise da passagem de areias que ocorre da praia a norte para a praia a sul do rio Mondego e pela explicação de como se forma o banco da barra (banco de areia que se forma em frente à Foz do rio Mondego, altamente prejudicial para a navegabilidade do porto).
Passagem de areias de norte para sul do rio
Na enchente as areias entram dentro do estuário donde são em parte ou na totalidade expelidas na vazante para fora do estuário depositando-se a uma distância maior ou menor consoante o coeficiente da maré e a amplitude da vaga. Só após o banco da barra ter atingido uma certa cota é que se começa a dar a passagem para as praias a sul. Neste caso, as areias expelidas pela vazante para o banco da barra caminham sob a acção das correntes de maré e da vaga para a praia a sul.
Uma vez que a areia tenha contornado a testa do molhe norte começará a caminhar ao longo da face interior do molhe. Forma-se, assim, um princípio de cabedelo que se vai pouco a pouco desenvolvendo até que as correntes de vazante começam a erodi-lo e a transportar o material arrancado para fora das testas do molhes depositando-o na zona do futuro banco da barra.
Por razões desconhecidas para Manuel Traveira, eventualmente explicadas pelo conteúdo de outros estudos aos quais não teve acesso, a construção dos molhes não seguiu importantes recomendações apontadas pelo LNEC.
A saber: o traçado curvo do molhe norte com a sua testa no alinhamento do antigo molhe sul (molhe velho), possibilitando uma maior protecção do estuário contra a penetração da vaga no seu interior; o molhe sul recuado (250 metros) em relação ao molhe norte com vista a facilitar a transposição natural das aluviões da margem norte do rio para as praias a sul; a construção de uma guia submersa no prolongamento do molhe velho, a fim de assegurar um traçado mais regular e com melhores profundidades.
2º Fase de estudos, 1968-1972
Durante as obras exteriores dos molhes concluídas em 1966, assistiu-se a um rápido crescimento da praia da Figueira, o que levou ao assoreamento do anteporto e necessária acção de dragagem já em 1967. Confirmadas as previsões do LNEC de que as obras exteriores por si só seriam incapazes de resolver o problema, este realizou, em 1967, uma reunião entre engenheiros da Direcção dos Serviços Marítimos (DSM) com o objectivo de procurar conhecer as possíveis soluções que a DSM previa encarar para a resolução do principal problema do porto da Figueira da Foz: o seu assoreamento a partir do mar.
Nesta reunião, ainda de harmonia com o estudo de Manuel Traveira, foi possível constatar que o caudal sólido litoral tinha assumido valores muito superiores aos dos estudos realizados até à construção dos molhes, e que seria urgente precisar esses valores com “a certeza antecipada de que serão elevados, pelo que este problema se irá sobrepor a todos os demais que condicionam a exploração do porto.”
Como possível solução do problema foi considerada novamente a possibilidade de “instalação de uma estação de bombagem de areias com conduta de repulsão submersa, conjugada com um quebra-mar paralelo à praia, em posição a definir." Como a transposição artificial da totalidade do volume sólido afluente à praia da Figueira deveria conduzir a encargos dificilmente comportáveis pela exploração do porto, foi posta em evidência a necessidade de conseguir que parte da transposição se faça naturalmente por acção da onda e das correntes de maré. Foi, porém, reconhecido que a orientação actual da entrada do porto é muito pouco propícia a esta transposição natural, pelo que se admitiu a hipótese de a alterar por um prolongamento do molhe norte.”
Porque não foi seguido o rumo que o LNEC sugeriu?
Devido à impossibilidade de aceder aos estudos mais recentes sobre o Porto Comercial, pelas razões anteriormente mencionadas, não foi possível a Manuel Traveira conhecer a razão pela qual, tanto nas obras interiores, realizadas na década de 1980 e 1990 do século XX, como nas obras exteriores do prolongamento do molhe norte iniciadas em 2008, se tenha optado por rumos diferentes dos sugeridos no plano geral de melhoramentos realizado pelo LNEC.
Todavia, segundo o SOS Cabedelo, o relatório do Grupo de Trabalho do Litoral (GTL) prevê a adopção de sistemas de transposição sedimentar" na barra da Figueira - 1,1Mm3 em cada ano - um circuito altenativo à passagem das areias na frente da barra que provocam a rebentação na entrada do Porto Comercial.
O Programa da Orla Costeira (POC), agora em discussão à porta fechada, em vez de avançar para a solução refugia-se na intenção das avaliações custo-benefício agravando o prejuízo a cada dia que passa.
Actualização às 10 horas e 18 minutos.
Acabei de inserir duas imagens que me foram disponibilizadas pelo Arquitecto Manuel Traveira, a quem aproveito para agradecer.
"É urgente demonstrar às pessoas que existe um problema muito grave mas que tem solução. Basta de tanta mentira."
De realçar o papel deste figueirense nesta importante e cada vez mais urgente missão.
Em 2003, lembro-me bem da sua indignação por um deputado figueirense - no caso o Dr. Pereira da Costa - haver defendido o que não tinha conhecimentos para defender: "uma obra aberrante, o prolongamento do molhe norte".
Na altura, Manuel Luís Pata escreveu e publicou em jornais, que o Dr. Pereira da Costa prestaria um bom serviço à Figueira se na Assembleia da República tivesse dito apenas: "é urgente que seja feito um estudo de fundo sobre o Porto da Figueira da Foz".
Como se optou por defender o acrescento do molhe norte, passados 12 anos, estamos precisamente como o meu velho Amigo Manuel Luís Pata previu: "as areias depositam-se na enseada de Buarcos, o que reduz a profundidade naquela zona, o que origina que o mar se enrole a partir do Cabo Mondego, tornando mais difícil a navegação na abordagem à nossa barra".
Por outro lado, o aumento do molhe levou, como Manuel Luís Pata também previu, "ao aumento do areal da praia, o que está a levar ao afastamento do mar da vida da Figueira". Porém, e espero que isso seja tido em conta no disparate que é a projectada obra a levar a cabo pela Câmara Municipal da nossa cidade, "essa área de areia será sempre propriedade do mar, que este quando assim o entender, virá buscar o que lhe pertence".
O projecto do Engº. Baldaque da Silva
Existe um estudo sobre como melhorar o Porto da Figueira. Quem estiver interessado pode consultá-lo na Biblioteca Municipal, num dos jornais locais de 1914.
Esse precioso e importante trabalho, refere a construção de um "paredão a partir do Cabo Mondego em direcção ao quadrante sul".
Esse projecto, da autoria do Eng. Baldaque da Silva, para a construção da obra de um "Porto Oceânico", foi aprovado na Assembleia de Deputados para ser posto a concurso, o que nunca aconteceu, pois foi colocado numa gaveta.
Neste momento, como as coisas estão na enseada de Buarcos, já não deverá ser possível colocar ali o "Porto Oceânico", uma vez que as construções ocuparam os terrenos necessários ao acesso àquilo que seria um porto daquela envergadura.
Porém, o estudo do Eng. Baldaque da Silva poderia servir de base para a construção de um paredão com cerca de 1 800 metros, que serviria para obstruir o acesso das areias à enseada de Buarcos, traria benefícios consideráveis: acabaria o depósito de areias na enseada, barra, rio e praia; ficaria protegida a zona do Cabo Mondego e Buarcos, evitando a erosão das praias da zona e os constantes prejuízos na Avenida Marginal; serviria de abrigo à própria barra, quando a ondulação predominasse de Oeste ou O/N.
A sustentabilidade do porto da Figueira da Foz
Um dia destes, tive acesso a uns sub- capítulos duma tese do arquitecto figueirense Manuel Traveira, sobre a questão dos molhes.
Em 2011, na cerimónia de inauguração das obras do prolongamento do molhe norte, o Engenheiro José Luís Cacho, então Presidente da Administração do Porto da Figueira da Foz, sublinhou que “o porto da Figueira da Foz, que os pessimistas de serviço já viam com certidão de óbito passada, estava, afinal, pujante, de boa saúde e, agora, com estes avultados investimentos, mais preparado para enfrentar os desafios que se avizinham”.
No entanto, em 2013, o mesmo Engenheiro José Luís Cacho já demonstrava uma grande preocupação com a futura sustentabilidade do porto comercial.
"A quebra de receitas da administração do porto, devido à redução das taxas portuárias, é um facto preocupante", considerou, referindo ainda que tal situação é agravada por um "aumento futuro da despesa com as dragagens".
Por sua vez, o Dr. Hermano Sousa, Presidente da Comunidade Portuária da Figueira da Foz, referia que “a capacidade instalada, de 3 milhões de toneladas/ano, está longe de ser atingida. Apesar da admirável evolução, não podemos dormir à sombra destes resultados..." Do seu ponto de vista, para maximizar a utilização do porto, "era preciso consolidar o estado da barra, fixando o calado, ao longo de todo o ano, primeiro nos 6,5 metros e, posterior e idealmente, nos 7,5 metros, já a pensar nos navios de nova geração, que estão agora a sair dos estaleiros e chegarão em breve ao mercado".
Estudar e entender a dinâmica que cria o assoreamento de inverno é um dos requisitos para que o calado do porto figueirense possa receber embarcações de grande porte. A solução apontada, porém, tem sempre passado por dragagens, que custam muito dinheiro.
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Imagem, entretanto, cedida pelo arquitecto Manuel Traveira |
Bypass
O bypass proposto pelo movimento SOS Cabedelo, poderia ajudar a atenuar as sucessivas dragagens que o porto tem vindo a efectuar e, ao mesmo tempo, atenuar os efeitos da erosão a sul.
Manuel Traveira na elaboração da sua tese consultou os relatórios que acompanharam as obras do porto da Figueira da Foz desde 1953 até 1972, elaborados pelo LNEC. Solicitou, também, os estudos mais recentes na Biblioteca do LNEC, mas o acesso público está vedado por lei pelo período de 20 anos a contar da data da sua realização. Apesar destes condicionalismos, a análise dos relatórios do “Estudo em Modelo Reduzido do Porto da Figueira da Foz”, demonstraram-se bastante esclarecedores para a compreensão das dinâmicas de assoreamento a que o porto está sujeito.
1º Fase de estudos, 1953-1961
Segundo Manuel Traveira, até à construção dos molhes exteriores do porto comercial (1960-1966), os estudos do LNEC incidiram a sua atenção na análise do regime fisiográfico desta zona da costa portuguesa, ensaiando em modelo reduzido o esquema de obras inicialmente proposto na procura do esquema ideal para as obras exteriores do porto.
Quanto ao estudo fisiográfico desta zona, concluiu-se que:
1- A direcção da ondulação mais frequente e mais forte, é proveniente de oeste e noroeste.
“O Laboratório realizou o traçado dos planos de ondulação […] mostraram que […] o seu rumo é para norte do W (oeste) e apenas raramente, para o sul daquela direcção. Do mesmo modo se verificou que as amplitudes mais fortes correspondem a rumos entre o W (oeste) e o NW (noroeste).”
2- As areias que causam os problemas de assoreamento da foz do Mondego são provenientes maioritariamente do mar.
O aumento da praia da Figueira
Já em 1958, antes do início das obras dos molhes, o LNEC antevia o que posteriormente se veio a comprovar: o enorme aumento da praia da Figueira da Foz devido à construção do molhe norte, uma vez que funciona como uma barreira ao forte transporte de areias que se faz sentir ao longo da costa de norte para sul.
O excessivo crescimento da praia de banhos da Figueira, em todas as soluções ensaiadas, tornou-se altamente prejudicial à manutenção de boas profundidades no canal da barra, referindo-se que “no caso da Figueira da Foz, qualquer canal que venha a ser dragado, e de que resulte uma secção molhada muito superior à que actualmente existe, não se manterá logo que as areias comecem a contornar o molhe norte".
Este fenómeno de assoreamento do estuário é facilmente compreendido através da análise da passagem de areias que ocorre da praia a norte para a praia a sul do rio Mondego e pela explicação de como se forma o banco da barra (banco de areia que se forma em frente à Foz do rio Mondego, altamente prejudicial para a navegabilidade do porto).
Passagem de areias de norte para sul do rio
Na enchente as areias entram dentro do estuário donde são em parte ou na totalidade expelidas na vazante para fora do estuário depositando-se a uma distância maior ou menor consoante o coeficiente da maré e a amplitude da vaga. Só após o banco da barra ter atingido uma certa cota é que se começa a dar a passagem para as praias a sul. Neste caso, as areias expelidas pela vazante para o banco da barra caminham sob a acção das correntes de maré e da vaga para a praia a sul.
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Outra imagem, entretanto, cedida pelo arquitecto Manuel Traveira, a quem deixo o meu agradecimento. |
Uma vez que a areia tenha contornado a testa do molhe norte começará a caminhar ao longo da face interior do molhe. Forma-se, assim, um princípio de cabedelo que se vai pouco a pouco desenvolvendo até que as correntes de vazante começam a erodi-lo e a transportar o material arrancado para fora das testas do molhes depositando-o na zona do futuro banco da barra.
Por razões desconhecidas para Manuel Traveira, eventualmente explicadas pelo conteúdo de outros estudos aos quais não teve acesso, a construção dos molhes não seguiu importantes recomendações apontadas pelo LNEC.
A saber: o traçado curvo do molhe norte com a sua testa no alinhamento do antigo molhe sul (molhe velho), possibilitando uma maior protecção do estuário contra a penetração da vaga no seu interior; o molhe sul recuado (250 metros) em relação ao molhe norte com vista a facilitar a transposição natural das aluviões da margem norte do rio para as praias a sul; a construção de uma guia submersa no prolongamento do molhe velho, a fim de assegurar um traçado mais regular e com melhores profundidades.
2º Fase de estudos, 1968-1972
Durante as obras exteriores dos molhes concluídas em 1966, assistiu-se a um rápido crescimento da praia da Figueira, o que levou ao assoreamento do anteporto e necessária acção de dragagem já em 1967. Confirmadas as previsões do LNEC de que as obras exteriores por si só seriam incapazes de resolver o problema, este realizou, em 1967, uma reunião entre engenheiros da Direcção dos Serviços Marítimos (DSM) com o objectivo de procurar conhecer as possíveis soluções que a DSM previa encarar para a resolução do principal problema do porto da Figueira da Foz: o seu assoreamento a partir do mar.
Nesta reunião, ainda de harmonia com o estudo de Manuel Traveira, foi possível constatar que o caudal sólido litoral tinha assumido valores muito superiores aos dos estudos realizados até à construção dos molhes, e que seria urgente precisar esses valores com “a certeza antecipada de que serão elevados, pelo que este problema se irá sobrepor a todos os demais que condicionam a exploração do porto.”
Como possível solução do problema foi considerada novamente a possibilidade de “instalação de uma estação de bombagem de areias com conduta de repulsão submersa, conjugada com um quebra-mar paralelo à praia, em posição a definir." Como a transposição artificial da totalidade do volume sólido afluente à praia da Figueira deveria conduzir a encargos dificilmente comportáveis pela exploração do porto, foi posta em evidência a necessidade de conseguir que parte da transposição se faça naturalmente por acção da onda e das correntes de maré. Foi, porém, reconhecido que a orientação actual da entrada do porto é muito pouco propícia a esta transposição natural, pelo que se admitiu a hipótese de a alterar por um prolongamento do molhe norte.”
Porque não foi seguido o rumo que o LNEC sugeriu?
Devido à impossibilidade de aceder aos estudos mais recentes sobre o Porto Comercial, pelas razões anteriormente mencionadas, não foi possível a Manuel Traveira conhecer a razão pela qual, tanto nas obras interiores, realizadas na década de 1980 e 1990 do século XX, como nas obras exteriores do prolongamento do molhe norte iniciadas em 2008, se tenha optado por rumos diferentes dos sugeridos no plano geral de melhoramentos realizado pelo LNEC.
Todavia, segundo o SOS Cabedelo, o relatório do Grupo de Trabalho do Litoral (GTL) prevê a adopção de sistemas de transposição sedimentar" na barra da Figueira - 1,1Mm3 em cada ano - um circuito altenativo à passagem das areias na frente da barra que provocam a rebentação na entrada do Porto Comercial.
O Programa da Orla Costeira (POC), agora em discussão à porta fechada, em vez de avançar para a solução refugia-se na intenção das avaliações custo-benefício agravando o prejuízo a cada dia que passa.
Actualização às 10 horas e 18 minutos.
Acabei de inserir duas imagens que me foram disponibilizadas pelo Arquitecto Manuel Traveira, a quem aproveito para agradecer.
"É urgente demonstrar às pessoas que existe um problema muito grave mas que tem solução. Basta de tanta mentira."
De realçar o papel deste figueirense nesta importante e cada vez mais urgente missão.
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