sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Há lodo fora do cais de Setúbal: o governo socialista tem estado mal...



"O ministro da Economia Pedro Siza Vieira esteve mais preocupado que o sistema portuário nacional respondesse “às necessidades das empresas” - vulgo Autoeuropa - e manteve-se “em contacto com a empresa [Autoeuropa] no sentido de assegurar que as necessidades de escoamento da produção continuam a ser satisfeitas”.
Esse era o problema que o Governo mais sentia!

Sobre as mais do que precárias condições de trabalho dos estivadores, a ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, começou por dizer que não havia razão para a paralisação e depois - face à cobertura mediática - foi forçada a emendar a mão. Mas em vez de exercer o seu poder de Estado e pedir a intervenção da Autoridade para as Condições do Trabalho (no fundo, trata-se de uma questão eminentemente laboral saber se aquelas condições são legais), achou por bem intervir redundantemente. Pediu ao Instituto da Mobilidade e Transportes e Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS) para que se entendam na contratação colectiva e pressionou os trabalhadores a acabar com a greve e a negociar. Algo que não tem funcionado muito bem e daí a greve.
Ao mesmo tempo, o seu marido e ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, esvaziava o poder negocial da greve dos estivadores, ao colocar o corpo de intervenção da PSP a repor a "ordem pública" - ainda que com bons modos... -, deixando o autocarro com os fura-greves entrar no cais, para lucro da Autoeuropa e da Operestiva.

O António Mariano, presidente do SEAL - Sindicato dos Estivadores e da Actividade Logística, contou-me que recebeu a informação de que os fura-greves vão ganhar cerca de 500 euros pelo trabalho de embarcar os automóveis da Autoeuropa. É um bom princípio para a mesa de negociações. Se a empresa pode pagar 500 euros por um ou dois dias de trabalho, isso significa que os estivadores em luta podem negociar, para além da integração permanente, salários que rondem esse valor por dia?"

Claro que estou satisfeito, como não podia deixar de ser: faz sempre bem ao ego ser-se cronista num jornal...

É esta a riqueza da Figueira: estamos absorvidos e deslumbrados por alguma coisa (neste caso a "mercearia") e só termos olhos para ela. O demais não interessa...

A cadeia de supermercados alemã Aldi vai construir uma média superfície nas Abadias, em terrenos que pertenciam ao antigo presidente da Câmara da Figueira da Foz Duarte Silva, já falecido, próximos da esquadra da PSP e da escola do 1.º ciclo.
O Pedido de Informação Prévia já deu entrada na câmara e a loja poderá abrir em 2019, criando 25 postos de trabalho directos.
Entretanto, a espanhola Mercadona continua em negociações com proprietários de potenciais espaços para a instalação de um supermercado na cidade, segundo  a vereadora Ana Carvalho.
Nos últimos anos, várias cadeias de distribuição, nacionais e internacionais, abriram superfícies comerciais na Figueira da Foz. Só em 2017 foram inauguradas três, duas delas em dezembro.
A criação dos postos de trabalho é uma questão sensível para a autarquia, mas há quem duvide que o saldo seja positivo, colocando na equação os empregos que se perdem no comércio tradicional.
“Não acredito que o saldo seja negativo. Estas superfícies estão a concorrer entre si e não com o comércio tradicional”, diz na edição de hoje do DIÁRIO AS BEIRA, Ana Carvalho. 


Absolutamente notável, a meu ver, esta visão da vereadora.  O pessimismo atávico, não nos leva a lado nenhum. Sermos pragmáticos é bem diferente...

Entretanto, a "mercearia" figueirense continua a crescer!.. 
Algumas das maiores fortunas de Portugal, foram conseguidas através do negócio de mercearia, que gera alguns milhares de empregos, mas não cria riqueza.
Embora possam ter outros negócios, a maior parte da fortuna veio do negócio de mercearia, que esmaga margens dos industriais, dos agricultores, dos pescadores, etc., que para eles trabalham.
Acham que é assim, que vamos a algum lado na Figueira?..

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Gostava de viver um Estado de direito democrático

A CGTP queixa-se de "intromissão policial em conflito laboral", depois da PSP ter retirado da via os estivadores que impediam a chegada de um autocarro com trabalhadores externos.
O reforço policial no Porto de Setúbal vai continuar nos próximos dias para manter a ordem pública, mas a União de Sindicatos de Setúbal (USS) da CGTP classifica a presença da PSP "injustificável".
Luís Leitão, dirigente sindical da USS, refere ao JN que "o que está aqui em causa é um conflito laboral entre os trabalhadores e a empresa, sendo injustificável a presença de elementos da PSP para travar o piquete".
  

Em tempo.
Código do Trabalho
Lei n.º 7/2009
Diário da República n.º 30/2009, Série I de 2009-02-12
Secção I
Greve
Artigo 530.º
Direito à greve

1 - A greve constitui, nos termos da Constituição, um direito dos trabalhadores.
2 - Compete aos trabalhadores definir o âmbito de interesses a defender através da greve.
3 - O direito à greve é irrenunciável.
Artigo 535.º
Proibição de substituição de grevistas
1 - O empregador não pode, durante a greve, substituir os grevistas por pessoas que, à data do aviso prévio, não trabalhavam no respectivo estabelecimento ou serviço nem pode, desde essa data, admitir trabalhadores para aquele fim.
2 - A tarefa a cargo de trabalhador em greve não pode, durante esta, ser realizada por empresa contratada para esse fim, salvo em caso de incumprimento dos serviços mínimos necessários à satisfação das necessidades sociais impreteríveis ou à segurança e manutenção de equipamento e instalações e na estrita medida necessária à prestação desses serviços.
3 - Constitui contra-ordenação muito grave a violação do disposto nos números anteriores.

Coisas realmente importantes para os figueirenses: "o tarifário da água no concelho da Figueira da Foz"

Três quadras de um poema "engraçado", escrito pelo Sr. Quim Romão.
Ricardo Silva, ontem numa conferência de imprensa, foi explícito: “a Águas da Figueira não está a cumprir o serviço público”. 
Registe-se: "Foi o Partido Socialista quem privatizou os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento." Todavia, recorde-se, é também "verdade que o contrato de concessão foi assinado em 29 Março de 1999, já na gestão do PSD", já no consulado de Santana Lopes.
A desculpa foi a seguinte: "porque se entendeu que se devia dar preferência aos investimentos no saneamento, em prejuízo da renovação da rede de abastecimento de água, para mais rapidamente poder levar, nomeadamente às freguesias rurais, o saneamento básico que estas não tinham!"

Segundo o PSD/Figueira, "no período compreendido entre 1999 e 2004 foram investidos cerca de 30 milhões de euros!
No mesmo período, foram construídas 9 Etar´s, 70 estações elevatórias, cerca de 200 km de redes de emissários e colectores!"

Ou seja, "o dobro do que existia até 1999!".

Recorde-se, em abono da verdade. A revisão do contrato de 2012 teve o voto favorável dos vereadores do PSD, do PS e dos 100%. Mais uma vez, o centrão funcionou no seu pior... 

Será que na Figueira só é bem-quista a oposição "colaboracionista", ou com "rabos de palha"?
Ricardo Silva, que está há um ano na vereação e há seis meses como presidente da concelhia da concelhia, não tem papas na língua.
"...se hoje pagamos o tarifário de água dos mais caros do País, isso deve-se unicamente à falta de investimento em água e saneamento durante muitos anos, fruto da governação Socialista que comandou a Figueira da Foz durante 25 Anos, a mesma que, tal como agora, gasta o dinheiro dos contribuintes em obras de fachada sem saber bem se tem/qual é a sua utilidade."

"... porque não há investimentos na rede de água e de saneamento, estão ETAR´S e redes de água em rotura constante.
Para além de que ainda há muitas zonas no concelho sem rede de saneamento."

" - Foi criada uma nova tarifa de disponibilidade de saneamento. (na revisão 2012, aprovada por todos os vereadores: até por Carlos Monteiro, uma voz, antes de 2009 que se fazia ouvir quando o assunto era água e o seu preço)
- A tarifa de disponibilidade água é de €5,15
- A tarifa de disponibilidade de saneamento é de €4,64 ….
Ou seja: um total de €9,79!!!
Com esta nova tarifa de disponibilidade no saneamento, em cada contador figueirense houve um aumento de €5,59 na factura!
Na revisão de 2012, a tarifa variável no saneamento passou a representar 85% do valor da tarifa da água (na revisão de 2004 representava... 50%!!!)."

"No período compreendido entre 1999 e 2004 foram investidos cerca de 30 milhões de euros!!!
No mesmo período, foram construídas 9 Etar´s, 70 estações elevatórias, cerca de 200 km de redes de emissários e coletores!
Ou seja, o dobro do que existia até 1999! (resultado da herança da gestão Socialista que governou a Figueira da Foz durante 25 Anos, a qual não soube aproveitar os fundos comunitários, nos anos 90! Porque era obra que ficava debaixo da terra e não dava votos?!... Não valia a pena Investir em saneamento básico.... tal como Hoje!
Vale a pena recordar que, até 2003, os esgotos da zona urbana iam diretamente para o rio!..).
Contactadas pelo DIÁRIO AS BEIRAS, a concessionária e a autarquia decidiram não reagir ontem às afirmações da Concelhia do PSD.

O preço da água é um assunto na ordem do dia na Figueira, de há muitos anos a esta parte.
Os figueirenses são dos que mais pagam pelo líquido precioso e indispensável à vida.
Quando é que o município efectua  um estudo de viabilidade económico-financeira e jurídica sobre a concessão?
Só assim, depois de analisados os prós e contras, o município estaria em condições de decidir, ou não, pela rescisão da concessão, por justificado interesse público.
No nosso concelho, os figueirenses pagam o produto  fornecido pela Águas da Figueira "ao preço do Champanhe"...
Mas, onde está a vontade e a coragem política para defender os cidadãos figueirenses, contra outros interesses?..

Se gostas de te divertir, se te divertes com isso, não percas esta entrevista da "sedutora" e vereadora Ana Carvalho!..



Querem divertir-se mesmo?.. Não se esqueçam de ligar o som...

Vamos ajudar a ABFM!

Para ver melhor clicar na imagem. Via Pedro Agostinho Cruz

quarta-feira, 21 de novembro de 2018

O transporte a pedido, serve quem?..

"Autarquia da Figueira da Foz renova contrato do serviço de transporte a pedido da Figbus", titula o DIÁRIO AS BEIRAS.
O primeiro semestre experimental termina em finais de dezembro.
A renovação avança apesar de, decorridos quatro meses, a taxa média de utilização ser de um passageiro por cada dia útil, ou seja, 20 por mês  –  não circula ao fim de semana.
“O transporte não tem tido um número significativo de utilizadores. Desde o início que tínhamos a noção de que o arranque seria difícil. Por isso, fizemos um contrato inicial de seis meses. Ao fim de um ano, se acharmos que este modelo não é aquele de que as pessoas necessitam, [encontraremos outras soluções]”, disse Carlos Monteiro...

Pedro Silva, o novel cronista das quartas nas Beiras...

Gosto da escrita do Pedro Silva.

Agora, às quartas, vou ter o gosto de o poder ler na coluna de opinião que hoje inicia no DIÁRIO AS BEIRAS.
A sua opinião crítica, além de bem humorada e quase sempre acerada, vai perpassar pelo jornal, de modo elíptico, mas deixando perceber a direcção ao fulcro da questão glosada. 

Como, aliás, está perfeitamente perceptível na crónica inaugural.

É neste caldo escorregadio que os cronistas do exercício opinativo, podem sentir o chão a fugir debaixo dos pés, o que é um desafio interessante, para mais para quem dispõe apenas de 1400 caracteres, incluindo o título. 

AS BEIRAS ainda não tem um Ferreira Fernandes, mas já tem um Pedro Silva, um cronista que pela amostra hoje publicada, veio trazer  beleza estilística na forma de fazer opinião na Figueira.


Sem desprimor para todos os que têm a coragem de emitir opinião numa cidade pequenina como a Figueira, permitam-me esta saudação ao Pedro Silva.

Futuro PSD/FIGUEIRA: Tenreiro + Babo - Ricardo Silva?.. Ou, Ricardo Silva - Tenreiro + Babo?..

Imagem sacada daqui
As oposições são para as ocasiões. Será esta a ocasião para Carlos Tenreiro e Miguel Babo?
As relações entre o militante Carlos Tenreiro e o independente Miguel Babo, de um lado, e a estrutura local do PSD/Figueira, do outro lado, são tensas desde a campanha eleitoral para as autárquicas de 2017.
O processo de candidatura de Tenreiro foi uma comédia.
Aliás, na véspera da apresentação pública da candidatura, Carlos Tenreiro esteve para não ser o candidato do PSD à autarquia. Na altura, presidia à Concelhia Manuel Domingues.
Carlos Tenreiro, na edição de hoje do jornal DIÁRIO AS BEIRAS,  acusa Ricardo Silva de ter “tiques de tiranete”.

Carlos Tenreiro não aceita que seja a Concelhia a mandar na vereação. “Os vereadores são seres pensantes”, defendeu. E acrescentou: “Ao afirmar publicamente que quem manda na vereação é a Concelhia, trata-se duma declaração infeliz, com tiques de tiranete, que descredibiliza o autor da mesma e de quem o acompanhar, assim como afecta o bom nome e a matriz do PSD”.
Carlos Tenreiro lembra que Ricardo Silva, que foi seu director de campanha, “foi a mesma pessoa que apoiou publicamente João Ataíde (PS), nas eleições autárquicas de 2009, contra a recandidatura de Duarte Silva (PSD), contribuindo para uma das piores derrotas que o PSD sofreu localmente”.
A pior, foi mesmo a que Carlos Tenreiro sofreu em 2017.
Contactado pelo DIÁRIO AS BEIRAS, Ricardo Silva limitou-se a dizer que se trata de “um assunto interno do partido”. Por outro lado, rematou: “O combate objectivo do PSD visa a câmara e não atacar os militantes do PSD”


Embora não me reveja nas opções e opiniões políticas de Ricardo Silva, não posso deixar de manifestar a minha admiração por um politico que se move por ideias, defende convicções e assume corajosamente a luta por aquilo que julga estar certo. Sendo um caso raro nos tempos que correm, na Figueira e no País, fica o registo.
Por aquilo que já deu para perceber, Ricardo Silva veio baralhar os habituais  esquemas dos figueirinhas, que detestam ser confrontados e, muito menos,  ser incomodados.
O normal, é fazerem panelinha uns com os outros. 

Veja-se, o post de Carlos Tenreiro sobre o caso dos 32 000 pinheiros.

Ricardo Silva já mostrou que com ele é diferente: vai direito ao cerne dos problemas.
Porreirismo não é a sua praia.
Basta assistir às reuniões de câmara, que decorrem à porta aberta, para dar conta dos incómodos que já deu ao presidente da câmara e aos vereadores da "situação".
Vê-se que, da oposição, é o único que estuda os problemas e tem opinião consistente e fundamentada.

Presumo que não deve ser fácil para Ricardo Silva confrontar-se com os "reis do charme mediático figueirense", Babo e Tenreiro.
É possível que no cenário político figueirense actual, Ricardo Silva pouco poderá fazer contra as máscaras mediáticas, que servem perfeitamente num cenário de administração camarária ordinária.
Para ultrapassar o cenário de crise, a Figueira terá de ficar nas mãos de políticos de carne e osso e com conteúdo político conhecido.
Por isso, será natural que, na Figueira, muitos políticos  passem e Ricardo Silva fique.

2º Seminário Nacional de Adaptação às Alterações Climáticas

Palavras do vice-presidente da APA, Pimenta Machado “... a Figueira da Foz tem pela frente grandes desafios”. Além de ser uma zona costeira, o concelho é atravessado pelo Mondego, “um rio muito difícil”

João Ataíde, defendeu  que “as alterações climáticas são um dos principais desafios que o município tem de enfrentar no século XXI”. O primeiro alerta chegou em janeiro de 2013, através de um temporal, com “um impacto brutal” para a natureza, tendo afectado severamente a Serra da Boa Viagem. Um ano depois, deu à costa uma tempestade chamada “Hércules”, mostrando toda a sua força destruidora. Em 2017, foi a vez do furacão “Ofélia” e dos incêndios. Há cerca de um mês, a tempestade “Leslie” provocou “um impacto significativo e transversal”. “Esta realidade mostra-nos que é urgente adaptarmo-nos à nova realidade”, defendeu o edil e anfitrião do segundo seminário da rede de autarquias para a adaptação local às alterações climáticas, que se realizou no Centro de Artes e Espectáculos (CAE) da Figueira da Foz e reuniu autarcas portugueses e especialistas nacionais
e estrangeiros. “Já vamos a correr atrás do prejuízo e já vamos tarde”, alertou João Ataíde. No entanto, defendeu que “impõe-se” não deixar de correr.


A demagogia e o populismo  estiveram na Figueira, na passada sexta-feira, de forma refinada e com apoios mediáticos.
Discussão sobre os temas concretos e que são importantes, não houve, a não ser meia dúzia de bocas sem sentido...
Os velhos processos ainda contam...

terça-feira, 20 de novembro de 2018

Tragédias anunciadas...

O estado a que isto chegou!..
Em 11 de Dezembro de 2006, já lá vão quase 12 anos, OUTRA MARGEM publicou uma postagem que, infelizmente, está mais actual do que nunca.


O desastre ocorrido ontem na pedreira de Borba, tal como outros acidentes de má memória, revelam um Estado de incúria criminosa e um cinismo político que ultrapassam todos os limites.
Está aqui bem representado ao que chegámos em Portugal...
UM ESTADO SEM PRIORIDADES...

Industriais do mármore dizem que "tragédia" de Borba poderia ter "sido evitada"...

No Portugal de hoje, os cidadãos têm de ter  medo do futuro...
Eu que o diga, que vivo na freguesia de S. Pedro...

Com este "embaraço" perdemos todos...

"Decorreu no CAE um seminário dedicado às alterações climáticas. Mais uma vez quem ganhou foi o movimento de cidadania SOS Cabedelo e quem perdeu a Câmara Municipal. Num protesto bem representado e silencioso, lembraram aquilo que a cidade há muito adia e não faz. Aquilo que empurra para outros, o estudo da solução bypass que afinal dizem que é da APA… e em falta!…
Mas pergunto: quantas diligências já fez a Câmara Municipal junto do Governo para se estudar a solução, quantas audiências a Ministros pediu, quantas vezes foi à AR, quantos convites às entidades que estudam estas questões fizeram para virem ver do que se fala, quantas acções de sensibilização promoveram? Nada! Não lhes interessa.
A simples constatação de que tal era viável seria “politicamente” um desastre. Afinal de contas só em épocas eleitorais todos fingem simpatizar com a ideia e querem ouvir nas suas acções de campanha a preconizada solução… depois nada mais acontece… Foi em Setembro de 2011 que Cidadesurf ganhou o prémio, 7 anos depois continua-se a adiar o estudo para podermos retirar as conclusões e quem sabe, estarmos certos.
A proposta da reposição artificial da deriva litoral através de um bypass, a solução defendida e que neste adverso tempo de alterações climáticas, de erosão costeira e de deriva litoral pode vir a ser uma solução para a cidade. Cidade que está perdida… numa deriva teimosa que insiste em ignorar o que, com a urgência, já deveria ter sido ponderado."


"O embaraço". Crónica publicada no DIÁRIO AS BEIRAS, por Isabel Maranha Cardoso.

Qual é o problema da CMFF para decidir sobre a localização do centro de reciclagem e valorização de produtos orgânicos naquele local? Basta o estrito, restrito, rigoroso e exacto cumprimento da lei e deixa de haver problema. Cumpra-se a lei.

Os deputados do PS eleitos pelo círculo de Coimbra – Cristina Jesus, Pedro Coimbra, João Gouveia e Elza Pais –, visitaram ontem Maiorca, São Pedro e Marinha das Ondas.
Na  visita ao local para onde está projectado um centro de reciclagem e valorização de produtos orgânicos, última etapa da deslocação dos deputados do PS ao concelho, os representantes do movimento que se opõe à instalação do equipamento deixaram claro que são contra a localização, perto de habitações e restaurantes.
O processo de licenciamento encontra-se em análise na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro.
Se for deferido, caberá à Câmara da Figueira da Foz passar a licença de construção. No entanto, o presidente da autarquia, João Ataíde, tem frisado que, caso o processo chegue àquela fase, tentará encontrar uma localização alternativa, distante das habitações.
O vice-presidente da câmara, Carlos Monteiro, que acompanhou as visitas dos deputados do PS, segundo O DIÁRIO AS BEIRAS reiterou aquele compromisso de João Ataíde. E garantiu que “o Plano Director Municipal (PDM) não foi feito à medida” daquele projecto, respondendo a insinuações feitas pelos interlocutores do movimento, no local.
Sinceramente, há muito que não percebo a posição da Câmara.
O PDM que entrou em vigor no dia 18 de setembro de 2017, é explicito e não deixa lugar a dúvidas, nos seus artigos 62 (j - unidades de recolha, tratamento, eliminação, desmantelamento e valorização de resíduos) e 63.
Fica a pergunta:  porque é que a Câmara da Figueira da Foz, no estrito, restrito, rigoroso e exacto cumprimento da lei, não disse ainda que é contra o projectado centro de reciclagem e valorização de produtos orgânicos naquele local?..

Carlos Barbosa de Oliveira, uma Alma Inquieta

Não o conhecia pessoalmente, mas fui leitor do seu blogue durante muitos anos.
A despedida no Rochedo, já tinha acontecido. Como sempre, um testamento de coragem:

"a Magana, afinal foi condescendente e pretendeu dar-me oportunidade para me despedir dos leitores do CR (Crónicas do Rochedo) que ontem completou 11 anos e lhes agradecer toda a simpatia, generosidade e compreensão que tiveram comigo durante o tempo em que o CR durou. Creio ser uma data bonita para me despedir, dar por terminada a minha aventura na blogosfera e vos dar a garantia de que, seja qual for o sítio para onde a Magana me leve, tudo farei para continuar a ser a alma irrequieta e inconformada que fui neste planeta. O qual - diga-se - não me deixa saudades, pois está cada vez mais mal frequentado, por pessoas obnubiladas pelo consumismo, sem qualquer sentido de decoro, que desconhecem os princípios básicos da educação e não se importam de ser governadas por crápulas do tempo da Idade da Pedra, que pretendem pôr os ponteiros do Relógio do Tempo a andar para trás."

 
Via a Barbearia do Senhor Luís, soube que partiu um dia destes, um ser "irrequieto, inconformado, indomável e sem medos."
"Um rochedo duro de moer – como o mexilhão - , com muito Mundo feito saber, com muita onda, boa onda."
Um rochedo que produzia “palavras que chegam em ondas, envoltas no cheiro da maresia”.

Isto por aqui, tem cada vez menos para dar...
"Este país não é para gente. É para selvagens covardes!"

Quebra mares, mais um apoio para combater a erosão costeira


segunda-feira, 19 de novembro de 2018

A visita dos deputados e outros políticos ao quinto molhe...

"Deputado do PS quer estudo sobre transposição de areias na Figueira da Foz".
Imagem Pedro Agostinho Cruz
Quatro deputados do PS, eleitos pelo círculo de Coimbra, puderam ver hoje, com os próprios olhos, as consequências da erosão costeira naquele local a sul do estuário do Mondego.
Sobre a visita de hoje e as consequências da erosão costeira a sul do Mondego, nomeadamente junto ao chamado «quinto molhe», na praia da Cova, onde a duna de protecção praticamente desapareceu e o mar entra pela floresta anexa a habitações, Pedro Coimbra considerou o cenário "preocupante".
"Temos aqui populações, temos casas bem próximas deste foco de erosão", frisou o deputado, lembrando, no entanto, que a APA tem em curso uma intervenção no local orçada em cerca de 500 mil euros.
Os trabalhos de recuperação já se iniciaram - no mesmo local onde há uns anos foi efectuada uma duna de protecção que o mar veio a destruir.

Contudo, hoje estavam parados, alegadamente devido ao agravamento das condições climatéricas e do estado do mar nos últimos dias.
Registe-se que as obras tiveram início na passada quinta-feira, com a chegada de algumas máquinas. Tudo o que foi feito na sexta e sábado foi levado pela mar.
Alguma coisa não está a correr bem. Por exemplo, a época do ano em que a obra se está a iniciar não parece a mais acertada e conveniente para o bom e eficaz andamento das obras...
Mas a notícia foi a visita de 4 deputados do PS, acompanhados de uma prole imensa, ao "quinto molhe".

Depois da duna destruída vieram ver o vestígio dos escombros.
A destruição é também isto: ficarmos reduzidos a uma vereda estreita. 

Já que ninguém ouviu, em devido tempo, quem previu o que era previsível, ao menos que a visita tenha servido para alertar a consciência de quem de direito para a solução, neste momento nada fácil, de um problema que traz o coração ao pé da boca dos habitantes da Cova e Gala.