terça-feira, 18 de setembro de 2018

Sucesso

Imagem sacada daqui
A curva do 'sucesso' | Narciso (Caravaggio)
Ladrão: nome vulgar para um indivíduo com sucesso em obter a propriedade daquilo que é dos outros...

Perder...

Não sou agarrado a nada.
Porém, das raras coisas que gostaria de nunca perder, seria o interesse por viver...
Por experiência própria, posso garantir que, por vezes, a forma mais fácil de começar de novo é, precisamente, continuar a partir  do nada.
Como não se tem nada a perder, ou deixamo-nos agarrar pelo maior dos desânimos, e vamos pelo cano abaixo,  ou apanhamos a maior das forças, e damos o salto.
O que não nos mata, fortalece-nos.
Sobre perder gente que pensava que era minha amiga...
De facto e no fundo, foi essa gente quem me perdeu.
Não lamento.
Tem vantagens ser doutro tempo: quando perco o controle, levanto-me do sofá e mudo de canal.
Manualmente. Eu sou assim...

Posto médico de Maiorca: onde está a verdade? (II)

Imagem via O Sítio dos Desenhos
Ontem, houve concentração em Maiorca em defesa do posto médico.
Segundo o jornal Diário de Coimbra, os "maiorquenses “concentraram-se” junto da Unidade de Saúde de Maiorca por alegadas “pressões” para se mudarem para o Centro de Saúde de Alhadas. António de Jesus foi um dos promotores e considera que se trata «de um embuste que estão a fazer às pessoas. Andam a enganar, um dia dizem que não há médico, outro que é o sistema informático que não funciona e não há avaria nenhuma, é a funcionária que pressiona as pessoas». Este antigo autarca considera que andam «a ser enganados», e o que pretendem «é um roubo de algo que a população alcançou na década de 60», altura em que o espaço foi construído. Mas praticamente todos os presentes tinham motivos para ali estar. Maria Virgínia Ramos, de 69 anos, lamenta que tenha de ir «às Alhadas pedir e buscar receitas, porque dizem que não pode ser aqui». Já Margarida Correia afirma que marcam uma consulta «e depois dizem que foi adiada e que se quiser mais depressa, é ir às Alhadas». O mesmo garante outra senhora que foi à consulta de planeamento familiar e recebeu idêntica resposta. «São quatro quilómetros, não há transportes, para ir lá, a minha filha que tem de faltar um dia ao trabalho e se for com a Cruz Vermelha tenho de pagar 9 euros», refere, aludindo à parca reforma. Já a Albino Lopes, ontem mesmo, foi-lhe dito que «não havia ordens para marcar consulta», quando o ia fazer, para que o médico visse os exames que tinha feito. «A resposta foi para marcar nas Alhadas que era mais rápido».
Contudo, segundo AS BEIRAS, edição de hoje:

Pedidos esclarecimentos relativos à ETAR de Maiorca...

"A ETAR de Maiorca teve obras de reabilitação em 2004, para um aumento da sua capacidade para um horizonte de 10 anos.
Visto terem passado 14 anos. 
Qual é o investimento previsto para solucionar a situação da ETAR de Maiorca? 
Que investimentos foram feitos na ETAR, nestes últimos 10 anos?" 

Vereador PSD
Ricardo Silva

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

"CDS-PP defende fim da Figueira Parques e dos parcómetros na cidade"

... finalmente, uma opção política  apresentada com toda a clareza.

Ainda não percebi lá muito bem o que eles querem...

... mas, concordo com o João Traveira: esta é  "a Figueira que o Dr. Ataíde e a sua equipa não querem!"

A diferença entre a verdade e a ficção é que a ficção, neste caso, faz mais sentido: Figueira Beach Sports City e a realidade do desporto figueirense...

daqui
Enquanto uns (poucos) comem os figos, aos outros (a maioria) rebenta-lhes a boca.
("Todo o processo do Projecto “Figueira Beach Sports City”, não tem sido transparente, serve apenas para amparar determinadas clientelas do partido Socialista local e de alguns amigos de Coimbra." - acabei de citar o vereador da oposição Ricardo Silva)

"NÃO à construção na praia. Nem muros no Cabedelo nem construções na Claridade."

"Junto ao molhe norte, no Plano de Praia Buarcos-Figueira da Foz do POC (disponibilizado no site da autarquia na semana passada), para além da "Área de reserva para implementação de By-pass" não consta qualquer outra com fim específico. Talvez se tenham esquecido de inscrever o Anel das Artes por uma boa razão."

Uma pergunta directa ao dr. João Ataíde, presidente da câmara, e à “sua” vereadora Ana Carvalho: afinal, onde estão os investidores interessados na sua concessão anunciados em reunião de câmara, em Janeiro de 2017?

Via AS BEIRAS

Nota de rodapé.
Perante isto, um cidadão fica perplexo.
E interroga-se.
O que é a verdade ou a mentira? 
O que é a realidade ou a ilusão? 
Pois é: nada pode ser tido como certo...
A verdade é aquilo em que se acredita!
Nem que seja no Pai Natal!..

O acaso existe? Poderá existir, da mesma forma que, neste caso, não existe coincidência... A sobreposição de factos não são obra do acaso...

Para ler melhor, clicar na imagem
"Na ultima reunião da CMFF, sobre a nossa interpelação acerca do facto do estudo do by pass ter sido novamente adiado, agora para 2019 - um estudo no valor de cem mil euros contra os milhões constantes que se despendem em dragagens -, a Vereadora Ana Carvalho não só não se mostrou muito preocupada com a situação como até afirmou: "não sou grande defensora dessa solução". Recorde-se que há precisamente um ano, o Presidente da CMFF em plena campanha eleitoral referiu publicamente (está gravado) que concordava com o actual comprimento da praia da Figueira da Foz. Receamos que esteja montada uma linha de estratégia muito forte para evitar a todo o custo que o referido estudo se concretize. Um caso a merecer toda a nossa atenção."
Via Carlos Tenreiro

Hoje, pelas 9 horas e 30 minutos há concentração em Maiorca em defesa do posto médico

A 24 de janeiro de 2018, colocamos aqui no OUTRA MARGEM a seguinte questão: Maiorca, a experiência piloto para "o encerramento de todos os Postos médicos a sul e norte, para os incorporar nos Centros de Saúde de Alhadas e de Lavos"?.. 
Hoje, no jornal AS Beiras, pode ler-se: "O posto médico daquela localidade do concelho da Figueira da Foz existe desde 1960, na Casa do Povo. Nos últimos meses, porém, muitos utentes estão a ser persuadidos a mudarem-se para a Unidade de Saúde Familiar das Alhadas, queixam-se os organizadores da concentração."

A deputada na Assembleia da República do PSD, Ana Oliveira, anda há muito preocupada com o futuro das extensões de saúde do concelho da Figueira da Foz. 
Em novembro do ano passado, abordou o tema na Assembleia da República.


Conforme se pode verificar pelo vídeo, Ana Oliveira questionou o ministro Adalberto Campos Fernandes sobre o assunto, que lhe garantiu “fazer tudo para que não encerrem serviços”.
A única deputada figueirense na Assembleia da República, na breve passagem como vereadora pela Câmara Municipal da Figueira da Foz, questionou o presidente da câmara, João Ataíde sobre este assunto na reunião de Câmara realizada a 20 de Novembro do ano passado.
O presidente da câmara, João Ataíde, na oportunidade, referiu que a política de saúde é da competência do respectivo ministério. 
Em final de fevereiro do corrente ano,  tivemos conhecimento da resposta do Ministro da Saúde à pergunta colocada pelo Grupo Parlamentar do PSD em 24 de Janeiro de 2018.

Face à resposta dada pelo Ministro da Saúde, e dada a presente preocupação da população, presume-se que alguém anda a mentir aos fregueses de Maiorca. 
Tem a palavra o Senhor Presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, o Senhor Presidente da Junta de Freguesia de Maiorca e o Partido Comunista da Figueira da Foz, que tem um eleito seu na lista CDU na Assembleia de Freguesia de Maiorca.
Este blogue preza a verdade e não tem feitio para estar ao serviço dos que só sabem lidar com quem se comporta como criado gratuito da máquina de propaganda figueirense.
Embora possam dizer que não conhecem essa  prática na Figueira, ela existe, pois esse é um problema de funcionamento da natureza da classe política, que  sempre existiu e que sempre foi assim. 
É por isso que existe este blogue, que é feito por alguém que sempre considerou o jornalismo como serviço público.

domingo, 16 de setembro de 2018

Morreu uma referência da fotografia figueirense

SILÊNCIOS

        Há silêncios recolhidos, densos. Há silêncios
        doridos, vivos de mágoa. Há silêncios de
        espanto. Há silêncios duros, tensos. Há silêncios
        constrangidos. Há silêncios desajeitados. Tolos.
        Há silêncios de recusa. Ou de pudor. Há silêncios
        ansiosos. Há o silêncio da espera. O silêncio
        da premeditação. E o da raiva. Há o silêncio da
        ignomínia e da humilhação. Do esquecimento. Do
        desprezo. Há silêncios palpitantes. Há mil palavras
        em certos silêncios. Há o silêncio da prece. E há o
        silêncio do vazio. Há silêncios impossíveis. E há o
        silêncio procurado. O voto do silêncio. A humildade
        do silêncio. Há segredos nos silêncios. Há silêncios
        apavorados e também os há pavorosos. Mas há
        silêncios deslumbrados, intensos. Há o silêncio do
        silêncio, de onde a música brota. Há ainda o silêncio
        de quando a voz não cabe nas palavras. E há o
        silêncio que fica quando ficamos sós: humidade que
        se adentra e nos devora em silêncio.

Jorge Colaço, Crateras e cristais

Semear para se ver?

Por continuar actual, recordo uma crónica marginal de 10 de Setembro de 1999, publicada no jornal Linha do Oeste. 
 
"Existe “desunião” na Figueira?
É possível que sim.
A comunidade citadina “preocupa-se mais com questões pessoais, de maledicência, de desejar o mal aos outros, do que com o que é importante”?
É possível que sim.
Existem figueirenses que, quando alguém aponta para a lua, olham para o dedo de quem aponta, esquecendo o resto?
É possível que sim.
Haverá figueirenses a torcer para que o “oásis do Santana” vá por água abaixo?
É possível que sim.
Mas - é bom não esquecer, - também existem os outros: os que estão unidos pela Figueira; os que não querem saber das tricas pessoais; os que se preocupam com as verdadeiras necessidades do seu concelho (freguesias rurais incluídas) e as medidas estruturais necessárias à sua resolução. Existem, ainda, os que para quem o “oásis do Santana” é irrelevante (já agora, aproveito para esclarecer o porquê: normalmente semeia-se para se colher. O oásis, faz parte de um conjunto de outros (alguns pseudo) mega-projectos onde se semeia para se ver. Dá para entender?)
Embora não se deva duvidar que se “continue a trabalhar com todas as forças”, pelos projectos do concelho, até porque não se pode ser “presidente de Câmara a brincar”, percebe-se porque é que se perdeu a capacidade de sonhar: em política, tal como na vida real, tem de se semear para colher. E, mesmo assim, por vezes, há problemas com as colheitas....
Quem semeia para se ver, acaba por sofrer as consequências dos chamados “acidentes de percurso”. Daí, ao esfumar de um sonho, é um passo."

António Agostinho

Hábitos de rico em cidade de pobres...

Ontem à tarde andei a pé pela zona das obras de Buarcos.
Andar de carro é uma coisa.
Percorrer a pé a cidade é outra.
E bem diferente.
E, durante o passeio, lembrei-me de outras obras feitas por este executivo.
Por exemplo, a Praça do Forte e intervenção na Praia da Figueira.
Que o arquitecto não se tenha lembrado, por exemplo, de que a madeira, naquelas condições ambientais, iria ter um elevado custo de manutenção é lamentável. 
Que os gestores políticos não tivessem estado atentos a esse problema, é ainda mais inaceitável.
Mas, isto é um mero exemplo. Por toda a cidade o desleixo é patente. 
As obras, para este executivo, podem não ser eficazes, nem funcionais, mas  querem-se lindas, para encher o olho.
Contudo, ninguém se preocupa muito com aquilo que se vai gastar na sua manutenção. 
Aliás, para manutenção não há dinheiro.
Vivemos num País, onde se compra uma frota de helicópteros, sem cuidar de negociar, à partida, um contrato de manutenção. 
A gravidade, evidentemente, é maior.
Mas, o desleixo subjacente é o mesmo.
Quem vier atrás que feche a porta.

Diálogo real...

Ele, talvez porque esteja preocupado, com alguma coisa, pergunta-me: "Porque blogas tu tanto?"
Eu, porque não estou preocupado, respondo:  "Porque gosto muito do que faço."

Nota de rodapé.
A minha vida não tem sido, como muitos gostavam que fosse, uma sucessão de derrotas. Garanto: antes pelo contrário. Tem tido muitas vitórias.
Todavia, essas vitórias, ao longo do tempo, foram sendo, abandonadas, desprezadas, mal-exploradas, esquecidas, não porque não soubesse o que fazer com elas, mas, simplesmente, porque nunca estive interessado...
Pelo caminho vamos perdendo tudo. 
O que dele sobra, no fim, será só ele.

sábado, 15 de setembro de 2018

O social porreirismo figueirinhas, a imprensa do regime, a paz podre da politicazinha local e a Figueira Beach Sports City...

Via Diário de Coimbra, edição de 15.09.2018
Ricardo Silva, vereador da oposição, já deu provas de que é um político incómodo para a situação, porque faz o trabalho de casa. Ontem, mais uma vez assim aconteceu. Não foi de modas: foi claro, directo e preciso. Disse ele, no decorrer da reunião camarária.
"A Câmara Municipal da Figueira da Foz, liderada há 9 anos pelo Dr. João Ataíde, e com Dr. Carlos Monteiro responsável pelo pelouro do Desporto, desde 2013, já gastou em ajustes diretos 193.530,00 €. No âmbito do Projeto Sport Beach City, sem contabilizar os equipamentos que foram adquiridos e toda a logística relacionada com os eventos.

A empresa de Coimbra, DoctorSport, Lda foi contratada pela Câmara Municipal, sem concurso público, sendo o objetivo dessa contratação a, “ Concessão, Organização, desenvolvimento e realização de eventos desportivos de praia, no âmbito do projeto “ Figueira Beach Summer Games.”; os contratos já totalizaram os 141 mil euros.

Além disso, Câmara tem vindo a efetuar, contratação de prestações de serviços em regime de avença com 4 técnicos, para o “Secretariado técnico das diversas áreas de desenvolvimento e implementação do projeto Figueira Beach Sports City” ( 2 técnicos com contratação anual, 2 técnicos em tempo sazonal); desde 2016 o valor gasto em avenças, foi de 52,5 mil euros.

A Câmara Municipal da Figueira da Foz, está recrutar recursos humanos para fazer o trabalho que contratualizou com a empresa DoctorSport, Lda."

Isto, enquanto "não houve uma estratégia clara para o desenvolvimento desportivo, não houve um investimento em infraestruturas desportivas pelo contrário deixaram-se degradar as existentes por todo o Concelho, como é exemplo gritante, o Estádio Municipal “José Bento Pessoa”."

Isto, enquanto (escrevo eu) não tem havido dinheiro para dotar o concelho de condições para os jovens poderem praticar desporto com um mínimo de condições (há quantos anos foi prometido um "sintético" ao Grupo Desportivo Cova-Gala, que joga num pelado impróprio e sem condições para a prática desportiva, propriedade da Câmara Municipal da Figueira da Foz?)...
Estou farto de políticos acomodados e bem-comportados. 
A Figueira precisa é de mais políticos trabalhadores, corajosos, inquietos,  desassossegados e mal-comportados.
Tipo Ricardo Silva, pois claro... 
A não acontecer assim estamos mal: 97% da população já não acredita nos políticos.
Os outros 3%, são os políticos e os seus amigos que andam a "mamar" à custa do orçamento...

Diálogos ComSentidos e com sentido

foto Adelaide Sofia
Andamos uma vida a aprender. 
O tempo das certezas já passou há muito. 
Quanto mais sabemos, mais dúvidas temos.
Ontem à noite, respondi ao convite dos promotores dos Diálogos ComSentidos, "um projecto de reflexão e partilha, pluri e inter-confessional", e estive no Auditório do Museu Municipal, que teve lotação praticamente esgotada, a ouvir  o Dr. João Paiva, católico, director do Doutoramento de Química na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e  Luis Natal Marques, Grande Conselheiro da Antiga e Mística Ordem Rosacruz AMORC, numa conversa moderada pelo  Dr. José Augusto Bernardes, director da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra.
Segundo os seus promotores, esta iniciativa visa "criar espaços-tempo para o diálogo entre diferentes crenças, dentro dos princípios da Igualdade, Liberdade e Respeito".
O primeiro tema deste ciclo de conferências, que teve início ontem, foi uma reflexão sobre "O Humano e o Divino"
Durante quase 2 horas assisti, com gosto, ao "Diálogo entre duas Escolas de Pensamento".
Foi um Diálogo rico e enriquecedor, excelentemente moderado, que teve ainda a participação do público.
Saí de lá mais inquieto. Hoje tenho mais dúvidas sobre algo que não domino: precisamente o Humano e o Divino. 
Sei que, sobre o mistério que somos nós,  ainda me falta aprender muito - talvez mesmo quase tudo. 
Vou continuar cliente dos Diálogos ComSentidos.
Quando não dominamos as matérias, não devemos temer a ajuda dos outros para nos auxiliarem a compreender o sentido das coisas. 
Esta atitude, a meu ver, apenas nos engrandece. 
E longe de ser um sinal de fraqueza, apenas demonstra inteligência. 
Felicito os promotores, pois correu tudo muito bem. 
Excelente a participação de Adelaide Sofia e do Coral David de Sousa, a abrir e a fechar o evento.
Assim mesmo é que se trabalha.