terça-feira, 29 de abril de 2025

Há lições a tirar, ou se há!

 "Temos de tirar lições": Miguel Pinto luz, ministro, disse que SIRESP "teve falhas" durante o apagão


"E para que não nos falte nada nesta confrontação pública com a decisão errada de privatizar uma empresa que detém e domina uma infra-estrutura com um interesse estratégico tal que lhe dá o poder de paralisar o país, que nos alerta para o facto de não estarmos livres de, um dia destes, os capitais chineses e todos os outros que mandam na REN terem interesse em “apagar-nos” outra vez, uma série de empresas que acumularam prejuízos com o apagão reclamam ajuda. A quem é que se dirigem? Àquele que vêem no papel de porta-voz da REN. Não à REN, coitada, sobre a qual corria o boato de ter arriscado na irresponsabilidade de, no momento do apagão, estar a injectar electricidade importada na rede acima dos padrões de segurança por esta ser mais barata e lhe maximizar os proveitos, repito, apesar dos riscos da escolha serem consideráveis, nomeadamente por poder acontecer o que aconteceu. Desconheço se o boato é ou não verdadeiro. Apenas sei que corria e que, como corria, também há-de ter chegado ao conhecimento dos empresários chorões. Pois nem assim dirigem os seus pedidos de ajuda à REN que lhes causou prejuízos porque arriscou no lucro mais fácil. Pois é. Os lucros das REN são sagrados. Eles estão muito bem educadinhos. E atenção que isto nada tem de ideológico. Ideológico são os outros, as tias dos outros e, já agora, as avozinhas dos outros. É assim, é assim, nada se pode fazer. No privado é que está a virtude. O papão é o Estado. Eles que arrisquem o que quiserem, como quiserem. O Estado depois paga-lhes os arrojos e o Montenegro há-de aparecer a pedir paciência e a dar conselhos."

"Tenhamos juízo"....

Quando tudo colapsa, como aconteceu ontem, os olhares dos portugueses dirigem-se para quem comanda o país à procura de uma mensagem de serenidade.

Ontem, não foi isso que sucedeu. O País teve um apagão e o governo entrou em curto circuito.
Tudo falhou, da internet à Protecção Civil.
Só não falhou a propaganda.
Ouçam quem percebe do assunto. E, sobretudo, tenhamos juízo.

Empresa Nacional de Turismo (presidida por Paulo Pereira Coelho, antigo vice-presidente da Câmara da Figueira da Foz) com interesse na piscina-mar

"A Empresa Nacional de Turismo (ENATUR) propôs ao Município da Figueira da Foz a exploração da estalagem da piscina-mar, que poderá incluir o complexo turístico municipal completo, através da atribuição do direito de superfície.
O presidente da Câmara da Figueira da Foz, Santana Lopes, adiantou ao DIÁRIO AS BEIRAS que, se a ENATUR vier a explorar o complexo turístico, será garantido o usufruto público da piscina. A proposta será debatida em breve na reunião de câmara.
O presidente do conselho de administração da ENATUR é Paulo Pereira Coelho, antigo vice-presidente da Câmara da Figueira da Foz, ex-secretário de Estado e ex-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro.
“É uma excelente hipótese, que tem de ser confirmada em reunião de câmara e pelo município, mas é muito bom este interesse da ENATUR. O que se compreende, também por [Paulo Pereira Coelho] ser uma pessoa que conhece bem a Figueira da Foz e a potencialidade daquele espaço”, defendeu Santana Lopes."
 Via Diário as Beiras.  Para ler melhor clicar na imagem.

segunda-feira, 28 de abril de 2025

Os três cardeais da vida airada e a nossa parolice endémica

"A foto dos três cardeais em alegre convívio funciona como um pontapé na parolice endémica com que o Governo e algumas (poucas) câmaras nos brindaram com o cancelamento das festas do 25 de Abril."

Via Público. Para ler melhor clicar na imagem.

Atleta morre em prova de atletismo em Soure

Américo Grou, de 67 anos, faleceu ontem, durante a prova do Cross Trail Soure 1111. O atleta do GR Vilaverdense, residente na Figueira da Foz, caiu inanimado a poucas centenas de metros da meta, em paragem cardiorrespiratória e a morte foi declarada no local.

Segundo o DIÁRIO AS BEIRAS apurou, o homem era um praticante habitual deste desporto e nada podia fazer prever este desfecho.

“Os nossos pensamentos estão com o sofrimento da família e dos nossos amigos do GR Vilaverdense que hoje tiveram esta tristeza. Só podemos lamentar muito o sucedido. Não podemos controlar estas coisas. Nunca ninguém está à espera, muito menos quando organizamos um evento com tanto afinco para que tudo corra bem”, afirmou, ao DIÁRIO AS BEIRAS, André Neto, da organização.

domingo, 27 de abril de 2025

Na morte do Papa Francisco

Declaração de interesses: gosto genuinamente do Papa Francisco.
Penso que é consensual afirmar que há muito tempo que o Mundo não tinha um Papa tão próximo das pessoas e tão cheio de humanismo. 
As posições políticas de Francisco foram inúmeras vezes inesperadas, sobretudo por sectores conservadores a quem tradicionalmente convém a associação à Igreja Católica. O papa criticou as falhas do capitalismo, defendeu uma ecologia global capaz de integrar todos, todos, todos, e foi mediador activo em vários conflitos armados.
Simples nos gestos e nas palavras, nunca se escondeu atrás de nada, nunca teve medo de denunciar as grandes atrocidades do nosso tempo e de apelar à Paz.
Este foi o papa que enfrentou a realidade dos abuso sexuais dentro da Igreja Católica. Sabendo o que o rodeava, enfrentou os "poderes ocultos" que sempre dominaram o Vaticano e não evitou temáticas como a homossexualidade ou a participação da mulher na Igreja, abertamente e sem o recurso de subterfúgios.

Dito isto.
Há muito que é assim. Sempre que alguém considerado importante morre, todos os canais televisivos contam a sua história até às exaustão, repetindo horas de emissão sempre com as mesmas coisas.
Da minha idade, quem não se lembra do que se passou com a cobertura do funeral de Sá Carneiro, em Dezembro de 1980?
Voltando à actualidade: no caso do Papa Francisco, cheguei a pensar se nos não queriam "fartar" do Papa Francisco. 
Falaram dele durante a semana inteira. 
A seguir sabem o que vai acontecer?
Fácil de adivinhar, segue-se o silêncio.
Durante uma semana, os "tudólogos", alguns deles, de um momento para o outro, grandes "especialistas franciscanos", encheram a paciência de que os escutou.
Isto dá audiências e "os donos da televisão" não se estão para chatear muito.

sábado, 26 de abril de 2025

É Luiís Montenegro quem o garante: “é impossível governar com o Chega”

Via Diário de Notícias 

«Luís Montenegro garantiu que “é impossível governar com o Chega”, no debate com André Ventura, transmitido nesta noite de quinta-feira pela SIC, numa escalada na hostilidade entre os dois líderes partidários. “Não tem lugar no Conselho de Ministros e nunca terá”, disse ainda Montenegro, levando Ventura a acusá-lo de arrogância.

O primeiro-ministro entrou ao ataque no debate, enunciando três razões para a impossibilidade de entendimento entre a AD - Coligação PSD/CDS e o Chega. Além da falta de “fiabilidade de pensamento” e “pendor destrutivo” de quem está “virado para falar mal de tudo”, Montenegro disse que Ventura e o seu partido “não têm maturidade nem decência para exercer funções governativas”, calculando que o programa eleitoral do interlocutor teria um impacto de 40 mil milhões de euros, “o que nos levaria para um défice de 14%”

A PARVOÍCE POLÍTICA LEVADA AO EXTREMO

Rui Pereira

«No dia 25 de abril de 2025, em Lisboa, o fascismo tinha um lugar para ser combatido: a Avenida da Liberdade. Quem folcloricamente julgou que ia fazê-lo para o Martim Moniz e tão estupidamente o fez que até crianças ali estavam, confundiu a mão esquerda com a direita e deu a borla de uma tarde de tempo de antena a uma tribo de delinquentes e descerebrados que não constituem um assunto de política, mas um caso de polícia. Esta noite, enquanto alguns dos supostos elementos da "contramanifestação de esquerda" estão a gelo e mercurocromo, os protagonistas da tarde estão a beber umas canecas e a brindar à tarde bem passada na televisão.

Porque quando e se -esperemos que não- as leis e as polícias se tornarem insuficientes para combater a chamada extrema-direita, isso terá de fazer-se - para usar adaptamente uma expressão conhecida -, através de uma eficaz "política nocturna". Até lá, por favor, é deixar o porco rodar anonimamente no espeto, rodeado de um cordão policial capaz.
Quanto a Carlos Moedas, proibindo a manifestação dos delinquentes, não sei se o fez no seu papel de extremista da moderação de direita ou se cometeu apenas um flagrante da sua própria incompetência. Em qualquer dos casos não chegará sequer ao nível de nota de rodapé.»

Amar a liberdade e distinguir liberdades

Antes de mais nada: 25 de Abril sempre! Fascismo nunca mais!

«Em inglês, enquanto “liberty” pode significar os direitos de uma comunidade, regrados e equilibrados, “freedom” remete mais para a capacidade de fazermos o que nos der na veneta.

... “freedom”, nesse sentido de vale-tudo, é a prática que, paradoxalmente, permite à extrema-direita ganhar expressão, embora almeje uma sociedade sem liberdade. É o vale-tudo que permite dizer quase na mesma frase algo e o seu contrário, desde que seja útil, amar, quando morto, um Papa que se odiou quando estava vivo, mentir sistematicamente, semear ódio... enfim, tudo porque as nossas sociedades ocidentais, alienadas pelo consumismo, pelo acesso descontrolado ao crédito ou pela cultura de boçalidade e desinteresse, esqueceram que é obrigação de cada um de nós, dia após dia, lutar pela preservação da preciosa “liberty”.»

Pedro Olavo Simões

sexta-feira, 25 de abril de 2025

19 anos

25 de Abril de 2006/25 de Abril de 2025

No dia em que se completam 19 anos de publicação do blogue OUTRA MARGEM, cerca de 32 000 postagens depois, o marginal confessa-se meio desiludido com o decorrer da actualidade, mas continua presente. Ou, pelo menos, sobrevivente.
Fica um abraço aos leitores.

quinta-feira, 24 de abril de 2025

O futebol e a importância da celebração do 25 de Abril

O futebol não vai parar.

Todos  sabemos que o Papa gostava muito de futebol. Todos sabemos, também, que Abril já teve mais e melhor súde. Só não vê quem estiver em conflito com a realidade. Portanto, esta postagem de Ana Cruz, no mínimo, deveria fazer pensar.

Imagem: via Vieira Resurrected

«O cancelamento das comemorações oficiais do 25 de Abril em Portugal, devido à morte do Papa, é uma decisão que merece uma reflexão crítica e profunda. Não por desrespeito ao Papa – um homem de fé e defensor dos direitos humanos – mas precisamente porque a sua memória não deve silenciar uma data que simboliza, por excelência, a liberdade, a democracia e a conquista dos direitos fundamentais.

O 25 de Abril é o coração pulsante da nossa identidade democrática. É o dia em que celebramos o fim da ditadura, a conquista do direito à palavra, à escolha, à dignidade. Cancelar as comemorações desta data é, em si, um recuo perante os valores que nos definem enquanto povo livre.
A morte de um líder espiritual com um legado tão alinhado com os ideais de Abril – a justiça social, a paz, a liberdade – deveria, aliás, reforçar a importância de assinalar esse dia. O Papa foi um defensor dos marginalizados, um crítico das opressões, um homem que, tal como o espírito do 25 de Abril, acreditava que um mundo mais justo é possível. Cancelar as celebrações em seu nome é, em meu entender, não compreender nem o seu exemplo, nem o significado profundo desta data para os portugueses.
Importa ainda esclarecer que o luto nacional não obriga legalmente ao cancelamento de comemorações oficiais. A Lei n.º 40/2006, de 25 de agosto, que regula as honras do Estado, prevê que o luto nacional seja decretado pelo Governo como expressão de pesar, mas não impõe a suspensão de eventos comemorativos. A aplicação do luto é uma decisão política e simbólica, não jurídica, cabendo ao Governo decidir como se expressa o respeito institucional, mas com liberdade de forma e conteúdo. Assim, a suspensão das celebrações do 25 de Abril não era uma imposição legal, mas sim uma escolha consciente – e politicamente questionável.
Veja-se o exemplo recente da Catalunha, onde o Dia de Sant Jordi (23.04.2025) – data igualmente simbólica de identidade cultural e defesa da liberdade através da literatura – foi respeitado, ainda que adaptado ao luto nacional espanhol.
Cancelaram-se os eventos mais festivos e lúdicos, mas mantiveram-se as atividades diretamente relacionadas com a promoção cultural e literária, isto é, a sua a essência: a celebração dos livros, das rosas, e daquilo que une as pessoas em torno de valores partilhados. Esta postura demonstra que é possível honrar a memória de um líder mundial sem sacrificar os pilares da nossa própria história.
Num tempo em que os valores democráticos são postos em causa por discursos autoritários e revisionistas, mais do que nunca, é essencial afirmar o 25 de Abril. Recordá-lo com força, com convicção, com orgulho. Porque a memória não se cancela. E a liberdade, essa, não se adia.»

Fábrica de biocombustível sem licença contraria ordem e é apanhada em funcionamento

 Via SICN

"A fábrica de biocombustível da Bioadvance, localizada na Figueira da Foz e alvo de uma investigação da SIC por ter sido construída e estar a trabalhar sem licença ambiental, foi apanhada em funcionamento, contrariando a decisão da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDR-C) que tinha determinado o fim de todas as atividades, incluindo testes."


Município da Figueira da Foz: contas aprovadas com saldo positivo em 2024 e sem votos contra

Foto: Diário as Beira


Texto: Notícias de Coimbra
«O município da Figueira da Foz apresentou um saldo positivo de 369 mil euros do exercício financeiro de 2024, no qual amortizou 5,1 milhões de euros (ME) à dívida de médio e longo prazo.

Na apresentação do relatório de contas, que foi aprovado por maioria, com duas abstenções do PS (o outro vereador presente votou a favor), a vice-presidente da autarquia, Anabela Tabaçó destacou a “boa saúde” financeira do município, que no atual mandato tem apresentado sempre saldos positivos.

“O resultado positivo de 369.655 euros traduz a boa gestão municipal e a sua capacidade de responder aos desafios”, disse a autarca, salientando que as contas “refletem as repercussões da conjuntura atual e demonstram o esforço no equilíbrio financeiro e boas práticas autárquicas”.

A responsável pela pasta das finanças do município destacou a redução do prazo médio de pagamentos a fornecedores para 24 dias, muito abaixo do limite estabelecido pela Direção-Geral das Autarquias Locais.

A Câmara da Figueira da Foz arrecadou cerca de 85,5 ME de receita, na qual se destacam os impostos indiretos (26 ME), as transferências correntes (21,5 ME), o saldo de gerência anterior (20,8 ME) e as transferências de capital (9,2 ME).

“Foi um exercício pautado pela estabilidade fiscal do lado da receita, notando-se, todavia, um aumento ao nível da cobrança do Imposto Municipal sobre Transmissões (IMT) e, em contrapartida, uma diminuição dos valores da Derrama, que, pela sua natureza, tendem a apresentar um comportamento irregular ao nível da sua cobrança”, explicou a vice-presidente.

Salientando que do lado da despesa, a autarquia primou “pela contenção e rigor”, Anabela Tabaçó destacou que os gastos com pessoal aumentaram 9,55% em 2024, devido às “atualizações remuneratórias verificadas e ao processo de descentralização de competências que obrigou a novas contratações”, atingindo os 20,5 ME.

Verificou-se também um aumento da despesa com a aquisição de bens e serviços, que totalizaram 22,8 ME.

Na sua apresentação, a autarca destacou ainda as transferências de 1,3 ME para as Juntas de Freguesia e de 02 ME para as instituições sem fins lucrativos, que representa um aumento de cerca de 700 mil euros relativamente a 2022.

As despesas de investimento totalizaram quase 13 ME, o valor mais alto desde 2020, segundo a vice-presidente do município, representando uma taxa de execução de 86,42%.

Na votação, dois dos três vereadores do PS presentes na sessão (do total de quatro) abstiveram-se e um votou ao lado da maioria do executivo do movimento Figueira a Primeira/PSD, liderado por Pedro Santana Lopes.

A socialista Diana Rodrigues elogiou o saldo positivo e o equilíbrio financeiro, bem como o prazo médio de pagamentos e a taxa de execução, mas criticou a vice-presidente da Câmara por ter apresentado o relatório de contas em comparação com o anterior mandato, de gestão PS, sem ter conta circunstâncias como a covid-19, os incêndios de 2017 ou a tempestade Leslie.

A autarca destacou o papel do PS na redução dos impostos, nomeadamente na variável do IRS, lamentando que o executivo não tivesse possível ir mais longe nesta matéria, e defendeu também mais transferências para as Juntas de Freguesia, de forma a reforçar as políticas de proximidade.»

Figueira da Foz queixa-se de dívida do Turismo de Portugal

 Via Notícias de Coimbra

«A Câmara da Figueira da Foz queixou-se ontem de uma dívida do Turismo de Portugal (TP), que está a inviabilizar o pagamento de eventos já realizados desde o início do mandato.

O presidente do município, Pedro Santana Lopes, disse, em sessão de Câmara, que se trata de “um processo muito complicado” entre a autarquia e aquele instituto público.

O autarca queixou-se de uma dívida de cerca de um milhão de euros do TP, que passou a exigir que os pedidos de comparticipação financeira fossem efetuados antes do começo dos projetos municipais.

“Nunca foi exigido que os pedidos de comparticipação financeira fossem antes do início dos projetos” lembrou Pedro Santana Lopes em declarações aos jornalistas, sublinhando que vários eventos organizados pelo município com financiamento do TP desde o início do seu mandato ainda não foram pagos.

O autarca salientou que tem sido “muito contido” e recordou que o seu executivo se reuniu com o TP várias vezes em Lisboa, onde lhes foi comunicado que os problemas estariam todos resolvidos, situação que ainda não se veio a verificar.

“Disseram várias vezes que iam pagar até ao final do ano, mas ainda não o fizeram e temos coisas por pagar desde o início do mandato”, enfatizou Pedro Santana Lopes, salientando que se tratam de dinheiros públicos.»

quarta-feira, 23 de abril de 2025

Viva a Naval!...

ASSOCIAÇÃO NAVAL 1893 | NOVA MODALIDADE A CAMINHO

"É com enorme satisfação que anunciamos o início de um novo e ambicioso projeto desportivo na Associação Naval 1893.
Após longas e profícuas negociações, Rui Ramos Lopes e o Presidente Joka Mateus dão hoje o primeiro passo oficial no processo de integração de uma nova modalidade na Naval: o ciclismo.
Com o apoio e a liderança de Rui Ramos Lopes — figura incontornável do ciclismo no concelho da Figueira da Foz — será dado início às diligências para a criação de uma equipa que levará, com orgulho, o nome da Naval e da Figueira não só por Portugal, mas também pela Europa e, quem sabe, pelo mundo.
Mais do que uma nova modalidade, este é mais um passo firme no caminho de devolver a Naval ao seu verdadeiro lugar: como símbolo maior do desporto figueirense, e com raízes bem fundas na tradição local.
Não por acaso, o nosso estádio tem como patrono José Bento Pessoa, lendário ciclista figueirense que deu nome à história do desporto nacional. Hoje, honramos esse legado, com os olhos postos no futuro.
Sempre viva, Viva a Naval".

A sardinha está boa....

 Via Diário as Beiras (para ler melhor clicar na imagem)


Investimentos em instalações de Cuidados de Saúde Primários já aprovados em reunião de câmara ultrapassam os oito milhões de euros, sem IVA incluído

"... o processo mais avançado é o da construção do novo equipamento de São Pedro"
Via Diário as Beiras (para ler melhor clicar na imagem)


terça-feira, 22 de abril de 2025

Erosão costeira a sul do estuário do Mondego

 Via Município da Figueira da Foz

"Na sequência da visita realizada na passada quinta-feira, dia 17 de abril, pelo Presidente da Câmara Municipal, Pedro Santana Lopes, dos vereadores executivos e de técnicos municipais, à Costa de Lavos, a fim de se verificar os danos causados pelo agravamento da erosão costeira, teve ontem lugar (21), nos Paços do Município, uma reunião técnica com a Agência Portuguesa do Ambiente, na qual estiveram presentes os vereadores Manuel Domingues e Ricardo Silva e técnicos municipais. A reunião foi antecedida de uma visita técnica ao local.

Face aos danos verificados, que colocam em causa a segurança de pessoas e habitações, a APA comprometeu-se a avançar, o quanto antes, com a realização de trabalhos de reforço do muro, nomeadamente através da colocação de um “cordão” de pedra na base.
Com estes trabalhos espera-se mitigar a situação, que está a ser alvo de estudo, e irá ser posteriormente alvo de uma intervenção de fundo."

Até dia 29 decorre o prazo para a entrega de propostas para a construção

"O Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) pretende fazer do futuro polo de formação da Figueira da foz, no distrito de Coimbra, que se encontra a concurso, um dos pilares da sua visão estratégica nacional.
Até dia 29 decorre o prazo para a entrega de propostas para a construção de um polo de formação naquela cidade, no antigo “Sítio das Artes”, onde chegou a funcionar a Universidade Internacional, com o preço base de 3,7 milhões de euros (sem IVA) financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
“Esta intervenção encontra-se em fase de concurso público para lançamento de empreitada e pretende ser um dos pilares da visão estratégica nacional do IEFP, no qual se materializa uma política pública centrada na valorização das pessoas e no desenvolvimento sustentável”, salientou aquele organismo, numa resposta escrita à agência Lusa.
O projeto “permitirá a instalação de postos de formação em áreas cruciais para as pessoas e as empresas, com as devidas condições ao nível de instalações, equipamentos, recursos humanos e, muito importante, de planificação e gestão da formação”.
“Em setores onde pretendemos desenvolver respostas, como a Metalomecânica, Indústrias Agroalimentares, Eletricidade e Energia, Hotelaria e Restauração, a estabilidade e a qualidade das ações permitirão captar pessoas, gerar confiança e satisfação das entidades empregadoras”, sublinhou o IEFP.
O Centro de Emprego da Figueira Foz abrange mais três concelhos – Soure, Mira e Montemor-o-Velho – e é o quinto maior da região em termos de número de desempregados inscritos (3.717 no final de fevereiro).
Segundo o IEFP, trata-se de um território “com elevado dinamismo e capacidade empresarial, em setores tão diversificados como a metalomecânica, agroalimentar, construção civil, turismo e energia”, cujas necessidades de formação têm sido asseguradas pelo Centro de Emprego e Formação Profissional de Coimbra, com recurso a instalações que não são próprias.
Esta situação, segundo aquele organismo, tem criado dificuldades e limitações, sobretudo porque representa “um custo elevado e instabilidade ao nível da existência de espaços com as devidas condições”, além da dispersão, dificuldade de acolhimento e acompanhamento e de planificar e responder a necessidades existentes ou emergentes.
O futuro polo de formação do IEFP na Figueira da Foz vai ficar instalado no “Sítio das Artes”, no âmbito de um contrato de comodato assinado com o município em fevereiro de 2020, por um período de 50 anos.
Após a consignação, as obras têm um prazo de execução de 300 dias.
Devido ao atraso no processo, a Câmara liderada por Pedro Santana Lopes chegou, em 2022, a ponderar suspender o acordo para instalar naquele local o campus da Universidade de Coimbra, que acabou por se fixar na Quinta das Olaias."

Ministro da Agricultura e Pescas e secretária de Estado das Pescas, vão estar presentes

 Via Diário as Beiras

"A safra da sardinha começou no domingo. Mas, devido à época pascal, pelo menos na Figueira da Foz, só ontem, ao final do dia, é que as embarcações se fizeram ao mar.

Por isso, a habitual cerimónia que assinala o início de mais uma época de pesca da sardinha realiza-se hoje, coincidindo com a primeira venda em lota desta safra. O evento é assinalado com um almoço, tendo a sardinha assada como prato principal.
O tradicional almoço promovido pela Cooperativa de Produtores e Peixe do Centro Litoral, com sede na Figueira da Foz, realiza-se no restaurante da marina desta cidade."

Comemorações oficiais do 25 de Abril no concelho da Figueira decorrem nas Regalheiras de Lavos

A Casa do Povo de Lavos, em Regalheiras, recebe a sessão solene da Assembleia Municipal da Figueira da Foz dedicada ao 25 de Abril. O programa começa às 10H00 e inclui intervenções de representantes de forças políticas, Conselho Municipal da Juventude e da Associação 25 de Abril, autarcas e orador oficial (este ano, é António do Nascimento Teixeira). 
Fica, via página no facebook do Município da Figueira da Foz o programa.

Morreu o Papa Francisco

Morreu o Papa Francisco, aos 88 anos. A notícia foi avançada esta segunda-feira pelo Vaticano, um dia depois do Sumo Pontífice ter surpreendido os fiéis ao aparecer na varanda da Basílica de São Pedro, no Vaticano, para dar a tradicional bênção "Urbi et Orbi".

"Feliz Páscoa", disse o Papa, que apareceu numa cadeira de rodas, visivelmente fragilizado, perante os milhares de fiéis reunidos na Praça de São Pedro para a festa mais importante do calendário cristão.

Que o seu legado frutifique. Que a sua mensagem de esperança na Paz se concretize.

domingo, 20 de abril de 2025

Boa Páscoa, sem doenças...

Espectáculo dantesco no SNS.  Luís Montenegro prometeu resolver os problemas da saúde em 60 dias. Passado mais de um ano, o resultado está à vista de todos.
Urgências encerradas: “O pior dia é domingo de Páscoa”, admite o diretor-executivo do SNS.
O portal do Serviço Nacional de Saúde (SNS) anunciou que estão encerradas sete de obstetrícia e ginecologia em Lisboa, Aveiro e Leiria. São eles:
Hospital Garcia da Horta (Almada);
Hospital São Bernardo (Setúbal);
Hospital Vila Franca de Xira;
Hospital Distrital de Santarém (só obstetrícia);
Hospital Doutor Manoel Constâncio - Abrantes;
Hospital Infante Dom Pedro - Aveiro;
Hospital Santo André - LeiriaOs hospitais Amadora-Sintra e do Barreiro estão apenas a receber urgências internas e casos referenciados pelo CODU/INEM. O serviço de obstetrícia do Hospital de Braga só recebe casos referenciados pelo CODU/INEM e Linha SNS 24.
Estão igualmente encerrados três serviços de pediatria:
Hospital Vila Franca de Xira;
Hospital Beatriz Ângelo - Loures; 
Hospital Distrital de Torres Vedras.
O Hospital Amadora-Sintra recebe apenas casos referenciados pelo CODU/INEM e pela Linha SNS 24 a partir das 20h.
Desta forma, reforça-se o apelo aos utentes para ligar para a linha da Saúde 24 antes de se deslocarem às urgências, limitando os constrangimentos e garantindo ajuda a todos os utentes. Os temos de espera são longos nos serviços em funcionamento, e o staff reduzido.

sábado, 19 de abril de 2025

A fundação do PARTIDO SOCIALISTA remonta a 19 de Abril de 1973

Conheço o PS há 52 anos...

Mário Soares, em 1973, viria a ser o “primeiro” fundador do Partido Socialista e dois anos depois (1975) o líder do partido mais votado em eleições livres.
Mário Soares, não gozava na década de 60 da simpatia da maior parte dos portugueses. Era mesmo olhado com alguma hostilidade pela juventude estudantil antifascista.
Então, como explicar  a popularidade e as vitórias eleitorais depois do 25 de Abril?
Quem andou no "barulho", sabe que em 1975 e anos seguintes o PS cavalgou uma forte onda anticomunista, que Soares soube habilmente aproveitar e até instrumentalizar a partir de tudo o que à esquerda do Partido Socialista se estava a passar durante a Revolução. 
E recorda que muito do que se passou: por exemplo, que muitos dos que foram responsáveis pelo que se passou, acabaram, anos mais tarde, depois da “normalização” e já "regenerados", por integrar as fileiras do Partido Socialista.

Depois de Soares, tivemos muitos outros. E tivemos Socrates... E tivemos Seguro, que o mesmo é dizer, "o mais vulgar populismo de direita".
Recorde-se que Seguro, na disputa eleitoral interna com Costa, "apresentou um conjunto de propostas que agradava a todos aqueles que consciente ou inconscientemente pretendem desviar as atenções dos verdadeiros problemas para as fazer incidir sobre questões menores, frequentemente anti-democráticas, que nada resolvem e apenas têm o condão de permitir acercar-se do poder, em último termo, tomá-lo, àqueles que delas fazem uso."
Para se fazer uma ideia mais precisa do que representam algumas das propostas apresentadas por Seguro,  basta lembrar "que só os prejuízos semestrais do BES ou o «desfalque» do BPN davam para pagar por décadas os cinquenta deputados que Seguro queria eliminar, eliminando com eles a representatividade democrática do Parlamento."
Seguro, que tem uma imagem de homem sério, politicamente é um homem de direita. Consequentemente, continua a defender uma política de direita.
Já seria motivo de profunda preocupação se estas propostas tivessem sido apresentadas para “ganhar votos”, junto do eleitorado socialista menos atento, aos portugueses em geral, de modo a cativar uma parcela do eleitorado situado à direita ou no centro-direita, capaz de votar no PS, depois de profundamente decepcionado pela política do Governo de Passo Coelho. 
Vamos mais longe: se tivesse como objectivo mobilizar "aquele outro eleitorado menos esclarecido que regularmente vota PS".
Nestes pressupostos todos, as propostas de Seguro continuariam a ser reprováveis, mas apesar de tudo justificáveis ou, pelo menos, compreensíveis, no “vale-tudo” eleitoral.
Mas não era esse o caso. Estas propostas dirigiram-se "àqueles a que poderíamos chamar a «elite» do eleitorado socialista, àquela fatia do eleitorado composta pelos militantes, que são a essência do partido, e pelos simpatizantes que voluntária e empenhadamente se mobilizaram para escolher o “número um” do Partido Socialista." 
Esse foi o problema: "sendo Seguro um homem que faz política desde a mais tenra idade, nado e criado nas “jotas”, profundo conhecedor do partido, dos seus militantes e dos simpatizantes mais empenhados na vida político-partidária, a apresentação daquelas propostas no auge da disputa eleitoral intra-partidária só podiam querer significar que elas tinham a virtualidade de seduzir eleitoralmente aqueles a que se dirigiam".
As propostas apresentadas então por Seguro explicam muito daquilo que é o PS.
Ao tentar ganhar votos entre os militantes do partido e os simpatizantes inscritos passou, digamos assim, uma espécie de atestado de menoridade política da “essência” do Partido Socialista.
Se o então responsável máximo do partido e profundo conhecedor dos seus meandros, entendia que as propostas publicitadas eram susceptíveis de cativar a excelência do eleitorado socialista ou, pelo menos, a sua maior parte, então a conclusão a que inevitavelmente se tem de chegar é que o Partido Socialista se situa ainda muito mais à direita do que qualquer análise imparcial poderia supor.    
E esse PS continua a andar por aí. E Seguro também...
E, agora, "temos" o PS de Costa.
Há quem diga que "Pedro Nuno Santos será o próximo líder do PS"
Mas será, "que consegue  chegar a primeiro-ministro"?
A ala do centro e a ala da direita do PS, teme que o ex-ministro "seja uma inflexão à esquerda".
Num partido como o PS, "uma dita ala esquerda é mesmo uma coisa muito complexa." Muitos consideram que no actual momento, "o partido se situa à esquerda." Sendo assim, sabendo que estamos a fazer uso de uma lógica formal muito redutora e que as coisas podem ser vistas de outra maneira, vamos admitir que essa dita ala esquerda do PS está realmente descontente com o rumo que o partido tem tomado.
Portanto, no futuro a inflexão do PS, a meu ver, tem várias hipóteses de ser ao centro, ou, ainda mais visível, à direita.

Penso que todos nos lembramos, que no acto elitoral da reeleição de Eanes, Soares e os seus fiéis apoiantes retiraram o apoio a Eanes com o objectivo (não alcançado graças à outra parte do PS) de impedir a sua vitória, mesmo sabendo que o preço a pagar por esse comportamento, poderia ser a eleição do candidato da direita.
Na derrota de Freitas, o PS dividiu-se em duas candidaturas (uma de direita, Soares; outra, de esquerda, Zenha). Os independentes e católicos de esquerda, na ausência de um candidato consensual, apoiram Lurdes Pintassilgo. O  PCP, que começou por apresentar o seu candidato, desistiu na primeira volta a favor de Zenha, não tendo, todavia, esses votos sido suficientes para garantir a Salgado Zenha a passagem à segunda volta. 
Soares acabou por ganhar, graças aos eleitores que na primeira volta votaram Pintassilgo e ao voto dos comunistas, cujo apoio foi decidido num Congresso Extraordinário, seguido por uma disciplina de voto sem falhas, sem a existência da qual jamais Soares teria sido Presidente da República.
Na vitória de Sampaio concorreram factores difíceis de convergir noutras situações. Em primeiro lugar, Sampaio tendo feito o seu percurso até 1978 à margem do PS e quase sempre, desde muito antes do 25 de Abril, em oposição a Mário Soares, granjeou na restante esquerda uma simpatia e um estatuto como nenhum outro socialista alguma vez teve. Por outro lado, Sampaio, apesar de não gozar da simpatia da maior parte dos “históricos” do PS e de ter rompido com Guterres, conseguiu, numa altura em que Guterres estava politicamente muito ocupado na preparação da campanha para as legislativas (Estados Gerais), antecipar a sua candidatura e impô-la ao PS como um facto consumado. Apesar de Sampaio não ser o candidato que Guterres escolheria, se o tivesse podido fazer, o PS (oficial) viu-se obrigado a apoiá-lo seguindo assim a restante esquerda que nem sequer levou qualquer candidato às urnas, já que tanto Jerónimo de Sousa (PCP) como Alberto Matos (UDP) desistiram a seu favor. 
Sampaio concorreu contra Cavaco de quem uma significativa maioria de portugueses estava positivamente farta, após dez anos de cavaquismo com tudo o que isso até hoje representou de negativo para Portugal e para os portugueses.  
Depois, é o que sabemos. Em 2006, Cavaco foi eleito e em 2011, reeleito. Tanto numa como noutra eleição, o PS foi incapaz de apresentar uma candidatura consistente e susceptível de ser apoiada pela esquerda. 
Em 2006, Sócrates, completamente inebriado com a maioria absoluta que tinha acabado de alcançar um ano antes, desprezou as presidenciais e minimizou a sua importância.
Soares, já sem fôlego para novo mandato, querendo continuar a “ajustar contas” com Cavaco, numa época e num contexto em que já não estava em condições de o fazer, viu-se confrontado com o aparecimento da candidatura de outro socialista, Manuel Alegre, avidamente apoiado pelos que na área do PS e suas proximidades se estavam posicionando contra Sócrates, tendo-se então assistido a uma verdadeira luta fratricida, com corte de relações pessoais e acusações de toda a ordem entre ambos os candidatos. O clima criado pelos dois candidatos e a maioria absoluta de Sócrates desmobilizaram completamente o eleitorado de esquerda, tendo Cavaco sido tranquilamente eleito logo na primeira volta.
Em 2011, Cavaco foi reeleito, deixando logo no dia da vitória um aviso muito claro do que iria ser a sua presidência nos cinco anos subsequentes: mesquinha, vingativa e sectária. 
Não enganou ninguém!
Mas, o mal, mais uma vez, tinha sido feito pelo PS…

E chegámos a Marcelo. E é o que sabemos.
E porquê? Não existia um candadato com um perfil reconhecidamente vencedor à esquerda?
Porém, esse candidato existia no seio do Partido Socialista. Existia mas não foi escolhido, nem ele demonstrou publicamente qualquer interesse em desempenhar esse papel.
Na euforia da vitória “interna“ de António Costa, supôs-se – as sondagens ajudavam a este entendimento – que facilmente derrotaria a direita nas legislativas de 2015, alcançando uma maioria absoluta. E é neste contexto que é incentivada no seio do PS, informalmente, mas com apoios muito claros da liderança e de todos os que lhe são muito próximos, a candidatura de Sampaio da Nóvoa.
Acontece que sucedeu o que toda a gente sabe: António Costa não alcançou a maioria absoluta, nem sequer a maioria relativa nas legislativas e aquela candidatura, que havia sido lançada com base numa pressuposição que falhou, passou quase de imediato a ser contestada no interior do Partido Socialista pelos opositores de Costa, pelos adversários da solução governativa entretanto alcançada e pelos ressabiados da ressaca das primárias.
E como sempre acontece no Partido Socialista, também desta vez, os oponentes de liderança não tiveram qualquer problema em “empurrar” para a disputa eleitoral uma personalidade da direita do partido, que não tinha, objectivamente, quaisquer condições para ganhar eleições, mas cuja candidatura teria o efeito – efeito que ninguém com um mínimo de experiência política poderia deixar de antecipar – de desmoralizar e desmobilizar o eleitorado socialista e da esquerda em geral, impedindo desta modo a polarização da eleição entre o candidato da direita e o da esquerda, com vista a obrigar aquele a definir-se politicamente.
Dada a divisão reinante no seio do PS, Marcelo pôde fazer uma campanha apolítica como se previa, assistindo de palanque aos ataques cruzados das “candidaturas socialistas”, e ainda teve a sorte ter sido objectivamente favorecido pelo aparecimento de, pelo menos, dois “candidatos folclóricos”, cujo discurso e a divulgação que os media fizeram, muito contribuíram para a consolidação da campanha à volta de questões de escasso interesse político.

Se o Partido Socialista perdesse a chamada ala esquerda e se dele se afastassem aqueles eleitores que à esquerda, às vezes contrariados e quase nunca convencidos, votam nele por não se reconhecerem ou não confiarem nas demais alternativas existentes, o PS deixaria de parecer o que é e passaria a ser um partido de centro direita. 
A sua preocupação é apenas uma: garantir a alternância relativamente ao partido imediatamente à sua direita. 
O PS é isso mesmo. Mesmo com uma "ala esquerda" e com um núcleo relativamente importante de votos da esquerda, o PS é como é – apesar da "geringonça", não fez e não faz  uma política em que a esquerda se consiga rever e apoiar.

É preciso ter presente a história do Partido Socialista e a sua verdadeira natureza. 
Assim como o papel dos demais “partidos irmãos” europeus, digam-se eles socialistas, social-democratas ou trabalhistas, depois da Queda do Muro e da implosão da URSS. Esses tais "partidos irmãos do" PS, devidamente descaracterizados foram em grande "levados pela vertigem da História".
Não souberam, ou não quiseram, compreender o que realmente se estava a passar, tendo sido inclusive por obra sua que todas as portas foram abertas para o relançamento de um capitalismo sem freios com as consequências que agora estão à vista e contra as quais esses mesmos partidos socialistas se consideram impotentes para as contrariar ou inverter.
O PS, em 25 de Abril de 1974, "intitulava-se um partido à esquerda".
Todavia, nunca houve politicamente uma “maioria de esquerda”, apesar de ela existir aritmeticamente, nem houve qualquer tipo de entendimento à esquerda minimamente durável. Houve sim uma coligação com o CDS, o único que não votou favoravelmente a Constituição.  
Porquê? Porque o PS de Mário Soares tinha uma estratégia muito clara da qual não nunca se afastou um milímetro: institucionalizar em Portugal uma democracia representativa, se possível de base exclusivamente parlamentar, sem qualquer tipo de cedências a qualquer outra forma de poder que não a resultante do voto popular.
"Mário Soares seguiu à risca esta estratégia, fazendo as alianças de ocasião que lhe pareceram as necessárias para a consolidar e recusando, sem problemas de consciências ou hesitações, qualquer tipo de entendimento à esquerda.
Mário Soares acreditava na solidariedade dos partidos socialistas e social-democratas europeus, acreditava no “socialismo em liberdade” e acreditava acima de tudo na Europa como palco ideal de concretização das suas ideias políticas. E continuou a acreditar, nos anos imediatamente subsequentes à Queda do Muro e à desagregação da URSS, que estavam, finalmente, reunidas as condições ideais para pôr em prática aquele ambicioso projecto político."
Aliás, "é bom que se recorde que não foi sob o comando executivo de Soares à frente do PS que a organização económica consagrada na Constituição Portuguesa foi revista e completamente descaracterizada, mesmo tendo em conta a Lei n.º 77/77. Soares patrocinou e promoveu, juntamente com o PSD, a revisão de 1982, que no essencial consagrou aquilo que fora a sua estratégia politica depois do 25 de Abril. Mas foi com a revisão de 1989, promovida pelo cavaquismo com o apoio do PS de Constâncio que se abriu à porta às privatizações e tudo o mais que elas trouxeram. Cumprida a tarefa, Constâncio demitiu-se de secretário-geral do PS por divergências insanáveis com a família Soares, na altura centradas em João Soares."

Mesmo quando o PS esteve politicamente mais à esquerda nunca a sua política favoreceu qualquer entendimento à sua esquerda. Meia dúzia de anos depois da revisão constitucional de 89, veio o “guterrismo” que escancarou as portas da economia à Europa.
O PS, hoje, pratica o neoliberalismo, atenuado pela promoção de um certo assistencialismo.
Temos na tentativa de acesso ao poder a nova geração de socialistas a preparar o caminho para o capitalismo sem freios, voraz e insaciável que jamais abrandará a sua marcha com vista à constituição de uma sociedade inteiramente dominada pelo mercado. Uma sociedade onde impera o poder do mais forte, onde campeia a liberdade ilimitada, bem à semelhança do que se passa na selva. 

sexta-feira, 18 de abril de 2025

"... o problema da erosão costeira na Aldeia já vem de longe..."

José Pimenta Machado, presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), no Expresso:
“Um quinto da costa continental portuguesa está ameaçada por erosão costeira”, lembra o especialista. E a zona Centro, entre Espinho e a Figueira da Foz, é a que mais sofre, de acordo com a APA. Dados recolhidos pelo programa COSMO, de monitorização da faixa costeira de Portugal continental, dão conta de que só nos últimos sete anos (2018-2025) houve “um valor máximo de 45 metros de perda de território e um valor médio de 21 metros de recuo num troço de 650 metros de costa a sul do esporão nº 1 da Costa Nova”
Já na faixa costeira que vai de Cova-Gala a Lavos, na Figueira da Foz, o recuo máximo num troço a sul do esporão nº 5 foi de 40 metros entre 2023 e 2025, “com impacto negativo na morfologia das praias e em infraestruturas balneares”.

"A protecção da Orla Costeira Portuguesa é uma necessidade de primeira ordem...
O processo de erosão costeira assume aspectos preocupantes numa percentagem significativa do litoral continental.
Atente-se, no estado em que se encontra a duna logo a seguir ao chamado “Quinto Molhe”, a sul da Praia da Cova.
Por vezes, ao centrar-se a atenção sobre o acessório, perde-se a oportunidade de resolver o essencial..."
Tal como este blogue previu há anos (tudo foi dito, tudo se cumpriu), depois da construção do acrescento dos malfadados 400 metros do molhe norte, a erosão costeira a sul  da foz do Mondego avançou rapidamente, a barra da Figueira, por causa do assoreamento e da mudança do trajecto para os barcos nas entradas e saídas, tornou-se na mais perigosa do nosso País para os pescadores e a Praia da Claridade transformou-se na Praia da Calamidade.

Esta história está amplamente contada ao longo de quase 19 anos neste blogue. Quem a quiser conhecer não tem a mínima dificuldade: basta clicar aqui.