sábado, 12 de abril de 2025

quinta-feira, 10 de abril de 2025

Trump e a revolução


"Ainda Trump era um jovem especulador imobiliário e já acreditava que fechar a economia americana e substituir os impostos sobre rendimentos por tarifas aduaneiras era uma boa ideia. 
Num país já com um grande problema de desigualdade, Trump ainda o quer mais desigual. As tarifas aduaneiras são um imposto indireto, o Elon Musk ou o empregado do McDonald’s pagam exatamente o mesmo. 
Como já foi anunciado, os impostos sobre os mais ricos (que já eram baixíssimos) e as empresas são para diminuir. Ou seja, Trump quer uma oligarquia ainda mais poderosa paga com os impostos dos mais pobres, uma transferência ainda maior do que tem acontecido dos mais pobres para os mais ricos. 
Conseguiu convencer-se mais de metade da população de que os imigrantes são um problema terrível (a percentagem de imigrantes nos Estados Unidos é a mesma que era há cem anos), que o wokismo era a fonte de todo o mal, que ressuscitando indústrias mortas se criavam empregos, e um nunca acabar de mentiras e meias-verdades. Criou-se a ilusão de que todas as frustrações seriam aplacadas com medidas simples. 
Agora os americanos vão perceber que foram enganados: os preços vão subir e vão ver um crescimento de impostos como não têm desde 1968. Está o assunto resolvido, dir-se-ia. Os americanos removerão com o seu voto o Presidente. 
É aqui que entra a outra parte do plano. Para implementar planos económicos como este não se pode ter instituições a funcionar, nem respeitar decisões de tribunais, nem permitir que advogados processem o Estado, nem liberdade de imprensa, nem universidades a produzir pensamento. 
Nada pode funcionar sem a palavra do chefe do poder executivo, nada pode ser dito contra ele, nada pode pôr em causa a sua infalibilidade. Ou seja, exatamente o que se está a passar. A vontade é a de que quando chegar a oportunidade de votar – dando de barato que isso poderá fazer-se sem que as regras tenham sido mudadas – nada exista que depois possa implementar a vontade popular. Pior, que fique claro para o povo que a única coisa que separa a mínima ordem da anarquia é o Trump, ou, melhor dito, o ditador. 
Nada há mais destrutivo (e criativo) do que a vontade do Homem e não há regime mais frágil do que a democracia."

O aflito das massas

Miguel Esteves Cardoso: "Trump é um trafulhas e a bazófia dele nasce da aflição financeira em que tantas vezes se meteu ao longo de uma vida de negociatas duvidosas."



Abençoada Páscoa

No essencial, em 2025, a Figueira continua com dois grandes problemas: não tem futebol capaz de levar 10 mil pessoas a um estádio, como aconteceu ontem com o Tirsense Benfica, nem actividade política partidária que mereça a atenção dos órgãos de informação local e ocupe o povo.
A nível local, não existem notícias sobre transferências de jogadores da bola, despedimentos de treinadores ou eleições de dirigentes desportivos, capazes de captar o interesse dos media locais e do "povão".
O futebol, na Figueira, tirando meia dúzia de malfadados anos, foi sempre um fenómeno discreto e pouco mediático.
Reflectindo, ainda que ligeiramente, sobre esta realidade local, damos facilmente conta que o futebol na Figueira, ao contrário do que acontece em inúmeras cidades do nosso País, nunca ocupou o espaço mediático local, nem mereceu a atenção do povo. Portanto, seria, digamos assim normal, que face ao deserto vivido no mediatismo futebolístico, a política fosse algo importante no dia a dia dos figueirenses, merecedora da sua atenção por ser algo debatido no interior dos partidos políticos.
Porém, pelo que conheço, assim não acontece. A discussão política séria, entre pessoas sérias que discutem projectos e que os tentam pôr em prática, não é uma prática usual na política figueirense. No fundo, aquilo que deveria ser uma prática normal numa sociedade democrática, com credibilidade suficiente para despertar a atenção dos cidadãos, pois o que o que está em causa é o seu futuro em sociedade, não acontece. 
A Figueira do futuro, depende de muita coisa. Fundamentalmente do sucesso turismo. Como se pode ler na notícia publicada hoje no Diário as Beiras, abençoada Páscoa.

Pena o futebol, na Figueira, não conseguir mobilizar o povo e por isso não ter  também futuro ao mais alto nível. Por cá, o futebol teria, pelo menos, uma  vantagem sobre a política como fenómeno de entretenimento: é apenas um desporto. E, na Figueira, no tempo áureo, tinha bons artistas. 

Polícia Municipal: estamos na "estaca zero"

Diário as Beiras: "O Município da Figueira da Foz tem de reiniciar o processo de criação da Polícia Municipal, aprovado em 2002. Como o corpo policial não foi criado, por decisão política, e, entretanto, a legislação foi alterada, a autarquia terá de começar do zero."

O corpo de Polícia Municipal na nossa cidade está aprovado desde 28 de Janeiro de 2002, em mandato autárquico do PSD. Passaram mais de 23 anos e não aconteceu nada.
No mínimo, ninguém acreditava que sem um debate "onde se demonstre a sua necessidade e nos seja apresentado em detalhe o custo benefício", o processo da "materialização" de um corpo de Polícia Municipal não se iria concretizar no curto prazo. Para mais em ano de eleições autárquicas.
Ontem, na reunião de câmara ficamos mais esclarecidos: "O processo tem de partir do zero".
Como ainda existem figueirenses, interessados na discussão dos assuntos importantes que dizem respeito ao seu concelho, este era um caso que não devia ser lançado do modo como foi na praça pública pelo Município da Figueira da Foz.

Entretanto, sobre o assunto, ontem, o Secretariado da Comissão Política do Partido Socialista da Figueira da Foz emitiu um comunicado, que pode ser lido clicando aqui.

terça-feira, 8 de abril de 2025

Em defesa da honra do primeiro-ministro José Sócrates

 José Miguel Tavares: "eu que tão dedicadamente tenho escrito sobre José Sócrates ao longo da minha vida profissional sinto-me hoje no dever de defender a sua reputação e repor a verdade histórica. O que Montenegro disse é falso. Sócrates não só nunca prometeu tudo a toda a gente, como ganhou fama a enfrentar corporações de que toda a gente tinha medo. O seu a seu dono."

PARA LER MELHOR CLICAR NA IMAGEM

Mitos dos liberais até dizer chega

João Rodrigues

«Os liberais até dizer chega parecem-se com alguns dos bilionários que apoiaram Trump sobretudo por causa da sua agenda interna de intensificação da neoliberalização, de resto em curso. Nunca levaram a sério a questão do protecionismo trumpista. Perante a política comercial protecionista, que pode colocar em causa um elemento importante do neoliberalismo externo, descobrem-se subitamente críticos de Trump. Aproveitam para retomar todo um conjunto de mitos sobre a relação entre “comércio livre”, prosperidade e paz, convocando os seus santos padroeiros. 

Citam Milton Friedman, que apoiou a ditadura de Pinochet, Margaret Thatcher, que também o fez, para lá de se ter lançado numa guerra por causa das Falkland, Ronald Reagan, imperialista consumado e que aumentou brutalmente as despesas militares e Fréderic Bastiat, que escreveu umas vulgaridades liberais num tempo de imperialismo colonial, essencial para a expansão do “comércio livre” no longo século XIX.  

Os liberais até dizer chega, em coerência, estão agora na linha da frente da defesa da corrida armamentista na UE, não o esqueçamos. Vale tudo para destruir uma das melhores garantias de paz e de prosperidade partilhada: os Estados sociais robustos. 

De resto, ofuscam outros quatro padrões muito relevantes da história da economia política internacional. 

Em primeiro lugar, os países, do Reino Unido aos EUA, só se tornam defensores do comércio dito livre quando se sentem com capacidades produtivas suficientes, desenvolvidas graças ao protecionismo. O protecionismo foi aí um dos instrumentos para o desenvolvimento de longo prazo. 

Em segundo lugar, a concorrência de todos contra todos, associada ao “comércio livre”, aumenta os desequilíbrios comerciais, a inimizade e o ressentimento, estando associado a conflitos e guerras desde a sua origem até ao seu fim. 

Em terceiro lugar, o protecionismo dos anos 1930 foi uma reação defensiva à Grande Depressão. Esta última foi causada, isso sim, pelo liberalismo económico, dos mercados financeiros sem trela ao padrão-ouro, passando pela austeridade. A superação da Depressão exigiu superar as instituições internacionais do liberalismo económico, que de resto se tinham em larga medida autodestruído. 

Em quarto lugar, o mercado livre é uma pura invenção ideológica. Sendo a economia inevitavelmente um sistema regulatório, que exige sempre a mobilização dos poderes públicos, a questão principal é que grupos vêem as suas liberdades aumentadas e que grupos vêem as suas liberdades diminuídas pelas mudanças nas regras do jogo, ou seja, estamos sempre a redistribuir liberdades, sendo que não há uma métrica única, nem as liberdades são do mesmo tipo.

Não sei, ninguém pode saber, qual a configuração e efeito finais das tarifas de Trump. Sabe-se que parecem contraditórias com a sua agenda interna. Talvez sejam sobretudo um instrumento grosseiro para obter concessões comerciais, como sublinhou Vicente Ferreira ontem. A UE aposta tudo nisso. A China não, até porque sabe que é o alvo principal dos EUA e que isto não começou agora, nem vai acabar aqui.

Realmente, se fosse para reindustrializar, Trump teria de reforçar as capacidades de planeamento do Estado norte-americano, em modo de New Deal, o contrário do que está a fazer, como também assinalou James Galbraith há umas semanas.»

Montenegro já mostrou que gosta de jogar


«Era a peça que faltava. 
Luís Montenegro declarou ontem que não tenciona fazer nenhuma aliança com o Chega, que rejeita qualquer ideia de Bloco Central e mais: que só governará se a AD for a mais votada. 
Por que é que isto é importante? Ajuda a clarificar as condições em que a AD poderá governar e isso é muito útil. Por um lado, o “não é não” a André Ventura, empunhado durante a campanha das legislativas em 2024, volta a estar em cima da mesa. Montenegro não quer que subsista qualquer dúvida a esse respeito e está convencido de que esse separar de águas joga a favor da AD. Na estratégia de dramatização ensaiada pelo PSD, não podia ser, aliás, de outro modo e a providência cautelar que Montenegro apresentou contra os recentes cartazes do Chega faz também parte desse abismo.»

José Iglésias

«José Iglésias (Figueira da Foz) acaba de renunciar à função de membro do Secretariado da Federação do PS/Coimbra, soube NDC de fontes partidárias.

À saída de cena não deverá ser alheio o afastamento de Raquel Ferreira, líder concelhia do PS figueirense, do elenco de candidatos socialistas a deputados à Assembleia da República pelo círculo de Coimbra.»

A questão da "materialização" da Polícia Municipal: corpo de Polícia Municipal foi aprovado em 28 de Janeiro de 2002, em mandato autárquico do PSD

Em Maio de 2024, o Presidente da autarquia figueirense anunciou que ponderava a criação da Polícia Municipal, não só, mas também por se encontrar muito insatisfeito com a actuação da força policial da zona urbana.
“Os Municípios têm uma responsabilidade acrescida, se a polícia só aparece para os gratificados, nós temos que olhar por nós, pois o que faz a atratividade de um concelho também é a segurança”, disse Pedro Santana Lopes na altura.
Como nasceu, parecia que o assunto tinha morrido. 
Ontem, porém, na sua página do facebook, o vereador Manuel António Domingues, trouxe a questão à colação.
Sobre este assunto, que não é novo, partilho da opinião do antigo vereador socialista João Vaz, que em 14 de Dezembro de 2020 escrevia sobre o assunto. 
Passo a citar.
"Será precipitado, errado e inconsequente criar uma força de Polícia Municipal na Figueira da Foz. Esta é uma decisão que carece de amplo debate onde se demonstre a sua necessidade e nos seja apresentado em detalhe o custo benefício. Estamos praticamente em ano de eleições, logo as decisões tomadas não devem comprometer o próximo executivo com uma decisão de elevado impacto na despesa corrente a médio e longo prazo. O trabalho prévio não parece estar elaborado, desde a análise à ligação com as forças de segurança (PSP, GNR) até ao perfil de atuação. Questiona-se ainda a sustentabilidade económica. Uma polícia municipal minimalista de 20 agentes custará mais de um milhão de euros por ano. Há algum estudo económico e técnico? Há muitos exemplos de ineficácia da Polícia Municipal, tanto em grandes concelhos (Lisboa) como nos pequenos. Predomina a ideia que esta Polícia serve apenas para “passar recibos” e não consegue atuar no fundamental, a segurança. Por esta razão, a ineficácia, o PSD Madeira chumbou recentemente a criação da Polícia Municipal no Funchal, uma cidade de 110 mil habitantes residentes e muitos milhares de turistas. Já na Figueira parte do PSD (2 vereadores) acha, e sublinho o “achismo”, que é essencial uma Polícia Municipal, e o presidente da Câmara acolhe bem esta ideia."

Recorde-se. Na reunião de Câmara realizada em 4 de Março de 2019, foi "chumbada" a criação de um corpo de polícia municipal, uma proposta dos vereadores Carlos Tenreiro e Miguel Babo, com os votos contra do PS e do vereador do PSD, Ricardo Silva.
Mas como na Figueira parece que é sempre Carnaval, em Março de 2019, o blogue OUTRA MARGEM (e não só), já tinha alertado.
Confirmar aqui.
Portanto, foi em mandatos autárquicos do PSD que nasceu a ideia: primeiro com Santana Lopes, depois com o Presidente Duarte Silva

Portanto, esta é uma decisão que não pode ser assim lançada para o ar: "carece de amplo debate onde se demonstre a sua necessidade e nos seja apresentado em detalhe o custo benefício."
Recordando o que escreveu Silvina Queiroz em 16 de Dezembro de 2020: «problemas que constitucionalmente são atribuídos ao Estado, ao Governo central, não devem jamais passar para a tutela exclusiva dos municípios. Municipalizar a segurança?! As competências das polícias municipais são mais reduzidas do que as da PSP, como não poderiam deixar de sê-lo. Esbarram e ainda bem, nas competências daquela força de segurança, essa sim responsável pela segurança dos cidadãos nos diferentes contextos, muitas vezes também com a GNR, fora da área urbana. Por que se pretende então a polícia municipal? Para aplicar multas de estacionamento, na nossa cidade em grande parte “a cargo” dos funcionários da empresa de estacionamento, “passada” ao preço da chuva a uma entidade privada. Como é sobejamente conhecido, imagino. Quando as coisas se complicam, lá são chamadas as forças de segurança com autoridade e formação capacitante para a assumpção da tarefa. Como é óbvio que tem de ser. 

Nas grandes cidades, admito que o corpo de polícia municipal possa dar uma mãozinha à PSP, dada a extensão territorial. Aqui precisamos do reforço do destacamento da PSP e não arranjar forma e pretexto para a tutela poder acabar com a força que é o garante da tranquilidade e da ordem pública. A antiga proposta de PM previa a afectação de 30 efectivos. E mais 30 sapadores? Sim, esses fazem falta

"... por falta de candidatos aos corpos sociais"

Via Diário as Beiras (para ler melhor clicar na imagem)

" A sessão está marcada para as 15H00, no Hotel Wellington. A dissolução e liquidação desta associação patronal do setor da restauração é o único ponto da ordem de trabalhos."

segunda-feira, 7 de abril de 2025

"O verão vai aquecer"?..

O tabu político do momento, na Figueira, para as autárquicas 2025, segundo o arguto e perspicaz analista Rui Duque, assenta em Vitor Caridade, pois "um cidadão, tão só, que faz um ataque desta natureza portentosa a um gestor público deve ser consequente. Creio que por detrás desta publicação está mesmo um Candidato Autárquico não assumido!"
Imagem via Rui Duque
A Figueira é terra de tabus
É preciso, porém, entender a situação em toda a sua abrangência e verdadeira dimensão pessoal, colectiva e política. 
Em ano de autárquicas, é absolutamente normal esta dança das palavras e a falta de clarificação relativamente a um assunto tão importante. 
Ainda bem, contudo, que existe este importante fórum.
O mundo já está como está e não será porque um afoito de direita fale do que não sabe (mas, aparentemente, gostava de saber e tenta adivinhar), que o visado não tem direito ao tabu.
Por benevolência deixem-no gozar em paz "os ares da Serra de Sicó e os ares mais marítimos da Serra da Boa Viagem." Para não falar, "de uma boa caldeirada ou de um cabrito à moda de Condeixa" regado com um bom copo de tinto.
Santana, desta vez é que não esteve para tabus e foi o primeiro a decidir-se: não quis muita coisa - preferiu a Figueira!
A seu tempo o visado esclarecerá o tabu.
É preciso ter calma e não queimar etapas.
Estamos em tempo de legislativas...

"... Naval vai criar um museu com os trofeus e outros elementos da história navalista agora devolvidos"

 Via Diário as Beiras

«...espólio da Naval 1.º de Maio foi transferido para o museu municipal porque o presidente da câmara da altura, Carlos Monteiro, entendeu que pertencia à Naval 1.º de Maio. Fundado em 1893, perante uma grave crise financeira, o clube dissolveu a equipa de futebol em 2017, sendo declarado insolvente dois anos depois. Por seu lado, a Naval 1893 foi criada em 2017, para dar continuidade ao futebol navalista.»

«O vereador do Desporto, Manuel Domingues, em declarações ao DIÁRIO AS BEIRAS, sustentou que “não há dúvida de que a Naval 1893 é a continuidade da Naval 1.º de Maio, que teve de renascer com outro nome”. E acrescentou que, “para os figueirenses, continua a ser a Naval”

domingo, 6 de abril de 2025

As circuntâncias exteriores podem condicionar

Do alto da Serra da Boa Viagem, olhando para sul, tudo avistamos, num dia claro e limpo, para além da Leirosa... 
Contudo, quando estamos no Cabedelo, olhando para norte, o horizonte é curto e podemos sentir-nos, limitados, frágeis e pequenos... 
Porém, somos a mesma pessoa: apenas a perspectiva é que mudou. 
Nada mais.  
Mas não nos iludamos. 
Nem com a nossa pequenez. 
Nem, porventura, com a nossa importância. 
Ambas, são adjectivas ao substantivo que somos. 
As circunstâncias exteriores é que nos podem condicionar.

E se for o fim de uma era?

Daniel Oliveira

«Além da Solverde, as relações entre Montenegro, Câmara de Espinho e empresas com que a autarquia e ele próprio foram fazendo negócios continuarão a aparecer, a conta-gotas, na imprensa. Talvez a casa de Montenegro, tema que a comunicação social tinha fechado com a simples exibição de um dossier, seja o link mais fácil. Como a ética republicana não começa e acaba na lei, não preciso de saber se cometeu ilegalidades. Disso trata a justiça. Com Sócrates, bastou-me que dissesse que era sustentado por um amigo com interesses no Estado para saber que não podia ter ocupado o cargo que ocupou. Com Montenegro, basta-me saber que recebia uma avença de casinos enquanto era primeiro-ministro e tropeçar nas sucessivas meias-verdades, omissões e coincidências entre os seus negócios privados, relações partidárias e funções técnicas para confirmar, a cada notícia que sai, que elegemos um videirinho.

Não fomos para eleições porque o Orçamento do Estado tenha sido chumbado, uma moção de censura tenha sido aprovada ou o programa do Governo não pudesse ser aplicado. As condições de governabilidade até eram excessivas para uma coligação com 29% que não mostrou interesse em construir entendimentos parlamentares com quem quer que fosse. Também é cedo para fazer um balanço. Um ano de anúncios diz-nos pouco, apesar de ser óbvio que o que corre bem já corria bem e o que corre mal piorou mais um pouco. Vamos a votos porque Montenegro apresentou uma moção de confiança que sabia chumbada, recorrendo ao sufrágio popular para atestar a sua própria honestidade. Mesmo que não deva ser essa a estratégia de Pedro Nuno Santos, porque nenhum candidato a primeiro-ministro se credibiliza a falar dos pecadilhos do opositor, é impossível que esta campanha não seja sobre a razão pela qual vamos a votos: as condições éticas para Montenegro ocupar o cargo que ocupa.

Ainda só começámos a puxar o fio à meada e já se percebeu que Montenegro será um poço de casos nos próximos anos. Não há vitória eleitoral que apague a sua biografia que, por responsabilidade da comunicação social e graças a uma impressionante e eficaz gestão de silêncios, ficou por escrutinar desde que chegou a líder do PSD. E não foi por falta de sinais, com uma carreira feita de ajustes diretos com autarquias do PSD. Apesar de ser interessante assinalar a diferença de comportamento da PGR perante a investigação que envolvia Costa e a que envolve Montenegro, as eleições não sufragam o cumprimento da lei. Só tribunais o podem fazer. Sufragam, a pedido do próprio e já com bastos indícios, a avaliação ética que os eleitores fazem do primeiro-ministro. Isso implica uma campanha feia? Claro que sim. Foi escolha de quem achou, muito provavelmente com razão, que o mau momento reputacional seria compensado pelo bom momento económico e orçamental.

Acontece que a questão não é meramente ética. Com um ano de balanço e programas praticamente iguais, imagino que restarão dois temas nesta campanha: os casos de Montenegro e a governabilidade. E parece haver a tentação de separar os dois. Só que eles estão ligados. Primeiro, porque se a revelação de factos comprometedores sobre Montenegro resultar num reforço eleitoral do PSD, o “à vontade” que sentimos neste ano passará para um perigoso “à vontadinha” e a atração para o abismo será rapidíssima. Depois, porque nada disto acabará a 18 de maio. As histórias continuarão lá todas. Assim como as ligações ainda não exploradas e as investigações que agora se fazem a correr, para corresponder ao apelo de plebiscito à ética de Montenegro. E a Comissão Parlamentar de Inquérito até pode vir a ter um âmbito ainda mais alargado. Montenegro será um primeiro-ministro vulnerável. Uma vulnerabilidade ditada por muitas suspeitas e algumas certezas.

Como escrevi na semana passada, a extrema-direita não cresce pela revolta ética. Os eleitores do Chega não são, como vemos pelos seus deputados, os mais exigentes entre nós. A extrema-direita cresce com a degenerescência da democracia. Ela não representa a indignação. Representa o cinismo e a acomodação. A reeleição de um primeiro-ministro tão vulnerável, e até o seu reforço como prémio de uma estratégia que viu a sua própria fragilidade ética como uma oportunidade eleitoral, corresponderão à degradação do poder político. Estas eleições podem parecer um intervalo entre ciclos curtos ou o início de um ciclo longo. Mas, tendo em conta as forças antidemocráticas prontas a abocanhar um poder apodrecido, a reeleição e reforço de um primeiro-ministro com este perfil ético pode corresponder ao derradeiro episódio de uma era.»

"Tortura": Tribunal Administrativo e Fiscal de Coimbra mantém a suspensão do processo da futura ponte sobre o Mondego

Para ler melhor clicar na imagem
Recordemos
: ... «sem ter sido elaborado qualquer estudo, uma ponte, apresentada há cerca de 7 anos como ciclável/pedonal (a permitir a passagem de uma ambulância em caso de necessidade) a ligar Alqueidão e Vila Verde, transformou-se em ciclável/automóvel, de apenas uma via alternada, a ligar Alqueidão e Lares, mas com semáforos “inteligentes” – ou seja, de um investimento de cerca 750 mil euros, passou-se para vários milhões…».
Passaram os anos e desembocámos aqui. O Tribunal Administrativo e Fiscal de Coimbra mantém a suspensão do processo da futura ponte sobre o Mondego, que ligará as freguesias de Vila Verde e Alqueidão. O processo foi acionado por um dos concorrentes que ficaram afastados da empreitada, visando a impugnação do concurso e a suspensão da obra.
Recorrendo à memória, lembremos que, em Janeiro de 2020, o presidente da câmara de então, Carlos Monteiro, chegou a informar que a ciclovia europeia Eurovelo seria uma realidade nesse mesmo ano de 2020, incluindo uma ponte sobre o Mondego, na zona do Alqueidão/Lares

Em 2025, o actual presidente da Câmara da Figueira da Foz, Santana Lopes espera e desespera: ontem, num artigo de opinião publicado no Correio de Manhã, escreve.
"Acabei de ter conhecimento de que um Tribunal Administrativo de Coimbra tinha decidido não levantar a suspensão da execução da obra de uma ponte que ligará duas margens do nosso concelho entre Alqueidão e Vila Verde. A luta por esta ponte vem desde o executivo camarário anterior, fiz tudo para resolver o assunto, para lá da mudança de governo. A decisão da juíza, comunicada ontem à tarde, foi a de que não tinha ficado provado que o levantamento da suspensão causasse menos prejuízos do que a sua manutenção. Juntámos cartas do presidente de um município vizinho comprovando o interesse também para esse município, e para juntas de freguesia desse município, Soure, da obra em causa.  
 Há décadas que as pessoas esperam por essa obra e a sua realização evitará meia hora diária de deslocação para muitas pessoas que trabalham em unidades industriais noutras zonas do concelho. Como pode um tribunal entender que o prejuízo de uma empresa é maior do que o de todas estas populações? O que pensar de uma posição dessas? Qualquer decisão que queiramos levar por diante, mais transformadora, tem que percorrer a estrada de Damasco." 
De harmonia com o DIÁRIO AS BEIRAS, o edição de hoje, o Município da Figueira da Foz vai recorrer da decisão do TAFC.

Já lá vão mais de 7 anos e a primeira pedra deste empreendimento ainda está por lançar.
Porém, nunca é tarde... A não ser para ciclistas como eu: velhos e sem tempo para esperar.
Já agora que vem a talhe de foice: haja alguém (INAG?) que olhe para a ligação entre a Ponte de Lares e a Estação de Bombagem do Fôja, pois quem gosta de pedalar a bicicleta pela margem direita do Mondego, no troço que dá acesso à Ponte da Ereira, além de ter de enfrentar e suportar uma tortura, tem também de ter capacidade para resistir a um autêntico suplício.
Desculpem: assim, não há cu que aguente...

sexta-feira, 4 de abril de 2025

Será que PS e PSD só actuam pelo temor (... na Figueira, desnecessário) que têm da morte... (2)

Manuel Cintrão
Obviamente que também é o que penso, sendo também uma opinião pessoal.
Citando outra vez MANUEL COSTA CINTRÃO"Qualquer observador atento à vida política concelhia, está consciente que, regra geral, não se verifica, na realidade, acção política permanente por parte destes partidos.
Surgem, na realidade, nas eleições autárquicas que, de facto, (re) surgem para “lutar” pela conquista de lugares na vereação e Assembleia Municipal, Nos Executivos de Junta e nas Assembleias de Freguesia. Depois, terminados estes eventos, ficam mergulhados no deserto do seu espaço político, num vazio imenso até às eleições seguintes."

Em tempo.
E pronto: está desvendado o segredo da existência do OUTRA MARGEM.
E não foi preciso ninguém pegar nesta existência, enchê-la de porrada e fazê-la confessar!.. 
Como já houve "abordagens", antes que fosse tarde, ficou desvendado o "segredo"... Fico-me por aqui...
Um aviso final: tenho guarda-costas. E com provas dadas ao longo de muitos anos...

E se for o fim de uma era?

Citando Daniel Oliveira:

"Tendo em conta as forças antidemocráticas prontas a abocanhar um poder apodrecido, a reeleição de um primeiro-ministro com este perfil ético e o seu reforço como prémio de uma estratégia que vê a sua própria fragilidade ética como uma oportunidade eleitoral, pode ser o derradeiro episódio de uma era

Além da Solverde, as relações entre Montenegro, Câmara de Espinho e empresas com que a autarquia e ele próprio foram fazendo negócios continuarão a aparecer, a conta-gotas, na imprensa. Talvez a casa de Montenegro, tema que a comunicação social tinha fechado com a simples exibição de um dossier, seja o link mais fácil. Como a ética republicana não começa e acaba na lei, não preciso de saber se cometeu ilegalidades. Disso trata a justiça."

... não há, nunca houve em cerca de 50 anos de eleições democráticas, uma visão global para a Figueira, nem da parte do PS, nem da parte do PSD


"Vou arranjar mais uns "inimigos" no PS figueirense, a juntar ao rol. Mas é o que penso, por isso não vai ficar por dizer.

O PS Figueira, com a candidatura do Coronel Victor Rodrigues, certamente uma pessoa estimável, encontra-se politicamente num beco sem saída.
Quem pensa que Daniel Azenha, outra pessoa estimável, pode ser o futuro, ponha os olhos nos ex-jotinhas João Portugal e João Paredes.
O que têm a dizer, por exemplo, socialistas figueirenses como Fernando Cardoso, Herculano Rocha, Carlos Beja, António Alves, João Portugal, Joao Paredes, José António Paz Cardoso, José Iglésias, Teresa Coimbra, Nuno Melo Biscaia, Pedro Biscaia, entre outros?"

quinta-feira, 3 de abril de 2025

Legislativas 2025: lista CDU por Coimbra

Via Beira Digital TV

"A lista da CDU por Coimbra: Fernando Teixeira, advogado; João Rodrigues, professor da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra; Manuela Santos, professora e dirigente sindical; António Baião, controlador de caixa e ex-eleito local; Teresa Costa, mediadora de seguros e membro do Conselho Nacional do Partido Ecologista “Os Verdes”; Daniel Nunes, professor e produtor cultural; Ana Francisca, estudante universitária e membro da Juventude Comunista Portuguesa; Paulo Ferreira, operário fabril e dirigente sindical; Carla Lopes, enfermeira especialista em saúde mental; Sérgio Dias Branco, professor universitário e dirigente sindical; Vanda Pereira, supervisora de loja e delegada sindical; Francelina Cruz, auxiliar de ação médica e dirigente sindical; Carolina Rocha, investigadora e bióloga; e Fernando Moitas, calceteiro e dirigente sindical."

Dia Nacional dos Moinhos

O Município daFigueira da Foz assinala o Dia Nacional dos Moinhos e Dia dos Moinhos Abertos, em parceria com a associação Mó Gândara, de 5 a 9 deste mês. As comemorações têm lugar no Centro Interpretativo – Complexo Molinológico, equipamento municipal situado em Cunhas, na freguesia de Moinhos da Gândara. Durante 4 diasdias, realizam-se atividades lúdicas para a comunidade escolar e público em geral. A participação é gratuita, exceto o almoço tradicional, com broa e sardinha assada na telha, no dia 6. As restantes iniciativas, assim como o agendamento de transporte, assegurado pelo município, estão sujeitos a inscrição obrigatória, até hoje, através do e-mail servico.educativo@cmfi gfoz.pt.




Hora da Verdade com Miguel Poiares Maduro

"É uma das poucas vozes relevantes do PSD que critica sem espinhas o líder do partido. Miguel Poiares Maduro, antigo-ministro Adjunto e para o Desenvolvimento Regional no Governo de Passos Coelho e vice-presidente da Associação para o Desenvolvimento Económico e Social (SEDES) lamenta que Luís Montenegro olhe para "o escrutínio como uma ofensa" no que toca às perguntas relativas à empresa Spinumviva, mas acredita que a AD vai ter um "reforço eleitoral" no dia 18 de maio."

Para ouvir clicar aqui.

PS aposta em Pedro Delgado Alves por Coimbra

Depois de alguma indecisão, o PS vai apresentar o deputado Pedro Delgado Alves como cabeça de lista por Coimbra. A escolha de Pedro Nuno Santos foi o vice-presidente da bancada parlamentar do PS, nome que estava indicado como número dois por Lisboa.

quarta-feira, 2 de abril de 2025

Como diria o outro: "estas coisas não se inventam"

"Montenegro está pois, a toda a força, a ultrapassar o Ventura em demagogia, em populismo, em indecência."

Via Expresso

"Um autocarro com a identidade visual da cidade do Porto pára na Rua Formosa, no coração da baixa da Invicta. Do seu interior, sai o Governo em peso: 17 ministros, acompanhados por 40 secretários de Estado, que na manhã desta quarta-feira marcaram presença na reunião do Conselho de Ministros, realizado no Mercado do Bolhão.

É certo que não foram distribuídos panfletos nem canetas, tampouco se viram bandeiras laranjas agitadas, mas em tudo o resto se assemelhou a uma ação de campanha. Até uma mensagem foi enviada para os militantes do PSD, a apelar para que fossem “cumprimentar o presidente” do partido. Além disso, este foi também o dia escolhido por Pedro Duarte, ministro dos Assuntos Parlamentares, para anunciar oficialmente que é o candidato do PSD à Câmara Municipal do Porto."

Legislativas: lista PS por Coimbra

Segundo o jornal Público, "José Luís Carneiro gera confusão em Braga e pode ser o número 1 em Coimbra".

Actualização às 12 horas e 10 miuntos: 
"parece mentira: porque havia necessidade de ser escolhida a lista que irá a eleições, os socialistas acabaram por aprovar por maioria os nove elementos que acompanham o cabeça-de-lista mas sem se saber quem ele é.
A escolha acabou por recair nos seguintes nomes: Rosa Isabel Cruz, Pedro Coimbra, Daniel Azenha (Juventude Socialista), Olga Nunes (Tábua e presidente das Mulheres Socialistas), Áurea Andrade, Paulo Carreiró, Lara Henriques e Fátima Nunes."
Desta forma, Raquel Ferreira, presidente da coincelhia figueirense  e actual deputada, fica fora da lista nas legislativas de 18 de Maio p.f.

Para que serve o rearmamento da Europa?

"Parece não restarem muitas dúvidas de que os líderes europeus não têm nas suas mentes uma estratégia de dissuasão, mas sim outra mais exigente em meios, para além de ser mais perigosa."

O Major-General Carlos Branco publicou no Jornal Económico um importante texto, que vale a pena ler na íntegra, que termina assim.

"Os dirigentes europeus estão amuados com a nova Administração norte-americana que lhes exige uma maior participação financeira na NATO. Despeitados pelo novo patrão os tratar com maior rudeza passaram a comportar-se de um modo insensato, sendo os principais responsáveis pela rotura com Washington a que temos assistido. Sem pensamento estratégico parecem dispostos a arrastar a UE para uma grande guerra contra a Rússia.

A União Europeia caminha sonâmbula para uma guerra perdida, à qual não tem capacidade para alterar o destino, cujo instigador está a abandonar por ter percebido que não a vai ganhar, tal como aconteceu no Afeganistão, coisa que os europeus ainda não atingiram.

Enquanto a necessária modernização das forças armadas europeias se basear em pressupostos errados, nada de bom se poderá esperar dela. Como diz Matos Gomes “este mantra [do rearmamento] assenta num conjunto de sofismas, de deturpações grosseiras… faz parte da comédia de enganos com que os dirigentes da Europa estão a iludir os europeus.” A Europa, que nasceu como um projeto de paz vencedora do prémio Nobel 2014, está a converter-se num projeto de guerra."

Variante de Quiaios: "o projeto de execução e o lançamento do concurso público para a construção da variante serão votados a 9 de Abril em reunião de câmara"

"A adjudicação da construção da Variante de Quiaios, com quatro quilómetros de extensão, deverá ser efetuada até ao verão, adiantou o presidente da Câmara da Figueira da Foz, Santana Lopes, ao DIÁRIO AS BEIRAS. Isto se não forem colocados (mais) obstáculos.

Entretanto, o projeto de execução e o lançamento do concurso público para a construção da variante serão votados na reunião de câmara do dia 9 deste mês.

Ao longo de várias décadas, diversos presidentes da autarquia figueirense reconheceram a necessidade de se construir uma variante entre a sede da freguesia e a Praia de Quiaios, através da floresta." 

terça-feira, 1 de abril de 2025

Para acabar o dia das petas ...

Hoje, 1 de Abril de 2025, 
O Dia das Mentiras, també conhecido como o Dia das Petas, celebrou-se com alegria (e alguma malícia) neste espaço.
OUTRA MARGEM publicou várias postagens. A saber:

Nota de rodapé.
Hoje como sabem é dia 1 de abril.
Esperemos ver escrito nos jornais tudo o que é verdade, outra vez, amanhã!