Muhammad Ali, uma lenda do boxe mundial morreu aos 74 anos.
Fica para a história não só como pugilista, mas como alguém que se recusou a seguir as convenções dentro e fora do ringue e como um defensor dos direitos dos negros.
Campeão olímpico em 1960 , Muhammad atirou a medalha de ouro no rio Ohio porque recusaram servir-lhe num restaurante por ser negro. «Eu sei que tive sucesso enquanto os negros estão num inferno. Mas enquanto eles não forem livres eu não sou livre», afirmou ainda.
Manteve o título de campeão do mundo até 1967, altura em que foi afastado por se recusar a participar a integrar o exército norte-americano e opôs-se com veemência à guerra do Vietname. Apesar de escapar à prisão, acabou por ser afastado dos ringues durante três anos.
"O boxe beneficiou muito com o talento de Muhammad Ali, mas não tanto como os homens beneficiaram do seu humanismo".
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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