segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Carta aberta a um presidente de câmara que quer ser ministro – de preferência da justiça...

Exmo. Senhor: 
Antes de tudo, os meus mais respeitosos cumprimentos a V. Exª. 

1. Agora, que já está eleito o seu elevador, inscreva-se urgentemente no PS. Vá aparecendo na sede do partido, ma não fale muito nesta fase. 
2. Depois de estar inscrito, não demonstre a sua opinião pessoal nas reuniões do partido. A melhor receita para ir longe é deixar que os outros se queimem com as suas opiniões...Vá andando e vendo. Aprenda com o seu vice-presidente...
3. Quando se iniciar a próxima campanha eleitoral, dado que a sua âncora é o candidato, continue a colar-se a ele que nem uma lapa. 
4. Entretanto, o que não é difícil, vá continuando a aparecer, cá pela Figueira e no distrito, várias vezes na comunicação social. 
Sobretudo, não esqueça as fotografias.  
O seu status social irá aumentar. Não esqueça: quem não é visto, é esquecido! 
5. Se assim fizer não se preocupe: agora que está eleito o seu candidato, V. Exa. será recompensado, pois ele gosta de cuidar dos que cuidam dele. 
6. Assim que tenha poder dentro do partido tenha cuidado: fale, mas não saia do politicamente correcto dentro da organização. 
7. Não esqueça de candidatar-se a um órgão partidário de fantochada. 
Os partidos – todos os partidos - têm dezenas de órgãos de fantochada. 
8. Agora, é fundamental que o novo chefe do partido e os que o rodeiam achem que V. Exa. é uma mais valia.
Se assim conseguir que aconteça, tem o caminho aberto para subir na hierarquia partidária. 
9. Cada caso é um caso, mas não esqueça que o seu é caso especial.
Não precisa, portanto, de calcorrerar o percurso habitual: primeiro assessor, depois deputado – e por aí adiante até chegar a Ministro. 
Se seguir este meu desinteressado conselho, V. Exa. será certamente recompensado pelo trabalho em prol do partido. 
O seu ego poderá naturalmente subir e ser avistado lá por Lisboa. 

Desde já, parabéns.
De V. Exa.
Muito atentamente
António Agostinho

domingo, 28 de setembro de 2014

Não deixa de haver alguma ironia no facto...

Pinto da Costa: "Senti-me vigarizado" por Passos Coelho e Cavaco Silva no caso BES...

O mal menor?..

Hoje, durante o dia, falei com vários militantes e simpatizantes do PS que foram votar...
Conhecidos os resultados (Seguro acaba de se demitir em directo na RTP1), penso que, neste momento, a maioria deles, é "gente feliz com lágrimas"...

Na Aldeia... (XXII)

Faltam 20 e poucos dias. 
Será que a estratégia vencedora, vai acabar por ser, baralhar e dar de novo... o velho
Sem baralho novo! 
Já deu para ver que o jogo está viciado e as cartas marcadas. 
Há jogo por debaixo da mesa e as regras foram alteradas. 
Já os espectadores interessados, e putativos participantes, parece-me que uns estão frustrados, outros desmotivados - mas todos zangados
No fundo, é mais do mesmo:  tudo se repete, até os maus comportamentos vão estar em crescendo. 
Com sabemos, os jogadores que ganharam na última jornada, acabaram destronados do pódio. A Aldeia, sem sólidas regras de conduta, ficou aparentemente num beco sem saída. 
Porém, em democracia há sempre alternativa e as pessoas ouvidas. 
Então foi assim: para evitar a continuação da agonia da Aldeia, e das suas gentes, estas intercalares, mais de uma inevitabilidade, foram mesmo uma urgência. 
Por conseguinte, a última palavra vai ser nossa. 
Segundo a opinião da generalidade dos analistas locais, se os houver, os debates sobre a Aldeia vão ser vazios de conteúdo político e a coisa vai piorar lá para o final, quando a conversa endurecer e, da troca de ideias, se passar para a troca de galhardetes pessoais e, depois, para os boatos e os quase insultos. 
Nestas eleições intercalares para escolher o “regedor”, no que falta cumprir ainda desta legislatura na Aldeia, a aparente ausência de estratégias é, no mínimo, estranha e confrangedora.
Vamos acreditar nos eleitores e pensar positivo...

Agostinho da Silva, um pensamento a descobrir

“São meus discípulos, se alguns tenho, os que estão contra mim; porque esses guardaram no fundo da alma a força que verdadeiramente me anima e que mais desejaria transmitir-lhes: a de se não conformarem”.

sábado, 27 de setembro de 2014

E Montemor aqui tão perto...

Li isto, há tempos já não sei onde: “a uma democracia, não basta que os seus cidadãos seja honestos: é também necessário que o possam parecer”.
Li isto hoje no jornal AS BEIRAS: "Emílio Torrão (PS), eleito nas autárquicas de setembro do ano passado, classificou de danosa a gestão do seu antecessor, Luís Leal (PSD), depois de terem sido apresentados os resultados da auditoria externa realizada pela Delloite, que aponta para uma dívida de 34,4 milhões de euros, à data de 31 de outubro de 2013.
Neste contexto, a sessão acabou por ser bastante conturbada, revelando a existência de 29,4 milhões de euros de dívida registada, mais cerca de cinco milhões em compromissos assumidos mas não facturados e outras dívidas não contabilizadas ainda na contabilidade."
Foi já durante a discussão política dos resultados apresentados que o anterior presidente da câmara, Luís Leal, actual deputado municipal, disse que não discutia assuntos com um “impreparado, incompetente e imbecil”, referindo-se ao actual líder do executivo, que saiu imediatamente da sala como forma de protesto. O presidente da Assembleia Municipal, Fernando Ramos, acabou por cortar a palavra a Luís Leal e repreender a sua atitude.
Em declarações à agência Lusa, o auditor Luís Barbosa disse que o município de Montemor-o-Velho não consegue libertar meios para amortizar a dívida e deve “partir para um processo de renegociação”.” 
Perante isto, um cidadão não enfeudado na política partidária, pergunta-se: uma democracia é isto?
Não, não é. 
Em Portugal, porém, actualmente, é. E basta ver exemplos como este.
Basta ver, com olhos de ver, para verificarmos em que grau de democracia nos encontramos: no grau zero, de facto, e, talvez de direito.

Ontem na Zona Industrial da Gala

«É uma honra recebê-lo», disse ontem Avelino Gaspar, o empresário responsável pela criação do grupo Lusiaves, no discurso com que recebeu Cavaco Silva.
Ontem, como faço em muitos outros dias, nas minhas caminhadas diárias, passei junto às instalações dos novos pavilhões do centro de incubação da Lusiaves, que ontem à tarde foram inaugurados na Zona Industrial da Figueira da Foz. 
E, ontem, também fiquei agradecido ao professor Cavaco Silva. 
É que ontem, ao contrário dos outros dias, cerca das 15 horas, que foi a hora em que por lá passei de bicicleta, respirava-se perfeitamente, quando o normal, ao contrário de ontem, era haver um cheiro pestilento e nauseabundo, que era o que respirava normalmente, até ontem, no topo sul da zona industrial da Gala. 
Espero, por isso, que dias como o de ontem se repitam a partir de agora todos os dias, e que o dia de ontem não seja, apenas,  um sinal triste de que a reforma de que Portugal precisa não passa só pela política, mas também pelas mentalidades, inclusive da dos "alegados" sectores mais dinâmicos da sociedade...

Na Aldeia... (XXI)

Actualização:
ATENÇÃO ALTERAÇÃO DE LOCAL DEVIDO AO MAU TEMPO: a apresentação vai ser no Clube Mocidade Covense.

Daqui

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

«Striptease bancário» é coisa de pobre


«Trata-se de um direito de reserva da minha vida pessoal. (...) Se cada vez que alguém fizer insinuações tiver de fazer o striptease da minha conta bancária para deleite de leitores de jornais, isso não faço». (Passos Coelho).

«O Governo decidiu que os beneficiários do rendimento social de inserção [ficam sujeitos a] (...) novas regras, de "maior controlo, maior combate à fraude, maior combate ao excesso", (...) apesar de o RSI ser a prestação social objeto de controlo mais rigoroso em Portugal, incluindo a admissão de violação do sigilo bancário dos seus beneficiários. Ser beneficiário do RSI dá direito, por definição, a ser-se suspeito de fraude e de preguiça. Até prova em contrário que cabe ao próprio evidenciar.» (José Manuel Pureza).

Via Ladrões de Bicicleta

Tudo como dantes, quartel general em abrantes...

Blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá... 
Mas, entretanto, o essencial continua por esclarecer. 
Nomeadamente: quanto recebeu em despesas de representação? (presumo que haja limite para essas despesas...); porque não declarou essa verba quando fez o requerimento?; qual a compatibilidade dos montantes recebidos com o regime de exclusividade?   
Gostava também de saber se Pedro Passos Coelho, até ao fim do debate, ainda vai dizer  “que é preciso alguém nascer duas vezes para ser tão honesto como ele”, mas não vou esperar pois está um sol tão bonito lá fora e a minha paciência tem limites...


Em tempo.
Via Delito de Opinião, "A paz quer-se pôdre".
Já se ouve por aí dizer a propósito do que tem saído na Imprensa sobre a Webrand/PSD e a Tecnoforma/ Passos Coelho que "qualquer dia ninguém vem para a política, porque ninguém é santo". São desabafos laranjinhas, mas se fossem outros os apertos logo mudariam de cor. O que interessa é perceber que mais do que reflectirem um nervosismo "clubista" denunciam uma total indiferença pela coisa pública. A preocupação não se foca nos eventuais dolos, mas nos putativos infractores, vistos neste contexto como vítimas de uma caça às bruxas. Esta é a nossa cultura cívica. Temerosa, reticente e dual. Se para moralizar o sistema é preciso escrutinar os nossos, o melhor é deixar estar.

Oxalá que o mau cheiro não incomode Sua Excelência e a respectiva comitiva...


O Presidente da República, Cavaco Silva, visita hoje, pelas 15H30, o Centro de Incubação do Grupo Lusiaves, no Parque Industrial da Figueira da Foz.
Oxalá que "a inspecção aturada", entretanto realizada pela câmara municipal, tenha chegado à origem do cheiro nauseabundo que se respirava por aqueles lados, a fim de evitar o incómodo à ilustre figura, e respectiva comitiva,  que hoje vai estar no topo sul da zona industrial da Gala. 

Se calhar temos o que merecemos no nosso concelho: nem sequer alcançámos ainda a maturidade que separa o trigo do joio...

A notícia é da edição de ontem do jornal AS BEIRAS. 
Nesta semana, os vereadores Miguel Almeida e António Tavares, nas suas habituais crónicas de opinião no jornal AS BEIRAS abordaram o assunto. Também nesta semana, o eng. Daniel dos Santos abordou o assunto.
Segundo a notícia "o plano estratégico para o desenvolvimento do concelho não vai ser objecto de discussão pública",  o que é de lamentar, pois "o que está  em causa - cito de novo o eng. Daniel Santos -é a clarificação dos objectivos que pretendemos para a Figueira e os caminhos que a eles conduzirão."

Já tinha pensado nisto...

O PSD quer manter-se no poder e sabe que dificilmente o conseguirá com Pedro Passos Coelho. Que jeito daria se caísse agora. Que jeito daria apresentar-se a eleições, deixa cá ver, por exemplo com alguém como Rui Rio no seu lugar. António Costa, o António mais bem posicionado para ganhar a corrida no PS, até fez o favor de assumir publicamente que um entendimento com o PSD de Rui Rio é uma ideia que lhe agrada muito. E é uma ideia que com toda a certeza ainda agradará mais a Cavaco Silva, que poderá sair do seu torpor a qualquer momento. Não é todos os dias que surge uma oportunidade destas para insuflar uma coligação com expressão parlamentar suficiente para rever a Constituição e pulverizar o que ainda resta do que conquistámos em democracia. Já vimos de tudo, é impossível prever se Passos Coelho resistirá a mais esta ou não. Mas que faz sentido que caia agora, quer-me cá parecer que sim. Seria a forma mais airosa de aguentar o regime durante mais uns tempos. Pelo menos até que não sobre nada que valha o suficiente para alimentar a fome de poder.

A hora do fantoche, via O país do Burro

Nostalgia do verão...


O verão – este verão – terminou há poucos dias.
Poucos dias depois de ter terminado este verão, quem já viveu, como eu, inúmeros Verões, fica com a sensação que, depois do verão, todos os Verões são o mesmo verão. 
Este verão que terminou há poucos dias, porém, teve uma particularidade: mostrou que, mesmo no verão, em termos climatéricos, pode haver verão e ausência de verão.
Os Verões passaram um após outro – já lá vão sessenta. Mais do que isso, porém, tenho a sensação de que voaram.
Contudo, a realidade é que eu é que fui passando. Eu é que voei.
O verão, melhor os Verões ficam para sempre.
Eu, por acaso, tenho a certeza que não!..

"O rei vai nu"!.. Não liguem, tudo isto não deve passar apenas de um problema de memória... O RSI não permite que as pessoas se desenvolvam. Já pedir subsídios indevidos à AR apenas revela grande capacidade de empreendedorismo...

"Passos Coelho escondeu, há cerca de vinte anos, umas massas ganhas numa empresa, não as declarando ao fisco e tendo-as recebido a latere do seu estatuto de deputado, que o obrigaria à exclusividade. Cometeu, assim, várias ilegalidades, embora naquele tempo não incidissem ainda sobre nenhuma delas o juízo censório que hoje as condena às penas do inferno, cada uma delas agora mais gravemente punida do que um homicídio qualificado, cometido com requintes de malvadez. 
Por mim, que entendo não existirem, no plano metajurídico, crimes económicos contra o estado e que defendo que os únicos crimes desse género são os que o estado insistentemente comete contra a propriedade privada, Passos Coelho não seria incomodado. Até porque, como ele, nessa altura, antes e depois, muitos outros fizeram igual ou pior, isto admitindo que é mau e merecedor de responsabilização jurídico-criminal não entregar coercivamente ao estado aquilo que legitimamente nos pertence. 
O problema é outro e está no facto de Passos Coelho chefiar um governo que promoveu o maior saque fiscal de que há memória aos contribuintes portugueses, e que ameaça os incumpridores com as penas do inferno, cuja execução efectiva tem sido motivo de especial orgulho dos responsáveis pelo ministério da tutela, desde logo do respectivo secretário de estado, por sinal saído das hostes do “partido dos contribuintes”
Ora, mais do que a duplicidade de atitudes (quanto aos critérios, só nos poderemos pronunciar depois de haver uma conclusão sobre os factos), o que incomoda aqui é a hipocrisia do poder em relação a muita gente honesta que não entrega ao estado aquilo que ganha, por razões, por vezes, de mera sobrevivência, o que não terá sido certamente o caso de Passos Coelho, caso o tenha feito. 
Vejam-se, por exemplo, os milhares de gestores de empresas em risco de falência, que pagam salários com o que deveriam entregar ao estado, para ver se conseguem salvar as empresas e os postos de trabalho, e que se vêem a braços com processos-crime, condenações, penhoras e penas de prisão. É para esta realidade de um país falido e asfixiado fiscalmente que os governos deveriam olhar quando põem os seus responsáveis a dizer baboseiras sobre a evasão fiscal e o que vão fazer a quem a comete. Até porque, quando menos se espera, em cima do melhor pano cai a nódoa. 

Via Blasfémias

“A CDU é uma alternativa ao poder na freguesia de São Pedro”

foto Pedro Rosa
No seguimento do processo que ditou o afastamento de António Samuel como presidente da Junta de Freguesia de São Pedro – autarca que terá usado verbas públicas para fins privados – a CDU apresentou hoje à tarde a lista que concorre à presidência deste órgão autárquico.
Manuela Ramos, a cabeça de lista, promete “honestidade, competência e transparência» na gestão elecando como prioridade “a pressão” a exercer junto das entidades competentes na protecção da orla costeira.
“Mais dois ou três anos e tudo se complica, alguém vai ter de ser pressionado, é preciso ter os olhos voltados para este problema”
, disse a candidata.

Antes, Silvina Queiroz o anterior executivo afirmando que “os últimos tempos demonstraram claramente que os eleitos não estiveram à altura das suas responsabilidades ao permitirem que continuassem ou se instalassem práticas altamente reprováveis, ilegítimas e ilegais, de administração dos valores públicos colocados à sua guarda”.
A comunista recusa “a ideia insistentemente propalada de que os partidos e os políticos não todos iguais”, acreditando que os eleitores de São Pedro “saberá separar o trigo do joio” e “responderá de forma condigna” ao acto eleitoral de 19 de outubro próximo.
“A CDU - defendeu Silvina Queiroz - “é uma alternativa ao poder de São Pedro”. 
Via Figueira na Hora

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Conheço tão bem este paleio...



"Portas diz que Portugal já superou a crise"!.. 
Só se devia falar quando se tem algo de substancial para dizer, senão mais vale estar calado...

Agenda Local 21, o Plano estratégico e o PDM

Como começa por escrever  na sua crónica de hoje no jornal AS BEIRAS o eng. Daniel Santos, "no início de setembro foi desenvolvidamente apresentado em reunião de câmara o modelo em desenvolvimento para a consagração do planeamento para o concelho da Figueira da Foz, o qual incluía a Agenda Local 21, o Plano estratégico e o PDM".
Dada a relevância do tema, publicámos neste espaço o texto que pode ser lido aqui.
Já nesta semana, os vereadores Miguel Almeida e António Tavares, nas suas habituais crónicas de opinião no jornal AS BEIRAS abordaram o assunto.
Como sabem, não é difícil fazer postagens a criticar os políticos, nomeadamente, as decisões do presidente e da vereação camarária. 
Ao contrário do que muita gente pensa, essa é a parte de que menos gosto de executar na confecção deste Outra Margem.
Confesso, que essa é sempre uma tarefa penosa, mas, também não posso omitir que, na nossa cidade, são mais as vezes que me oferecem para me revoltar com a apatia, a falta de democracia e respeito pelos figueirense, o mau gosto ou o autoritarismo dos políticos locais, do que hipóteses de sublinhar o que de bom é feito. 
A realidade é o que é... 
Por exemplo, gostava que houvesse planeamento e estudo sobre o futuro do concelho, das freguesias, das vilas e das aldeias, que se pensasse e discuti-se a Figueira, o seu passado, o seu presente e o seu futuro - no fundo de onde veio, onde está e para onde quer ir
Nos últimos 40 anos a cidade sofreu enormes mutações.
Transformou-se. 
Porém, fê-lo lentamente e sem se desligar da fachada e dos clássicos chavões - “a cidade da moda”, “a rainha das praias de Portugal”, “a praia da claridade”.
No fundo, tudo aquilo que marcou as décadas de 40, 50 e 60 do século passado. 
Nos dias de hoje, sabemos em que ficou transformada, por acção do homem, aquela que foi considerada a "melhor praia de Portugal", como escreveu Ramalho Ortigão no final do século XIX...
Neste registo, é fácil "falar mal" - ainda que não gostem, é uma liberdade a que, por enquanto,  são obrigados a conceder os nossos estimados eleitos pelo povo... -, e dizer que as iniciativas têm andado ao sabor das agendas políticas, interesses imobiliários e a um ou outro rasgo individual e avulso.
As crónicas desta semana dos vereadores Miguel Almeida e António Tavares, publicadas no jornal AS BEIRAS, demonstram isso mais uma vez: não passam de visões partidárias, logo, redutoras do assunto que mais afecta o dia a dia de todos os figueirenses.
E continuamos nisto, o que é de lamentar, pois "o que está  em causa - cito de novo o eng. Daniel Santos - é a clarificação dos objectivos que pretendemos para a Figueira e os caminhos que a eles conduzirão."
Nada mais indicado, portanto, "para evitar o divórcio geral, que se esclareça e discuta o mais possível de modo a todos entendermos do que estamos a falar".

Conferência de imprensa da CDU

A fim de apresentar a lista concorrente às Eleições intercalares na Freguesia de São Pedro, a CDU realiza uma Conferência de Imprensa, hoje,  4ª. feira, dia 24 de Setembro pelas 17,30 horas no Centro de Trabalho do PCP na Figueira da Foz.

Na Aldeia... (XX)

É ou não o máximo viver na Aldeia?
Quem, na cidade ou nas vilas do nosso concelho, tem esta diversão extra de eleições autárquicas intercalares em Outubro de 2014?

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Debates António António (III)

“Não há meias verdades” (George Bernanos, 1888-1948).

P.S.
- Balanço final: ainda bem que acabaram estas conversas completamente inúteis.

Bairrismos (II)

Segundo o jornal As Beiras de 20 de Dezembro de 2006, “o porto comercial iria ser gerido por uma Sociedade Anónima com100 por cento do capital do seu congénere de Aveiro”, como foi comprovado pela realidade que todos conhecemos.
“Não há lugar para bairrismos”, disse o então presidente da câmara municipal da Figueira da Foz, eng. Duarte Silva, eleito pelo PSD.
Os operadores locais não aplaudiram a decisão. Eles lá sabiam porquê.
Nos dias que passam, “M
iguel Almeida desafiou o executivo camarário no sentido de este exigir ao Governo a inclusão de um figueirense, ou de alguém que defenda firmemente os interesses da Figueira da Foz, no próximo conselho de administração do porto de Aveiro, nomeado em breve. O vereador Somos Figueira defendeu que é imperioso a Figueira da Foz estar representada no órgão deliberativo que tutela o porto figueirense e que a autarquia deve intervir no imediato, em vez de aguardar pela decisão do Governo e criticá-la depois”!..

Ainda bem que as cagarras foram salvas em devido tempo...

A aposta é elevada e o risco deve ter sido enorme: “Independentistas das Canárias ocupam Selvagem Pequena”. 
Muito ainda se há-de dizer, muito ainda se há-de escrever - só que ainda não se pensou o suficiente. 
Ana Gomes, quando se pronunciar, há-de apontar os culpados...

Tão simples como isto...

Passos Coelho invocou "exclusividade”, Parlamento diz o contrário
 
«[...] se esteve em exclusividade não podia ter recebido qualquer pagamento pelo exercício de actividades profissionais exteriores ao Parlamento. E se não esteve em exclusividade, [...], isso quer dizer que recebeu indevidamente cerca de 30 mil euros, correspondentes a parte do subsídio de reintegração que requereu e foi aceite. 

Mas se for verdade que recebeu cinco mil euros por mês da empresa Tecnoforma, entre 1997 e 1999, para desempenhar as funções de presidente do Centro Português para a Cooperação (CPPC) — uma organização não-governamental criada por aquela empresa para lhe angariar financiamentos internacionais —, então o problema é bastante mais complicado: terá violado as regras da exclusividade e terá incorrido num crime fiscal por não ter declarado tais rendimentos nas suas declarações de IRS.»

Figueira virtual...

Segundo o que pode ser lido no jornal AS BEIRAS, na reunião camarária de ontem, foi tornado público que a Figueira Domus está a renegociar a dívida, de 13 milhões de euros, com a Caixa Geral de Depósitos. Na apresentação do relatório semestral das contas, o presidente da empresa municipal, Hugo Rocha, adiantou que decorrem conversações com o banco do Estado para “converter tudo no médio e no longo prazo”.
Neste momento, a empresa municipal de habitação social tem encargos de 100 mil euros por mês com a dívida. No final do ano, soma, pois, 1,2 milhões de euros. Destes, 700 mil são relativos a juros. “Vamos ter uns anos valentes para sanarmos esta situação”, advertiu Hugo Rocha.
A reprogramação da dívida perspectiva aliviar os encargos anuais, através da dilatação do prazo de pagamento. E inclui os incumprimentos “que vêm de trás”, cujo montante Hugo Rocha desconhecia, quando foi indagado acerca do assunto pela vereadora da oposição Anabela Tabaçó.
A autarca da coligação Somos Figueira alertou ainda para a obrigatoriedade de a empresa colocar na internet as contas, os orçamentos e demais documentos que a lei obriga a tornar públicos. Anabela Gaspar, administradora da Figueira Domus, justificou que a falta de informação se deve a “um problema informático provocado por um programa pirata”.
O Verão agora terminado, aqui pela Figueira, foi pouco dado a temperaturas altas e noites envolventes, mas em compensação foi abundante em temas escaldantes, cujos próximos capítulos ficamos a aguardar.
Nem o argumentista mais imaginativo conseguiria desenvolver uma história com esta riqueza!
Olhem que original:  Anabela Gaspar, administradora da Figueira Domus, justificou que a falta de informação se deve a “um problema informático provocado por um programa pirata”!..
Como sabemos, por experiência própria, com o computador uma simples idas às compras tornou-se mais simples, marcar um lugar num avião, reservar um hotel, estabelecer uma ligação telefónica ou efectuar uma operação bancária, demora apenas alguns segundos.
Porém, quando a justiça não funciona, o trânsito se engarrafa porque os semáforos não funcionam, ou as contas da Figueira Domus não são divulgadas, a culpa é do computador, essa fascinante, mas também irritante máquina de quem não podemos reclamar e a quem não podemos passar um raspanete ou certificado de incompetência, porque não nos ouve nem nos responde - pelo menos, por agora...
Uma administradora da Figueira Domus,  teve uma oportunidade de ser diferente, portanto, relevante. 
Decidiu ser o costume... 
A realidade, pelos vistos, também pela Figueira, continua virtual.

"Plano Estratégico"

António Tavares, vereador PS, no jornal AS BEIRAS

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Não estamos preparados para a chuva

Basta que chova bem uns minutos, para logo as ruas se encheram de água. As sarjetas não escoam, os passeios estão esburacados ou mal feitos, as ruas desniveladas com os veículos a lançarem nuvens de sujidade contra os transeuntes. 
Esse, porém, não é só um problema de Lisboa -  com bem sabem os figueirenses. 
Alguém das edilidades deveria estudar a fundo este quase "fenómeno" e tomar as devidas precauções. 
Para bem de todos os lisboetas - e não só, como bem sabem os figueirenses!..

"Indefinição estratégica"

Miguel Almeida, vereador Somos Figueira, no jornal As Beiras

De escritor-promessa da geração de 1990 a persona non grata do meio literário português, eis Paulo José Miranda...

Paulo José Miranda foi o primeiro prémio Saramago. Depois desapareceu. Ao contrário dos tordos, dos peixotos, dos hugos-mães e de outros “accionistas da própria propaganda” - ícones de uma certa literatura de massas, “laite”, ou de supermercado- Paulo nunca teve promoção com turnê organizada, nem convite para escrever em jornais e revistas de referência (ele acha que sabe porquê – “tem a ver com a compreensão, muito correcta, do que é a minha escrita”). Foi-se embora. Mas, ao contrário de Camões, não voltou nem vive da tença. Está agora no Brasil, onde foi descoberto por João Paulo Cotrim, da editora Abysmo, que lhe está a editar a obra.
Graças ao Fernando Campos, a quem agradeço desde já, descobri este escritor no supermercado... 
Fiquei a saber que de dois em dois anos, no outono, quando Pilar del Río anuncia o Prémio Saramago, há sempre alguém que pergunta «o que é feito de Paulo José Miranda?», e há sempre alguém que responde: «Foi para a Turquia, gastou todo o dinheiro em vinhos caros e ficou por lá.» 
Como não há mais pormenores, a conversa morre aqui e a lenda compõe-se com os detalhes que a imaginação de cada um permite. Porém, a realidade é outra, e se Paulo José Miranda está mais perto do que se supunha, a sua história é mais fascinante do que qualquer ficção que sobre ele se tenha inventado.

"Bairrismos"!..

Li a preocupação da vereadora dona Ana Carvalho e surpreendeu-me...
Todos sabíamos na Figueira que era isto que ia acontecer ao nosso porto comercial, menos quem mandava em Dezembro de 2006, depois de termos sido "apresados" por Aveiro: "Não há lugar para bairrismos”, disse o presidente da câmara municipal da Figueira da Foz de então, o falecido eng. Duarte Silva. Recordam-se?..
Senhora vereadora: como certamente não desconhece, o mundo, muito menos Portugal,  não está propenso a grandes esperanças, quanto mais a nobres atitudes. O mundo, e igualmente Portugal, está cada vez mais entregue a profissionais da sobrevivência profissional e política no jogo dos favores e na dança dos tachos.
São eles a nova elite, boçal e corrupta, que tudo contagia. É capaz de tudo, quando está em causa a candidatura a lugares proeminentes. 
É assim que se garante a   paz no mundo, em Portugal, na Figueira e em Aveiro -  por desalento.
Por aqui, a democracia está viva e recomenda-se - mas pela indiferença. O poder manda - mas por apatia. 
É redutor?..
É que temos...
Em 2006, lembra-se senhora vereadora, o governo era PS... Portanto.

domingo, 21 de setembro de 2014

Alguém que passe isto num próximo noticiário

"Tenho para mim que o melhor serial killer de sempre é o amor: já matou tanta gente e nunca cumpriu um dia de prisão."

PedRodrigues, no blogue Os Filhos do Mondego

sábado, 20 de setembro de 2014

Já que é assim tão difícil de confirmar!..

Segundo o Económico, "Passos não se lembra se recebeu dinheiro"!..
"Não tenho presente todas as responsabilidades que desempenhei há 15 anos, 17 e 18. É-me difícil estar a detalhar circunstâncias que não me estão, nesta altura, claras, nem mesmo nas supostas denuncias que terão sido feitas", sublinha ainda o referido jornal.
Óh senhor primeiro-ministro, por quem sois: já que deve ser assim tão difícil, não gaste a memória, 
o bom povo português que tricota telenovela e apaparica futebol nem vai dar conta do possível descuidoperdido que anda com as tropelias do Mourinho e as andanças de um Jesus...

Figueira da Foz - 132 anos de cidade

Hoje, sábado, dia 20 de setembro de 2014, comemora-se o 132.º aniversário da elevação da Figueira da Foz à categoria de cidade.
O programa iniciou-se com o hastear da bandeira do município, no edifício dos Paços do Concelho, pelas 09h30, seguindo-se a colocação de uma coroa de flores na estátua do Centenário, junto às Abadias, pelas 10h00.
Na Biblioteca Municipal, pelas 15h00, decorrerá o workshop “História(s) da Figueira”, orientado pela técnica Maria Emília Calisto e com inscrição prévia, sobre património arquitetónico da cidade e as memórias construídas por quem aqui nasceu e viveu. Pelas 17h00 será lançamento o livro de poesia “Descobre-me entre as linhas”, da jovem Sara Carvalho, natural de S. Pedro.
No Museu Municipal, até final do mês, estará patente a exposição do cunho e da medalha do centenário, da autoria de Dorita de Castel Branco, bem como da medalha do Dia do Figueirense, da autoria de Francisco Simões, que tem, numa das faces, a alusão ao dia do centenário e, na outra, ao Dia do Figueirense.
Durante todo o mês estará em exposição o busto em gesso que representa Carlos Luís Albarino Maia, uma das personalidades do secretariado executivo das comemorações do centenário da elevação da Figueira da Foz a cidade, que ocorreram em 1982.

Algumas perguntas, que podem servir apenas para passar tempo no intervalo dos momentos de ócio...

Ontem, publiquei um texto sobre a «moda», que pode ser lido na íntegra aqui.
Recordo este naco.
“Em troca de uma mão cheia de nada a nossa imprensa (repito: isto não acontece apenas na Figueira) demite-se da sua função, ficando cada vez mais refém dos timings e agendas de protagonistas, quando não do próprio ridículo.
A “nossa” imprensa (sublinho mais uma vez, local e nacional) não é melhor nem pior que aqueles que a rodeiam e manipulam, pelo que se calhar, essa cobardia confortável, serve a todos.
No fundo, no fundo, isto é o espelho do país – uma Aldeia de acomodados.
O importante, o que interessa relevar é o espectáculo, o circo, o Big Brother...
O António Tavares, que me conhece há dezenas de anos, sabe que isto nada tem a ver com a qualidade literária deste seu livro “As palavras que me deverão guiar um dia”, pois sempre pensei assim.”
Hoje, li no jornal o que vem a seguir. 
Depois de ler o texto do jornalista, interroguei-me:
Quem foram - pois a notícia nada diz de concreto sobre isso -  «os mais conceituados críticos da literatura portuguesa que não pouparam elogios ao livro»?
Que raio de desenvolvimento se seguirá? 
Baseado em quê? 
Nas perguntas corretas que os media estão a fazer, certamente que não!..
Para já, pelo que vi, limitam-se a ser meros veículos das agências de comunicação e limitam-se a  expressar o "pensamento único"
O que nos aconteceu? 
Que é feito dos jornalistas da minha Aldeia?
Como escreve o jornalista, António Tavares é vice-presidente da Câmara da Figueira da Foz e (penso eu, que tenho mau feitio...) as "secas" que tem vindo a apanhar com as 5ªs. de Leitura, estão a servir para alguma coisa...

Afinal, continuamos mais ou menos piegas Pedro!..

Lembram-se do  primeiro-ministro querer que os portugueses fossem "mais exigentes", "menos complacentes" e "menos piegas, para o país conseguir superar a crise?..

A moda

Objectividade, na informação da Figueira, tal como no resto do país, salvo as excepções do costume, é coisa que não está muito presente. Aliás, nem convém que esteja. Ninguém é criticado, promovido ou louvado, por ser competente ou incompetente, mas, simplesmente, por ser “próximo”, ou “amigo”.
Um exemplo. 
Quantas críticas fundamentas já foram publicadas e tiveram oportunidade de ler sobre o livro "As palavras que me deverão guiar um dia" do vereador e escritor dr. António Tavares? 
Eu, confesso, ainda não consegui ler nenhuma. 
Portanto, como é natural, não tenho opinião sobre a obra, porque também ainda não a li, o que farei, talvez, um dia destes
Que fique claro, para que não haja equívocos, o óbvio: o que está em causa, neste texto, não é a qualidade literária do autor e da obra. 
Este exemplo, serve apenas para realçar como as coisas funcionam na Figueira e no País, entre a imprensa e a sociedade que nos rodeia - o mundo económico, do futebol, da política, da cultura. 
Fulano ou sicrano tem boa imprensa, na exacta medida em que tem uma relação “próxima” com esta, e vice-versa.
Se fulano ou sicrano  são ou não competentes no que fazem, se estão há demasiado tempo na berra sem mostrar resultados palpáveis, isso, para a “nossa” imprensa é irrelevante, desde que, no dia a dia tenham “dicas” sobre que escrever. 
É assim a Figueira jornalística, como é assim o resto do País jornalístico. A objectividade da análise dos factos que se desejaria, é substituída, pela mera citação do Soundbite da confidência dos protagonistas.
Em troca de uma mão cheia de nada a nossa imprensa (repito: isto não acontece apenas na Figueira) demite-se da sua função, ficando cada vez mais refém dos timings e agendas de protagonistas, quando não do próprio ridículo.
A “nossa” imprensa (sublinho mais uma vez, local e nacional) não é melhor nem pior que aqueles que a rodeiam e manipulam, pelo que se calhar, essa cobardia confortável, serve a todos. 
No fundo, no fundo, isto é o espelho do país – uma Aldeia de acomodados. 
O importante, o que interessa relevar é o espectáculo, o circo, o Big Brother...
O António Tavares, que me conhece há dezenas de anos, sabe que isto nada tem a ver com a qualidade literária deste seu livro “As palavras que me deverão guiar um dia”, pois sempre pensei assim. 
Houve, em tempos, na Figueira, um mestre do "fait-divers", que felizmente passou fugazmente por cá, mas deixou escola. 
Santana Lopes,  nunca escondeu o que desejava: um poleiro. Aliás, ainda não desistiu... 
Entretanto, tem tido de calcorrear vários pelouros - alguns do pior. O mais penoso, porém, deve ter sido o de Primeiro-Ministro - aquele que, entre todos, exigiu mais trabalho, seriedade, contenção, responsabilidade, conhecimento, concentração e firmeza no propósito.
Não se saiu bem, mas sobreviveu. Continuou a andar por aí e, como habitualmente, este talentoso candidato a tudo, já tem nova candidatura à vista. 
Apesar de não parecer, António Tavares aprendeu muito com Santana Lopes.
E a prova aí está: o homem sabe o que está a fazer. 
Tal como Santana, poderá também não saber governar, mas, para estas coisas, tem igualmente muito jeito.