sexta-feira, 18 de outubro de 2024

Portugal é um país de pobres porque paga salários e pensões miseráveis

Pobres estão mais pobres em Portugal. Governo estuda a criação da Prestação Social Única


"Os pobres em Portugal estão ainda mais pobres, segundo uma análise da Pordata destacada esta quinta-feira, 17 de Outubro. A subida da taxa de risco de pobreza pela primeira vez em sete anos, que passou de 16,4% em 2021 para 17% em 2022, aliou-se a uma maior intensidade da pobreza. "Verifica-se o maior aumento desde 2012, de 3,9 pontos percentuais, situando-se nos 25,6% em 2022 (contra 21,7% em 2021)", observaram os técnicos da base de dados da Fundação Francisco Manuel dos Santos.

Um em cada 10 trabalhadores é pobre, o que deve ser encarado como "um factor de preocupação". A incidência da pobreza no grupo dos desempregados, que tinha diminuído entre 2020 e 2021, voltou a subir: 3,3 pontos percentuais, face a 2021. De acordo com a Pordata, trata-se de "uma das subidas mais elevadas da última década", com excepção do ano de pandemia."

A exibição pública de Salgado foi uma escolha da sua defesa

João Miguel Tavares

«... a propósito da alegada “humilhação pública de Ricardo Salgado”: o ex-“DDT” podia ter entrado no tribunal da mesma forma que saiu — pela garagem. A exibição da sua fragilidade foi uma escolha premeditada da defesa, que queria passar a imagem do pobre velhinho desmemoriado obrigado a comparecer em tribunal pela malvada juíza, cheia de preconceitos contra os “poderosos”. Na terça-feira, aquilo que me pareceu mais insuportável não foi ver Ricardo Salgado a andar, mas o seu advogado Francisco Proença de Carvalho a falar. Com a altivez própria dos fidalgos do regime, Proença de Carvalho Júnior classificou o evento que ele próprio resolveu criar como uma “página negra” da justiça portuguesa, imprópria de um “país civilizado”; uma “vergonha mundial” protagonizada por uma “justiça que humilha” e “viola a dignidade” das pessoas. Francisco Proença de Carvalho decidiu exibir o seu cliente perante as câmaras de televisão para depois se poder queixar de exibição despudorada. É preciso ter muita lata e muito pouca vergonha. Mas convenhamos: só cai quem quer.»

quinta-feira, 17 de outubro de 2024

"Para levar esta prova da União Ciclista Internacional para a estrada, a organização começa a trabalhar na edição seguinte com quase um ano de antecedência. Por isso, a decisão política sobre o futuro da prova tem de ser tomada antes das eleições autárquicas"

 Via Diário as Beiras

Depois da propaganda a realidade...

«'MALTA FINA' QUESTIONA, NÃO SEM RAZÃO, EM JORNAIS E NA TQT, A CREDIBILIDADE DO VENTURA DO 'CHEGA', MAS NÃO QUESTIONA AS ALDRABICES DO MONTENEGRO 'CHEFE' DO PPD-PSD E DA 'AD'!!!
- regista Alfredo Barroso, depois de ler e ouvir 'betos' já crescidinhos, peneirentos e "colunistas", de jornais e TV's que já foram de referência»
A vermelho as promessas e objectivos enunciados no programa eleitoral da AD e a azul as previsões do quadro macroeconómico da proposta de Orçamento de Estado para 2025.
Lembram-se da algazarra da direita nos últimos oito anos ao fazer a comparação do fraco crescimento económico português com o dos países de leste?

quarta-feira, 16 de outubro de 2024

"A barra da Figueira vai de mal a pior. Esta administração do porto última, muito pior que as outras, tem sido uma verdadeira nódoa".

Armador da Figueira da Foz exige obras na barra e demissão da Administração do porto.

«Num texto publicado na rede social Facebook, António Lé, antigo presidente da cooperativa de produtores Centro Litoral e o maior armador português da pesca do cerco, afirmou que o que acontece na barra da Figueira da Foz – considerada perigosa para os barcos de pesca e de recreio, pela acumulação de areia e orientação de entrada e saída, para sudoeste, que faz com que a ondulação de noroeste embata de lado nas embarcações – “é um atropelo ao direito à vida que tem cada indivíduo”.

As críticas de António Lé estenderam-se à Administração portuária conjunta dos portos de Aveiro e da Figueira da Foz, que acusa de nada fazer para garantir a segurança dos pescadores na barra.

“Administradores do Porto de Aveiro e Figueira da Foz tenham vergonha e vão-se embora antes que sejam forçados”, vincou, no texto, António Lé, acusando ainda a classe política nacional de estar alheada da situação vivida na barra da Figueira da Foz.

“A classe política anda toda muito entretida a magicar acordos e arranjos de governação (…) Pergunto-me para quê? Para quem querem estes tipos governar? Para um pelotão de condenados que nem sequer têm direito a auxílio numa situação de perigo? Quando um cidadão, ou uma classe profissional, são deixados entregues a si mesmos numa situação limite, algo está por definição errado na palavra país”, argumentou.

Ouvido pela agência Lusa, o armador da Figueira da Foz reiterou as críticas à administração portuária, mas também à classe política, argumentando que o texto por si publicado é “um grito de revolta e é um ultimato” aos representantes do Estado.

“Cuidado, queremos ter aqui as altas individualidades que representam o país, nomeadamente o Presidente da República, o senhor primeiro-ministro e os ministros num contexto de festa, num contexto de celebração de qualquer coisa de bom para a nossa cidade. Nunca mais cá venham no contexto da Virgem Dolorosa [o naufrágio ao largo da Marinha Grande que, em Julho, provocou seis mortos] ou no contexto das outras pessoas que perderam a vida à entrada da barra, por falta de segurança [como no naufrágio do arrastão Olívia Ribau, que resultou em cinco mortos, em 2015] ou incompetência das administrações sucessivas da Administração portuária”, enfatizou o armador.

António Lé, referiu-se, nomeadamente, à actual Administração dos Portos de Aveiro e da Figueira da Foz “que tem sido a pior de todos os tempos”.

“Aveiro e Figueira têm tratamentos completamente diferentes. E a Figueira da Foz tem de ser vista como um porto seguro, não um inseguro que afasta qualquer tipo de negócio ou possibilidade de negócio. Mas, mais importante, a Figueira é um porto integrado, não é só de pesca, nem só comercial e de recreio, tem as três vertentes e tem de ter segurança”, aduziu.

Questionado se a actual configuração do porto privilegia a segurança dos navios cargueiros de maiores dimensões, em detrimento das embarcações de pesca e de recreio, António Lé afirmou que a insegurança é para todos.

“Ainda não tivemos foi a infelicidade de haver uma falha mecânica qualquer [num cargueiro] porque, em termos de resistência, será muito mais difícil tombar um grande do que um pequeno. Tombando [um grande] teremos percas materiais e não humanas, nos outros [de pesca e recreio] teremos perdas humanas e a vida humana não tem preço”, argumentou o armador.

A Lusa tentou ouvir Nuno Lé, presidente da cooperativa Centro Litoral, que representa os armadores desta região, mas os contactos resultaram infrutíferos.

Já fonte da Administração dos Portos de Aveiro e da Figueira da Foz remeteu uma reacção para um comunicado a divulgar mais tarde.»

Na Antena 1, no programa Portugal em directo, António Lé proferiu as seguintes declarações:


O isolamento da classe política e o rumo ao caos

Para o jornal Público, Montenegro fez “mau cálculo político” ao não revelar reuniões com Ventura.

António Capucho, antigo ministro de Cavaco Silva: “André Ventura iria inventar qualquer pretexto e criar todos os incidentes possíveis e imaginários” para “conseguir atenção mediática dia sim, dia sim, e ser entrevistado todos os dias nas televisões”.

Ferreira Costa, politólogo: se o Governo insistir em manter um diálogo com o Chega, passará a ideia de que “está a fazer tudo para se manter no poder” — o primeiro-ministro “não se pode colocar numa posição em que fica prisioneiro de um partido com uma estratégia assente na sobrevivência política e na tentativa de se manter na ordem do dia”.

Nota de rodapé.

Em Portugal, temos uma a classe política que vive numa redoma. Entregue a si mesma, às suas conversas e encontros, no isolamento das suas mordomias. A vida do cidadão comum, que anda em transportes colectivos, anda na rua, sente regularmente um local de trabalho colectivo ou um mercado, passa-lhes ao lado. A política em Portugal tornou-se um misto de palavras e intrigas. Sobrevivem os piores. A falta de diálogo que se está a acentuar entre as cúpulas partidárias resulta as mais das vezes, de tricas, questões e rivalidades puramente pessoais. A mediocracia (expressão criada por Balzac para designar “nova classe política burguesa”) é dominante no espaço político. Desde o 25 de Abril tivemos políticos e técnicos capazes, que a revolução cilindrou. E como o rumo dos acontecimentos não vai mudar, teremos mais políticos incompetentes, e caminharemos para uma sociedade cada vez mais cruel e desumana.

Timelapse já chegou a Hollywood

 Via Diário as Beiras

Isto continua a prometer. E muito...

... "a intervenção de aprofundamento da barra, canal de acesso e bacia de manobras do Porto da Figueira da Foz", é uma telenovela já com muitos capítulos.  O calendário preconizado pelo Governo socialista, aquando da assinatura dos protocolos, em abril de 2019, apontava o início dos trabalhos para o final desse ano...
Como o diz o ceguinho: "vamos ver"...

Via Diário as Beiras


António Guterres é mesmo um cobarde?

Luís Osório

«1.
Do alto da sua pena, João Miguel Tavares, decretou no jornal Público uma verdade absoluta sobre António Guterres.
A propósito das posições do Secretário Geral das Nações Unidas acerca da guerra no Médio Oriente, posições que legitimaram a condenação de Israel, o cronista escreveu a certa altura:
“Não há grandes políticos sem coragem. António Guterres nunca será um grande político”.
2.
O cronista é um dos melhores a pensar à direita.
Inteligente, preparado, excelente a manobrar as palavras e a retórica através da escrita, João Miguel Tavares é de leitura obrigatória.
(sobretudo nos muitos textos em que não estou de acordo)
No entanto, é quase patética a maneira como determinadas pessoas se colocam à margem do mundo, numa bolha sem qualquer adesão à realidade e com uma visão hiperinflacionada do seu próprio poder e importância.
Este caso é bastante paradigmático.
3.
João Miguel Tavares fala da falta de coragem de Guterres.
A falta de coragem de condenar veementemente os que atacam Israel, a falta de coragem de não estar acintosamente do lado dos bons, dos que defendem a democracia.
Escreve com uma superioridade moral e intelectual que faz parecer ser um paladino da coragem e da heroicidade.
Quem o lê é capaz de o confundir com alguém que arriscou verdadeiramente o “coiro” em algum momento da sua vida.
Falar da coragem de alguém como Guterres, sobretudo nestas circunstâncias, tendo como cartão de visita uma vida passada em frente a um computador a educar-nos para a beleza do liberalismo puro e duro, é de bradar aos céus.
4.
Podemos discutir se nesta altura Guterres é o homem certo na ONU.
Podemos discutir a sua eficácia.
Podemos discutir a sua independência.
Podemos até falar da sua incapacidade para ser influente e decisivo.
Mas falta de coragem?
É falta de coragem não ter um discurso marcadamente pró-israelita?
É falta de coragem quando fala contra a corrente dos que aplaudem de pé Benjamim Netanyahu?
É falta de coragem quando se mantém firme nas suas convicções sendo pressionado em cada minuto pelos poderes que o sustentam?
O João Miguel Tavares faz “puto” de ideia das pressões que António Guterres recebe todos os dias?
Das promessas de ajuste de contas, do peso dos insultos, das cartas, dos telefonemas?
Falta de coragem por afrontar Israel naquilo que Israel considera serem os seus termos?
António Guterres tem mais do que se preocupar e não precisa de defensores, mas é chocante quando lemos uma coisa assim.
Não é correto.
E não é sério.
Tomara o João Miguel Tavares ter metade da coragem do secretário geral das Nações Unidas.»

terça-feira, 15 de outubro de 2024

As sondagens andam maradas?

 49% + 61,4% dá 110,4%!.. (Via Público)

50 anos depois interrogo-me: o 25 de Abril de 1974 foi uma "revolução" ou um "milagre"?

2024, é o ano em que perfaz meio século (50 anos!) que Portugal entrou numa nova fase da sua já longa existência de nove séculos enquanto Estado independente e reconhecido como tal. 
Na data histórica do 25 de Abril de 1974, um golpe militar desencadeado por um setor mais ativo e consciente de umas Forças Armadas física e moralmente exaustas com 13 anos de uma Guerra Colonial sem fim à vista, que não fosse o da derrota face aos movimentos de libertação das colónias africanas, derrubou uma longa ditadura de 48 anos e devolveu ao País a liberdade e uma esperança no futuro.

No dia 25 de abril de 1974 tinha 20 anos de idade. Vivia na Cova e Gala, uma Aldeia bisonha, cinzenta, deprimida e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto, incluindo as que me estavam mais próximas. O preto era a cor das suas vidas. A minha avó Carmina Pereira, Mãe do meu Pai, viúva de um pescador do bacalhau, desde a década de sessenta que vestia de preto. A minha avó Rosa Maia, Mãe da minha Mãe, viúva de um combatente da I Guerra Mundial, vestia de preto desde 1928. A minha Mãe, ficou viúva a 6 de Junho de 1974. Passou, logo a seguir ao 25 de Abril de 1974, a vestir de preto até 14 de Julho de 2015, dia em que morreu.
O preto era a cor das nossas vidas.

Há 50 anos Portugal era diferente! Havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado, licença para poder usar isqueiro... 
E havia medo, muito medo. 
A ditadura castra e oprime, bloqueia o pensamento e impede que se escolha.
50 anos depois daquele “dia inicial inteiro e limpo”, em Outubro de 2024, vejo o óbvio: o 25 de Abril de 1974 foi mais do que a "revolução possível" - foi um "milagre".

Ricardo Salgado começou hoje a ser julgado em Lisboa com outros 17 arguidos (incluindo três empresas) acusados de um total de 276 crimes.
Percebem agora porque é que em 1975 os bancos foram nacionalizados?
Para não serem roubados por dentro.
A 30 de Abril de 1974, à saída de uma reunião com Spínola, em que o presidente da Junta de Salvação Nacional discute o programa do MFA com os maiores capitalistas portugueses da época, António Champalimaud felicita «todos os que estiveram na base da gloriosa arrancada – o 25 de Abril de 1974». Além de Champalimaud, estão presentes José Manuel de Mello, Manuel Ricardo Espírito Santo, Miguel Quina (o banqueiro portuense do Borges e Irmão). Champalimaud recorda o regime caído há cinco dias e como este «limitava drasticamente a capacidade de acção dos homens de iniciativa» (Filipe Fernandes, Fortunas & Negócios, empresários portugueses do século XX, 2003). Como já sabemos, este antifascismo foi de pouca dura e, para defender as suas posses, Champalimaud e todos os outros passaram-se para a conspiração anti-democrática.

Eram os homens mais ricos de Portugal na queda do Estado Novo e voltaram  a sê-lo no fim da vida, beneficiando do processo de privatizações ...
50 anos depois daquele “dia inicial inteiro e limpo”, em Outubro de 2024,  o óbvio está à vista: o 25 de Abril de 1974 foi mais do que a "Revolução possível" - foi mesmo um "milagre".
No julgamento iniciado hoje faltam muitos réus: por exemplo os que foram buscar os melos, os champalimauds e os espírito santos e os ajudaram a reconstruir os monopólios, todos protegidos dos governos da ditadura e da democracia.  E quem em Julho de 2014, quando já havia sinais iminentes da derrocada, considerou que o Banco de Portugal tinha atuado «muito bem» a «preservar a estabilidade e a solidez» do sistema bancário português.

A festejar 130 anos, a banda filarmónica de Santana promove um concerto de gala, que promete ser um evento artístico de exceção

 Via Diário as Beiras

Dez anos depois arranca o julgamento do caso BES

Ricardo Salgado é o principal rosto dos arguidos, que hoje se debate com a doença de Alzheimer, segundo os relatórios médicos apresentados pela defesa


Ricardo Salgado, era chamado, com fascínio e algum temor, "dono disto tudo", uma alusão direta a DDT, o veneno. Hoje, é mais o "devedor disto tudo": 8,3 mil milhões de euros.

ACUSAÇÃO MP calcula em 18 mil milhões as perdas por crimes associados à derrocada do grupo. No megaprocesso que começa hoje a ser julgado são apontados prejuízos acima dos 11,8 mil milhões. Em causa mais de 300 crimes que envolvem 18 arguidos. Salgado é o principal arguido.

Juíza do BES diz que Salgado tem de ser julgado, mesmo que depois fique em liberdade. Interesse público e pacificação social justificam submissão a julgamento de arguido que padece de Alzheimer, e lei permite-o, justifica magistrada.

A Filipa e o João celebraram o amor

Foto: DIÁRIO AS BEIRAS
Amar é algo de transcendente. 
No limite, é um acto revolucionário. 
Existe no amar algo que pode transformar a sociedade e cada um de nós.
Quem ama troca a segurança e o bem estar pelo gesto assertivo.
Com isso a vida ganha cor. 
A existência, antes vazia, passa a ser preenchida com a excitação dos riscos, mas também das recompensas.
«João e Filipa Gomes casaram, no último sábado de setembro, no Hospital Arcebispo João Crisóstomo, em Cantanhede, devido ao internamento de João por doença prolongada. João Góis tem um cancro raro em estado muito avançado associado a Síndrome de Lynch.
O casal é da Mealhada e tem um filho com menos de um ano.
“O casamento era um objetivo na nossa vida, mas, infelizmente, a doença do João trouxe-nos a um patamar em que já não poderíamos fazer muita coisa. Em conversas um com o outro decidimos concretizar este desejo enorme”», contou, ao DIÁRIO AS BEIRAS, Filipa Gomes no passado dia 10.
O medo e a felicidade, ganham significado onde antes só existia o comodismo.
Porventura, descobre-se um rumo onde antes reinava a desorientação e a alienação. 
O amor pode mover montanhas, por ser um sentimento que devolve significado à existência. 
Colectiva e de cada um de nós.
O amor, é determinante nas  vidas de todos nós. 
Para muitos de nós, diria que é  a mola real que nos faz mover. 
E o amor só pode ser entendido em toda a sua dimensão. 
Há dias em que nos apetece uma história bonita e romântica. 
Todavia, nem todas as histórias de amor têm finais normais e, muito menos, fáceis.
«João Góis, que casou no final de setembro nos Cuidados Paliativos do Hospital Arcebispo João Crisóstomo, em Cantanhede, faleceu.
O jovem natural do concelho da Mealhada era vítima de cancro raro em estado muito avançado associado a Síndrome de Lynch e, uma semana depois de ter casado com a mulher, Filipa Gomes, faleceu. João Góis era mestre da Escola de Samba Real Imperatriz e, em conjunto com a mulher, eram pais de um bebé com menos de um ano.
O funeral realiza-se na quarta-feira, às 16H00, na Igreja da Mealhada, onde o corpo chegará por volta das 13H00», pode ler-se hoje no DIÁRIO AS BEIRAS.
O amor está tão banalizado nos dias que vivemos, que são histórias como esta que o elevam e nos fazem sentir frágeis, vulneráveis e humanos.
Como escreveu o Pedro Rodrigues, "o amor celebra-se todos os dias. O amor celebra-se a todos os momentos, em todos os gestos - mesmo nos mais pequenos. Aliás, mais nos mais pequenos. Amar implica uma continuidade. Amar e ser amado obriga-nos a darmos o nosso melhor constantemente. Obriga-nos a estarmos atentos. Obriga-nos a construir, todos os dias, uma base para o futuro.  Não o marquem com uma cruz no calendário para o celebrarem de ano a ano. Acreditem no amor. Cultivem o amor. Colham os frutos desse amor. Não hoje, não amanhã, mas sempre. Sejam os melhores para quem amam: todos os dias, a todas as horas.
Não se esqueçam de celebrar o vosso amor."
Foi o que fizeram a Filipa e o João. 

segunda-feira, 14 de outubro de 2024

Maria Teresa Horta venceu o Prémio Rodrigues Sampaio

Foi a primeira mulher a ganhá-lo!

A escritora Maria Teresa Horta venceu o Prémio Rodrigues Sampaio, da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto, anunciou hoje a organização, destacando a "liberdade" e a sua "luta sem tréguas pela igualdade de género".

OE: quando Pedro Nuno Santos se atirou para uma armadilha

Daniel Oliveira

«Serão os mesmos que pediram “responsabilidade” a Pedro Nuno Santos a falar dos seus ziguezagues e falta de clareza. Acham que, em negociações, não se avança e recua. E que se pode ser claro quando se gere uma derrota anunciada. Esta nunca poderia ser uma verdadeira negociação, porque duas forças só negoceiam quando as duas têm alguma coisa a perder. E, a Montenegro, tanto dava ter um OE com cedências mínimas como ir a eleições. Só precisava de gerir a responsabilização do PS, no que, ainda por cima, sabia contar com a ajuda de boa parte do aparelho mediático e dos derrotados internos do partido.


O que o PS fez na semana passada é o que devia ter feito desde o início, sem dar pasto a uma novela que apenas o desgastou: esperar pela apresentação do Orçamento de Estado, deixar que o governo decidisse, pelo conteúdo, que parceiro privilegiava, e tomar uma decisão. Como sempre aconteceu com governos minoritários sem acordos parlamentares. Por isso só tivemos negociações prévias, formais e públicas com a “geringonça”.

Ao governo tudo isto interessava. Não só foi poupado à oposição durante meses, com a comunicação social concentrada no drama orçamental, como teve tempo para construir uma narrativa sobre a “inflexibilidade” do PS, primeiro, e a sua enorme cedência à esquerda, depois. Pedro Nuno Santos tinha o dever de saber que quem controla a narrativa, nestes processos, é quem está no governo. Estava no executivo quando BE e PCP foram fritos numa novela semelhante a esta, porque António Costa achava que estava chegado o momento de se ver livre deles e tentar a maioria absoluta.

Chegados aqui, o PS até poderia esperar pelo voto do Chega, mas isso seria, como se vê desde este fim de semana (fica para outro texto), demasiado arriscado. Luís Montenegro conseguiu o feito de ter Chega e PS no bolso, neutralizados, um a espernear e outro a ganhar tempo. Não porque seja um génio tático, mas porque lhe foram oferecidos meses de controlo da narrativa, com o PS a ter de reagir a quem governa e não o oposto.

Se voltarmos ao início disto tudo, temos de recordar que o Partido Socialista apresentou duas linhas vermelhas. No meu tempo, linhas vermelhas eram as coisas que nem se negociavam. E, essa é a ironia de tudo isto, foi mesmo a única coisa que se negociou. Os equívocos começaram logo no início da negociação, portanto.

O resultado final foi celebrado como ganhos de causa para o PS. Mas o que os socialistas conseguem é que o IRC desça cegamente um ponto percentual, em vez de dois. Nada mais para além disso.

No IRS Jovem, limitaram-se a salvar o governo de um chumbo no Tribunal Constitucional. Para Montenegro, é preferível ceder ao PS a ser desautorizado pelo TC. E, com as posições do FMI e do Conselho de Finanças Públicas, a proposta já estava politicamente morta. A coisa é tão óbvia que até Luís Montenegro reconheceu que a versão final não foi, na realidade, uma cedência do governo, apenas ficou equilibrada do ponto de vista de quem supostamente cedeu. Esta era a TSU deste governo, nascida para ser negociada. E, apesar de ser uma linha vermelha para o PS, não caiu. A versão final do IRS Jovem, que custa quase tanto como todo o excedente orçamental previsto, é a desejada por Montenegro, agravando uma injustiça geracional que será compensada com a redução do ordenado bruto de entrada.

O PS tem, de facto, um problema com isto: quem abriu este processo, cedendo ao populismo fiscal que não reteve um único jovem em Portugal, foi António Costa.

As duas grandes vitórias do PS neste OE são a tal descida de um ponto percentual no IRC, tão curta que todos reconhecem que, para um lado ou para outro, não chega para criar uma crise política; e o fim das portagens nas SCUT (autêntico imposto à interioridade e violação da palavra do Estado), conseguida de forma mais rápida e limpa, sem negociação. O governo bem pode meter a descida de IRS no deve e haver, que está a enganar as pessoas. Essa perda fiscal foi proposta pelo governo, o PS limitou-se a garantir (como no IRS Jovem) que não beneficiava apenas quem ganha mais.

Neste Orçamento, tem-se sublinhado a cedência à pressão dos professores, polícias e militares (pessoal de saúde nem por isso, que os privados precisam deles) para falar de um OE de esquerda. Mas ignora-se a utilização de recursos públicos para apoiar os seguros de saúde, a privatização USF e a preparação da privatização do pouco que resta de setor empresarial público – já para não falar da política fiscal, que esteve no centro do debate. Na realidade, temos um OE totalmente alinhado com o pensamento político da AD, juntando-lhe a distribuição preventiva de dinheiro, perante a incerteza do desfecho da votação, preparando as eleições. Por isso temos um enorme aumento da despesa e uma grande descida da receita.

Tudo o que PS tinha de propositivo, que estava fora das linhas vermelhas e que é ignorando para vender a teoria do “meio caminho”, desapareceu. Se ainda se recordam, o dinheiro recuperado do IRS Jovem e do IRC deveria ser destinado à habitação, actualização das pensões e negociação do regime de exclusividade no SNS e da redução da contratação de médicos em regime de prestação de serviços. Propostas apresentadas com grande grau de pormenor, aliás. Nada disso sobreviveu ou foi sequer negociado.

Era inevitável que esta negociação corresse assim. Porque isto foi uma falsa negociação. Compreensivelmente, o PS não quis que ela fosse como costuma ser, discreta e com recato. Porque sabia que o governo não se importava ir a eleições, responsabilizando o PS. E precisava, por isso, que as suas cedências e boa-vontade fossem visíveis. O PS queria partilhar o controlo da narrativa, para se livrar dessa responsabilização. Só que este jogo estava perdido à partida porque tinha menos trunfos: ao contrário da AD, não queria ir a votos. Não porque o governo esteja a governar bem, mas porque esteve seis meses a preparar o bolso dos eleitores. E porque as crises, nesta fase, tendem a beneficiar quem governa. Ora, quando se negoceia com quem nada tem a perder as coisas dificilmente podem correr bem.»

Câmara da Figueira da Foz, em sessão da assembleia municipal extraordinária rejeita suspeições sobre unidade de biocombustíveis (II)

Na passada sexta-feira, realizou-se uma sessão extraordinária da Assembleia Municipal, que ao que li nos jornais  (pois não assisti), decorreu de forma bastante agitada. 
Em causa estavam as suspeições lançadas sobre a instalação da unidade de combustíveis avançados da empresa portuguesa BioAdvance no terminal de granéis líquidos do porto marítimo. A reunião, que foi convocada a pedido do executivo para discutir a situação da empresa, depois de na última assembleia a oposição ter manifestado dúvidas sobre a sua legalidade, os serviços técnicos da Câmara apresentaram todos os passos do projeto, que pretende produzir anualmente mais de 20 mil toneladas de biodiesel a partir de óleos alimentares usados.
A empresa, sediada no concelho de Pombal, onde possui uma unidade mais pequena, instalou-se junto ao terminal de granéis líquidos do porto da Figueira da Foz, depois de uma candidatura aprovada ao “Sistema de Incentivos à Inovação Empresarial – Verde” e do projeto ter sido reconhecido com o estatuto de Potencial Interesse Nacional (PIN).
Citando o Diário as Beiras, edição de hoje, "o presidente da Junta de Freguesia de Vila Verde, Vítor Alemão (PS), insistiu, na reunião, que a unidade está a laborar sem licença e a provocar poluição ambiental, que já motivou, segundo afirmou, queixas na PSP e CCDRC. A vice-presidente Anabela Tabaçó disse que a empresa apenas está a efetuar apenas testes de equipamentos, enquanto decorre o processo de obtenção da licença industrial. E acusou Vítor Alemão de acusações gravíssimas ao executivo, lembrando que este processo decorre desde 2022."
Esta "Assembleia Municipal extraordinária", realizada a pedido do executivo, na opinião do Doutor Santana Lopes, "foi mesmo extraordinária". Na sua página no facebook pode ler-se.
"Na localização da empresa Bioadvance, o Presidente do Porto da Figueira, a Chefe de Divisão do Desenvolvimento Económico e o Administrador Executivo da empresa confirmaram que tudo foi tratado e contratado com a anterior Administração do Porto. A intervenção da Câmara é no projeto urbanístico e na fixação de taxas. Foram apresentados excertos dos pareceres favoráveis, nomeadamente em sustentabilidade ambiental, de todas as entidades: Agência Portuguesa do Ambiente; CCDRC; IAPMEI; ICNF; Direções- Gerais.
Foram 10 a 0. Pelo menos.
Isso não apaga nem diminui o repúdio pelo alarme que podia ser criado, num caso, e o delírio insultuoso e mentiroso noutro. Dos Deputados Municipais, só um discordou claramente da localização, e explicou o motivo. Por sinal, é da FAP e é também Presidente da Comunidade Portuária. Só que não foi a Câmara Municipal: foi o Porto. E já agora: não houve suspeita nenhuma."

«Quer que o partido fale “a uma só voz” sobre Orçamento

 Via Público

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