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foto de Pedro Agostinho Cruz, sacada daqui |
Carlos
Monteiro, vereador, no domingo, dia 14 de março de 2014, disse
ao jornal As
Beiras.
“A
autarquia quer devolver a organização do Carnaval Buarcos –
Figueira da Foz a uma comissão, como acontecia até finais da década
de 1990.”
Contudo,
o meu pessimismo tem-se revelado um objecto utilitário.
Como
tal, prometo que quando falhar, vai para o lixo.
Como
não tem falhado, vai continuar ao serviço.
Além
do mais, e continuando a citar o vereador Monteiro, “o
Carnaval é um espaço de crítica”.
Não
só por isso, mas também por isso, “não faz sentido
ser a câmara a poder causar constrangimentos aos participantes”.
No ano seguinte, em 2014, foi o vereador Monteiro a dizer mais ou menos o mesmo...
Mas
nunca é tarde.
Segundo
li aqui, a partir de 2016 uma Comissão vai passar a organizar o
Carnaval. A
autarquia pretende, já a partir do próximo ano, “devolver o
Carnaval às escolas de samba”. A futura comissão responsável
pelo evento irá ser constituída por representantes das 3 escolas de
samba locais, da Câmara Municipal da Figueira da Foz e Junta de
Freguesia de Buarcos.
Segundo
adiantou o presidente da Câmara ontem à tarde, a comissão irá
ter como base de trabalho um orçamento a rondar os 50 mil euros. O
eventual remanescente dos apoios publicitários reverte para a
própria comissão.
Para o
ano, mais ou menos por esta altura, veremos...
Bom,
mas eu sou suspeito, pois tenho uma relação difícil com o
Carnaval organizado por uma Câmara Municipal.
Tolero
o Carnaval do mesmo modo que tolero uma greve dos transportes
públicos: não me dá jeito nenhum, mas presumo que os organizadores
terão as razões deles...
Aceito que, possivelmente, farei parte de uma minoria que não gosta deste tipo de carnavais que nada têm de português.
Mas, a questão que verdadeiramente me interessa, não é essa. As pessoas gostam do que gostam.
A questão verdadeiramente relevante é a dos dinheiros públicos: as câmaras não têm qualquer dever ou obrigação de organizar e pagar carnavais.
Um espectáculo como este é um produto comercial.
Assim, do meu ponto de vista, a organização deve fazer o investimento, realiza o evento e, quem quiser ver, paga.
Quem não quiser, nada devia ter a pagar.
A
carga fiscal, que 40 anos de democracia consolidou - e este governo agravou e esta Câmara agravou -, esmaga-me. A mim, e certamente aos infelizes como eu, que não têm
forma de contornar o fisco ou passar os proveitos para off-shores. E
como o governo ou as autarquias, não fazem dinheiro, a solução é
repetida. Quando este falta, lança-se um novo imposto, taxa ou
coima. Ano após ano, imposto após imposto, chegámos onde estamos.